- 12/05/2025
T1 EP.2 – Tribalismo
A cientista cognitiva Laurie Santos analisa como o pensamento tribal molda nossas percepções e investiga as razões para odiarmos grupos adversários, seja na política, nos esportes ou nos conflitos bélicos.
44 min
A cientista cognitiva Laurie Santos analisa como o pensamento tribal molda nossas percepções e investiga as razões para odiarmos grupos adversários, seja na política, nos esportes ou nos conflitos bélicos.
44 min
Categoria
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AprendizadoTranscrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
01:00Não estamos com a Hillary Clinton, estamos com o Trump e os militares.
01:07Há uma série de situações que nos fazem odiar outros grupos.
01:13Nem pensem em vir aqui para nos tornar um país muçulmano.
01:16Isso não vai acontecer.
01:18Dependendo dos fatores envolvidos, nós podemos acabar enxergando outros grupos como inimigos.
01:23Como seres humanos, costumamos dividir o mundo em nós contra eles.
01:29Classificamos as pessoas com base na sua religião, sua raça ou seu partido político.
01:35E não é só que pensamos, ah, essa pessoa é como eu e a outra é diferente.
01:39Nós construímos toda uma estrutura ideológica e simbólica para acompanhar essa categorização.
01:44Nós queremos valorizar nossa tribo.
01:47Nós vamos reconquistar os Estados Unidos da América.
01:51Oi, tudo bem?
02:00Oi, tudo bem?
02:00Eu sempre me interessei pelas pessoas e em compreender a forma como elas se comportam e no que elas fazem.
02:08Quando descobri que havia uma área chamada Ciências Cognitivas que tentava entender como a mente funciona,
02:13eu pensei, é a melhor área possível porque é um campo interessante e também pode ser um campo muito útil.
02:20Sou professora de Psicologia na Universidade de Yale e estou muito interessada nas origens do tribalismo.
02:25Como desenvolvemos essas capacidades que temos ou o comportamento de tribo?
02:33E o meu método é estudar animais não humanos.
02:40Caio Santiago é uma ilha peculiar porque ela abriga toda uma população de macacos resos.
02:48Podemos ir à ilha para estudar o comportamento natural desses macacos.
02:51Os indivíduos pertencem a determinados grupos e esses grupos parecem não se dar muito bem entre si.
03:00Pertencer a um grupo determina o acesso deles a um determinado alimento ou fonte de água.
03:07E uma coisa interessante que vemos na delimitação dos grupos dos macacos resos
03:11é que eles não fazem isso pela linguagem.
03:14Eles não se rotulam uns aos outros como democratas ou republicanos,
03:18brancos ou pretos, judeus ou gentios.
03:20A forma de diferenciação de nós contra eles é bastante básica nesses macacos,
03:25na falta da categorização sofisticada que nós temos como humanos.
03:28E isso mostra que as raízes do nosso comportamento grupal são bastante primitivas.
03:35Eu acho que entender o tribalismo é muito importante, em parte devido às suas implicações.
03:40As nações são construídas com base nesses fundamentos.
03:43Essas são as distinções e diferenciações sobre as quais as guerras são travadas.
03:47Se não entendermos o mecanismo simples do porquê separamos as pessoas em diferentes grupos,
03:52nunca seremos capazes de solucionar os grandes problemas com que nos deparamos hoje
03:56e com que temos nos deparado em toda a história.
03:58Na década de 1950, o xerife e seus colaboradores realizaram um experimento bastante famoso.
04:09O que o xerife fez foi reunir um grupo de garotos de 12 anos
04:12e criar uma espécie de imitação de acampamento de verão,
04:15num lugar chamado Robert's Cave, em Oklahoma.
04:17O xerife estava interessado na forma em que o nosso comportamento como indivíduos
04:30é estruturado pelo pertencimento a um grupo.
04:33Dissemos aos integrantes de ambos os grupos que haveria uma série de competições ou gincanas.
04:41Imediatamente, eles começaram a brigar entre si e no desenrolar da competição,
04:46passaram não só a gostar que coisas ruins acontecessem com o outro grupo,
04:50mas os garotos começaram a contribuir ativamente para que coisas ruins acontecessem com o outro grupo.
04:56Depois de uma competição de cabo de guerra, um grupo pôs fogo na bandeira de outro.
05:01Os garotos começaram a saquear os alojamentos uns dos outros.
05:05Aconteceram coisas muito ruins envolvendo danos à propriedade e ferimentos nos adversários.
05:10O experimento analisou a maneira como as relações entre as pessoas podem se deteriorar.
05:18Apesar de acharmos que o nosso comportamento seja determinado pela nossa individualidade,
05:25há uma série de condições que nos influenciam o tempo todo,
05:28seja no trabalho ou em casa, na nossa comunidade,
05:32em que não são as nossas psicologias pessoais que determinam o nosso comportamento,
05:36mas sim os grupos, a coletividade, as tribos a que pertencemos.
05:42Isso também mostra a rapidez com que o ódio entre grupos pode se manifestar
05:48assim que competem por qualquer coisa.
05:51Os torcedores de esporte costumam desenvolver um sentido forte de lealdade tribal.
06:07E isso pode se basear em vários fatores.
06:10Primeiro, os times têm a sua origem numa determinada região.
06:15Então, os Red Sox são de Boston, os Yankees são de Nova York.
06:18Eles usam símbolos de filiação tribal.
06:24Basicamente, todos os procedimentos que os times usam têm origem no tribalismo.
06:33Os esportes são nada menos que a evolução da expressão da guerra.
06:39Existe um território, tem prêmios para os vencedores, que são os troféus.
06:44Ao assistirmos a um jogo, assistimos a um combate sangrento.
06:50E aí nos conectamos aos demais torcedores, como se estivéssemos participando de uma guerra juntos.
07:00E os laços também se estreitam muito.
07:05Nós estamos na final do campeonato com um clássico de pegar fogo.
07:15Hoje, o Tottenham enfrenta o Arsenal.
07:18O Tottenham é como a minha família.
07:20Os meus dois avós tinham cadeira cativa.
07:23Eu cresci no estádio.
07:25Para mim, foi natural torcer por eles.
07:27Quando vai?
07:283 a 3!
07:29Que golaço!
07:29Se eu me cortar, não vai sangrar vermelho.
07:33Vai ser azul e branco.
07:34Desde que os torcedores se lembram, o Tottenham sempre esteve à sombra do seu vizinho do norte de Londres, o Arsenal.
07:41Eu me tornei torcedor do Arsenal aos 8 anos.
07:44E tem sido um caso de amor desde então.
07:46Existe uma ligação que não tem igual em outros aspectos da vida.
07:50A gente perde a identidade como indivíduo e se torna...
07:531.
07:54Ir ao estádio e ver o meu time ganhar troféus é tão bom quanto ver os meus filhos nascerem.
08:04É uma longa rivalidade agora.
08:06Eu acho que já é uma coisa que existe muito antes de eu nascer.
08:09Mas o ódio nunca acaba.
08:15É isso aí, cara.
08:17Eu já tomei pau de um torcedor do Tottenham quando eu tinha, sei lá, 17, 18 anos na Rua Market.
08:22Tinha um grandalhão bem na minha frente.
08:24Ele perguntou, você quer levar um chute na sua cabeça?
08:27Eu falei, cara, essa aí não é uma pergunta muito inteligente, né?
08:31Aí ele me bateu com tudo.
08:35A condição para pertencer a um grupo é não gostar do outro grupo.
08:39E é assim que acontece entre o Tottenham e o Arsenal.
08:41Não tem uma explicação racional.
08:42É tipo ódio cego.
08:44Que horas são?
08:50Falta 10, falta 10.
08:52A gente chega em 10 minutos.
08:53O jogo só começa daqui a 40 minutos, não esquenta.
08:55Tem vários casos de violência.
08:58Porque tá todo mundo agitado, nervoso.
09:00E também é claro que piora com algo.
09:02Olha lá.
09:03Não, não tem ninguém ali.
09:04É do Tottenham, né?
09:04Eles não estão aqui.
09:06Eles não querem apanhar, né?
09:07É.
09:07Se você coloca tudo isso junto, não precisa de muito pra alguém estourar.
09:18Tá todo mundo de pavio curto.
09:20Oh, oh, oh.
09:21Vai, vai, vai.
09:21Vai, vai.
09:27Agora sim.
09:28Lá vai ele.
09:29De cabeça.
09:30Vai, vamos lá.
09:35Eu não coloco os pés no estádio do Arsenal.
09:37E se a gente perder?
09:38E se a gente ganhar?
09:39Eu posso dizer alguma coisa errada pros caras e eles podem me encher de porrada.
09:42Ah, vai se p*** o juiz do c***.
09:44Você é um ladrão da p***.
09:47Tem gente que vai à igreja aos domingos.
09:49Isso não quer dizer nada pra mim.
09:50A minha religião é o Tottenham.
09:52Eu encontro os meus amigos antes do jogo.
09:54A gente fala sobre o time e é como rezar pra nós.
09:58Nossa, não acredito.
10:00Caramba.
10:02O que eu sinto pelo Arsenal?
10:04Sinto ódio.
10:06Não!
10:06Não!
10:07Esses caras são uns ratos.
10:13São todos uns ratos.
10:17Isso vai muito além do futebol.
10:20É uma espécie de guerra.
10:22Eu tô sendo legal até agora, mas isso pode mudar.
10:25Falou que...
10:25Tá olhando o quê?
10:27Às vezes tem briga.
10:29E eu já vi.
10:29O jogo já terminou, mas está havendo problemas no estádio e os seguranças estão tendo que intervir,
10:37pois as torcidas estão se provocando.
10:39O jogo teve que parar várias vezes, porque os torcedores invadiram o campo.
10:43O tipo específico de comportamento grupal e intergrupal que eu estudo é chamado de fusão de identidade,
10:55em que ocorre uma espécie de ligação extrema, em que a identidade individual é completamente integrada à identidade do grupo.
11:03O comportamento do indivíduo serve para proteger e defender o grupo.
11:07E o que descobrimos sobre torcedores é que essa ligação é tão poderosa quanto os soldados que estão em batalha juntos.
11:14Eles podem morrer uns pelos outros.
11:19Nós achamos que isso pode estar relacionado com o tipo de comportamento que era essencial para a nossa sobrevivência
11:25quando vivíamos em comunidades fechadas no nosso passado ancestral.
11:30Nós precisávamos de comunidades que fossem confiáveis.
11:36Então, no caso de uma partida de futebol, que pode ser horrível e assustadora,
11:40o que percebemos é que o grupo se une, porque é ativado nos torcedores esse mecanismo ancestral que diz
11:48esse grupo é muito importante e ele pode me proteger.
11:52E quando vem outro torcedor ameaçado, eles sentem como um ataque pessoal.
11:59E já houve mortes.
12:05Eles não são violentos em nome do esporte, mas em nome do amor pelos seus companheiros.
12:10Se tem uma coisa em que a maioria dos norte-americanos parece concordar sobre a nossa política,
12:18é que ela está bem agressiva.
12:20Eu nunca vi o país tão dividido durante toda a nossa profissão.
12:25Os esquerdistas estão raivosos, eles querem pegar nossos empregos, eles querem pegar a nossa liberdade.
12:30Não podemos ser educados com o partido político que quer destruir o que nós valorizamos.
12:36Muitos esquerdistas estão completamente, absolutamente, totalmente psicóticos e sem controle.
12:43O partidarismo político está ficando mais e mais tribal a cada dia.
12:48A distância entre o nós e o eles no nosso país está ficando maior
12:52e estamos desenvolvendo um lado mais perigoso do tribalismo.
12:55Por que uma simples discussão política se tornou tão acirrada?
13:03Quando olhamos a política, vemos um tribalismo parecido com o que existe nos esportes,
13:08porque ele possui os mesmos elementos psicológicos, mas com algumas outras particularidades.
13:13Na política, as nossas filiações são, pelo menos em teoria, baseadas em nossos ideais.
13:17O Partido Republicano tem a ver com os meus valores.
13:21Mas essas filiações nos induzem a acreditar em mais coisas.
13:25Não há dúvidas que o Obama quer matar bebês.
13:28Isso quer dizer que as tribos que pertencemos pela política
13:30podem ser ainda mais poderosas do que as tribos formadas pela filiação a clubes esportivos.
13:35Nós estamos a uma semana das eleições legislativas com o futuro do Congresso em jogo.
13:45Essa é uma grande disputa, não só aqui na Flórida, mas em todo o país.
13:49Votem contra! Votem contra! Votem contra!
13:54É! Queremos ver vocês na votação, hein?
14:02Eu me considero uma democrata progressista.
14:06Vocês estão prontos para votar?
14:09Os republicanos estão fazendo o possível para passar uma mensagem de ignorância, mentiras, ódio.
14:15Muito bem.
14:45Vamos começar.
14:47A gente vai para Bristol primeiro.
14:49Eu faço parte do Comitê Estadual de Hillsborough.
14:52Eu sou um conservador libertário, republicano.
14:56Estamos procurando republicanos que não quiseram votar nas últimas eleições para o Congresso
15:03e vamos tentar fazer com que eles compareçam à votação.
15:08Essa eleição é uma das mais importantes dos últimos anos.
15:11E o que eu pergunto é, vocês querem o impeachment do presidente porque é isso que os democratas querem?
15:17Tudo bem com o senhor?
15:18Ah, tudo.
15:19O senhor já viu essas pesquisas?
15:21Não, não vi.
15:22O que os democratas estão tentando fazer há um tempo é transformar a política na arte do assassinato político.
15:28Eles nos chamam de racistas, nos chamam de tudo que é nome.
15:31Esse é um dos motivos por que temos tanta afinidade com o presidente Trump, porque ele nos defende.
15:36Quando alguém nos provoca, nós temos que revidar.
15:44Os republicanos só repetem as palavras do Trump que somos do mal.
15:50Eles nos odeiam e eu acho que eles não se importam em ouvir a gente sobre quais são as nossas opiniões.
15:57Não tem como a gente conversar e ter uma discussão séria usando fatos que podem fazer alguma diferença.
16:09Tem que pôr isso na panela.
16:13Bem-vindos.
16:15Sejam todos bem-vindos.
16:18Não consigo imaginar um trabalho que eu quisesse menos do que ser um candidato eleito para o Congresso na situação política atual.
16:28Daqui a 24 horas eu darei o meu voto contra os bandidos.
16:33Espero que vocês também.
16:38E aí, tudo bem?
16:40E aí?
16:41Os democratas só querem a destruição.
16:43Os democratas são guiados pelo ódio.
16:47Quando os conservadores debatem com os liberais, nós achamos que eles estão errados e que são idiotas.
16:53Eles acham que nós somos do mal.
16:55E essa é a grande diferença, eu acho.
17:00Queremos o muro!
17:01Queremos o muro!
17:02Queremos o muro!
17:05Queremos o muro!
17:06As estruturas sociais da nossa nação foram erodidas pela polarização.
17:16Pesquisas recentes mostram que as pessoas têm evitado passar o dia de ação de graças com suas famílias para que não haja conflito político.
17:22As pessoas nem querem mais namorar alguém de outro partido político, mais do que evitam relacionamentos interraciais.
17:31E se a gente pensar na história do país e na aversão que havia em relação aos casamentos interraciais,
17:36dá para perceber uma grande mudança na visão de mundo do país e em como definimos os nossos grupos.
17:41E isso vai acabar produzindo ainda mais divisão com o passar do tempo.
17:45Nós vimos como a psicologia tribal influencia a estrutura política partidária.
17:56Mas o que faz com que a gente se identifique com uma determinada linha política ou outra?
18:00De onde isso vem?
18:01Há pesquisas que mostram que mais de 50% das nossas crenças políticas são determinadas pela genética.
18:11Então, se você possui crenças políticas em comum com os seus pais,
18:15não é porque os seus pais te criaram de uma certa forma, é por causa da sua herança biológica.
18:21O que acontece é que a genética nos influencia a ter certos tipos de personalidade.
18:26Pela própria definição, os conservadores querem preservar o passado,
18:29enquanto os liberais desejam mudar o sistema.
18:34Então, há diferenças importantes de como a sociedade é vista.
18:39Mas aí, ao acrescentar o ambiente, valores culturais, moralidade,
18:47informações que recebemos da mídia e de líderes políticos,
18:50podemos nos envolver com grupos de amigos que podem nos atrair ou afastar.
18:54Não é um destino fechado, mas a genética tem um grande papel nas...
18:58as nossas preferências políticas à medida que envelhecemos e nos tornamos adultos.
19:02Mas há um lado obscuro, e o lado obscuro é que nossa identidade pode nos tornar polarizados e tribais,
19:08a pouco de nos levar a conflitos.
19:10Toda vez que nos vemos como membros de uma tribo, nós iremos ver o mundo pelas lentes dessa tribo.
19:20Em vez de lentes cor-de-rosa, temos lentes que valorizam a tribo.
19:23Então só vemos os pontos positivos da nossa tribo.
19:26Significa que não há mais fatos objetivos.
19:29Mesmo diante dos fatos mais claros, não vemos as coisas do mesmo jeito.
19:32E um dos exemplos mais recentes veio depois da eleição do Trump,
19:38quando houve um grande debate sobre o número de presentes nas posses do Obama e na posse do Trump.
19:46Essa foi a maior multidão que já compareceu numa posse.
19:49Ponto final.
19:50Quanto à equipe do presidente, a questão é muito simples e direta.
19:54Eles preferem viver numa fantasia do que na realidade.
19:56Quando estamos estreitamente identificados com um grupo,
20:00temos a tendência de defendê-lo, ignorando certos fatos que tornem o grupo negativo.
20:06Nós dirigimos a nossa atenção a fontes de informação que nos dizem que o nosso grupo é positivo.
20:12Mas isso é um problema, porque os nossos preconceitos e ódio pelos outros grupos
20:17nos tornam suscetíveis a fake news e a propaganda e ao conflito.
20:22Uma tendência que é quase perfeitamente coincidente com esse aumento de polarização recente
20:31é obviamente a tecnologia, a internet, as redes sociais, canais de notícias ininterruptos.
20:36Tudo isso torna mais fácil aos membros de um partido se conectarem com seus seguidores não críticos.
20:42A mídia de propaganda esquerdista conseguiu criar uma crise de informação neste país
20:47e não podemos mais confiar nela.
20:49O grande problema é que os acontecimentos políticos significam uma coisa completamente diferente
20:54para aquela parte do país que assiste a Fox News do que para todo o restante do país.
20:59Eles fazem comentários virulentos, fazem comentários bem grosseiros.
21:05As pessoas são mal informadas sobre o outro lado.
21:08Isso acaba piorando a animosidade e a hostilidade expressadas pelos cidadãos comuns.
21:13A mídia tem usado aspectos da nossa psicologia e o fato de que somos tão tribais para ganhar dinheiro.
21:22Nós gravitamos naturalmente para informações que confirmam aquilo em que o nosso grupo já acredita.
21:27Assim, a mídia consegue lucrar em cima daquilo que queremos ver.
21:30Há um grande interesse em nos manter tão polarizados.
21:33O partidarismo nos Estados Unidos se intensificou nos últimos 30 anos.
21:42O povo deve saber se seu presidente é ou não bandido.
21:44Eu não sou bandido.
21:45Eu não sou bandido.
21:48São um exemplo histórico.
21:50Em 1974, Richard Nixon teve que renunciar por causa do Watergate.
21:55Washington Post publicou a história e os democratas e republicanos aceitaram que ele tinha errado.
22:01E foi isso que fez com que o Nixon renunciasse, porque ele percebeu que havia um consenso sobre os fatos.
22:09Renunciarei à presidência a partir do meio-dia de amanhã.
22:11O vice-presidente pode para seu juramento como presidente no mesmo horário neste gabinete.
22:16Hoje, as pessoas irão negar os fatos que ameaçam as suas crenças políticas, seus partidos.
22:23Você está dizendo que é mentira, mas o Sean Spicer, nosso secretário de imprensa, trouxe fatos alternativos a isso.
22:29Olha, fatos alternativos não são fatos.
22:32Uma das primeiras coisas que os fascistas fazem é nos tirar da realidade.
22:36Eles não querem que acreditemos nas nossas fontes de informação para assim poderem nos controlar.
22:42Fake news.
22:43Fake news.
22:44São falsas.
22:45São todas falsas.
22:48Depois que um líder confunde a realidade a ponto de os fatos não importarem mais,
22:52ele irá encorajar a sua tribo a encarar questionamentos às suas crenças como uma ameaça.
22:56O que fica então não é apenas uma polarização, mas uma situação em que um grupo político coloque em risco as nossas instituições democráticas ou algo pior.
23:06E é isso que está acontecendo nos Estados Unidos hoje.
23:10Quando nos isolamos no nosso grupo sem ter contato com outros grupos,
23:14quando os outros se tornam um inimigo fictício capaz de fazer coisas horríveis,
23:19eu acho que uma preocupação que precisamos ter, particularmente com as redes sociais,
23:24é que podemos acabar conversando com espelhos em que apenas falamos com pessoas que já concordam com a nossa opinião.
23:30Temos começado a ver várias pesquisas que mostram que o Facebook e as outras redes sociais
23:38fazem com que busquemos conforto e segurança na nossa identidade partidária,
23:43o que significa que ficamos mais suscetíveis à ideia de que seguidores de outros partidos seriam não só pessoas más,
23:50mas uma ameaça pessoal.
23:52E isso justificaria ações extremas para mantê-los fora do poder.
23:56Os algoritmos nos trazem os conteúdos capazes de eliciar uma maior identificação.
24:03Todos os conteúdos que tocam emoções negativas ou primitivas, como a raiva ou o medo,
24:08qualquer coisa que nos leve a um sentido de tribalismo.
24:13Sabemos que as pessoas que se isolam dentro de seus próprios grupos
24:17tendem a ficar com opiniões mais extremadas e mais temerosas e hostis em relação aos que não fazem parte de seus grupos.
24:24Os algoritmos do Facebook não são bons ou maus em si.
24:28A ideia é muito simples, certo?
24:30Dar às pessoas o conteúdo que elas desejam ver.
24:34Mas acontece que temos tendências e instintos básicos
24:38que a sociedade moderna deveria ajudar a controlar e ajudar a monitorar.
24:44Mas os algoritmos do Facebook são perfeitamente projetados
24:47para contornar as instituições que deveriam nos monitorar,
24:51deixando nossos instintos completamente à solta.
24:54E o que estamos começando a entender é que isso não só leva as pessoas
24:59a dizerem coisas desagradáveis nas redes sociais,
25:02mas deixa os indivíduos significativamente mais propensos a agir com violência.
25:08Há um estudo que acompanhou todos os ataques a refugiados na Alemanha.
25:13E o que descobriram foi que as cidades em que se usava o Facebook significativamente mais do que a média
25:23tiveram 50% a mais de ataques a refugiados.
25:26No centro de Mianmar, muçulmanos foram atacados por uma multidão furiosa de budistas
25:42que costumavam ser pacíficos.
25:44E em Mianmar, onde todos usam o Facebook como a sua fonte principal
25:48para se inteirar das notícias,
25:51o Facebook foi fundamental para o desenrolar de um genocídio brutal.
25:54No início de 2016,
25:58um budista radical de extrema-direita chamado Virato
26:02postou o estupro ensinado de uma mulher budista
26:08por um grupo de homens muçulmanos
26:10para fazer com que a maioria dos budistas achasse
26:14que estava sob uma ameaça terrível dos muçulmanos.
26:16Acho que o vídeo foi visualizado por mais de 100 mil pessoas até ser retirado.
26:23E as pessoas realmente acreditaram naquilo.
26:26Os budistas saíram e se revoltaram quase que imediatamente.
26:31E isso realmente ajudou a abrir o caminho para o genocídio contra os roíngias,
26:34que eram uma minoria muçulmana que vivia no oeste do país em 2017 e 2018.
26:39Como a maioria dos muçulmanos é extremista,
26:42nós temos que fazer o possível para proteger o nosso país.
26:46Essa deveria ser uma plataforma libertadora,
27:05mas ela acabou literalmente estimulando as piores tendências humanas.
27:09A identidade grupal é realmente poderosa em todos os lugares.
27:17E não há nada mais efetivo para ativá-la do que ter estranhos
27:20a quem possamos temer ou odiar.
27:24É realmente um dos sentimentos mais poderosos que podemos ter.
27:31Lóvis Santos, tomada 7. A gente já pode começar, tá?
27:34Tá bom.
27:35Nós podemos examinar todas as guerras, todos os conflitos
27:38já vistos na história da humanidade, na longa história da humanidade,
27:42e em cada caso vamos encontrar a identidade grupal em ação,
27:46levando pessoas que normalmente seriam empáticas
27:48a fazerem coisas terríveis com outros membros da própria espécie.
27:54O conflito existente entre os budistas e os roíngias em Mianmar,
27:59entre católicos e protestantes na Irlanda,
28:02israelenses e palestinos.
28:03Cada grupo tem uma história própria e complicada,
28:07mas em cada caso há uma clara assimetria de poder entre os dois lados.
28:11Também há uma série de processos psicológicos
28:13que são bastante comuns em conflitos.
28:19Nós tendemos a achar que as nossas ações em relação ao outro lado
28:22são motivadas pelo amor pelo nosso povo,
28:25enquanto as ações deles contra nós
28:27são motivadas pelo ódio a nós.
28:29Então, se você está vendo as coisas por esse lado,
28:33dá para perceber facilmente como reduzimos os outros
28:36como essencialmente violentos e vice,
28:39e classificamos o nosso próprio grupo como essencialmente virtuoso.
28:43E isso pode levar a todo tipo de preconceitos.
28:47Nós não vemos a injustiça como o outro lado,
28:49nós vemos a injustiça como o nosso lado.
28:52Então um grupo pode possuir mais poder,
28:54mas ainda assim pode se sentir no papel de vítima.
28:57Em maio de 1948, um novo Estado judaico de Israel
29:01nasceu após as injustiças da guerra.
29:04Quando Israel foi criado somente dois anos após o Holocausto,
29:08muitos palestinos fugiram ou foram expulsos da terra
29:11onde as suas famílias haviam vivido há gerações,
29:14dando início a um conflito pela terra e por direitos nacionais
29:17que permanece sem solução até hoje.
29:21O conflito Israel-Palestina é muito trágico e difícil.
29:25Há uma simetria clara.
29:29Israel tem um dos aparatos militares mais poderosos do mundo.
29:33Os palestinos não têm nada.
29:35As vidas deles são completamente controladas.
29:39É um caldeirão psicológico fervilhante que leva ao conflito.
29:43Tudo nesse pequeno pedaço de terra.
29:46Então, não podemos fazer julgamento de qual narrativa é a certa.
29:50Só podemos dizer quais são as narrativas e quais são os seus conteúdos psicológicos.
29:53Os palestinos dizem que os poderes ocidentais decidiram,
29:58sem o seu consentimento,
30:00permitir que um grupo basicamente colonizasse a sua terra e a tomasse.
30:05E quando resistiram,
30:07Israel os atacou com violência e tomou uma parte ainda maior da sua terra.
30:10Mas, por outro lado, a psicologia israelense é dominada pelos ataques anteriores ao judaísmo,
30:19que ocorreram em toda a história.
30:22Do ponto de vista israelense,
30:24eles são um pequeno país cercado de outros que o atacaram no passado.
30:29O Hamas, um grupo que jurou destruir Israel,
30:32e que é considerado pelos Estados Unidos como um grupo terrorista,
30:35conseguiu uma enorme vitória.
30:37E os israelenses temem ser arrastados para o mar.
30:41Pelo menos é o que os palestinos dizem.
30:44O grupo ativista islâmico se recusa a reconhecer o direito de Israel existir.
30:49Israel precisa se confrontar com o terror islâmico numa base diária.
30:55E o que nós temos aqui é o que chamamos de teoria de vitimização competitiva.
30:59Ambos os lados se sentem como vítimas.
31:02Ambos os lados se sentem desfavorecidos.
31:04E isso é especialmente verdadeiro em Gaza,
31:07onde uma cerca fortificada separa as fronteiras
31:09entre uma população de 2 milhões de palestinos
31:12e seus vizinhos israelenses do outro lado.
31:14Estamos em Neytiv-Hassara, uma vila agrícola.
31:29Ela é a cidade mais próxima da faixa de Gaza.
31:33A gente chegou aqui em 1982,
31:35e há mais de 12 anos eu tenho vivido sob uma ameaça constante.
31:41Ali à esquerda, lá longe no horizonte,
31:47lá é a cidade de Gaza.
31:49E esse é um dos muros que nos separa de Gaza.
31:56Mísseis, foguetes e morteiros,
32:01retaliações e mais retaliações,
32:03e guerras e mais guerras,
32:05cada uma pior do que a outra.
32:07E mais adiante está o quartel-general do Hamas.
32:13E a gente escuta o Hamas treinando ali dia e noite.
32:17A gente sempre recebe mensagens de texto no telefone
32:19dizendo, não se preocupem, é só treinamento.
32:22É quando eu começo a me preocupar.
32:26A melhor amiga da minha filha foi morta por um míssil
32:30a caminho do abrigo.
32:33Ela não conseguiu chegar lá há tempo.
32:37A dor por essa menina que foi morta
32:39está com a gente até hoje.
32:42Permanece com a minha filha ano após ano.
32:47Isto é um abrigo.
32:49Temos 15 segundos para chegar aqui
32:51quando tem um alerta.
32:53As crianças daqui de Israel
32:58crescem sem ver as crianças do outro lado.
33:03A gente não tem ideia
33:04de como essa gente é
33:06do que eles sentem.
33:09E também não queremos saber.
33:11Nós nunca nos vemos
33:13como pessoas.
33:14É isso que você quer?
33:35E aí, vamos ver quanto custa?
33:37Viver em Gaza
33:38é como estar morto numa sepultura.
33:41É uma prisão sufocante.
33:44Eu descrevo nossa vida
33:47como apenas dor e sofrimento.
33:50A nossa situação é incerta.
33:51Não temos nenhuma esperança de futuro.
33:55Essa foto foi tirada em 1995.
33:59E eu tinha menos de um ano de idade.
34:04Essas fotos representam toda a minha vida.
34:07São as lembranças que me restaram.
34:11É claro que também aconteceram
34:13muitas tragédias.
34:14Essa foto foi tirada
34:18no casamento do meu irmão.
34:20Uma tragédia aconteceu em 2006.
34:23O meu irmão foi morto pelos invasores.
34:25Que a sua alma descansa em paz.
34:28Isso foi resultado
34:29de um ataque brutal
34:30por um míssil
34:31contra os cidadãos daqui.
34:332006 foi um ano
34:34de muita dor
34:35e de muito sofrimento
34:37para a minha família.
34:38A gente ainda tira fotos,
34:41a gente ainda cria lembranças,
34:42a gente ainda continua tentando viver bem.
34:44Daqui a poucas horas,
34:56os Estados Unidos
34:57abrirão a sua embaixada em Jerusalém.
34:58Nós mostramos
34:59que os Estados Unidos da América
35:01fariam o que é correto
35:03e assim foi feito.
35:05Jerusalém está no coração
35:06do conflito
35:07entre Israel e a Palestina.
35:09Ela é a cidade sagrada
35:11e foi declarada capital
35:12tanto pelos israelenses
35:13quanto pelos palestinos.
35:15O reconhecimento de Jerusalém
35:17como capital israelense
35:18enfureceu os palestinos.
35:21Os militares israelenses
35:22estão se preparando
35:23para até 100 mil ativistas
35:25ao longo da fronteira de Gaza.
35:27Desde o momento em que nascemos,
35:29consideramos Jerusalém
35:31a capital da Palestina.
35:34Hoje, o governo dos Estados Unidos
35:36considerou Jerusalém
35:37a capital da ocupação israelense.
35:40Uma multidão de palestinos
35:41veio protestar aqui hoje
35:43para mostrar nossa indignação.
35:58Por que eles usaram balas de verdade?
36:00Por quê?
36:04Entre ontem e hoje,
36:06a atmosfera é de muita dor,
36:10raiva e tristeza.
36:12E também de luta
36:13em todos os cantos
36:14da faixa de Gaza.
36:21No dia da mudança
36:22da embaixada dos Estados Unidos,
36:24o número de vítima dos dois lados
36:25foi extremamente desproporcional.
36:27Como os militares israelenses
36:29acharam razoável
36:30responder com tanta força?
36:33Eu acho que essa situação
36:34é um bom exemplo
36:35do tribalismo ao longo do tempo.
36:38E como o resultado final
36:39pode ser tão irracional?
36:40A vitimização irá depender
36:45de quando começarmos a narrativa.
36:47Se começarmos com a história
36:49da matança desproporcional
36:51de palestinos
36:52que estavam protestando,
36:54estabelecemos que o relógio
36:55se inicia aí
36:56e vamos julgar a partir disso.
36:58Entretanto,
36:59os israelenses diriam,
37:00bom,
37:00por que vocês não iniciam o relógio
37:01no holocausto?
37:02E partindo dali,
37:03vamos ver o que vocês irão dizer.
37:06Há uma mentalidade clara
37:07de que,
37:08como houve um tempo no passado
37:09em que os judeus
37:10não se uniram
37:11para se proteger
37:12enquanto grupo,
37:13eles acreditam
37:14que não podem cometer
37:15o mesmo erro de novo.
37:17A psicologia da vitimização,
37:19do medo e da ameaça
37:20é tão forte
37:21que somos capazes
37:22de ignorar algo
37:23obviamente terrível
37:24que o nosso grupo
37:25possa ter feito.
37:27E essa é a verdade
37:28em todos os conflitos.
37:29A psicologia tem a ver
37:30com a percepção
37:31e não tem nada a ver
37:32com a realidade.
37:33Então,
37:34a gente pode ter um grupo
37:35com muito poder,
37:37mas com um perfil psicológico
37:38de vítima.
37:39É só usar um pouco
37:42de parcialidade,
37:43o que significa
37:44que só vamos nos atentar
37:45às evidências
37:46que reforçam o nosso lado
37:47e ignoramos as evidências
37:49que reforçam o outro.
37:50Aí acrescenta-se a mídia,
37:52acrescenta-se os políticos
37:53que usam
37:54de todos os meios
37:55para fomentar conflitos
37:57como o medo do outro,
37:58o exacerbamento
37:59do tribalismo
38:00e aí o resultado
38:01é previsível.
38:05Nós passamos
38:06por vários conflitos
38:07na história.
38:08depois de muitos anos,
38:09muitas décadas
38:10e milênios,
38:11ainda existem
38:11os mesmos tipos
38:12de discórdia.
38:14E ao analisar,
38:15vemos que sempre
38:16temos dois grupos
38:17no contexto
38:17de desigualdade estrutural.
38:20Eu acho que o que vemos
38:21na faixa de Gaza
38:22também pode ser visto
38:23no contexto
38:24da política racial
38:25dos Estados Unidos.
38:27Por que não são
38:27duas tribos lutando
38:28em condições de igualdade?
38:30Isso faz com que
38:31o problema seja ainda
38:32mais difícil de resolver,
38:33muito mais complicado.
38:34uma vez que dividimos
38:37o mundo entre nós
38:38e eles,
38:39estaríamos presos
38:40a essas categorias?
38:43Será que um dia
38:44conseguiremos redefinir
38:45as nossas divisões tribais?
38:47Se a gente examinar
38:49o experimento
38:49de Robert's Cave,
38:51o xerife e seus colaboradores
38:52levaram os garotos
38:53a adotarem identidades grupais
38:54e iniciarem conflitos tribais.
38:56Num contexto
39:01de rivalidade intergrupal,
39:04o que se viu
39:04foi um aumento
39:05da tensão intergrupal
39:06que levou ao ódio
39:07entre os grupos.
39:09Garotos que,
39:10no começo do estudo,
39:11eram jovens educados,
39:13civilizados,
39:14acabaram se tornando
39:15pessoas odiosas.
39:19O xerife estava
39:21interessado numa questão.
39:22Será que poderíamos
39:23transformar esses grupos rivais
39:25em grupos unidos
39:27ou, em outras palavras,
39:29em grupos pacíficos
39:30entre si?
39:32E o que ele fez
39:33para conseguir seu intento
39:34foi criar
39:35o que ele chamou
39:36de objetivos superordenados,
39:39em que nenhum grupo
39:40conseguiria atingir
39:41os seus objetivos
39:42sem colaborar
39:43um com o outro.
39:44Eles colocaram pedras
39:45dentro de um dos mananciais
39:46de água
39:47onde os garotos
39:48enchiam os cantis
39:49e eles tiveram
39:50que arrumar um jeito
39:50de tirar as pedras de lá.
39:53Eles tiveram
39:53que trabalhar juntos
39:54e, no final,
39:55trabalharam
39:55tão bem juntos
39:56que os meninos
39:57formaram uma linha
39:58de trabalho
39:59para tirar as pedras
39:59do manancial.
40:02A aparição
40:03desses objetivos
40:04interdependentes
40:06fez com que
40:06a hostilidade
40:07e rivalidade
40:08anteriores
40:08fossem vencidas
40:10e os meninos
40:10acabaram amigos
40:11de novo.
40:13Esse experimento
40:14mostrou
40:15como as filiações
40:16tribais
40:16podem aparecer,
40:18mas também
40:19como o contexto
40:19certo pode fazer
40:20com que elas
40:21sejam vencidas.
40:22em guerra
40:23curiosa
40:23em que homens
40:24que eram inimigos
40:25poucos meses
40:25antes terminam
40:26marchando lado
40:27a lado.
40:29Outro ótimo
40:29exemplo de uma coisa
40:30que pode juntar
40:31grupos distantes
40:32é uma ameaça
40:33comum.
40:35Isso pode ser visto
40:36facilmente no contexto
40:37histórico,
40:37como nas duas
40:38guerras mundiais
40:39em que havia países
40:40que previamente
40:40não se davam bem,
40:42com uma ameaça
40:42comum,
40:43de repente
40:44todos trabalhavam
40:45juntos.
40:45Apesar da categorização
40:48das pessoas
40:49como nós
40:50e eles
40:50ser uma parte
40:51fundamental
40:52da mente humana,
40:53nós temos
40:54bastante controle
40:55sobre como
40:55encarar
40:56essas categorizações
40:57e na realidade
40:58essas categorias
40:59tendem a ser
40:59bastante flexíveis.
41:03O que nós queremos?
41:05Justiça!
41:06Um exemplo atual
41:07é uma união democrática
41:09de torcedores de futebol.
41:10De quem são as ruas?
41:11De quem são as ruas?
41:12De quem são as ruas?
41:13De quem são as ruas?
41:15Os torcedores britânicos
41:19de futebol
41:19são famosos
41:20pela sua enorme rivalidade
41:21que geralmente
41:22acaba em violência.
41:26Mas em 2017,
41:28depois de uma série
41:29de ataques terroristas
41:30no Reino Unido,
41:31torcedores de times rivais
41:33se juntaram.
41:35Eles pensaram na época,
41:36ei, nós temos
41:37um inimigo em comum.
41:38Nós não queremos
41:39ser exterminados
41:40por extremistas islâmicos.
41:42Agora chega!
41:45Esse é o nosso país!
41:47Agora chega!
41:48Isso aí!
41:50As rivalidades remontam
41:52a quando o futebol
41:52começou neste país.
41:54Mas as tragédias
41:55que aconteceram
41:55mexeram alguma coisa
41:57em nós.
41:57Que somos torcedores
41:58fanáticos de futebol.
42:00Que não mudamos de time,
42:01mas nos juntamos
42:02sob um único propósito,
42:04num objetivo comum.
42:06Dezenas de milhares
42:07de pessoas compareceram
42:08às últimas duas demonstrações,
42:10mas apesar da sua mensagem
42:11de unidade,
42:12eles estão sendo acusados
42:13de usar mensagens racistas.
42:15Lixo nazista!
42:17Fora daqui!
42:18Lixo nazista!
42:19Fora daqui!
42:21O que vemos
42:22nesse caso
42:23são tribos
42:23que estavam previamente
42:25separadas
42:25se juntarem
42:26num objetivo comum.
42:28Mas às vezes
42:29esse objetivo comum
42:30pode ser tão racista
42:31e medonho
42:32como as fronteiras tribais
42:33que vimos antes.
42:35Inglês até a morte, cara!
42:36Nossa psicologia tribal
42:43pode ser influenciada
42:44por muitos fatores diferentes
42:45que podem fazer
42:46com que vejamos os outros
42:47como aliados
42:48ou inimigos.
42:51Mas uma coisa boa
42:52é que como temos categorias
42:54que são flexíveis
42:55que podem ser transformadas
42:56no caminho,
42:57há espaço para melhora.
42:59Há espaço para vencer
43:01o ódio e o tribalismo
43:02mesmo em alguns
43:03dos piores contextos.
43:05mas o lado triste
43:07é que a nossa psicologia
43:08agrupal evoluiu
43:09para vencer as ameaças.
43:11Só que essas ameaças
43:12não precisam ser reais.
43:14Às vezes elas são
43:15completamente inventadas,
43:16são parte de uma propaganda,
43:18mas mesmo assim
43:19são percebidas como ameaças,
43:20mesmo sendo falsas.
43:22Elas podem fazer
43:23com que nossas fronteiras
43:24tribais se modifiquem.
43:26Às vezes de uma forma boa,
43:28às vezes de uma forma bem ruim.
43:35Às vezes de uma forma tão Grand不用ce
43:37de cuando se monta
43:37que minha família
43:38gritou do psíquatamente
43:38de uma forma bem
43:39e vejamos de um
43:40de pickupagem.
43:41E aí
43:41Que lá é que
43:41seja pro lado,
43:42e eu vou weer
43:42ter.
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