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Nesta segunda-feira (09), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, conduz os interrogatórios de oito réus acusados de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado. O primeiro a depor foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que declarou à Corte que o ex-presidente participou de algumas das reuniões.

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00:00:00desses depoimentos, porque principalmente, e os dois últimos nós vamos deixar,
00:00:07mas porque a necessidade de ser ouvido, primeiro dia 28, depois dia 11, novamente,
00:00:15e depois no dia 19 e no dia 5. Na verdade é quatro aqui, eu falei cinco, mas são quatro depoimentos.
00:00:23Já aqui nós sabemos, o colaborador, quando assina a colaboração, ele não pode selecionar,
00:00:32ser seletivo nas informações, ele deve dizer tudo o que sabe.
00:00:36Então gostaria que o senhor explicasse o porquê da necessidade desses quatro depoimentos,
00:00:41sobre o mesmo fato.
00:00:42Sim, senhor. Esses outros depoimentos foram a partir da convocação da Polícia Federal,
00:00:47e na maioria deles, porque nos três primeiros depoimentos, nos três primeiros dias de depoimento
00:00:51que o senhor comentou, foram feitos a grande base das declarações.
00:00:55Depois disso, a Polícia Federal nos convocava para identificar uma pessoa,
00:01:01identificar um fato, identificar um local, ou ratificar ou retificar algumas informações
00:01:07que eles tinham adquirido no processo da investigação, nunca para trazer fatos novos
00:01:15ou coisas que eu não tinha dito, e sim para colaborar mais com o que a Polícia Federal
00:01:20tinha já levantado.
00:01:23Então era um reconhecimento de uma pessoa, ou um fato para dizer se eu sabia ou não
00:01:27daquele fato, ou um local que eles estavam para dizer se aquele fato aconteceu exatamente
00:01:32naquele local.
00:01:33Então foi mais para confirmar, e tudo a pedido da Polícia Federal.
00:01:37Ainda em relação, não ao mérito dos depoimentos, mas em relação a essa sequência de depoimentos,
00:01:51no dia 22 de março de 2024, o senhor foi convocado para mais uma audiência aqui no Supremo Tribunal
00:02:00Federal, perante o meu juiz instrutor na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal,
00:02:05após matéria jornalística da revista Veja, onde o senhor teria dito em áudios que teria sido
00:02:14pressionado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal a dizer fatos que não seriam
00:02:22verídicos, teria sido pressionado na sua colaboração premiada.
00:02:27O senhor se recorda dessa entrevista?
00:02:30Perdão, dessa entrevista não, desses áudios vazados?
00:02:34Sim, senhor, foi um vazamento de áudios que foram feitos sem consentimento, sem a minha
00:02:38permissão, tinha um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos
00:02:43passando, onde mensagens de áudios da minha filha sendo vazadas para a imprensa, matérias,
00:02:52fotos pessoais vazadas na imprensa, eu vendo minha carreira militar desabando, minha vida financeira
00:02:57acabada. Então, o que gerou uma crise pessoal, psicológica, muito grande. E que aí nos leva a
00:03:06certo desabafo com amigos, com pessoas próximas, nada de maneira oficial, nada de maneira acusatória.
00:03:15Nesses áudios, realmente, eu critico os generais, critico os políticos, critico, digamos assim,
00:03:21de maneira bem, saiu atirando para tudo quanto é lado. Uma maneira de desabafar aquele momento
00:03:25ruim que a família estava passando. Inclusive, a minha promoção, naquele momento, se eu ia
00:03:30ser promovido ou não, então aquilo estava me fazendo, me corroendo, me fazendo muito
00:03:34mal. Então, foi mais um desabafo para um amigo, ou não sei como é que esses áudios
00:03:41vieram a parar na mão da Veja. Com relação aos investigadores da Polícia Federal, em nenhum
00:03:47momento houve pressão, o que houve era, eles tinham uma linha investigativa e eu tinha
00:03:52outra visão do que aconteceu dos fatos. Então, houve esse jogo de depoimentos e respostas
00:04:00e perguntas. E, realmente, um pouco da frustração de a minha linha, o que eu estava contando,
00:04:07não está dentro da linha investigatória da Polícia Federal.
00:04:11Mas, em algum momento, o senhor foi pressionado, coagido? Antes, em algum momento o senhor estava
00:04:19sem a presença dos seus advogados?
00:04:21Não, senhor. Todas as vezes eu estava com meus advogados.
00:04:25Em algum momento o senhor foi pressionado, coagido, a responder algo que não queria?
00:04:30Não, senhor.
00:04:31O senhor confirma, como confirmou nessa audiência do dia 22 de março, aqui de 2024, no Supremo
00:04:40Tribunal Federal, o senhor confirma, novamente, a voluntariedade da sua colaboração e a veracidade
00:04:47dos termos feitos em todos os depoimentos.
00:04:50Ainda em relação à questão dos depoimentos, em virtude de eventuais omissões e contradições
00:05:09em seus depoimentos, no dia 19 de novembro, a Polícia Federal fez um relato, o ministro
00:05:18relator fez um relato a mim, apontando eventuais omissões, contradições e imputações seletivas.
00:05:30Especialmente, depois nós vamos chegar lá, nas perguntas específicas, especialmente em
00:05:36relação à Operação Copa 2022 e a Operação Punhal Verde Amarelo.
00:05:42E, apontando essas contradições, a Polícia Federal representou e a Procuradoria-Geral da
00:05:51República também aderiu, com o seu parecer, pela prisão preventiva do senhor.
00:05:58Eu, no próprio dia 19, convoquei uma audiência, nesse Supremo Tribunal Federal, para o dia
00:06:0521 de novembro, sob a minha presidência.
00:06:07O senhor se recorda?
00:06:08Sim, senhor.
00:06:10Nessa audiência, o senhor também estava acompanhado por seus advogados.
00:06:13Sim, senhor.
00:06:14E, como de resto, em todas as demais depoimentos na Polícia Federal e em audiências aqui no
00:06:22Supremo Tribunal Federal, o senhor se lembra de ter reiterado a voluntariedade de sua colaboração
00:06:29premiada.
00:06:29Sim, senhor.
00:06:30O senhor, naquele momento, também se recorda de ter dito, de ter retificado algumas declarações
00:06:42anteriores.
00:06:43Sim, senhor.
00:06:45E o senhor aponta a veracidade dessas declarações feitas na audiência, que depois nós vamos
00:06:51rever.
00:06:52Sim, senhor.
00:06:52Nesse momento, no dia 21 de novembro, do dia 19 de novembro até o dia 21 de novembro,
00:07:02em algum momento, seja na Polícia Federal, seja aqui no Supremo Tribunal Federal, o senhor
00:07:08ou seus advogados presentes sofreram alguma coação que pudesse restringir a voluntariedade
00:07:14dos seus depoimentos?
00:07:15Não, senhor.
00:07:15Então, vamos agora, coronel Cid, iniciar algumas questões, esclarecer judicialmente agora,
00:07:30na presença das partes do Ministério Público, do Procurador-Geral da República e dos advogados
00:07:36dos demais réus, algumas questões dos depoimentos.
00:07:40O senhor confirma a integralidade, eu repito, de todos os depoimentos, tanto na Polícia
00:07:47Federal quanto no Supremo Tribunal Federal.
00:07:49Sim, senhor.
00:07:50No depoimento na Polícia Federal, do dia 8 de agosto de 2023, o primeiro, a leva de primeiros
00:08:02depoimentos, 28 de agosto, perdão.
00:08:16Então, nesse primeiro depoimento do dia 28 de agosto, aqui o depoimento 3576708, o senhor
00:08:25aponta que o assunto, o tema, golpe de Estado, quebra da normalidade, decretação do Estado
00:08:33de exceção, Estado de sítio, a ideia da quebra da normalidade democrática, era discutida
00:08:41no governo.
00:08:41O senhor aponta ainda a existência de três grupos distintos que discutiam esse assunto.
00:08:49um, e aqui, entre aspas, na nomenclatura do senhor, um bem conservador, de linha bem
00:08:57política, que aconselhava o então presidente, Jair Bolsonaro, a dizer para o povo, abre
00:09:04aspas, entre aspas também, para o povo sair da frente dos quartéis.
00:09:08Outro grupo, denominado pelo senhor de moderado, em que pese, disse o senhor no depoimento,
00:09:18entendesse, entre aspas, que o caminho que o Brasil estava indo estava errado, dizia que
00:09:24nada poderia ser feito diante do resultado das eleições.
00:09:29E um terceiro grupo, que também fora denominado pelo senhor de radical, esse estava tentando,
00:09:37abre aspas, entre aspas, estava tentando convencer o então presidente a fazer alguma coisa, um
00:09:44golpe.
00:09:45O senhor, assim, divide essas discussões que ocorriam no âmbito do governo e do palácio,
00:09:52nesses três grupos.
00:09:55E ainda diz que no grupo radical havia os menos radicais, que queriam achar, entre aspas,
00:10:03uma fraude nas urnas, e os radicais, que eram a favor de um braço armado, que gostariam,
00:10:13que estavam incentivando um golpe de Estado, que queriam que o presidente assinasse o decreto,
00:10:20que acredita que esperavam o presidente dar uma ordem, entre aspas, que acreditava esse
00:10:29grupo, que quando o presidente desse a ordem, ele teria o apoio do povo e dos CACs, e que
00:10:35esse mesmo grupo dos radicais, se sobre o grupo radical radical, romantizavam o artigo 142 da
00:10:45Constituição Federal como fundamento para o golpe de Estado, fecha aspas.
00:10:50O senhor confirma isso?
00:10:51Eu gostaria que o senhor explicasse essas discussões entre esses três grupos.
00:10:55Sim, senhor.
00:10:56Ministro, confirma todas as declarações, mas esses grupos não eram organizados, eram
00:11:00pessoas individualmente, cada um com a sua ideia, que se aproximavam do presidente em
00:11:05momentos distintos, e cada um levando a sua ideia para ele.
00:11:09Então era basicamente assim.
00:11:10Mas não existia uma organização e nem existiam reuniões que esses grupos se reuniam para
00:11:15debater.
00:11:16Essa foi uma classificação do senhor, porque convivia diariamente lá.
00:11:21Para facilitar até o depoimento.
00:11:24Mas esses grupos não eram organizados, não eram grupos de pessoas que iam juntos para
00:11:28falar com o presidente.
00:11:29Era individualmente, as pessoas iam lá, davam suas ideias, muitas vezes iam um, duas, três
00:11:33vezes, depois não apareciam mais.
00:11:35E esses grupos exatamente falavam isso que o senhor narrou?
00:11:42Sim, senhor.
00:11:42Tinham dos mais conservadores as mais radicais.
00:11:48O senhor também, nesse depoimento, antes disso, aqui entre os Correios, o senhor identifica
00:11:55alguém que na sua classificação estava nesses grupos?
00:11:58Se o senhor quiser, para facilitar, eu leio os Correios.
00:12:05Correio Alexandre Ramagem.
00:12:07Não, senhor.
00:12:08Almir Garnier.
00:12:09Esse eu classifiquei no grupo dos mais radicais.
00:12:12Radical e naquela divisão, radical, radical.
00:12:16Sim, senhor.
00:12:17Anderson Gustavo Torres.
00:12:19Eu acho que nem entrou, se eu não estou enganado, acho que não entrou nessa divisão.
00:12:23Augusto Heleno Ribeiro Pereira.
00:12:24Também eu acho que não entrou na divisão.
00:12:26Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
00:12:29Se eu não me engano, ele estava nos moderados.
00:12:32Walter Souza Braganeto.
00:12:34Ele também, eu acho que nesse momento, ele estava nos moderados.
00:12:38Obviamente, para que conste, não citei o nome do réu Jair Messias Bolsonaro, porque
00:12:42esses grupos pretendiam influenciar o réu Jair Messias Bolsonaro.
00:12:46Obviamente, ele não fazia parte de nenhum desses grupos.
00:12:50Em relação ao correu Paulo Sérgio, o senhor diz que Jair Messias Bolsonaro queria uma atuação
00:13:01mais contundente do general Paulo Sérgio, em relação à comissão de transparência
00:13:06das eleições montada pelo Ministério da Defesa.
00:13:10Que Jair Bolsonaro queria que o documento produzido fosse duro.
00:13:14O senhor confirma isso?
00:13:15Sim, senhor.
00:13:15O senhor tem conhecimento que, se após, e também consta aqui nos autos, o senhor
00:13:27tem conhecimento que, após a realização das eleições, na verdade, o primeiro turno
00:13:33e depois o segundo turno, o hoje réu, então o ministro da Defesa Paulo Sérgio, já estava
00:13:40com uma, com uma, não uma nota, com a conclusão feita, com o relatório da comissão feita e
00:13:50com reunião marcada para entrega no Tribunal Superior Eleitoral e depois desmarcou essa reunião
00:13:57porque foi pressionada pelo, então, presidente Jair Messias Bolsonaro?
00:14:02Sim, senhor.
00:14:04O senhor sabe como foi essa pressão?
00:14:08Ministro, efetivamente, eu não sei se foi por ligação, se foi por conversa particular,
00:14:12mas essa pressão realmente existia.
00:14:14O general Paulo Sérgio, ele tinha uma conclusão desse documento, né, voltada por um lado mais técnico
00:14:21e se tinha a tendência de fazer algo voltado um pouco mais político, né, e acabou que no final
00:14:27chegou-se ao meio termo, que foi o documento que foi produzido e assinado.
00:14:38O senhor ainda, em relação a essa questão, que na verdade consta não só no seu depoimento
00:14:45do dia 28 de 2023, mas também no seu depoimento aqui no Supremo Tribunal Federal
00:14:51no dia 21 de novembro de 2024.
00:14:56O senhor tem conhecimento que depois do relatório apresentado e da nota que o Tribunal Superior
00:15:02Eleitoral emitiu, dizendo que havia recebido o relatório do Ministério da Defesa, que tinha
00:15:11atestado a lisura das eleições e a regularidade das urnas, o senhor tem conhecimento se o Correio
00:15:19Paulo Sérgio sofreu pressões para soltar uma segunda nota?
00:15:23Não me recordo, ministro.
00:15:25Essa segunda nota eu não me recordo.
00:15:28Eu creio que depois que saiu a primeira, eu acho que depois que foi entregue a versão
00:15:31oficial final, eu acho que não teve uma pressão para sair a segunda, não, não me recordo.
00:15:36Aqui, vamos agora, a partir de meados de novembro de 2022, o senhor aponta que várias reuniões
00:16:00ocorreram para tratar exatamente dessa questão de como reverter o resultado das eleições.
00:16:07E que uma dessas pessoas que tratava desse assunto era um ex-assessor internacional do
00:16:14ex-presidente, o ex-assessor Felipe Martins, que vinha acompanhado de um jurista.
00:16:23E diz o senhor que foram mais de dois encontros dessas pessoas com o ex-presidente Jair Bolsonaro
00:16:28e, juntamente com esse jurista, eles apresentaram um documento ao presidente Jair Bolsonaro no
00:16:36Palácio do Alvorada.
00:16:37O senhor se recorda, eu gostaria que o senhor explicasse como foi essa apresentação e do
00:16:42que se tratava o documento.
00:16:43Sim, senhor.
00:16:44Então, em termos de data, não me lembro bem como foi, mas me parece que foi umas duas,
00:16:50no máximo três reuniões, talvez duas, em que foi levado esse documento ao presidente.
00:16:55O documento consistia de duas partes.
00:16:58A primeira parte eram os considerandos, eram 10, 11, 12 páginas, muito, muito robusto.
00:17:05Nesses considerandos, eles listavam, basicamente, as possíveis interferências, intervenções
00:17:11do STF e do TSE no governo Bolsonaro e nas próprias eleições.
00:17:16E, no segundo, a parte entrava numa área mais jurídica, de estado de defesa, estado
00:17:23de sítio, prisão de autoridades e decretação de um conselho eleitoral, alguma coisa assim
00:17:31para refazer as eleições ou algo parecido.
00:17:35Esse documento, o senhor disse que previa a decretação de prisão de determinadas autoridades.
00:17:40Quais seriam as oportunidades?
00:17:43Ministro, basicamente, vários ministros do STF, o presidente do Senado, acho que o presidente
00:17:50da Câmara não, mas eram de várias autoridades, assim, tanto do STF como do Legislativo.
00:17:58Também previa, o senhor disse, uma comissão eleitoral.
00:18:04Sim, senhor.
00:18:05Essa comissão eleitoral iria... qual seria a função dessa comissão eleitoral?
00:18:09Eu não me ative muito nos detalhes do documento, mas seria conduzir uma nova eleição, baseado
00:18:16numa eleição anulada, algo assim.
00:18:19Então, seria para conduzir uma nova eleição após a eleição já realizada.
00:18:24Sim, senhor.
00:18:25O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu e leu esse documento?
00:18:29Sim, senhor.
00:18:30Recebeu e leu.
00:18:31Ele fez algumas alterações no documento?
00:18:35Sim, senhor.
00:18:36Ele, de certa forma, enxugou o documento.
00:18:38Ele enxugou o documento, basicamente retirando as autoridades das prisões.
00:18:46Somente o senhor ficaria como preso.
00:18:50O resto...
00:18:51O resto foi conselhido no habeas corpus.
00:18:57O senhor teve ciência ainda do documento quando o Felipe Martins apresentou ao colaborador?
00:19:09O documento...
00:19:10Ele apresentou o documento impresso e de forma digital para que fossem feitas as alterações?
00:19:15Eu não estava na sala no momento que foram feitas as alterações.
00:19:18Depois, quando ele saiu, ele sentou do meu lado ali, que é ali que eu tive que eu vi o documento.
00:19:22Ele quem, perdão?
00:19:23O Felipe Martins.
00:19:24Que aí você estava com as correções, ele estava com o computador para fazer essas alterações solicitadas pelo presidente.
00:19:32Então, o senhor teve acesso...
00:19:34Sim, senhor.
00:19:34Eu vi.
00:19:35Eu vi o documento.
00:19:35E o presidente, hoje, réu Jair Messias Bolsonaro, também teve.
00:19:39Sim, senhor.
00:19:40E Felipe Martins, que levou esse documento.
00:19:43O senhor se recorda o nome do advogado, entre aspas, jurista, que acompanhou?
00:19:49Então, o ar de cabeça eu não me lembro, mas, inclusive, foi um dos motivos que eu retornei à Polícia Federal
00:19:55para identificar quando eles trouxeram, se eu reconhecia ele, mas que é um nome... não sei.
00:20:01Não estou recordando.
00:20:03Após essas alterações feitas pelo...
00:20:09Ou nos termos que o senhor disse, esse enxugamento que o então presidente Jair Messias Bolsonaro fez
00:20:18nesse decreto, nessa minuta de decreto, houve uma nova reunião.
00:20:23O senhor disse...
00:20:23Sim, senhor.
00:20:24Sim, senhor.
00:20:24Ele voltou mais uma vez lá para conversar com o presidente.
00:20:27E nessa reunião é que ficou acertado que seriam chamados os comandantes das forças
00:20:34para ter em ciência deste documento.
00:20:36Sim, senhor.
00:20:37E só que quando os comandantes vieram, a apresentação que foi feita inicialmente
00:20:42foi só da parte dos considerandos, que foi a parte que eu presenciei,
00:20:47porque eu que operava o computador.
00:20:48Então, foi projetado na tela com a participação do Felipe Martins nessa reunião.
00:20:54Então, foi só a primeira parte que foi apresentada, me parece, nesse dia.
00:20:57A outra parte, com os artigos do tal decreto, do estado de ciência de defesa,
00:21:03ou ele não foi apresentado nesse dia, ou nós não estávamos presentes no momento.
00:21:08Então, mas nessa reunião, quem estava presente?
00:21:11Nessa reunião, onde foi os considerandos, estavam os três comandantes de força,
00:21:16se eu não me engano.
00:21:18O Felipe Martins estava presente também, e eu estava ali operando o computador,
00:21:23projetando na tela.
00:21:26Houve a projeção na tela dessa minuta do decreto dos considerandos.
00:21:29Só dos considerandos.
00:21:31E o então presidente Jair M. Sias Bolsonaro, presente também.
00:21:35Sim, senhor.
00:21:35Onde foi essa reunião?
00:21:36Foi na biblioteca do Palácio do Alvorada.
00:21:42Na sequência, na sequência houve, aqui segundo o depoimento do senhor,
00:21:51houve a reunião do dia 7.
00:21:53A reunião do dia 7 de dezembro, em que participaram os generais,
00:22:02ou foi essa no dia 7?
00:22:04Eu acho que teve mais uma.
00:22:06Eu acho que teve mais uma depois.
00:22:08Porque houveram várias reuniões, houve várias reuniões do presidente com os comandantes de força.
00:22:13Às vezes só com um, às vezes só com o outro.
00:22:15Mas com os três juntos, acho que foram umas duas, três que ocorreram.
00:22:19Nessa reunião do dia 7, o senhor também participou, também operando o computador?
00:22:24Não, senhor.
00:22:25Nessa não?
00:22:26Não, senhor.
00:22:26Eu só operava, só entrava nas reuniões,
00:22:29quando tinha que apresentar alguma coisa, levar algum recado,
00:22:31ou projetar alguma coisa na tela.
00:22:33Quando não havia projeção, ainda mais com os comandantes de força, eu ficava fora.
00:22:38Nessa reunião do dia 7, o senhor, depois da reunião que houve com os comandantes e o presidente Jair Bolsonaro,
00:22:56o senhor, logo após conversar com o general Freire Gomes, então comandante do Exército?
00:23:00Sim, senhor. Praticamente, eu chegava muito cedo no Alvorado e saía muito tarde,
00:23:0610 e meia, 11 horas, praticamente todo dia.
00:23:07Principalmente nesse período, que foi um período muito conturbado,
00:23:10até pelo problema de saúde do presidente.
00:23:12E o general Freire Gomes, ele estava muito preocupado de se tomar alguma atitude,
00:23:18sem ser ele consultado ou, de alguma forma, poder intervir.
00:23:22Então, várias vezes ele pedia, quando eu saísse do Alvorado, para ir conversar com ele.
00:23:26Ou, se ele tinha alguma informação, ele me ligava, falaram que fulano foi aí.
00:23:31Então, eu saía, como eu morava próximo dele, eu passava na casa dele, às vezes 11 e meia, meia-noite,
00:23:37para conversar com ele sobre o que estava acontecendo nesse período no Palácio do Planalto, no Palácio do Alvorado.
00:23:44O senhor aqui diz que o general Freire Gomes relatou ao senhor o conteúdo do que conversava,
00:23:54que o ex-presidente apresentou o documento aos generais,
00:23:57com o intuito de entender a reação dos comandantes das forças em relação ao seu conteúdo.
00:24:03Qual foi a reação que o general Freire Gomes narrou ao senhor,
00:24:08e o senhor narrou à Polícia Federal, em relação ao almirante Garnier?
00:24:13É que o general Freire Gomes tinha ficado muito chateado,
00:24:16porque o almirante tinha colocado as tropas, a marinha à disposição do presidente,
00:24:22mas que ele só poderia fazer alguma coisa com o apoio do exército.
00:24:26Então, o general Freire Gomes ficou muito chateado de ter transferido a responsabilidade para ele,
00:24:31nesse sentido.
00:24:33O réu Almir Garnier, então comandante da marinha,
00:24:38tinha colocado as forças, as tropas da marinha à disposição do então presidente,
00:24:43para o quê?
00:24:45Para que se fosse assinado o decreto,
00:24:47esse decreto que estava sendo apresentado,
00:24:49para tomar as iniciativas ou o que previa naquele decreto.
00:24:53Ressalto que o decreto, ele era um decreto, ele não dizia,
00:24:58ele dizia só o quê, ele não dizia como ia ser feito.
00:25:01Era um decreto amplo e genérico,
00:25:04ele não tinha detalhamento de ordens nem ações.
00:25:06O general Freire Gomes narrou ao senhor também qual foi a conduta do Brigadeiro Batista Júnior.
00:25:19Ele comentou que o Brigadeiro Batista Júnior,
00:25:22ele já cortava qualquer tipo de conversa nesse sentido.
00:25:25Ele já não queria conversar, ele já não...
00:25:28De certa forma, ele não queria nem ouvir nenhuma opinião, nem nada.
00:25:33Ele já cortava de vez.
00:25:36Alguém mais participou dessa reunião no dia 7?
00:25:41Não, senhor.
00:25:43Não, senhor.
00:25:43Só os três comandantes de força mesmo.
00:25:47Nessas reuniões, o então ministro da Justiça,
00:25:51o de réu Anderson Gustavo Torres,
00:25:52participou de alguma dando assessoramento jurídico?
00:25:55Não, senhor.
00:25:56Eu lembro do ministro Anderson Torres uma vez só na Alvorada,
00:25:58nesse período de oito semanas pós-eleitoral.
00:26:01Ele quase não foi lá.
00:26:03Foi uma vez ou duas no máximo.
00:26:05Mas não para tratar desse assunto?
00:26:06Não, não para reunião.
00:26:13O senhor também aqui afirma que o ex-presidente teve várias reuniões com os generais,
00:26:20que o ex-presidente Jair Bolsonaro não queria que o pessoal saísse das ruas.
00:26:25Esse pessoal seriam as pessoas em frente aos quartéis do Exército.
00:26:29Sim, senhor.
00:26:30Os manifestantes.
00:26:31Os manifestantes.
00:26:32E também é que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha certeza que encontraria uma fraude nas urnas eletrônicas.
00:26:40E por isso precisava de um clamor popular para reverter a narrativa.
00:26:45Que o ex-presidente estava trabalhando com duas hipóteses.
00:26:48A primeira a ser encontrada uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrada uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um golpe de Estado.
00:26:59O senhor confirma essas declarações?
00:27:00Sim, senhor.
00:27:03Não era algo tão explícito assim.
00:27:06Tanto que eu comentei que foi a minha visão dos fatos do que estava acontecendo.
00:27:11Sempre se teve a ideia que pudesse, até o final do mandato, aparecer uma fraude real nas urnas.
00:27:18Tanto que em todas as minhas mensagens que foram abertas por parte da investigação,
00:27:23todas elas eu falo que não foi encontrado nenhuma fraude, que tudo ficou no campo da estatística e que, de certa forma, não ia acontecer nada.
00:27:31Até porque não tinha apoio dos comandantes militares e não tinha subsídio de ter encontrado uma fraude ou algo que pudesse ser o estopim de algo.
00:27:40Em alguma dessas reuniões, em algum momento após as eleições, até o dia 31 de dezembro,
00:27:48algum comandante, algum ministro, algum assessor apontou alguma fraude real nas urnas eletrônicas?
00:27:57Não, senhor.
00:27:58O que aparecia eram estatísticas.
00:28:00Os dados eram tirados dos próprios sites do TSE, trabalhados em computadores,
00:28:06para tentar achar alguma coisa que pudesse levar a uma fraude.
00:28:09Mas não se conseguiu comprovar nada.
00:28:12Completando aqui uma questão anterior, que o senhor disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro não queria que o pessoal saísse das ruas,
00:28:25quem era o elo de ligação entre os manifestantes que estavam à frente dos quartéis ou do quartel aqui no comando militar do Planalto
00:28:38e o ex-presidente? Quem era o elo? Quem exercia essa função?
00:28:42O presidente, desde que ele perdeu as eleições, ele ficou muito recluso, as agendas oficiais quase não tiveram mais
00:28:48e quem tinha esse contato externo, que todo dia passava pela manhã para atualizar o presidente,
00:28:56o que estava acontecendo era o general Braga Neto.
00:28:58Aqui em relação ao outro depoimento também, no mesmo dia, dia 28 do 8,
00:29:20o depoimento 357-8458, em relação ao denominado Gabinete do Ódio,
00:29:32o senhor afirma o seguinte, indagado sobre ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal,
00:29:41identificados nas investigações, os ataques encaminhados por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro,
00:29:49responde que era o ex-presidente que encaminhava diretamente.
00:29:55Indagado se quem manuseava o celular era o próprio presidente, respondeu que sim.
00:29:59O senhor confirma isso?
00:30:01Sim, senhor. Nas mídias sociais, particularmente o Facebook, que ele operava,
00:30:05e o WhatsApp dele era ele que operava.
00:30:06Também, aqui em relação ao ataque às urnas eletrônicas, à desinformação,
00:30:22o senhor diz nesse depoimento, abre aspas,
00:30:26que sobre os hackers e ataque às urnas, o único hacker que esteve com o ex-presidente
00:30:32foi Walter Delgatti, recentemente condenado pelo Supremo Tribunal Federal,
00:30:38pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal.
00:30:41Então, o senhor diz que sobre os hackers e ataque às urnas,
00:30:44o único hacker que esteve com o ex-presidente foi Walter Delgatti,
00:30:47que no referido encontro, o colaborador chegou depois da chegada de Delgatti
00:30:51no Palácio do Alvorada,
00:30:53que a deputada Carla Zambelli marcou a reunião entre o presidente da República
00:30:58e Delgatti, diretamente com Jair Bolsonaro,
00:31:01que a reunião ocorreu no Palácio do Alvorada.
00:31:04O senhor se recorda disso?
00:31:05Sim, senhor. Foi na hora do café da manhã, se eu não estou enganado.
00:31:08E como foi essa reunião?
00:31:09Na verdade, eu cheguei depois, né?
00:31:12Cheguei que eles chegaram bem cedo, né?
00:31:15E o hacker, né?
00:31:18Ele estava levantando as hipóteses, os detalhes técnicos, eu não sei, né?
00:31:22De como poderia ter sido feita a fraude
00:31:24e como se poderia descobrir essa fraude, né?
00:31:28E aí, no final da reunião, o presidente pediu
00:31:32para o general Paulo Sérgio receber esse hacker com a Carla Zambelli.
00:31:40O presidente ligou para o general, se você recorda?
00:31:43Eu acho, não sei se foi através de mim...
00:31:46Não, não, acho que ele pediu ou o próprio Coronel Câmara,
00:31:49que estava lá, que fez essa interlocução.
00:31:51Agora, quem fez a interlocução, realmente, eu não me lembro.
00:31:53Se foi o próprio presidente e eu ou até o Coronel Câmara.
00:31:58E o presidente, então, pediu,
00:32:02aqui no depoimento, o senhor disse que o Coronel Câmara
00:32:05que teria levado...
00:32:06Isso.
00:32:07...para o ministro da Defesa, o Real Paulo Sérgio,
00:32:10receber o hacker Delgatti
00:32:15para verificar a vulnerabilidade nas urnas eletrônicas.
00:32:19Houve essa reunião no Ministério da Defesa?
00:32:21Você sabe se houve essa reunião?
00:32:22Não, não, houve a reunião, eu só creio que não foi com o general Paulo Sérgio,
00:32:25eu acho que foi com o general que era logo abaixo dele,
00:32:28que estava cuidando dessa parte das urnas, se eu não me engano.
00:32:31E o general Paulo Sérgio, então, o ministro da Defesa,
00:32:37chegou a dar algum retorno dessa reunião, mesmo não tendo participado?
00:32:41Não, senhor, para mim, não.
00:32:43Não foi dado retorno para mim ou através de mim.
00:32:48O senhor, se recorda, se a reunião foi com o Coronel Eduardo Gomes?
00:32:53Não, o Coronel Eduardo Gomes não era do Ministério da Defesa na época, né?
00:33:00Acho que ele trabalhava...
00:33:02Eu não sei dizer, mas eu creio que não.
00:33:03Eu não sei, não sei.
00:33:04Ainda aqui, nesse ataque ao Poder Judiciário,
00:33:18que é narrado na denúncia, na acusação da ação penal e aos seus ministros,
00:33:23O senhor diz, nesse depoimento,
00:33:29sobre uma suposta gravação do ministro Alexandre de Moraes
00:33:32relacionada a Marcos Duval e Daniel Silveira.
00:33:35Respondeu que Daniel Silveira realizou contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro
00:33:40dizendo que o Marcos Duval tinha uma gravação do ministro Alexandre de Moraes,
00:33:45que o ex-presidente recebeu Daniel Silveira
00:33:48e, na conversa, Daniel Silveira disse que não havia gravação,
00:33:51que Daniel Silveira sugeriu que Marcos Duval gravasse usando o apoio da Abin.
00:33:59O senhor se recorda dessa?
00:34:02Eu não participei dessa reunião, né?
00:34:05Eu cheguei até depois, no Alvorado.
00:34:07Depois, isso me foi relatado pelo Coronel Câmara, o que tinha acontecido.
00:34:11Mas as informações foram essas mesmo.
00:34:14Que o senador tinha ido lá dizendo que tinha uma gravação do senhor
00:34:18e que depois não era bem isso que ele poderia tentar fazer a gravação
00:34:23utilizando outros meios, né?
00:34:25Que ele disse que era muito amigo do senhor, alguma coisa assim.
00:34:29O senador Marcos Duval disse que era muito amigo meu
00:34:31e queria usar outros meios para me gravar.
00:34:34Sim, senhor.
00:34:35Outros meios seria Abin?
00:34:37Eu acho que não é bem os meios, não, porque eu não sei quais os meios que eles teriam, né?
00:34:43Mas seria usar algo que houvesse institucionalmente ou conseguisse aí fora.
00:34:49Obrigado.
00:34:51Obrigado.
00:34:52Obrigado.
00:34:53Obrigado.
00:35:23Nós vamos agora à questão, que também é importante, o esclarecimento aqui na ação penal,
00:35:33exatamente das omissões e alteração de inversão que o senhor deu.
00:35:40Em relação à reunião que ocorreu no dia 12 do 11, a Polícia Federal, o senhor se lembra,
00:35:50foi uma reunião que ocorreu na casa do general Braga Neto, no dia 12 do 11,
00:35:57a Polícia Federal apontou eventuais omissões, seus depoimentos, dados no dia, lá atrás, 11 de março de 2024,
00:36:06e no dia 19 do 11 de 2024.
00:36:10E isso a partir, o senhor deve se recordar na nossa audiência, a partir de provas documentais obtidas.
00:36:17Em virtude disso, o senhor foi intimado a comparecer durante o Supremo Tribunal Federal,
00:36:21como já falamos no início, para se manifestar, o senhor já disse que retificou,
00:36:28mas aqui é importante que fique claro quem estava nessa reunião, ou melhor, como foi marcada essa reunião,
00:36:49quem procurou o senhor, como foi essa reunião.
00:36:52Inicialmente, gostaria de explicar, ministro, que nesse momento, até pela minha função de ajudante de ordens,
00:37:01e isso pode ser comprovado pela quantidade de mensagens, de volume de mensagens que foram apreendidas,
00:37:06e tem no meu celular, meu celular era um local de desabafos, de pedidos, de questionamentos, de todo tipo.
00:37:12E, como, da mesma forma, o que acontecia dentro do Palácio do Alvorado,
00:37:18era um reflexo que acontecia em todos os, digamos assim, grupos de WhatsApp e discussões de pessoas,
00:37:24apoiadores do Bolsonaro, alguma coisa assim.
00:37:27E a gente tinha de tudo.
00:37:29Só que a maioria das pessoas que vinham falar com a gente,
00:37:32eram ou muito bravateiros, digamos assim, ou querendo apoiar os acampamentos.
00:37:38E os acampamentos, na frente dos quartéis, eles sempre tiveram um apoio,
00:37:46inicialmente um apoio tácito do Exército,
00:37:48e depois, com aquela nota que foi escrita, um apoio mais formal.
00:37:53Então, os militares se sentiram mais tranquilos,
00:37:55e para estar ali, com os apoiadores na frente dos quartéis.
00:38:04Então, e a minha característica como ajudante de ordens,
00:38:08eu sempre me considerei muito solícito.
00:38:09Eu sempre estava muito pronto a tentar ajudar,
00:38:12alguém que pedisse, ligasse.
00:38:14E essa reunião, ela foi marcada a pedido do Coronel de Oliveira,
00:38:19e do Coronel Ferreira Lima,
00:38:20que queriam conversar com alguém, queriam sugestões,
00:38:24alguma coisa,
00:38:25sobre o que estava acontecendo, as manifestações,
00:38:29até o apoio das Forças Armadas.
00:38:31E eu falei, ó, eu não conheço ninguém,
00:38:34eu não tenho contato,
00:38:35meu mundo é restrito ali,
00:38:37dentro do Palácio da Alvorada, presente na República.
00:38:40Só que a sugestão foi,
00:38:42converse com o General Braga Neto.
00:38:44Ele que faz esse enlace,
00:38:46não que ele seja um elo de ligação,
00:38:48mas ele que tem essa permeabilidade até mais política,
00:38:50para poder conversar com ele.
00:38:52E assim foi marcado.
00:38:54Inicialmente, até a gente ia fazendo Alvorada,
00:38:56porque eles também queriam tirar uma foto com o presidente,
00:38:57tudo,
00:38:58só acabou que não deu,
00:38:59por algum motivo,
00:38:59a gente foi direto para a casa do General Braga Neto.
00:39:02Lá, como eu bem relatei,
00:39:04eu não fiquei,
00:39:05porque o presidente tinha uma agenda mais tarde,
00:39:07até era para o videoconferência,
00:39:08tem até o link na coisa,
00:39:10e eu tinha que voltar até para preparar esse material tudo.
00:39:12Então, eu peguei o início da reunião ali,
00:39:15e logo depois,
00:39:15eu já me ausentei para ir de volta para o Alvorada.
00:39:19Mas o senhor chegou a estar na casa do General Braga Neto?
00:39:29Sim, senhor, eu cheguei lá,
00:39:30eu fiquei lá acho que uns 10, 15 minutos iniciais ali, no máximo.
00:39:33Os participantes desse encontro,
00:39:37além do senhor e do General Braga Neto, quem eram?
00:39:40Era o Coronel de Oliveira e o Coronel Ferreira Lima,
00:39:42o Major de Oliveira na época.
00:39:43Enquanto o senhor lá estava, o que foi tratado?
00:39:50Basicamente, eles estavam insatisfeitos com o rumo do processo eleitoral,
00:39:55insatisfeitos com o rumo que até as Forças Armadas
00:39:58estavam tratando esses assuntos,
00:40:01e foi uma conversa nesse nível,
00:40:05inicialmente nesse nível,
00:40:07o que poderia ser feito,
00:40:08o que deveria ser feito,
00:40:09sempre nessa toada.
00:40:13Mas não teve nada naquele momento que eu estava presente
00:40:16de radicalismo ou de planejamento
00:40:18ou de apresentação formal de alguma ideia ou de alguma ação.
00:40:22O senhor diz que em determinado momento
00:40:27o General Braga Neto pede para o senhor se ausentar,
00:40:32porque a partir dali seriam tomadas medidas operacionais
00:40:36e o senhor, por ser muito ligado ao ex-presidente,
00:40:41não poderia participar.
00:40:42Na verdade, foi concomitantemente com a minha saída.
00:40:46Eu tenho que sair, então não, é bom que você não fique,
00:40:48no momento de conversar,
00:40:49até para não aproximar nada do presidente
00:40:52ou nenhuma relação com manifestantes
00:40:54ou contatos com alguém.
00:40:55Mas ele chegou a dizer isso.
00:40:56Sim, senhor.
00:40:57O General Braga Neto.
00:41:04Após essa reunião,
00:41:05o senhor foi procurado por algum dos integrantes dessa reunião?
00:41:09Sim, senhor.
00:41:10Dois dias depois,
00:41:11eu fui procurado de novo pelo Major de Oliveira.
00:41:15Foi aquelas mensagens que foram reveladas,
00:41:18em que ele até pergunta,
00:41:21como é que foi a reunião, alguma coisa assim,
00:41:23o que você achou da reunião?
00:41:23Eu falei assim, não sei, eu não estava.
00:41:25Depois também não corri atrás para saber,
00:41:28não era do meu metia.
00:41:30E aí ele falou, não, estou precisando de dinheiro,
00:41:33estou precisando de recurso para alguma coisa.
00:41:35Quem disse isso?
00:41:36O Major de Oliveira.
00:41:37Precisando de dinheiro e de recurso.
00:41:38Isso, isso.
00:41:39Até inicialmente eu brinquei com ele,
00:41:41100 mil, até conhecendo ele,
00:41:42era bem...
00:41:44um amigo bem...
00:41:46bem chistoso, assim, bem brincalhão.
00:41:49E aí eu vi, não, que realmente eles queriam trazer,
00:41:51parece que eles queriam trazer pessoas do Rio de Janeiro,
00:41:53alguma coisa assim.
00:41:54E aí eu fui procurar o General Braga Neto.
00:41:57Inicialmente o General Braga Neto,
00:41:59ele orientou que eu procurasse o pessoal do partido.
00:42:03Lembro que o intuito,
00:42:05pelo menos na minha cabeça,
00:42:06o intuito eram manifestações
00:42:08apoiadas pelo exército na frente dos quartéis.
00:42:11Então eu fui procurar o General Braga Neto
00:42:14para perguntar sobre...
00:42:16se havia alguma maneira do partido,
00:42:19alguém a ajudar.
00:42:20Ele orientou que eu falasse com o pessoal do partido.
00:42:22Aí eu falei com o coronel,
00:42:24não me lembro o nome do coronel,
00:42:25tesoureiro do partido.
00:42:26Tesoureiro do partido...
00:42:29Liberal.
00:42:29Do PL.
00:42:30Sim, senhor.
00:42:31Aí eu conversei com ele.
00:42:32Inclusive mostrei aquele documento
00:42:35que a senha não foi quebrada, né?
00:42:38Eu mostrei para ele o que era, até...
00:42:40Ele falou que o partido não poderia
00:42:42bancar aquilo ali.
00:42:43Não tinha como o partido apoiar mais infestantes
00:42:45para trazer.
00:42:47E posteriormente eu retornei para o General Braga Neto, né?
00:42:51Não foi possível tal.
00:42:52E aí depois, acho que realmente
00:42:53o espaço temporal, não me recordo,
00:42:56o General Braga Neto trouxe
00:42:57uma quantia em dinheiro,
00:42:59que eu também não sei precisar,
00:43:00quanto foi,
00:43:01mas com certeza não foi os 100 mil,
00:43:03porque até pelo volume não era tanto, né?
00:43:05Devia ser um...
00:43:06Então, é...
00:43:08Que foi passado para o Major de Oliveira,
00:43:11no próprio Alvorada.
00:43:12O senhor que passou esse dinheiro?
00:43:13Eu passei, sim, senhor.
00:43:14Eu recebi do General Braga Neto.
00:43:16O senhor recebeu esse dinheiro
00:43:17do General Braga Neto?
00:43:18Sim, senhor.
00:43:18No Palácio do Alvorada.
00:43:20Ele estava onde esse dinheiro?
00:43:21Ele, não sei...
00:43:22Guardado?
00:43:23Não, guardado onde?
00:43:24Quando o senhor recebeu,
00:43:25uma sacola...
00:43:26Não, estava uma caixa de vinho,
00:43:27assim, um botelhazinho, assim.
00:43:29E aí eu depois,
00:43:30acho que no mesmo dia,
00:43:32eu passei para o Major de Oliveira.
00:43:36Então, essa questão exatamente
00:43:39foi a questão que,
00:43:41num primeiro momento,
00:43:43e por isso é bom ficar bem claro,
00:43:45num primeiro depoimento,
00:43:47na verdade em dois depoimentos,
00:43:48o senhor não havia se referido.
00:43:51Depois que a Polícia Federal
00:43:53advertiu o juízo,
00:43:55e houve, por parte da Polícia Federal,
00:43:57com o parecer da Procuradoria,
00:43:59o pedido de decretação de prisão,
00:44:02e houve aqui uma nova audiência,
00:44:05o senhor foi advertido,
00:44:06não só que poderia ser decretada
00:44:09a sua prisão,
00:44:09como rescindida a colaboração,
00:44:12se qualquer omissão ficasse comprovada.
00:44:14O senhor, acompanhado, novamente,
00:44:17é importante dizer,
00:44:18dos seus três advogados,
00:44:20o senhor retificou e contou esses fatos.
00:44:24Confirma isso?
00:44:24Sim, senhor.
00:44:25Na verdade,
00:44:26eu não falei naquele dia
00:44:27na Polícia Federal,
00:44:28porque tinha sido logo o dia da prisão,
00:44:31então eu fiquei muito abalado ali na hora.
00:44:33Então, realmente,
00:44:34eu não consegui reagir
00:44:35e botar as ideias no lugar
00:44:37para entender o que estava acontecendo,
00:44:38porque eu tinha uma ideia
00:44:40pré-concebida do que estava acontecendo,
00:44:42e aí tudo mudou.
00:44:44Por mais que eu não soubesse,
00:44:46aquilo foi um choque muito grande,
00:44:47pessoal preso, amigos meus,
00:44:48e foi no mesmo dia.
00:44:50Então, aquilo me abalou um pouco.
00:44:52Então, depois,
00:44:53quando fui falar com o senhor,
00:44:54a gente já estava,
00:44:55mesmo antes das advertências todas do senhor,
00:44:57meus advogados já tinham conversado comigo,
00:44:58a gente conseguiu entender
00:45:00e realmente botar no papel
00:45:03realmente o que poderia contribuir
00:45:04para a investigação nesse fato.
00:45:08Então, o senhor reitera
00:45:10que essa versão
00:45:12que agora o senhor está repetindo
00:45:14da participação
00:45:16do general Braga Neto
00:45:19entregando o dinheiro
00:45:20para que o senhor entregasse,
00:45:21essa é a versão verdadeira.
00:45:23Sim, senhor.
00:45:24O senhor tomou conhecimento
00:45:45do planejamento
00:45:47da ação
00:45:50da operação
00:45:51Punhal Verde Amarelo?
00:45:52Não, senhor.
00:45:52Quando o senhor
00:45:55ficou sabendo dela?
00:45:56Eu fiquei sabendo
00:45:56pela imprensa,
00:45:58no dia da prisão
00:45:59dos militares.
00:46:01Inclusive,
00:46:02meu nome nem constava
00:46:03naquele gabinete
00:46:04de crise
00:46:04que foi criado,
00:46:06o que seria criado.
00:46:08Então,
00:46:09o senhor não teve conhecimento
00:46:10em momento algum?
00:46:11Não, senhor.
00:46:19Muita gente no rádio
00:46:21ouvindo aqui a Jovem Pan
00:46:22está agora consultando papéis,
00:46:24está lá o Mauro Cinto.
00:46:25O senhor sabe
00:46:26da onde veio esse dinheiro?
00:46:28Não, senhor.
00:46:31Provavelmente,
00:46:32pelo que a gente sentia ali,
00:46:34até das manifestações,
00:46:35era o pessoal do agronegócio
00:46:36que estava,
00:46:37de alguma forma,
00:46:37ajudando
00:46:38a manter
00:46:39ali as manifestações
00:46:42na frente dos quartéis.
00:46:43Então,
00:46:43na minha concepção,
00:46:44naquele primeiro momento,
00:46:45essa foi a minha ideia principal.
00:46:50Muito bem.
00:46:51Provavelmente,
00:46:52quer dizer,
00:46:53depoimento com achismos.
00:46:55Provavelmente deve ter vindo.
00:46:57Isso não tem valor nenhum.
00:46:58O ministro Achei de Moraes
00:46:59continua ali
00:47:00consultando o processo.
00:47:02Mauro Cidia aguardando.
00:47:03À sua esquerda,
00:47:04o César Roberto Bittencourt,
00:47:06seu advogado.
00:47:07Então, ali estão...
00:47:08O senhor recebeu,
00:47:10teve acesso
00:47:11a um arquivo
00:47:12Copa 2022
00:47:13que detalhava
00:47:15a logística
00:47:15dessa operação?
00:47:18O que eu recebi
00:47:20não detalhava
00:47:21a logística
00:47:21dessa possível operação.
00:47:23O que eu recebi
00:47:23foi aquele documento inicial
00:47:25em que se pedia...
00:47:26Perdão.
00:47:27Não da operação
00:47:28Punhal Verde Amarelo.
00:47:30Da operação
00:47:30Copa 2022.
00:47:32O senhor narra, então,
00:47:33o que o senhor recebeu.
00:47:34Sim, senhor.
00:47:34O documento que eu recebi
00:47:35com o nome Copa 22,
00:47:37ele continha ali
00:47:38passagem aérea,
00:47:40hotel,
00:47:41alimentação,
00:47:42coisas pra...
00:47:44Acho que cinco,
00:47:45seis pessoas ali
00:47:46no máximo
00:47:46e irem pra Brasília.
00:47:49Né?
00:47:49Mas...
00:47:50É...
00:47:52Mas não tinha
00:47:53nenhum tipo de detalhamento
00:47:54que eu ia fazer,
00:47:55onde eu ia ficar.
00:47:56Iam...
00:47:56Hotel,
00:47:57passagem aérea,
00:47:59dinheiro pra alimentação,
00:48:00coisas assim do dia a dia.
00:48:02O senhor recebeu de quem?
00:48:03Eu recebi do Major de Oliveira.
00:48:05O senhor repassou pra alguém?
00:48:07Não, senhor.
00:48:07Não repassei pra ninguém.
00:48:09Eu não me lembro
00:48:10se eu imprimi
00:48:11pra mostrar pro coronel
00:48:13do tesoureiro do PL
00:48:15ou se eu mostrei
00:48:16no próprio computador
00:48:17ou no próprio celular, né?
00:48:19Pra ele dar uma olhada
00:48:20nas necessidades
00:48:21que eles tinham solicitado.
00:48:23Lembrando que
00:48:27Mauro Cid
00:48:27é delator,
00:48:29não testemunha.
00:48:30Suas palavras só valem
00:48:31se forem confirmadas
00:48:33por alguma prova.
00:48:34Em relação a esse final...
00:48:35A Alexandre Moraes
00:48:35vai estar aí...
00:48:36Volta a falar.
00:48:37Esse final de ano,
00:48:38o senhor...
00:48:39O senhor
00:48:39tomou conhecimento
00:48:41que houve
00:48:43por parte
00:48:44do então presidente,
00:48:45o Jair Messias Bolsonaro,
00:48:46é ordem
00:48:47de monitoramento
00:48:49do relator
00:48:50dessa ação penal,
00:48:52ou seja,
00:48:52do meu monitoramento?
00:48:55Ministro,
00:48:55o único momento
00:48:56que o presidente pediu
00:48:57alguma informação
00:48:57do senhor
00:48:58foi já no final do ano
00:49:00em que ele recebeu
00:49:01uma informação
00:49:01que,
00:49:03teoricamente,
00:49:03o general Mourão
00:49:04estaria se encontrando
00:49:05com o senhor em São Paulo.
00:49:06Então,
00:49:06ele queria confirmar
00:49:07se essa reunião
00:49:09teria acontecido.
00:49:11porque quando
00:49:13fala monitoramento
00:49:14para a gente,
00:49:15a gente já
00:49:16visualiza
00:49:16um monitoramento
00:49:17constante.
00:49:19Isso nunca
00:49:20teve essa ordem
00:49:21nem essa determinação.
00:49:24Agora,
00:49:24o senhor
00:49:25no seu depoimento
00:49:27do dia 21
00:49:28de novembro
00:49:30diz que
00:49:32já tinha ciência
00:49:35do monitoramento
00:49:36antes,
00:49:36não determinado
00:49:38pelo presidente
00:49:39da República.
00:49:41é mais que quem
00:49:42estaria realizando
00:49:43era o coronel Câmara.
00:49:44O senhor pode dizer
00:49:45sobre isso?
00:49:46É,
00:49:46porque
00:49:46esse pedido,
00:49:50por várias vezes,
00:49:52o presidente recebia
00:49:53algumas informações
00:49:54que aliados políticos
00:49:56estariam se encontrando
00:49:57com adversários políticos.
00:49:59Então,
00:49:59foi comum,
00:50:00algumas vezes,
00:50:01no meio do mandato,
00:50:02a gente verificar
00:50:03se isso era verdade
00:50:04ou não.
00:50:04Só que não tinha
00:50:06nenhuma análise
00:50:06de inteligência.
00:50:07A gente,
00:50:08às vezes,
00:50:08perguntava para a Força Aérea
00:50:09ou o próprio
00:50:10viajando no ministro,
00:50:11ou ligava para um secretário
00:50:12executivo
00:50:13para ver
00:50:14como é que estava
00:50:15essa mobilidade.
00:50:16Então,
00:50:16por isso que não
00:50:17chamou muita atenção
00:50:19esse último pedido
00:50:20do presidente
00:50:21já no final do ano,
00:50:22porque seguiu
00:50:23o mesmo padrão.
00:50:24E como,
00:50:25naquele momento,
00:50:26toda a estrutura
00:50:26presidencial,
00:50:27ela já estava,
00:50:30como é que eu vou dizer,
00:50:31desativada,
00:50:32gabinetes,
00:50:33tudo,
00:50:33né?
00:50:34Então,
00:50:35quem a gente tinha
00:50:36o maior contato
00:50:37que trabalhava um pouco
00:50:38com isso
00:50:38era o Coronel Câmara.
00:50:39Então,
00:50:39foi por isso
00:50:40que eu fui pedir
00:50:40para ele.
00:50:42Esse foi
00:50:43não monitoramento
00:50:45pedido
00:50:46pelo presidente?
00:50:48Foram duas vezes,
00:50:49né?
00:50:49Uma vez,
00:50:51quem pediu
00:50:51foi o de Oliveira,
00:50:53que foi no dia 16,
00:50:55eu acho.
00:50:56No dia 16 de dezembro,
00:50:58quem pediu
00:50:58o meu monitoramento
00:50:59foi...
00:51:00O Major de Oliveira.
00:51:01Major de Oliveira.
00:51:01Isso.
00:51:02E o senhor fez como?
00:51:03Vamos ficar nisso.
00:51:04Eu passei,
00:51:05perguntei para o Coronel Câmara.
00:51:08Os dois,
00:51:08as duas vezes
00:51:09que pediram
00:51:09para saber qual localização.
00:51:10E o segundo monitoramento
00:51:12foi em que dia?
00:51:13O senhor se recordou?
00:51:14Já foi final do ano,
00:51:14foi ali nos últimos dias do ano.
00:51:16Foi nos últimos dias do ano.
00:51:17Foi aquela brincadeira
00:51:19que o Coronel Câmara fez
00:51:20da professora,
00:51:21onde estava o professor.
00:51:22E aí foi
00:51:23o pedido do presidente.
00:51:25Então, o presidente,
00:51:26o senhor também passou
00:51:27para o Coronel Câmara.
00:51:27Sim, senhor.
00:51:29Certo.
00:51:29Depois nós vamos fazer
00:51:32alguns comentários
00:51:33sobre a forma
00:51:34como esse interrogatório
00:51:35está sendo feito.
00:51:37Aguardem a parte
00:51:38dos debates aqui
00:51:39enquanto o ministro
00:51:40faz a próxima pergunta.
00:51:41Não ouviu o procurador-geral
00:51:42até agora.
00:51:43No dia de novembro,
00:51:45o senhor disse
00:51:46em relação ao,
00:51:51também é o general Mário,
00:51:53que nas conversas
00:51:56que ele tem comigo,
00:51:57se o senhor reparar,
00:51:58ele fala que ele tem
00:51:59dois pedidos para mim.
00:52:00Isso tudo entre aspas.
00:52:02Ele cita que podia ser feito
00:52:04até o dia 12
00:52:05e depois até o dia 31.
00:52:07Que o presidente fala
00:52:09que podia ser feito, né?
00:52:11Que tinha que ser feito
00:52:12porque os militares
00:52:13iam passar do comando
00:52:14e já ia começar a troca.
00:52:17aqui o que podia ser feito
00:52:20até o dia 12
00:52:21ou dia 31,
00:52:22segundo o general Mário
00:52:24falava para o senhor
00:52:24que também o presidente
00:52:26fala que podia ser feito.
00:52:28É porque tinha-se
00:52:29uma pressão grande
00:52:31se os generais
00:52:32que estavam, né?
00:52:34O general Fred Gomes
00:52:35não fosse fazer nada,
00:52:37que uma alternativa
00:52:37seria trocar os comandantes
00:52:39para que o próximo comandante
00:52:40do exército
00:52:41assinasse ou tomasse
00:52:42uma medida mais dura
00:52:44mais dura e radical.
00:52:46Então isso estava
00:52:47dentro daquele contexto
00:52:48de pressionar os militares
00:52:50de alguma forma
00:52:51ou pressionar o presidente
00:52:54a assinar um decreto.
00:52:55Toda a pressão
00:52:56que estava sendo feita
00:52:57em cima do presidente
00:52:58era para que o presidente
00:52:59assinasse um decreto.
00:53:01Aí eu só não consigo dizer
00:53:03qual decreto,
00:53:03parece que tem vários ali, né?
00:53:05Qual decreto?
00:53:06Mas que ele assinasse
00:53:07um decreto
00:53:08que determinasse
00:53:09uma ação militar
00:53:10ou estado de defesa
00:53:11ou estado de sítio, né?
00:53:14E mais uma vez
00:53:15eu só complemento
00:53:17que mais uma vez
00:53:18eu falei para o general Mário, né?
00:53:21Concordei, né?
00:53:22Tinha que ser até o dia 12,
00:53:23mas que com certeza
00:53:24nada vai acontecer.
00:53:26E o outro pedido
00:53:27do general Mário
00:53:28foi com relação aos caminhões.
00:53:31Parecia que o pessoal
00:53:32estava prendendo os caminhões, né?
00:53:34E ele queria
00:53:35que o exército
00:53:37não deixasse
00:53:38ou ajudasse
00:53:39de alguma forma
00:53:39os caminhoneiros.
00:53:42Estamos aguardando aqui.
00:53:43Próxima pergunta
00:53:44é do Alexandre de Moraes.
00:53:45Por mim,
00:53:46nesse depoimento
00:53:47do dia 21
00:53:48sobre essa contradição,
00:53:51o senhor diz
00:53:52que
00:53:53quem teria conhecimento
00:53:57da Operação
00:53:58Punhal Verde e Amarelo
00:53:59seria
00:54:00o general Braga Neto,
00:54:02que os generais
00:54:02Paulo Sérgio
00:54:03e o general Ramos
00:54:04não tinham
00:54:05esse conhecimento.
00:54:07E diz,
00:54:07é,
00:54:07quem estava realmente
00:54:08era o general
00:54:09junto,
00:54:09era o general Braga Neto.
00:54:11quem participou
00:54:13da reunião
00:54:13junto com os dois militares
00:54:15foi o general Braga Neto.
00:54:16Mas realmente
00:54:17eu não posso afirmar
00:54:18que ele tomou ciência
00:54:20ou que foi apresentado
00:54:21para ele
00:54:21ou que ele tomou conhecimento
00:54:22de todo o planejamento
00:54:23que pudesse ter sido feito.
00:54:25Certo.
00:54:29Muito bem.
00:54:29Alexandre de Moraes
00:54:30conduzindo o interrogatório.
00:54:33Na verdade,
00:54:34normalmente,
00:54:35a acusação
00:54:36é quem procede
00:54:36todas a essas perguntas.
00:54:38Também há aqui
00:54:40um trecho
00:54:40que o senhor diz
00:54:43que o general Braga Neto
00:54:46falava para o presidente
00:54:48e o senhor reiterou aqui
00:54:50que após
00:54:51o segundo turno
00:54:53das eleições
00:54:53o ex-presidente
00:54:56Jair Bolsonaro
00:54:56ficou mais recluso
00:54:58no Palácio do Alvorada
00:55:00e quem ia constantemente
00:55:02e aqui
00:55:02nos depoimentos
00:55:03o senhor fala
00:55:04duas vezes por dia
00:55:05de manhã
00:55:05e final da tarde
00:55:06era o general Braga Neto.
00:55:08e depoimento
00:55:10do senhor
00:55:10diz que falava
00:55:11com o presidente.
00:55:13Não só ele
00:55:13como também
00:55:14o general Mário
00:55:15falavam para
00:55:16tirar
00:55:17entre aspas
00:55:19tira o Freire Gomes
00:55:20e coloca
00:55:21ou Arruda
00:55:22ou Teófilo
00:55:23porque eles vão fazer
00:55:24que eles vão tocar
00:55:26para fazer alguma coisa.
00:55:27O senhor confirma
00:55:28essa declaração do senhor?
00:55:29Sim, senhor.
00:55:30Sim, senhor.
00:55:31Existia essa pressão
00:55:32para que se o general Freire Gomes
00:55:34não tomasse alguma atitude
00:55:35que colocasse militares
00:55:37que poderiam tomar
00:55:38essa atitude.
00:55:38Existia uma pressão
00:55:44até agora
00:55:45Jair Bolsonaro
00:55:47pressionado
00:55:48para assinar
00:55:49o rascunho
00:55:50não assinou.
00:55:51É o que ele está dizendo.
00:55:54Bolsonaro
00:55:54ex-presidente Bolsonaro
00:55:55foi pressionado
00:55:56a assinar
00:55:57o rascunho
00:55:58do decreto city
00:55:59e não assinou.
00:56:00só para não ser injusto
00:56:01e às vezes ficar
00:56:02uma ideia errada
00:56:02independente do que
00:56:04possivelmente
00:56:05os militares
00:56:06poderiam falar
00:56:07não significaria
00:56:08o que eles iriam fazer.
00:56:10Sim.
00:56:10Uma coisa é o que ele acha
00:56:11outra coisa é
00:56:12dentro do círculo
00:56:13de legalidade
00:56:13das forças armadas
00:56:15dificilmente
00:56:15sem uma ordem
00:56:17do comandante
00:56:18ou alguém
00:56:19esses círculos
00:56:19de legalidade
00:56:20seriam rompidos.
00:56:21O senhor
00:56:24também
00:56:24coloca
00:56:27que
00:56:30havia discussões
00:56:32nesse período
00:56:35o senhor falou
00:56:35da discussão
00:56:36em relação
00:56:36ao decreto
00:56:38conselhantos
00:56:38mas que também
00:56:39havia discussões
00:56:41sobre a necessidade
00:56:43de ações
00:56:44que mobilizassem
00:56:45as massas populares
00:56:46e gerassem
00:56:48caos social
00:56:48permitindo assim
00:56:50que o presidente
00:56:50assinasse estado
00:56:51de defesa
00:56:52estado de sítio
00:56:53ou algo semelhante
00:56:55fecha aspas
00:56:55o senhor confirma
00:56:56essa declaração?
00:56:57Sim senhor.
00:56:57E quem conversava
00:56:58sobre isso?
00:57:00Ministro
00:57:01tanto naquela conversa
00:57:03da casa do geral
00:57:03Braga Neto
00:57:04o teor das conversas
00:57:06era um pouco
00:57:06nesse sentido
00:57:07e também
00:57:08nos grupos
00:57:08de whatsapp
00:57:09por isso que eu digo
00:57:10para o senhor
00:57:10que às vezes
00:57:11a gente não sabia
00:57:11levar
00:57:12distinguir
00:57:14o que seria
00:57:14real
00:57:15e o que seria
00:57:16bravata
00:57:16de conversa
00:57:17de grupo
00:57:18de whatsapp
00:57:18mas a toada
00:57:20das conversações
00:57:21era um pouco
00:57:22nesse sentido
00:57:23de alguma forma
00:57:24pressionar
00:57:24os comandantes
00:57:25a tomar
00:57:27uma medida
00:57:27tomar uma decisão
00:57:29depoimento
00:57:32
00:57:32Mauro Cid
00:57:33crivado
00:57:34coalhado
00:57:35de possivelmente
00:57:36provavelmente
00:57:37não sabia
00:57:38o senhor disse
00:57:39que não tinha
00:57:39conhecimento
00:57:41da operação
00:57:41Punhal Verde Amarelo
00:57:43e até
00:57:44no seu depoimento
00:57:45explicou
00:57:45da compartimentação
00:57:47de informação
00:57:47compartimentalização
00:57:48da informação
00:57:50mas eu indago
00:57:51o Coronel Câmara
00:57:53nesse dia
00:57:54foi nesse dia
00:57:55que ele entrou
00:57:56em contato
00:57:57com o senhor
00:57:58dia 16 de dezembro
00:57:59para pedir
00:58:00o monitoramento
00:58:01o meu monitoramento
00:58:02não foi o contrário
00:58:03eu pedi para ele
00:58:04eu pedi para o Coronel Câmara
00:58:06então
00:58:07quem pediu para o senhor
00:58:08foi o
00:58:09o Major de Oliveira
00:58:10pediu para mim
00:58:11e eu pedi
00:58:12para o Coronel Câmara
00:58:13muito bem
00:58:17e ele fez
00:58:17o senhor sabe
00:58:18ou não retornou
00:58:19eu acho
00:58:20nesse dia
00:58:20ele não retornou
00:58:20não retornou
00:58:21não retornou
00:58:23eu aguardo
00:58:26Alexandre de Moraes
00:58:29consultando
00:58:30aí dos autos
00:58:31longo interrogatório
00:58:32muito detalhado
00:58:34cheio de
00:58:35confirma isso
00:58:36confirma aquilo
00:58:36inclusive se eu não me engano
00:58:36esse dia
00:58:37eu nem estava em Brasília
00:58:38esse dia eu estava
00:58:39no interior de São Paulo
00:58:41interior de Campinas
00:58:42ali na ditativa
00:58:43aí o ministro
00:58:49continua procurando
00:58:50novas perguntas
00:58:51consultando os autos
00:58:53Mauro Cid ali
00:58:55ainda
00:58:56há uma outra
00:58:57questão importante
00:58:58aqui no dia
00:59:00que
00:59:01que
00:59:01foi dito
00:59:03pelo senhor
00:59:04no seu depoimento
00:59:05do dia 8
00:59:06do dia 21 de novembro
00:59:08que no dia 8
00:59:09de dezembro
00:59:09o general
00:59:10Mário Fernandes
00:59:11indicou
00:59:12que conversou
00:59:13pessoalmente
00:59:13com o presidente
00:59:14Jair Bolsonaro
00:59:15e
00:59:17a comprovação
00:59:18que esteve no palácio
00:59:20ele
00:59:20o senhor sabe
00:59:21se ele
00:59:21efetivamente conversou
00:59:22nesse dia com o presidente
00:59:23sim senhor
00:59:24ele esteve no palácio
00:59:24a data que eu não
00:59:25não me lembro da data
00:59:27mas que ele
00:59:27conversou
00:59:29em algum dia
00:59:30desses aí
00:59:30com o presidente
00:59:31sim
00:59:31e o senhor sabe
00:59:32o teor dessa conversa
00:59:33não
00:59:33eu não participei
00:59:35eu não participei
00:59:37muito bem
00:59:41Alexandre de Moraes
00:59:44continua agora
00:59:45procurando mais
00:59:45alguma pergunta
00:59:47Mauro Cid
00:59:47aguardando
00:59:48o senhor confirma
00:59:48ter recebido
00:59:50mensagens
00:59:51do
00:59:53general
00:59:55Mário Fernandes
00:59:56que também
00:59:56é um outro
00:59:57núcleo
00:59:59duas
01:00:00mensagens
01:00:02mas uma
01:00:03que parece
01:00:03mais importante
01:00:04é
01:00:04abre aspas
01:00:05também
01:00:05nesse dia
01:00:06oito
01:00:06em que ele esteve
01:00:07com o presidente
01:00:09conforme
01:00:10consta
01:00:11nos autos
01:00:13por
01:00:13documento
01:00:14da entrada
01:00:15no palácio
01:00:16abre aspas
01:00:17Cid
01:00:18boa noite
01:00:18meu amigo
01:00:19antes de mais nada
01:00:20me desculpe
01:00:21estar
01:00:21incomodando
01:00:23são duas coisas
01:00:24a primeira
01:00:25durante a conversa
01:00:26que eu tive
01:00:27com o presidente
01:00:28ele citou
01:00:29que o dia 12
01:00:30pela diplomação
01:00:32do vagabundo
01:00:33não seria
01:00:33uma restrição
01:00:34que isso pode
01:00:36que qualquer ação
01:00:37nossa
01:00:38pode acontecer
01:00:38até
01:00:3931 de dezembro
01:00:41e tudo
01:00:42o senhor
01:00:44confirma
01:00:44essa mensagem
01:00:46sim senhor
01:00:46confirmo
01:00:47o senhor
01:00:50respondeu
01:00:51o senhor
01:00:52porque
01:00:52a sua resposta
01:00:54salvo engano
01:00:55diz
01:00:55apagada
01:00:56não não
01:00:57eu acho que
01:00:58essa não está
01:00:58apagada não
01:00:59eu respondi
01:01:00para ele
01:01:01inclusive
01:01:01eu respondi
01:01:04para ele
01:01:04que poderia
01:01:05ser antes
01:01:06do dia 12
01:01:07alguma coisa
01:01:07assim
01:01:07até a entonação
01:01:09uma entonação
01:01:10respeitosa
01:01:11de um general
01:01:12falando com o
01:01:12tenente coronel
01:01:13e digo
01:01:14complemento
01:01:15mas com certeza
01:01:16nada vai acontecer
01:01:17eu sempre
01:01:18todos que vinham
01:01:19com
01:01:20com questionamentos
01:01:22indagações
01:01:23eu sempre respondia
01:01:25que não foi encontrado
01:01:26fraude
01:01:26e nada vai acontecer
01:01:27inclusive
01:01:27tem mais de 10
01:01:2915 mensagens
01:01:30que estão nos áudios
01:01:31que eu sempre relato
01:01:32a mesma coisa
01:01:32nada vai acontecer
01:01:33nada vai acontecer
01:01:34certo
01:01:35uma outra
01:01:37uma outra troca
01:01:38de mensagens
01:01:39que precisa ser esclarecida
01:01:41que é importante
01:01:42nos áudios
01:01:43é no dia 26
01:01:44do 12
01:01:45aparecido
01:01:46por tela
01:01:47enviou uma mensagem
01:01:48para o senhor
01:01:49dizendo
01:01:50abre aspas
01:01:51o pessoal
01:01:52que colaborar
01:01:53colaborou
01:01:54com a carne
01:01:54estão
01:01:55estão me cobrando
01:01:58se vai ser feito
01:01:59mesmo
01:01:59o churrasco
01:02:01o senhor se recorda
01:02:04dessa mensagem
01:02:04sim senhor
01:02:05o tenente
01:02:07portela
01:02:08foi subordinado
01:02:11do presidente
01:02:11quando ele serviu
01:02:12no interior
01:02:12de
01:02:13mato grosso
01:02:15e era um militar
01:02:16muito simples
01:02:17e a cobrança
01:02:19dele ali
01:02:20é porque
01:02:20o pessoal
01:02:20ficou nos acampamentos
01:02:22dois
01:02:22três meses
01:02:23ali
01:02:23tomando sol
01:02:23tomando chuva
01:02:24e nada foi feito
01:02:25então eles tinham
01:02:26a expectativa
01:02:27que alguma coisa
01:02:28fosse feito
01:02:29e o presidente
01:02:30deveria tomar
01:02:31alguma decisão
01:02:32alguma iniciativa
01:02:33e como ele
01:02:34acabava sendo
01:02:35mais próximo
01:02:37do presidente
01:02:37as pessoas
01:02:38sabiam disso
01:02:38e cobravam dele
01:02:39e ele via
01:02:40de certa forma
01:02:41cobrar de mim
01:02:41nada foi feito
01:02:42nada foi feito
01:02:43nada vai ser feito
01:02:44e o senhor se lembra
01:02:47o que o senhor respondeu
01:02:47para ele?
01:02:48bom
01:02:48exatamente
01:02:50o que eu respondi
01:02:50o que eu escrevi
01:02:53o que eu falei
01:02:53para ele
01:02:53realmente eu não me lembro
01:02:54mas o que eu
01:02:55tentava falar
01:02:57com essas pessoas
01:02:57que vinham assim
01:02:58mas né
01:02:58até por ser
01:03:00um militar
01:03:02mais humilde
01:03:03era para
01:03:04não
01:03:04fique firme
01:03:05fique forte
01:03:06as coisas vão mudar
01:03:07as coisas vão dar certo
01:03:08o Brasil
01:03:10não está terminado
01:03:12por causa disso
01:03:13muita coisa boa
01:03:14vai acontecer no futuro
01:03:14ainda
01:03:15então era
01:03:16tipo uma
01:03:17uma mensagem
01:03:18de despedida
01:03:19
01:03:20dessa forma
01:03:20para ele
01:03:21que vai acontecer
01:03:22e aí
01:03:25o que vai acontecer
01:03:26de despedida
01:03:27é
01:03:28o que vai acontecer

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