Roberto Dumas, economista e professor do Insper, analisa os efeitos da guerra tarifária entre EUA e China, o impacto nas cadeias produtivas e as perspectivas para o comércio global. Ele também discute a desaceleração da economia norte-americana e os desafios para o Brasil com as tarifas e o cenário internacional.
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00:00E nós aqui do estúdio seguimos falando sobre a guerra tarifária entre Estados Unidos e China.
00:05Para isso eu converso agora ao vivo com Roberto Dumas, economista e professor do INSPER.
00:11Roberto, boa noite, prazer, bem-vindo ao Jornal Times Brasil.
00:16Obrigado, Natália, prazer estar com você novamente.
00:19Roberto, bom, hoje faz um mês do anúncio que ficou conhecido como tarifácio de Donald Trump,
00:25que ele anunciou como o dia da libertação, então fazendo o mês-versário.
00:30De lá pra cá, claro, muitas idas e vindas, com esse movimento mais recente de informações sobre uma possível negociação entre Estados Unidos e China.
00:39Quero saber qual é a sua avaliação sobre esse momento e sobre esse último mês de abril para o comércio e a geopolítica mundial.
00:47Veja, os dados que vieram dos Estados Unidos, coisa de dois dias atrás, não foram nada bom.
00:54Ou seja, apesar de Trump falar que foi um problema de Biden, não, esse foi um problema de Trump.
01:00Porque o PIB chegou a cair trimestre, em relação ao trimestre, o quarto trimestre de 2024, o PIB caiu 0,3% em taxas anualizadas.
01:10Por que isso?
01:11Porque, dada a incerteza dessa guerra comercial que Trump está fazendo,
01:17muitos investidores e muitos compradores anteciparam as importações.
01:22E importação é uma contraconta do produto interno bruto.
01:27Só para você ter uma ideia, a importação nos Estados Unidos subiu 41% com o objetivo de fugir dessas tarifas.
01:33E o consumo que poderia subir mais, que chegou a subir 4%, 5% no quarto trimestre de 2024, subiu 1,8%.
01:42Então, como a gente fala, é o seguinte, risco a gente sabe correr.
01:48O que a gente não sabe correr é incerteza.
01:51Quando você tem uma tarifa de 25, 35, 45, 125, 145, eu não sei fazer um plano de negócios
01:58e muito menos achar que eu devo trazer empresa de fora para os Estados Unidos.
02:04Trump quer trazer as empresas de fora para os Estados Unidos.
02:07Ora, mas com que mão de obra?
02:10Se eles já estão com praticamente pleno emprego.
02:13Então, até o FMI já vê que essa ruptura nas cadeias produtivas,
02:18mesmo que se chegue num acordo,
02:22tende a diminuir o comércio global,
02:25tende a diminuir a atividade econômica global
02:28e tende a diminuir o crescimento do mundo.
02:32E o que é pior, por exemplo, acabei de ouvir agora,
02:34que existe a expectativa de corte de taxa de juros.
02:38Acho um pouco difícil nos Estados Unidos.
02:40Por quê?
02:41O último dado que saiu nessa semana,
02:44de dados de preço do consumidor dos Estados Unidos,
02:50ficou em 3,7%.
02:51Ora, a média ou a meta da inflação informal dos Estados Unidos é de 2%.
02:59Você está em 3,7%.
03:00Ora, 3,7% é quase o dobro da meta que você esperava.
03:05Então, não faz nenhum sentido
03:06eventualmente achar que o Federal Reserve vai cortar a taxa de juros
03:11se a inflação está quase o dobro do que ele preconiza que deveria estar.
03:17Ora, mas 3,7% não é tão alto.
03:20Não, tudo bem, não é tão alto.
03:21Assim como 5,25%, 4,25%, 4,50%,
03:25que é o que está a taxa de juros.
03:26Mas daí achar que poderia fazer um expansionismo monetário
03:30acho um pouco difícil.
03:33Então, o cenário, mesmo com os acordos,
03:36não vai voltar a um cenário róseo como era.
03:40As tarifas devem diminuir,
03:42porque isso é um absurdo.
03:45Não tem como você falar
03:46é 125, é 145, é 245.
03:49Chega um momento em que você pode falar
03:51olha, a tarifa pode ser 120% ou 1.000%,
03:54porque não vai ter negócio mesmo.
03:55Então, em algum acordo,
03:58Trump já era esperado que chegaria.
04:01Mas daí ia falar que vai voltar como era antes?
04:05Provavelmente não.
04:06E tem um ponto, Natália.
04:08Trump tem um sério problema,
04:10ou se eu melhorar,
04:11o governo dos Estados Unidos,
04:12obviamente a economia dos Estados Unidos,
04:14tem um sério problema de déficit nas contas externas.
04:17Só que déficit nas contas externas
04:19significa que o país poupa pouco,
04:22quer do lado privado,
04:25quer do lado público.
04:27Então, para você entrar num superávit
04:29ou diminuir as contas externas,
04:32o déficit das contas externas,
04:33é importante que o país poupe.
04:36Se você colocar mais tarifa,
04:38você vai importar mais inflação.
04:41Então, provavelmente,
04:42nós vamos ver a inflação pegando mais jeito aí.
04:45Por isso que eu ainda não estou muito otimista
04:48em relação ao corte de juros do Federal Reserve,
04:52Banco Central Norte-Americano,
04:54essa semana, Natália.
04:55E, Roberto, a gente sabe que o Federal Reserve,
04:58assim como olha com muita atenção
05:00e muito cuidado para o índice de preços,
05:03para a inflação,
05:04também olha para os dados de emprego.
05:05E a gente teve dados hoje positivos
05:07e comemorados pelo presidente Donald Trump.
05:10Qual é a sua leitura sobre essa questão do emprego?
05:12Veja, comemorado é um problema razoável,
05:16porque se você está com inflação
05:18e você comemora que você está criando emprego,
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