Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC Álvaro Machado Dias explicou no Real Time que a tomada de decisão envolve não só escolher a melhor opção, mas também realizar o que foi decidido. Ele destacou que a inteligência artificial ajuda a criar cenários futuros para reduzir incertezas e aprimorar decisões, e falou sobre os erros comuns dos executivos e o impacto da emoção, intuição e momento do dia nas decisões.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A tomada de decisões é um dos tópicos mais importantes para os executivos de todas as áreas.
00:06Pouca gente se dedica a aplicar princípios para elevar a qualidade das decisões.
00:11Mas qual o papel da inteligência artificial nessa tomada de decisões hoje em dia?
00:15Para falar sobre esse assunto, eu vou conversar agora com o Álvaro Machado Dias,
00:19que é um dos notáveis do nosso canal.
00:21Boa tarde para você, Álvaro. Seja bem-vindo.
00:23Obrigado, Marcelo.
00:24Primeira pergunta para você, que tipo de fator que você acha que é importantíssimo
00:27na hora de tomar decisões e que os executivos normalmente não seguem ou esquecem?
00:32Eu acho que o ponto mais importante é a gente lembrar que a tomada de decisão,
00:37ela só tem sentido quando a gente efetivamente vai realizar em ato aquilo que foi deliberado.
00:44Muitas vezes as pessoas investem uma energia tremenda para chegar numa opção.
00:51Falar essa é a melhor opção, mas todo o processo de tornar essa opção realidade,
00:57é esquecido.
00:59E aí a gente vê vários especialistas em escolher e poucos especialistas em realizar.
01:05Então, para mim, o ponto mais importante é lembrar que tomar decisões é um processo
01:09em duas etapas.
01:11Numa em que a gente reduz um conjunto de opções conhecidas ou desconhecidas a uma só
01:16e outro processo no qual a gente cria um plano e realiza em ato aquilo que foi deliberado.
01:22Foi interessante isso que você falou de gastar energia, porque eu pessoalmente sinto que
01:27eu gasto tanta energia para tomar decisões simples, às vezes, por exemplo, escolher um
01:31destino de férias, escolher o que fazer no fim de semana ou até decisões um pouco mais
01:35complexas como troca ou não de apartamento.
01:39Quando você leva isso para uma escala corporativa ali, isso gasta uma energia cerebral imensa,
01:45né?
01:46Sim.
01:47Inclusive, esse ponto é muito bacana que você trouxe, porque ele pode levar a gente
01:52a pensar o campo das tomadas de decisão como um campo filosófico, de filosofia de vida
01:57mesmo.
01:57E aí, filosofia corporativa.
02:00Por exemplo, a gente pode imaginar que a nossa vida é um grande desenrolar linear e que as
02:05coisas vão acontecendo uma atrás da outra.
02:08Ou a gente pode pensar que a nossa vida está amarrada pelas decisões mais importantes.
02:13E o que a gente faz, basicamente, é saltar entre elas.
02:16Quando a gente pensa dessa segunda maneira, que eu acho a melhor, a gente começa a entender
02:21que vale muito a pena priorizar energeticamente as decisões mais importantes.
02:26Isso significa, muitas vezes, a gente abrir mão de querer maximizar decisões pequenas.
02:31Então, por exemplo, se alguém me pergunta, mas você prefere ir nesse restaurante ou naquele?
02:34Tem um monte de gente decidindo, decidam, eu não faço questão de escolher.
02:39Mas aí eu não gosto quando um amigo faz isso também, sempre eu decido, porque eu também
02:42quero a comodidade de não ter que pensar nisso.
02:45É perfeito, exato.
02:46O problema é quando está todo mundo incorporando essa filosofia decisória e ninguém quer gastar
02:51energia.
02:51Aí eu acho que tem uma solução que é a decisão semi-aleatória.
02:57Você escolhe qualquer coisa e está tudo bem.
02:58O que não pode é se arrepender depois, é ficar amargurado, amargurada.
03:03É, se martirizando, porque esse restaurante não foi tão bom.
03:07Tem que relaxar e entender que decisões que a gente não está otimizando tendem a ter
03:11resultados subótimos, como dizem os economistas.
03:16Agora, o ponto central é que a gente, na hora do vamos ver, precisamos focar as decisões
03:22importantes, botar toda a energia nelas e chegar em cenários que façam sentido para
03:26a gente fazer essa redução e escolha e aí realizar em ato aquilo que foi decidido.
03:31Isso é interessantíssimo.
03:32E cada escolha que a gente faz implica perdas, né?
03:35Você escolhe uma coisa e perde 10 às vezes, né?
03:37Por isso que eu acho que dói um pouco no cérebro.
03:40Mas vamos falar aqui um pouco sobre essa pauta interessantíssima que você está trazendo
03:43para a gente, de usar inteligência artificial para ajudar nesse processo.
03:47Como é que hoje você pode fazer isso?
03:49É o seguinte, a gente, antes de entrar nessa fase generativa da inteligência artificial,
03:55que aqui no Times Brasil a gente vem cobrindo como em nenhum outro lugar, sejamos francos,
03:58essa grande realidade, a gente vem de uma fase decisória dos algoritmos.
04:05E o que quer dizer isso?
04:07Algoritmos especializados em fazer orientações decisórias, ou seja, servir de apoio em situações
04:15de incerteza.
04:17Quer dizer, risco desconhecido.
04:19O exemplo clássico é o risco de alguém se tornar inadimplente, aí os scores de banco,
04:25como eles funcionam, etc e tal.
04:27Pois bem, essa mesma metodologia, ela pode ser aplicada hoje em dia, que a gente tem um
04:33desenvolvimento muito grande de simuladores para a gente criar cenários futuros, possíveis,
04:40menos possíveis, muito improváveis e assim por diante.
04:44Por exemplo, na meteorologia isso está sendo feito de maneira cada vez mais consistente,
04:49usando supercomputadores, usando algoritmos novos e as empresas estão começando a aplicar
04:56esses princípios.
04:57Em outras palavras, eu quero saber o que vai acontecer daqui a dois anos neste meu mercado
05:03e em particular eu quero avaliar se essa minha iniciativa, que vai custar muito e pode
05:08dar muito certo como pode dar muito errado, ela é mais positiva do ponto de vista dessa
05:14incerteza?
05:14Ela está mais para o ladinho bom ou mais para o ladinho ruim das coisas?
05:17Hoje em dia a gente pode modelar essas hipóteses com algoritmos que vão juntar muito mais
05:23informações do que a gente tem capacidade de processar mentalmente e a partir disso fazer
05:28o processo necessário de análise crítica e decisão intelectual, decisão humana, mas
05:35não fazendo uma decisão baseada só em axômetro, mas sim em evidências.
05:39Você tem um inventário dos erros mais comuns dos executivos na hora de tomar a decisão?
05:43Eu creio que sim, eu acho que o erro, há uma discussão grande, há divergências teóricas,
05:50mas eu acho que o erro mais comum de todos, aquele erro que quase todo mundo faz, é ignorar
06:00que muitas vezes a gente tende a uma opção, um modelo de opções em função de características
06:08psicológicas nossas e depois a gente justifica.
06:12Então, por exemplo, na década de 70 foi demonstrado que as pessoas conforme elas vão ganhando
06:19mais, elas vão se tornando mais conservadoras, elas vão se tornando mais avessas a risco.
06:24E quando elas vão perdendo mais, elas vão tendo um aumento no seu apetite a risco.
06:30Então, por exemplo, essa é a teoria prospectiva do Daniel Kahneman e Amos Tversky, que aliás
06:36deu o prêmio Nobel de Economia para o Daniel Kahneman em 2002.
06:39O que acontece é que empresas, quando começam a entrar numa bancarrota, elas tendem a arriscar
06:45muito mais, muito mais do que o bom senso recomendaria em função do aumento do apetite
06:52ao risco de base psicológica, porque perder dói.
06:55Então a pessoa quer reverter a perda.
06:56É o problema, por exemplo, em apostas e assim por diante.
06:59É na tentativa de reverter a perda que ela se torna monstruosa.
07:03Do outro lado, as coisas vão ficando bem, a pessoa vai, a empresa vai falando, ah, legal,
07:08estamos aqui numa boa rota e aí as oportunidades vão sendo deixadas de lado porque a aversão
07:14ao risco vai aumentando.
07:16Ou seja, tanto do ponto de vista individual quanto do ponto de vista corporativo, essas
07:22potências psicológicas impactam a maximização da utilidade.
07:28Parece bobo, mas não é.
07:29Tem uma hora certa do dia para tomar melhores decisões?
07:32Zero bobo.
07:33O que acontece é o seguinte, a gente age muito motivados pelos estados psicológicos.
07:40E esses estados têm, muitas vezes, bases fisiológicas.
07:44Então tem estudos clássicos mostrando que, por exemplo, juízes tomam decisões e atribuem
07:51penas mais severas próximo do horário do almoço.
07:54Antes do almoço, porque estão com fome.
07:56A fome gera maior liberação de cortisol.
07:59O cortisol é um hormônio ligado ao estresse.
08:01O estresse faz com que a reatividade seja maior e, consequentemente, a reação do juiz
08:05ali se materializa numa pena mais alta.
08:09Isso é muito comum, tá?
08:10E negação de progressão de regime e assim por diante.
08:13Então não toma decisão de barriga vazia porque pode ser que você seja severo demais ali.
08:18Eu acho que esse é um ponto.
08:19Mas eu acho que o ponto mais importante é pensar.
08:21Ao longo do dia, a nossa fisiologia e o nosso humor varia.
08:27E se a gente quer tomar uma boa decisão, a gente não pode estar também muito influenciados
08:31pelo oba-oba.
08:32Nossa, estou num momento legal demais.
08:33É agora que eu vou escolher, eventualmente é agora que eu vou me dar mal assumindo um
08:39futuro mais otimista do que ele é.
08:40Porque é muito mais comum do que a gente decidir de maneira pessimista e a gente decidir
08:45naquilo que os americanos chamam de wishful thinking, né?
08:48Do desejo de que as coisas sejam de determinada forma.
08:51Portanto, é muito legal a gente encontrar esses espaços de equilíbrio, de placidez,
08:56pra aí sim pensar os problemas importantes.
08:58Essa hora do dia varia de pessoa pra pessoa?
09:01Sem dúvida, varia.
09:02No meu caso, por exemplo, que hora que você toma decisões melhores?
09:05No meu caso, eu tendo a tomar decisões melhores de manhã.
09:10Mas é uma coisa muito particular, tá?
09:13Por exemplo, por que que pra mim amanhã é um bom horário?
09:16Porque eu tendo a acordar e dar um tempinho, fazer uma...
09:20Já uma espécie de descompressão prévia do estresse que vem na sequência.
09:24Então eu dou uma meditada, assim, eu tenho uma meia horinha de relaxamento.
09:27E aí depois disso eu me sinto bem centrado.
09:30E aí eu tô num bom momento pra decidir coisas importantes, inclusive as mais dolorosas.
09:34No final da tarde, eu sinto que acontece o oposto.
09:38Eu tô, assim, com muita informação na mente, meio disperso e, às vezes, tomado por uma ansiedade, uma coisa de...
09:47Nossa, tem mais 30 coisas pra fazer.
09:49E aí, consequentemente, posso fazer análises mais precipitadas, mal elaboradas das coisas, o que leva a decisões ruins.
09:56Agora tem também aquele dilema entre razão e emoção, né?
09:59Obviamente você tem que usar a razão pra tomar decisões bem embasadas,
10:02mas quando você pensa demais em alguma coisa ali também, seu pensamento pode ficar um pouco viciado.
10:07E tem a questão grande, enorme, que é a intuição também, que talvez não tá contemplada na razão ali, né?
10:12Muito bom ponto.
10:14De fato, eu concordo com você.
10:15A gente pode dizer que a razão é o processo de tratar a informação, ela por si só, tal como um computador a trataria.
10:24A emoção é o processo de ser impactado por essa informação.
10:29E a intuição é o reconhecimento dos padrões que estão no mundo, das coisas que a gente já viveu num nível que nem as palavras acompanham.
10:40Ou seja, a gente já conheceu tanta coisa nessa vida que, às vezes, uma experiência nos dá uma orientação sem que a gente sequer lembre dessa experiência.
10:51É esse padrão que forma a intuição decisória.
10:54Na minha visão, é a combinação da razão, do processo analítico, com a capacidade de se deixar impactado.
11:01Às vezes faz todo sentido na prática racional, mas internamente não tá legal esse negócio.
11:07Emocionalmente não tá bom.
11:09E a intuição como capacidade de falar, tá bom, mas na minha vida o que eu já vi parecido com isso?
11:13Como eu consigo trazer as vivências todas de uma forma única e concentrada que vai levar ao melhor processo decisório?
11:23Uma boa decisão tomada aqui no canal foi ter você como colunista, porque é sempre muito interessante, viu, Álvaro?
11:28Que felicidade! Obrigado!
11:29Até a próxima!
11:30Até lá!
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado