MPF dá nó em Lula com e-mails da Odebrecht para Okamotto

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Transcript

00:00Nas respostas escritas que o senhor ex-presidente prestou nas investigações, evento 1, anexo 273,

00:07o senhor ex-presidente disse que não houve nenhum contato com o grupo Odebrecht e reafirmou isso aqui hoje

00:12com respeito ao imóvel da rua Doutora Berbeck.

00:15Eu gostaria de mostrar ao senhor esses e-mails, e-mails juntados aos autos,

00:19trocados entre Paulo Camoto, que o senhor disse que era a única pessoa que conhecia, né,

00:23com quem o senhor tratou, da questão do terreno, e João Alberto Louveira,

00:27empregado da Odebrecht, agendando a visita do dia 26 de julho de 2011 no imóvel.

00:33É o evento 1, anexo 248.

00:37O senhor quer ver o e-mail?

00:39O companheiro Paulo Camoto já esteve aqui.

00:41Deixa eu lhe falar, a senhora não pode ficar perguntando para mim,

00:44e-mail de João falando com Maria, se eu sou Lula.

00:47Não, é porque, como o senhor disse, o Paulo Camoto era a única pessoa que conhecia essa questão,

00:53e o senhor esteve no imóvel, e houve uma troca de mensagem com o relacionamento do imóvel,

00:57e daí a pergunta do Ministério Público.

00:59Doutora, tem algum e-mail para mim?

01:00O senhor esteve nessa...

01:01O senhor pode esperar o depoente fazer a resposta.

01:02Eu estou respondendo a pergunta, inclusive.

01:04É que você lê isso aqui aí.

01:05Doutor, vamos aqui.

01:07A questão colocada, o senhor é o seguinte, o senhor tinha conhecimento dessas mensagens?

01:12Não tinha conhecimento, doutor, eu só queria que a senhora perguntasse de coisas que foram direcionadas a mim.

01:19Certo.

01:19Mas aí, veja, o senhor ex-presidente, é uma pergunta normal, olha,

01:23teve conhecimento disso ou não teve conhecimento disso?

01:26Pronto.

01:28Tem necessidade de...

01:29Mas, doutor, o senhor sabe com uma coisa repetida muitas vezes?

01:32É, é uma oportunidade que o senhor tem que se defender.

01:33Então, a pergunta é normal, olha, tem e-mails do fulano X e do fulano Y.

01:38O senhor teve conhecimento disso?

01:40Não.

01:40É que já foi respondida, né, excelência?

01:42O que é normal é a repetição.

01:44Não, essa pergunta não foi feita.

01:45Doutor, mas deixa eu fazer só a pergunta para entender.

01:47Não, não, não, vamos seguir aqui as indagações.

01:51O senhor me permite, por favor?

01:52Permito.

01:53Esse presidente permite uma colocação?

01:55O que a minha colega estava dizendo é que o senhor, até o presente momento,

01:59tem apontado o senhor Paulo Alcamoto como sendo a pessoa, o seu interlocutor para esses assuntos.

02:05E estes e-mails eram justamente dirigidos ao Paulo Alcamoto.

02:09Deixou.

02:09E é só essa que é a questão.

02:10Pode corrigir.

02:11Não foi apontado como interlocutor.

02:13Acho que a afirmação de vossa excelência não corresponde com o que foi dito pelo depoente.

02:18O depoente disse que foi informado da visita pelo senhor Paulo Alcamoto.

02:23Não usou a palavra interlocutor que foi usada por vossa excelência.

02:27Mas não era o Paulo Alcamoto que tratava desse assunto?

02:28Não, mas deixa eu falar, doutor, é que o Paulo Alcamoto é presidente do Instituto Lula.

02:33Ele é o presidente.

02:35As pessoas não tinham nenhuma obrigação de conversar comigo sobre o Instituto.

02:39O Instituto tem uma diretoria.

02:41O Instituto tem conselho fiscal.

02:43Eu só estou querendo dizer, o Paulo Alcamoto era o presidente, não, aliás, é o presidente

02:48do Instituto, que tem um conselho, sabe, que tem uma direção e que, portanto, o Paulo

02:54não estava lá me representando.

02:56O Paulo estava discutindo as coisas em nome do interesse do Instituto.

03:00Quando o Lula morrer, que não existe mais, né, todo mundo sonha que não vai morrer,

03:05eu espero demorar muito, ou seja, o Instituto deve continuar, não vão tirar o meu não

03:09porque eu morri.

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