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O setor de serviços voltou a avançar em outubro, segundo análise de Marco Antônio Rocha, economista e professor da Unicamp, enquanto Vinicius Torres Freire avaliou a desaceleração do varejo e da indústria. O Radar discutiu o que esses dados do IBGE indicaram para 2026.

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Transcrição
00:004 horas e 35 minutos, o radar está de volta.
00:04O setor de serviços teve em outubro o nono crescimento seguido.
00:09O volume de serviços prestados cresceu 0,3% em relação a setembro.
00:14É mais um recorde da série histórica que começou em 2011.
00:17O destaque do mês ficou para serviços de transportes que cresceram 1%.
00:21Vamos acompanhar como é que esse setor, que é o maior da economia brasileira,
00:26vem renovando recordes mês a mês.
00:28Esse gráfico aqui mostra o nível de atividade, o nível de serviços prestados.
00:33Ele começa em janeiro do ano passado.
00:35E a gente vê claramente como 2025 é um ano de alta.
00:38Tirando essa queda que houve na virada do ano, de 2024 para 2025,
00:42dali para frente só subiu.
00:44E aqui a gente acompanha que o ângulo, inclusive, da subida muda pouco.
00:50Quer dizer, é um ritmo consistente.
00:51O gráfico segue apontando para cima,
00:54mesmo na vigência de um aperto monetário com juros mais altos.
00:58Se, por um lado, o setor de serviços segue renovando recordes,
01:03o comércio varejista vem andando de lado.
01:06Em outubro, as vendas cresceram 0,5%.
01:08Foi o quinto mês do ano com resultado positivo.
01:11E os outros cinco meses registraram queda.
01:14Vamos entender o que o desempenho desses dois setores revela
01:17sobre a economia brasileira em pleno ciclo de aperto monetário
01:21e o que esperar para o ano que vem.
01:23Nossa entrevista é com o Marco Antônio Rocha, economista e professor da Unicamp,
01:28e o nosso analista de política e economia, Vinícius Torres Freire, participa.
01:32Tudo bem, Vinícius? Boa tarde.
01:33Boa tarde, Fábio. Boa tarde para todo mundo. Boa tarde, Marco.
01:35Marco, professor, boa tarde. Tudo bem?
01:38Boa tarde. Boa tarde a todos e todas que estão aqui com a gente.
01:42Marco, vou começar te perguntando, então, sobre esse gráfico que a gente acabou de apresentar aqui,
01:45que é o gráfico de nível de atividade no setor de serviços, com os dados que saíram hoje do IBGE.
01:51E a gente vê desde janeiro, é uma linha ascendente, apontando sempre para cima.
01:55O que está sustentando o setor de serviços e por que ele não esboça,
02:00pelo menos olhando para esse nível de atividade, um arrefecimento?
02:06Olha, o setor de serviços tem se mostrando muito resiliente em relação à atividade econômica.
02:12Isso se espelha em relação, inclusive, a 50% das atividades estudadas pelo IBGE
02:20terem apresentado um crescimento, sendo basicamente concentrado justamente no setor de tecnologia
02:27de informação e comunicação e no setor de transporte, principalmente no setor de transporte de passageiros.
02:34O setor vem se mostrando, já que ocupa também uma parcela bem significativa do PIB brasileiro,
02:40um dos principais setores responsáveis pelo crescimento que a gente está vendo esse ano.
02:46A má notícia é que também, assim como os outros indicadores de atividade econômica,
02:52o setor de serviços, embora tenha apresentado um crescimento,
02:56ele também tem demonstrado uma certa desaceleração quando a gente compara ao acumulado no mês passado.
03:02Quer dizer, ele já está entrando, basicamente, no meio do movimento que a economia brasileira
03:08como um todo está apresentando.
03:09Quer dizer, vai ter um crescimento moderado esse ano, algum todo de 2,2%, 2,1%, provavelmente,
03:15mas já no final do ano apresentando uma certa desaceleração,
03:19o que preocupa para o 2026, para o ano seguinte.
03:22Vinícius?
03:24Marco, você falou aí que o setor de serviços também está apresentando desaceleração.
03:29Em 12 meses, só para deixar claro, estava 3,1% no mês passado, está em 2,8% agora.
03:35E no ano passado foi 3,1%.
03:37É uma desaceleração, mas ela é lenta e ela é bem menor do que a dos demais setores,
03:42pelo menos na pesquisa mensal da indústria e do comércio.
03:45Uma desaceleração mais lenta.
03:47Claro que a gente tem transporte, que foi influenciado por indústria extrativa e agro,
03:53que está indo bem, e agora também o setor de turismo indo bem, transporte aéreo.
03:58E tem o setor de serviços de informação e telecomunicação, que está indo muito bem.
04:03Esse setor, essa desaceleração lenta e esse setor de telecomunicação e informação indo muito bem,
04:09indica alguma mudança por dentro da economia brasileira?
04:13Tem mais empresa procurando serviço de comunicação e informação para se modernizar?
04:19Você tem alguma pista?
04:20Por que o setor de serviços é bem e tecnologia e informação especialmente bem?
04:26Olha, muito disso está ligado justamente a serviços empresariais.
04:30Mas eu acho que no fundo tem uma questão aí que é importante,
04:34que é uma certa recuperação do consumo, do varejo na verdade.
04:39O que mostra que há uma renda disponível um pouco maior do que se esperava nesse final de ano para as famílias.
04:46Isso está muito relacionado, na verdade, à queda do indicador de inflação,
04:50sobretudo a inflação de alimentos.
04:53Então, com a queda do preço dos alimentos, que foi um fenômeno que ocorreu,
04:56foi bem significativo, nem toda a população sente isso no bolso.
05:00A gente entende que é bem distinto, dependendo de onde você está, de qual classe social que você pertence, etc.
05:07Mas, de modo geral, o preço dos alimentos apresentou, ao longo do ano, uma queda em relação à expectativa de inflação.
05:15Isso significa uma renda disponível, sobretudo para as famílias de classe mais baixa,
05:19o que tem um impacto no varejo.
05:21O varejo voltou a crescer de forma significativa desde março.
05:26A gente tinha, desde março, o varejo basicamente andando de lado.
05:30Subiu um pouquinho, desci um pouquinho, subiu um pouquinho, desci um pouquinho.
05:33Nesse mês, o varejo apresentou uma recuperação significativa,
05:38o que demonstra que, de certa forma, há um pouco mais de renda do que se esperava no fim de ano, de renda das famílias.
05:44Essa pode ser uma boa notícia.
05:47A gente está mapeando uma certa desaceleração, que começa agora e provavelmente vai se espalhar para 2026,
05:53inclusive porque o governo vai ter um menor espaço fiscal para fazer, vamos dizer, política anticíclica,
05:59como a gente chama em economia, quer dizer, tentar reverter essa desaceleração.
06:05Mas a boa notícia é que, de certa forma, o comércio, o varejo está reagindo.
06:11E provavelmente é esse fato, quer dizer, com a inflação mais baixa,
06:15essa tendência de alta dos alimentos arrefecendo,
06:18isso significa também uma maior renda disponível, que se espalha, de certa forma, para a economia como um todo.
06:25Marco, olhando para esses dois setores, que representam uma fatia tão significativa da economia brasileira,
06:32como é que você classificaria a temperatura da nossa economia, não hoje, mas em outubro,
06:38a quando se referem esses dados?
06:40Olha, é uma pergunta tão complicada, por quê?
06:47Porque os sinais são muito duros, quer dizer, a gente está vendo uma certa recuperação do setor de serviço
06:52e do varejo, que é um certo indicador de que há uma certa renda disponível maior,
06:59mas a economia vem apresentando uma desaceleração,
07:02e o dado preocupante é, sobretudo, a produção industrial.
07:05A indústria, depois de um bom ano de 1924, a indústria em 1925, meio que andou de lado.
07:12E a indústria é um motor importante para a economia,
07:15porque a indústria demanda muitos serviços, a indústria demanda também bens industriais,
07:20com muitos sumos, e a indústria também emprega, vamos dizer assim,
07:25uma certa classe trabalhadora com maior rendimento médio,
07:30se a gente olha a estrutura ocupacional da economia brasileira como um todo.
07:34Então, a gente tem sinais dúvidas, e talvez o mais preocupante é que a produção industrial
07:40está caminhando, caminhou de lado em 2025, e isso preocupa, inclusive do ponto de vista
07:47da gente obter um crescimento maior com a geração de emprego e mais de qualidade.
07:52E, ao mesmo tempo, a gente tem uma taxa de desemprego que vem se mostrando muito, muito baixa,
07:57o que é bom sinal, mas justamente a gente precisa da indústria e desses serviços mais qualificados
08:03justamente para a gente conseguir, vamos dizer assim, melhorar a estrutura ocupacional brasileira
08:08e a gente ter um desempenho melhor em 2026, o que não está no horizonte.
08:14Então, nesse momento, o que a gente tem no horizonte é uma certa desaceleração da economia brasileira
08:19e um menor espaço para o governo fazer políticas contra essa desaceleração.
08:25Eu acho que esse é o Centro Olho no Horizonte, essa que é a paisagem mais provável que a gente veja em 2026.
08:33Quer dizer, ao longo do ano, essa desaceleração se consolidando como um cenário preocupante
08:39justamente em véspera de eleição.
08:41Marco Antônio Rocha, economista, professor da Unicamp.
08:46Obrigado, Marco, pela sua análise aqui.
08:48Bom fim de semana para você.
08:50Obrigado a vocês pelo convite e bom fim de semana a todos e todas que estão com a gente aqui.
08:55Obrigado. Obrigado, Vinícius, também.
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