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A comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC Kátia Abreu alertou para os riscos do conflito entre Irã e Israel para os produtores brasileiros. Os iranianos são um dos maiores compradores de milho do Brasil e também fornecedor de fertilizantes. Uma guerra pode travar exportações, encarecer combustíveis e elevar os preços dos alimentos. 

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Transcrição
00:00Tem produtor rural brasileiro apreensivo com esse conflito aí no Oriente Médio entre
00:13Irã e Israel, porque o Irã compra muitos produtos agrícolas do Brasil.
00:17Eu queria falar sobre isso com a nossa notável, Kátia Abreu.
00:20Kátia, seja bem-vinda.
00:22Boa tarde para você.
00:25Boa tarde, Marcelo.
00:27Boa tarde a todos os nossos telespectadores.
00:30Não temos motivos para comemorar, nós temos motivos de preocupação, não por conta
00:36do nosso país, mas dessa guerra lá fora, que afeta não só o Brasil, mas todos os
00:41países do mundo.
00:43Nós estamos falando de comida, fertilizantes e estamos falando de petróleo, combustível.
00:49Nós estamos falando de um lugar, de uma região que é nitroglicerina pura.
00:54São os maiores produtores de petróleo do mundo, que não produzem quase alimentos
01:00nenhum, portanto são grandes produtores de alimentos, mas também são produtores de
01:06fertilizantes, porque são produtores de petróleo.
01:08Então, eles compram muito produto de grãos do Brasil, são os maiores compradores de milho
01:16do Brasil, imagina o que significa isso.
01:19Eles compram 34% de todo o milho produzido no Brasil, desculpa, 34% de todo o milho que
01:27nós exportamos.
01:29Eles são maiores compradores, maiores do que a China.
01:32E eles são também grandes compradores de soja.
01:36Eles, de tudo que nós exportamos de soja, eles estão em sexto lugar.
01:40Aí sim, a China é o primeiro comprador das nossas exportações.
01:45Então, isso preocupa?
01:46Preocupa, porque na hora de uma guerra, ninguém quer saber de preservar nada.
01:51É bomba nos portos, é bomba nas estradas, é bomba nas ferrovias.
01:57E aí, por onde nós vamos chegar com essa carga?
02:00E aí, bomba nos bancos, bomba nos sistemas de comunicação.
02:05Como é que nós vamos pagar?
02:06Como é que eles vão nos pagar essa mercadoria que é adquirida do Brasil?
02:13Então, nós estamos falando de muitas toneladas de grãos que são compradas no Brasil, muitos
02:19milhões de dólares que eles têm que pagar aos nossos produtores, através das nossas
02:24traders.
02:25Então, isso é motivo de preocupação.
02:26Além de que, os preços sobem exorbitantemente.
02:32Nós já tivemos, de sábado para cá, desde o primeiro ataque causado por Israel, nós
02:39já tivemos um aumento no preço do petróleo de 7%.
02:43Isso deve chegar a um aumento exorbitante nos próximos dias.
02:49Então, nós já estamos aí com 74, 78 dólares o barril e tem gente dizendo que poderá chegar
02:55a 150 dólares o barril do petróleo.
02:59Isso significa, Marcelo, que a cada 10%, a 10 dólares que sobe o barril do petróleo, sobe
03:07a inflação no mundo, 0,2%.
03:11O que tem o petróleo a ver com a inflação de alimentos?
03:15Nós precisamos de combustível para poder fazer a agricultura, para fazer o plantinho e
03:21precisamos de ureia, nós precisamos dos nitrogenados.
03:26Então, de 20% a 30% de todo o petróleo mundial, ele é escoado pelo Estreito de Hormuz.
03:36Então, se vocês verificarem no mapa, nós temos ali muito claramente o Golfo Pérsico,
03:43que fica todos os países produtores de petróleo em volta.
03:46E na saída, a garganta estreita desse Golfo Pérsico é o canal de Hormuz.
03:53Então, ali fica controlado pelo Irã.
03:57Imagine se esse canal for interditado.
04:00Por ali passa de 20%, repito, a 30% de todo o petróleo que vai sair pelo Oceano Índico.
04:07Então, se ele for interrompido, imagine como ficará o preço do petróleo para chegar
04:14nos países que precisam desse combustível, que é um combustível fóssil, que é um combustível
04:20sujo, que polui bastante, mas que ainda tem grande necessidade em toda parte do mundo.
04:29Então, isso nos aflige muito.
04:31A grande preocupação brasileira, qual é?
04:34O preço do milho.
04:35Ainda bem que nós temos um consumo que está muito aquecido.
04:40Pela ração animal, 50% do milho brasileiro, ele é consumido pelos produtores de ração.
04:48Ração para aves, ração para suínos e ração para bovinos, principalmente.
04:54Depois vem também o consumo humano e nós temos a produção de etanol de milho.
05:00Nós temos o etanol de cana de açúcar e o etanol de milho.
05:04Então, graças a Deus, nós ainda temos muito consumo de milho no país.
05:08Mas, quando nós deixamos de exportar o milho para esses países que estão em guerra,
05:14isso não deixa de abalar o preço do milho.
05:17A outra preocupação é o preço do fertilizante, da ureia, que produz o nitrogenado.
05:23Eu já disse aqui em outras oportunidades que para fazer o adubo, o fertilizante da agricultura
05:28brasileira, precisa de três produtos.
05:31O potássio, o fósforo e o nitrogenado.
05:34E o nitrogenado vem da ureia, vem do gás natural.
05:39Então, esses três produtos são importantes.
05:41Se um desses aqui fica muito caro, aumenta o quê?
05:45O custo de produção.
05:47E a outra coisa é que os nossos tratores, apesar de já usar o biocombustível que vem da soja,
05:52nós ainda precisamos do diesel comum, do diesel que vem do petróleo.
05:58Então, esses três fatores podem aumentar o custo da produção.
06:03E se aumenta o custo da produção, ele automaticamente vai aumentar o preço de alimentos.
06:11Justo agora, Marcelo, que nós estamos entrando nos três meses,
06:15que naturalmente no Brasil o preço do alimento cai.
06:18Porque nós estamos iniciando a colheta da nossa safra.
06:22Então, junho, julho e agosto, eu disse semana passada,
06:26é a hora da gente ter um alívio na inflação de alimentos.
06:30O preço cai.
06:31E aí vem, estoura essa guerra, que a pior coisa da guerra é a mortandade de pessoas, de seres humanos.
06:38Mas tem um reflexo ainda também que atinge a alimentação.
06:43E alimento caro significa fome.
06:45Significa fome no mundo inteiro, porque eles ficam mais caros e as pessoas vão comer,
06:50as pessoas que têm uma renda mais baixa, elas vão comer de forma muito incipiente.
06:56Muito menos comida na mesa das pessoas.
06:59Então, por isso que eu venho batendo há anos da minha vida, profissionalmente,
07:04da importância de nós produzirmos fertilizantes no Brasil.
07:08Nós somos grandes importadores de fertilizantes.
07:12Nós importamos potássio do Canadá, da Rússia, da Bielorrússia, de Israel.
07:20Nós importamos fósforo de várias partes do mundo, como o Marrakech, que está lá pertinho.
07:26E importamos a nossa ureia, os nossos nitrogenados do Irã e de outros países,
07:34como também Marrakech, como também a Rússia.
07:36E nós podemos produzir os três no Brasil.
07:39Eu não me conformo e vou chegar até morrer sem me conformar de o Brasil não produzir os seus fertilizantes aqui.
07:47E nós temos todas as condições de fazer isso.
07:50E agora vamos passar aperto de novo.
07:52Passamos aperto quando a Rússia estava iniciando a sua guerra com a Ucrânia.
07:57E estamos passando aperto até hoje, mas tivemos uma crise horrorosa.
08:01E agora nova crise com a guerra de Israel com o Irã.
08:05Até quando nós vamos levar, até qual tempo nós vamos levar para abrir os nossos olhos
08:12e ver a importância de produzir os fertilizantes aqui no Brasil.
08:16Então, essa guerra vai nos prejudicar.
08:18Vai prejudicar o mundo inteiro e vai prejudicar também o nosso país, infelizmente.
08:23Tá certo, Kátia.
08:24Muito obrigado por mais uma participação sua aqui no Real Time.
08:27Boa tarde para você.
08:29Um abraço a todos e obrigada.
08:30Obrigado.
08:32Tchau.
08:36Tchau.
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