- há 11 horas
Erasmo Ângelo, de 84 anos, entrou na TV Itacolomi em 1960. Foi repórter, locutor e apresentador, inicialmente no geral e depois no esporte.
Como parte do especial "TV Itacolomi: 70 anos", o Estado de Minas apresenta depoimentos de ex-funcionários da primeira emissora de Minas Gerais que permanece na memória de muitos mineiros que, entre 1950 e 1980, puderam acompanhar uma programação de excelência na dramaturgia, no esporte, no jornalismo e no entretenimento.
Como parte do especial "TV Itacolomi: 70 anos", o Estado de Minas apresenta depoimentos de ex-funcionários da primeira emissora de Minas Gerais que permanece na memória de muitos mineiros que, entre 1950 e 1980, puderam acompanhar uma programação de excelência na dramaturgia, no esporte, no jornalismo e no entretenimento.
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NotíciasTranscrição
00:00Mais um grande show, muita atração, sequência nova, da televisão, da Colomínia, o seu canal 4, vai me mostrar um novo show, espetacular.
00:16Eu fiz muita coisa, eu tenho 84 anos, faço em fevereiro 85.
00:21E a vida em meios de comunicação, em áreas de administração pública, ela é um pouco extensa.
00:34Na mídia, eu comecei em 6 de janeiro de 1958.
00:41Era uma rádio Minas, que foi idealizada e construída pelo Ramos de Carvalho.
00:53Esse Ramos trabalhou muitos anos na BBC de Londres, inclusive no serviço brasileiro de transmissão, de guerra, da Segunda Guerra.
01:05E ele, quando retornou ao Brasil, criou essa emissora musical, a primeira emissora musical que se tem notícia no Brasil.
01:15E daí eu comecei em 6 de janeiro de 1958.
01:21Em 1960, eu fui convidado para trabalhar na Rádio Mineira.
01:26Foi também um lançamento nacional, praticamente nacional, feito, organizado, produzido, criado pelo José Mauro.
01:37José Mauro é um dos maiores personagens do rádio brasileiro em história.
01:42Ele, desde a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde ele foi um dos maiores nomes,
01:47junto com aqueles astros da época, produtores da época, o rádio que era o padrão brasileiro de qualidade,
02:00ele implantou, quando se transferiu para os diários associados,
02:05ele implantou na Rádio Tamoio, música somente música.
02:10E trouxe a ideia para Belo Horizonte, para São Paulo.
02:17Belo Horizonte foi, a Rádio Mineira, foi a segunda emissora música somente música.
02:23Um padrão excepcional de qualidade que ele criou.
02:27E aqui em Belo Horizonte ele criou, montou a equipe e entregou a direção da emissora musical
02:36para outro gênio do rádio mineiro, Agnaldo Rabelo.
02:41Agnaldo Rabelo foi, ao oposto do Ramos de Carvalho, foi um grande nome da Voz da América.
02:50Ele trabalhou muitos anos nos Estados Unidos como locutor e produtor na Voz da América.
02:56E ao retornar a Belo Horizonte, ele teve uma atuação bem antes na Rádio Confidência, etc.
03:03E foi convidado e aceitou assumir a mineira Música Somente Música,
03:11que antes era atlética, a partir de 59, 60, passou a ser Música Somente Música.
03:19Eram intervalos, eram sete minutos, duas músicas, três músicas.
03:25E a cada 15 minutos, mais ou menos, dois ou três anúncios e música, uma produção musical.
03:34Tinha os maiorais do disco que selecionavam as músicas.
03:38E os locutores, ele criou uma equipe de locutores, um padrão de locução na Rádio Mineira.
03:46Esse padrão envolvia sete locutores, que eu não vou falar por mim, porque eu falo também pelos demais.
03:55Era um padrão de voz maravilhoso, uma dicção ótima.
04:00E nessa leva, eu fui incluído por trabalhar na Rádio Musical, a Rádio Minas,
04:06que também cedeu mais dois locutores para a Rádio Mineira.
04:10Era o José Junquilho e o Geraldo Porto, que trabalhava nos diários associados também no Estado de Minas, no Neonotipo,
04:17que antigamente era Chumba, essa coisa.
04:20E essa equipe ficou marcada no Rádio Mineiro como uma equipe de alto padrão.
04:27Da Rádio Mineira, em poucos meses, a chefia de locução da Rádio Mineira me convidou para a TV Itacolombi.
04:37O chefe dos locutores era Ângelo Rezende Costa.
04:40E dali da Rádio Mineira, aí comecei a trabalhar, foi um acúmulo de serviços nos diários associados.
04:50Eu passei a trabalhar também na TV Itacolombi como locutor de cabine.
04:54Também quem trabalhava era uma equipe de padrão excelente, e isso foi em 60.
05:01Minha carteira assinada em 1º de maio de 1960, na TV Itacolombi.
05:08Eu segui a TV Itacolombi e, por sorte, ou por interesse ou competência,
05:18é chato falar que a gente é competente, mas viraram na minha pessoa uma qualidade para também apresentar programas ao vivo.
05:30Naquela época, na TV Itacolombi, era tudo ao vivo, nada se improvisava, nada se gravava.
05:37Era uma coisa absolutamente fantástica.
05:38E nessa transição da locução de cabine, passamos também para apresentar alguns programas de jornalismo.
05:49Um deles foi o DT na TV, era o Diário da Tarde.
05:52Aos domingos, tinha um programa, começo da tarde, 12h30, 13h, alguma coisa assim.
05:59E chamava-se até um título muito bonito, DT na TV, porque o Diário da Tarde tinha uma equipe de jornalismo também,
06:07de redação muito boa.
06:09E esse programa foi levado ao ar, é um zumbico muito bom, e eu fazia o noticiário internacional e tal.
06:16Dali para frente, foi se evoluindo, e a gente passou a fazer locução e alguns programas e tal.
06:25E foi seguindo, e nesse trabalho, foi até curioso, porque em agosto de 1961,
06:39algum tempo antes, uns dias antes, uns meses antes,
06:45um incorporador muito famoso, Múrcio Ataíde,
06:48começou a construir um clube de alto nível para rivalizar-se com o iate,
06:57porque o iate era a coqueluche, um clube construído com obra de Nehemiah,
07:02aquela coisa toda bacana, bonito.
07:05E ele criou uma estrutura moderníssima de um clube social,
07:09era o Pampulha Iate Club Pique,
07:12que era o nome simpático que todo mundo chamava,
07:15que era o Pique, que estava vendendo cota no Pique,
07:18na Orla da Lagoa, uma construção moderna.
07:21E paralelamente a isso,
07:23o Múrcio contratou na TV Itacolomi, comercialmente,
07:29um telediário,
07:32também à tarde, às 12h30.
07:36Só que a inovação, porque a TV Itacolomi
07:38criou na época um sistema de transmissão
07:44que envolvia,
07:48a gente recebia alguns programas via links
07:52de São Paulo e do Rio,
07:54aquelas transmissões parabólicas,
07:58as guias eram,
08:00é um problema de engenharia de imagem,
08:03que alguém pode explicar,
08:04o Vitor Porri Neto, que é um talento,
08:06que criou esse sistema aqui,
08:10das parabólicas,
08:11ela transmitia do Rio para cá
08:13e invertia-se a transmissão.
08:16Era de Belo, da TV Itacolomi,
08:19para a TV Itacolomi,
08:20Rio e TV Itacolomi, São Paulo.
08:23Aí deu uma coincidência
08:24que na estreia do programa,
08:26em 13 de agosto de 1961,
08:29os soviéticos, a União Soviética,
08:33naquela Guerra Fria,
08:34ela implantou
08:36a construção do muro de Berlim,
08:40cercando Berlim,
08:42chamada Berlim Oriental,
08:44que era uma divisão em quatro potências,
08:46vencedoras de guerra,
08:47ela cercou Berlim no lado dela,
08:51na administração soviética.
08:53E foi um clima,
08:54um drama internacional.
08:58coincidiu esse fato,
09:01em Berlim,
09:03foi construído de madrugada,
09:05começou a construção de madrugada,
09:07e coincidiu de a gente estar estreando
09:09o Telediário Pique.
09:12Na apresentação,
09:16éramos três,
09:18era eu,
09:20o Denis Moreira,
09:22que era da equipe da TV Itacolomi,
09:24depois ele foi um nome famoso
09:25aqui em Minas,
09:26ele era de Caratinga,
09:28mas veio para cá e se firmou
09:30como um dos nomes do jornalismo
09:32belo-orzontino,
09:33inclusive,
09:33muitos anos de deputado,
09:35etc, etc.
09:36E Rubens Silveira,
09:38Rubens fazia alguns comentários políticos
09:41na época,
09:42eu e o Rubens Silveira
09:44fazíamos o texto.
09:45Coincidiu, então,
09:46no noticiário,
09:47no impacto internacional
09:48do muro de Berlim,
09:49e nós,
09:51por felicidade jornalística
09:54de estarmos transmitindo
09:55para São Paulo e Rio,
09:57Rio e São Paulo
09:59conheceram
10:00a construção do muro de Berlim
10:03às custas da transmissão
10:06da TV Itacolomi,
10:08um marco,
10:09um programa,
10:11era um jornalismo excepcional,
10:12muita qualidade,
10:14muito bem feito,
10:14um telejornal,
10:15com a direção
10:16do jornalística
10:17do Afonso Torres,
10:19que era também
10:19um grande nome
10:20do jornalismo menino,
10:21e marcou a época.
10:23E...
10:23Uma dúvida,
10:25nessa época,
10:26como que era
10:26fazer esse jornalismo?
10:28Porque eu não tinha internet
10:29como tem hoje,
10:30como que vocês ficaram,
10:31por exemplo,
10:31sabendo da construção
10:32do muro de Berlim?
10:34Pelas agências internacionais,
10:36porque o Vitor Porri,
10:38eu sempre exalto
10:39a figura do Vitor Porri,
10:42engenheiro,
10:43que montou a TV Itacolomi,
10:45esteve nos Estados Unidos,
10:46trouxe equipamento RCA,
10:48é um último padrão,
10:50uma última qualidade,
10:51tecnologia,
10:51eu não posso falar
10:52de tecnologia,
10:53porque é coisa própria
10:55de conhecimento deles,
10:56mas era um gênio
10:57em matéria de engenharia.
11:00E ele...
11:03na montagem do esquema,
11:07você fala da qualidade
11:08do programa?
11:09Eu falo como que vocês
11:11faziam o jornalismo
11:12naquela época,
11:12como que vocês
11:13tinham acesso
11:13a essa informação,
11:14por exemplo.
11:14Pois é,
11:16via,
11:17porque o Vitor montou,
11:18tinha um esquema de...
11:21ele recebia da UPI,
11:23ele tinha um transmissor enorme
11:25de recepção
11:27da UPI
11:28direto de...
11:30dos Estados Unidos,
11:31não sei se de Washington
11:32ou de Nova Iorque,
11:33a sede da UPI,
11:34me parece que era Nova Iorque,
11:35mas a UPI tinha
11:36um leque
11:37internacional
11:39internacional de transmissão,
11:41de transmissão, né,
11:42uma agência...
11:43tanto é que a UPI
11:44era a base
11:46do repórteresso,
11:48era a UPI,
11:49porque depois
11:49associei a Depress,
11:51em forma secundária,
11:54a France Press,
11:56depois,
11:56posteriormente,
11:57mas a UPI
11:58era a agência
11:59que tinha a liderança,
12:01a melhor qualidade
12:02em transmissão imediata
12:04dos fatos.
12:05E,
12:06na TV Itacolovir,
12:08existia,
12:11nessa recepção,
12:14é um equipamento
12:15muito grande,
12:16sintonizado
12:17diretamente com a UPI,
12:19em espanhol.
12:20E a gente recebia
12:22tanto as telefotas
12:23quanto
12:23o material.
12:27E aparece muito
12:28em cinema,
12:29aqueles filmes antigos,
12:31a recepção
12:31de transmissão,
12:33batendo as teclas,
12:35tudo,
12:36um negócio genial, né?
12:38E a notícia
12:39vinha chegando,
12:41a gente traduzia
12:42ali o Espanhol,
12:43e a gente tinha
12:44uma equipe
12:44que redigia o jornal,
12:46o Telediário Pique,
12:48desde manhã cedo,
12:49Afonso Torres
12:50montou uma equipe
12:51de redação,
12:52e montava-se
12:54o jornalismo
12:55com a direção
12:57de programa,
12:58da tecnologia
12:59de hoje,
13:00assim,
13:00guardadas as proporções,
13:02não tem um diretor
13:03de programa,
13:04um diretor de estúdio,
13:05a apresentação,
13:06só que no papel,
13:07não é telepronta.
13:09Era,
13:09mas,
13:10muito legal,
13:11a gente lia bem antes
13:12e estruturado,
13:15muito bem estruturado,
13:16tanto o noticiário local,
13:18nacional,
13:18e internacional.
13:20Era muito bom.
13:21O jornalismo
13:22era fácil de transmissão,
13:24nunca se perdeu
13:25a qualidade,
13:26a agilidade da transmissão.
13:28Depois nós tivemos,
13:30só uma coisa
13:32de satisfação pessoal,
13:34porque,
13:35como era um jornal
13:38que chegava
13:38no Rio de Janeiro
13:39e em São Paulo,
13:41eu fazia também
13:42um programa,
13:42eu consegui
13:43com a minha atuação
13:44em Rádio Mineira,
13:45e eu fazia
13:46na Guarani
13:46um programa
13:47também à tarde.
13:50Ali,
13:51a gente levava
13:52quem ia ser,
13:54participar de programas
13:56na TV Intercomi,
13:57levava a Rádio Guarani
13:59para dar um retorno bom
14:01e emoldurar ainda mais
14:03a chamada
14:04do programa.
14:05E esses artistas
14:06eram entrevistados
14:08na Rádio Guarani.
14:09E eu estava,
14:10felizmente,
14:11também sempre
14:11uma coincidência,
14:12muito feliz,
14:13nós vamos entrevistar
14:16a Elisete Cardoso
14:16hoje,
14:17aí preparamos
14:17no estúdio,
14:18a Elisete veio,
14:19Elisete,
14:20é um prazer,
14:21Erasmo,
14:22aí ela falou,
14:23não,
14:23eu te conheço,
14:24eu te vejo lá
14:25no Rio de Janeiro.
14:26É uma coisa gratificante,
14:27né?
14:28Muito obrigado,
14:29e tal.
14:30Mas você fez
14:30uma pergunta
14:31depois, né?
14:32Depois nós...
14:33Depois do
14:34Telediário,
14:36quais outros programas
14:37que você...
14:37Nós tivemos,
14:39aí nós passamos
14:40de uma época,
14:43nós passamos
14:44ao esporte.
14:45O esporte
14:46em Minas,
14:4765,
14:48com o advento
14:49do Mineirão,
14:51ganhou uma projeção
14:53nacional enorme,
14:54né?
14:55Essa história,
14:57a maioria
14:58que eu conhece.
14:59E aí,
15:00a Reventa Colômbica,
15:01como sempre,
15:02pioneira,
15:02né?
15:03Os avais,
15:04montavam uma equipe
15:06de narração,
15:06de produção.
15:07Já tinham esporte antes,
15:08como vários colegas,
15:09Milton Collin,
15:11Ulisses Nascimento,
15:13Deli Moreira
15:14fazia transmissão,
15:15Moreira Neto,
15:18Cleto Filho,
15:20são pessoas que lidaram
15:22na época de esporte.
15:23Mas depois,
15:24na construção
15:25dessa nova equipe,
15:27foram acrescentados nomes.
15:28vieram,
15:29então,
15:30o Fernando Sasso,
15:31uma legenda
15:32em transmissão esportiva,
15:34aí nós trabalhamos
15:35com o Fernando Sasso,
15:36Cafunga,
15:37o imperdível Cafunga,
15:39o Ronan Ramos,
15:40excepcional na cobertura,
15:43também,
15:44repórter de campo maravilhoso,
15:46repórter da camisa amarela,
15:48o Magafa,
15:49com o tempo de jogo,
15:50e o X.A.,
15:54o Paulo Papini,
15:57o J.A. Ferrari,
15:59faziam comentários
16:00dos clubes,
16:00clubísticos,
16:01Cruzeiro Atlético,
16:02América e tal,
16:03e criou-se
16:04a transmissão
16:05constante de esportes,
16:07a economia investiu demais
16:09no esporte.
16:09E as transmissões
16:11eram todo evento grandioso,
16:15ou não grandioso,
16:17o campeonato mineiro,
16:18o brasileirão
16:20que começou a surgir
16:23com o Robertão,
16:25Roberto Gomes Pedrosa,
16:26em 58, 59,
16:28essa coisa foi
16:29ganhando força,
16:30e nós
16:32seguimos
16:34no esporte
16:36durante muitos anos.
16:38Você fazia o quê?
16:39Eu fazia
16:40a retaguarda,
16:42ao vivo,
16:43esperar o esporte,
16:45uma âncora de espera,
16:47o pré-jogo,
16:49chamado pré-jogo.
16:51E também participava
16:53do Bolor da Área,
16:54do carro-chefe,
16:55como repórter,
16:56como entrevistador.
16:59Fazíamos lá,
16:59já era uma parceria.
17:04Depois a TV Itacolombia
17:06passou também
17:06a administrar
17:08a TV Alterosa.
17:10Nós tínhamos
17:10um programa diário
17:11na TV Alterosa,
17:12então os estúdios
17:12eram muito perto,
17:13a gente saía
17:14da Itacolombia,
17:15corria,
17:16era no mesmo andar,
17:17corria para o estúdiozinho
17:18Modesto,
17:18mas sempre acolhedor,
17:20com o pessoal,
17:21a mesma equipe
17:22atuava também
17:24na Alterosa.
17:24E daquilo surgiram
17:26programas fantásticos.
17:28O Bolor na Área,
17:29era uma coisa fantástica.
17:31O Papo de Bola
17:31com o Cafunga
17:32e o Sars
17:36era um meio de 40,
17:38por aí,
17:38meio de meio.
17:40Dominava a praça
17:41pelo lado irônico
17:43do Cafunga,
17:44a profundidade
17:45que ele tinha
17:46de temas
17:47picantes.
17:48picantes.
17:49Então,
17:50a coisa mais gostosa
17:53de se ver
17:53era o tal
17:54Papo de Bola.
17:55E o Bolor na Área
17:56pela grandiosidade
17:57do programa,
17:59chegou a ter
17:59João Saldanha
18:00uns três meses
18:01como comentarista.
18:02Nós tivemos
18:03o Stricke
18:03como comentarista.
18:04E os maiores personagens
18:05do mundo esportivo
18:07eram ali
18:09na TV
18:10Itacolombia.
18:10e nós
18:11em 70,
18:141970,
18:1571, 72, 73,
18:1771, 72, 73,
18:19isso mesmo,
18:2070.
18:21A TV Itacolombia
18:22em São Paulo
18:25já existia
18:26o criado,
18:29eu não esqueci o nome,
18:31não sei se é o Pedro,
18:32o futebol
18:34dentro de leite.
18:35Aí o Zé Vaz
18:36vamos incorporar
18:37também aqui
18:38na TV Itacolombia
18:39o futebol
18:40dentro de leite,
18:41que foi assim
18:42um sucesso,
18:43futebol para garoto
18:44de 11 a 13 anos,
18:46no máximo
18:47chegando a 14.
18:48Era futebol
18:49de garotinhos,
18:50era uma coisa
18:51absolutamente fantástica.
18:53E a TV Itacolombia
18:54bancou,
18:55patrocinou
18:55esse futebol
18:57dentro de leite,
18:58nós tínhamos
18:58uns seis,
18:59oito times,
19:00era o sasto
19:02da transmissão
19:03para dar sempre
19:04valor à transmissão
19:05e enriquecer
19:06o futebol
19:07da garotada,
19:08o Ronan,
19:09repórter,
19:10eu fazia repórter,
19:11eu comentava,
19:12Gerson Sabino
19:13também às vezes
19:14entrava.
19:15A equipe
19:15se dedicava
19:17ao máximo
19:18para a transmissão.
19:20E os jogos
19:20eram em Lourdes,
19:22no campo antigo,
19:23no campo do Atlético,
19:24Antônio Carlos,
19:25o estádio,
19:26era no JK,
19:27que era o campo
19:28de Barro Preto
19:29do Cruzeiro,
19:31era no América,
19:33era o Alameda,
19:34o estádio
19:35Otacílio Negrão
19:35de Lima,
19:37ou então
19:37em Contagem
19:40no campo do Itaú,
19:41que era excelente.
19:42Esses jogos
19:43eram distribuídos,
19:44já teve
19:44a economia
19:44e transmitia
19:45às dez da manhã.
19:46Era um show
19:47para aquela meninada
19:49jogando bola,
19:50com treinada a olho,
19:52todos uniformizados,
19:53um espetáculo.
19:54Daquele futebol
19:55para se ver
19:56como
19:57era importante,
19:59como foi importante
20:00a qualidade
20:05do futebol
20:06dentro de leite.
20:07Alguns dos maiores
20:08nomes
20:08do futebol brasileiro
20:09foram formados
20:11naquela meninada
20:12de 13,
20:1312,
20:1313 anos,
20:14no máximo,
20:1513 anos,
20:15quase 14.
20:17Teve Reinaldo,
20:19um monstro
20:20de jogador,
20:22Toninho Cerezo,
20:24um jogador fabuloso,
20:25Éder Aleixo,
20:26que jogava
20:27na América,
20:28o Cerezo jogava
20:28no Atlético,
20:30o Cerezo era
20:30um volante de índio
20:31magrinho naquela época,
20:32fantástico jogador,
20:34com aquela qualidade,
20:35Reinaldo,
20:36não precisa de falar,
20:37o Kleber,
20:37que foi jogador
20:38também no Atlético,
20:40chegou a jogar
20:41no Flamengo,
20:42o João Leite
20:44era goleiro,
20:46Luizinho,
20:47Luizinho,
20:48zagueiro,
20:48foi da seleção brasileira
20:50também.
20:51Então,
20:51eram fenômenos
20:53que surgiram
20:53no futebol
20:54dentro de leite,
20:54uma glória,
20:56que deve ter feito
20:58na Colômbia,
20:58ter participado
21:01dessa história,
21:02sabe?
21:02Nessa época
21:03do esporte,
21:07você disse
21:07que você
21:08era locutor,
21:09também apresentava,
21:10fazer reportagem?
21:10Fazer.
21:12Eu cheguei
21:13até a narrar o jogo.
21:15Chegou a narrar o jogo também?
21:16É,
21:16porque uma vez
21:17o Sácio ficou
21:18meio doente,
21:20teve um Atlético Cruzeiro,
21:21que eu narrei,
21:21o Zé Bássio falou,
21:22não,
21:22agora você transmite.
21:23Falei,
21:23pô,
21:24tem que ter coisa
21:26para você,
21:26não?
21:26E como que era
21:27naquela época
21:28a transmissão
21:29assim no estádio?
21:30Porque não tinha
21:30tecnologia que tem hoje,
21:32imagina que devia ter
21:32um experimente.
21:33Ah,
21:33mas a Intercolombia
21:36sempre foi vanguarda
21:37nisso.
21:38O departamento
21:39de engenharia,
21:40como eu digo,
21:41o Vitor Porri,
21:44ele tinha uma equipe
21:45de retaguarda
21:48de diretores
21:48e engenheiros
21:49técnicos
21:50fantástica.
21:52O Pedro Esteves,
21:54que era
21:54diretor
21:55de transmissões externas,
21:57o Marcirila,
21:58Adalto Cardoso,
21:59Adalto Cardoso,
22:00respaldado pela direção
22:02e financeiramente
22:04a Itacolombia
22:06investia em equipamento.
22:09Vê que
22:09microfone sem fio,
22:12o Ronan
22:12trabalhava
22:13com microfone
22:13sem fio na pista.
22:15Câmara,
22:16a primeira câmara
22:18de pista
22:22a TV Tecnológico
22:23tinha
22:23para produzir
22:24transmissões.
22:25Então,
22:25era uma vanguarda.
22:27A TV Tecnológico
22:28foi vanguardista
22:29nessa questão.
22:30Não ficava
22:31para trás, não.
22:32Tecnologia de som,
22:33cabine
22:34bem montada,
22:35equipamento de transmissão
22:36muito bom,
22:37som perfeito,
22:38transmissões
22:39sem sujo.
22:41Era tecnologia
22:42da TV Tecnológico,
22:43era invejável.
22:45Como que era
22:46a transmissão de jogos
22:47antes da rede?
22:48Porque,
22:50beleza,
22:50em 65 começou
22:51a ter videotape,
22:52mas a rede de satélites
22:53começou nos anos 70.
22:55Por exemplo,
22:55quando o time brasileiro
22:56ia jogar fora de BH,
22:58fora de Minas,
22:58como que era?
23:00A Itacolombia
23:00mandava equipe?
23:01Tinha um...
23:03É como eu falei.
23:04No sistema,
23:05no sistema antigo
23:06de parabólicas,
23:10links direto
23:12para o Rio,
23:13São Paulo,
23:15a Itacolombia,
23:17já na época
23:19do Acaiaca,
23:21os jogos,
23:23por exemplo,
23:24jogos do Maracanã,
23:25usava-se
23:28o líquido da Tupi,
23:30transmitia ao vivo.
23:32Então,
23:32já na preta e branca,
23:34havia transmissão,
23:36a tecnologia,
23:37transmissões
23:38de gabarito.
23:39depois foi o problema
23:42da Embaratel,
23:42das ligações
23:43da Embaratel,
23:44o avanço veio,
23:47mas a TV Itacolombia
23:48fazia transmissões,
23:50via usando
23:50a Rei Tupi,
23:52a Rei Tupi
23:54fazia.
23:56A transmissão aqui,
23:57foi pioneira aqui,
23:58Itacolombia transmitiu
23:59o primeiro jogo fora,
24:00parece que de Sabará,
24:01um jogo
24:02do campo do Siderúrgica,
24:04Siderúrgica
24:05e eu acho que
24:05o América,
24:07o Cruzeiro América,
24:08Siderúrgica Atlético,
24:09não sei,
24:09Siderúrgica Atlético.
24:11Inclusive,
24:11tinha até um esquema
24:12de sinal duplo.
24:13Era.
24:14Se tinha jogo em BH,
24:15o interior ia...
24:16Exatamente.
24:17Porque montava-se
24:19uma parabólica
24:20lá de Sabará
24:21para aqui,
24:22da Serra do Curral
24:23para cá,
24:24para a caiaca.
24:26As parabólicas
24:26eram uma caiaca,
24:27um sistema de engenharia
24:28meio complexo.
24:31Tinha até a história
24:31que,
24:32para que os estádios
24:33não ficassem vazios,
24:34se estivesse em BH,
24:35transmitindo um jogo
24:36de BH,
24:37a pessoa podia
24:38não querer ir para o estádio.
24:39essa coisa que...
24:41É,
24:41mas o povo ficava alucinado,
24:42porque os estádios
24:43eram muito pequenos.
24:44Por exemplo,
24:46antes de...
24:47Tudo Preto e Banco,
24:48na época do caiaca,
24:50era muito gozado.
24:50Teve uma época...
24:52O Fialho Pacheco
24:54foi, inclusive,
24:56repórter aqui do...
24:57Muito engraçado o Fialho,
24:58um gênio de jornalista.
25:01E...
25:02Na transmissão
25:04da TV Teclobi,
25:05Preto e Branco,
25:06não é?
25:09Usava-se
25:09transmitir
25:12também
25:13no estádio JK.
25:16o Fialho Pacheco
25:17criou um problema
25:18lá e tal,
25:19não podia
25:20atrapalhar
25:21a torcida,
25:22não sei o quê.
25:23Também tinha um prédio
25:24na rua
25:26Amorese,
25:27acho,
25:28que a TV Teclobi
25:28botou uma câmara
25:29lá para pegar o jogo
25:30lá do Estado.
25:32O Fialho mandou encher
25:33de cobertor
25:34de papel
25:34lá para ter transmissão.
25:36É um fato
25:36assim,
25:37estranhos.
25:39É muito curioso.
25:40Mas as transmissões
25:41eram muito boas.
25:43A notícia
25:43do Campeonato Atlético,
25:45do Cruzeiro,
25:45do América.
25:47Aí, depois,
25:48em 1965,
25:48o Mineirão
25:49era diferente.
25:50Aí já foi...
25:52foi porreta.
25:55Como que era...
25:57Eu quero saber
25:57uns detalhes,
25:58entre aspas,
25:59da televisão
25:59antigamente,
26:00pelo seguinte,
26:00porque hoje em dia,
26:02por exemplo,
26:02tem ponto eletrônico,
26:03na época tinha ponto?
26:05Ou você...
26:05Não, era o diretor
26:06de estúdio.
26:07Diretor de estúdio.
26:08Então, tinha um diretor
26:09com aquela câmara
26:11que você viu lá embaixo,
26:12ele plugava na câmara
26:13e o diretor de estúdio
26:15falava,
26:16tinha as ordens
26:17para o câmara
26:19e tinha o desse diretor
26:20de estúdio,
26:21que ele se encarregava
26:22de comunicar-se
26:24com o apresentador.
26:26Ele era a ligação
26:26do diretor
26:28de programa
26:29com o apresentador.
26:32esse diretor de programa,
26:35diretor de estúdio,
26:37é que vai começar
26:40o futebol.
26:42Você não tinha
26:42o retorno do Sassos.
26:44Só era,
26:44conta até cinco aí.
26:45Ou era,
26:45já era,
26:46conta,
26:47vou apontar cinco aqui
26:48ou dez
26:49e você vai me seguindo.
26:50E aí,
26:51dando sinal,
26:56e a gente preparava.
26:57Então,
26:58nós vamos direto
26:58ao Maracanã
26:59para ver o Atlético
27:01que estava.
27:01Um abraço,
27:02Fernando Sassos.
27:02E já entrava no dez.
27:04Parecia que a gente
27:05já estava em contato.
27:07Ah, entendi.
27:08Mas escutar
27:08quem estava no estúdio,
27:09por exemplo,
27:09você não conseguia escutar?
27:10Não conseguia,
27:11porque ele,
27:13na chamada
27:14de Belo Horizonte,
27:16a linha de retorno,
27:18quase sempre tinha.
27:19Mas era um pouco precário.
27:21Comunicação antiga
27:22não era esse negocinho
27:23que você está aqui
27:24no celular
27:24e fala para o mundo inteiro.
27:27Algumas coisas
27:27eram precárias,
27:28mas você resolvia.
27:30Você resolvia.
27:30Naquela época
27:31tinha que ter uma desenvoltura,
27:32porque não tinha teleprompos.
27:33Não, não tinha.
27:34Não tinha.
27:35Você tinha que ter criação.
27:37Tudo é criado,
27:38mas tudo bem ensaiado,
27:39tudo bem...
27:41Porque a TV Intercolombia
27:42tinha diretores de TV
27:44do mais alto nível.
27:46Há pessoas treinadas
27:47que conversavam com a engenharia,
27:50que sabiam a produção.
27:51Era tudo bem produzido.
27:52Você vê os nomes lá,
27:54o Mário Lúcio Vaz,
27:56um gênio
27:57de direção de programa
27:59e de produção.
28:00Ele foi um grande nome
28:01da Rede Globo.
28:03Durante anos,
28:04ele foi, acho que,
28:05o segundo ou terceiro homem
28:06da Rede Globo.
28:08Ele fez tudo
28:10na TV Intercolombia.
28:12Achava ótimo
28:13quando o Mário Lúcio
28:14ia dirigir programa,
28:17porque era a segurança.
28:18Ele, o Roberto Passi,
28:20então,
28:21eram pessoas gabaritadas,
28:22sabe,
28:23Clóvis, Pratos.
28:24Eram pessoas que
28:25conheciam televisão,
28:27sabe?
28:28E, te perguntar,
28:29a Copa de 70,
28:30talvez,
28:30foi uma das grandes
28:31coberturas
28:32que a Globo fez.
28:33Como que foi
28:34essa época?
28:36A TV,
28:37junto com a TV Tupi,
28:38né?
28:38O carro-chefe
28:39era Tupi.
28:40As imagens geradas
28:41pela tela,
28:43a Televisa México,
28:44né,
28:44Televisa México,
28:46né,
28:46uma coisa assim.
28:47as imagens geradas
28:50no México
28:50com transmissão
28:52no México, né?
28:54Eram os narradores
28:55da Tupi.
28:58E o link de imagens
29:00era transmitido
29:01para Belo Horizonte
29:03e pela rede Tupi.
29:05Na época,
29:06o sistema já...
29:07O Brasil foi muito avançado
29:09em telecomunicação, né?
29:10A Copa não teve problema,
29:14foi uma transmissão
29:14perfeita, sabe?
29:16Mas tinha a equipe,
29:17a TV Intercolumina,
29:18não sei quem foi,
29:20não sei se...
29:20O Sassu estava.
29:21O Sassu estava.
29:22O Sassu era um dos narradores.
29:24O Fernando Sassu estava.
29:25E você ficou daqui
29:27de Belo Horizonte?
29:27Aqui em Belo Horizonte,
29:28eu e o Ruanã,
29:29na pré-hora, né?
29:31A gente contava ali,
29:33entrevistava pessoas,
29:34aquela emoção de Copa, né?
29:36Esquentar,
29:37esquentar a transmissão, né?
29:39E como que foi
29:40a reação das pessoas
29:41na rua
29:41quando passava o jogo?
29:43Ah, era ótimo.
29:44Aquela...
29:44A reação quando o Brasil
29:45foi campeão?
29:46Aquela era...
29:47É uma coisa, assim,
29:50ótima,
29:51porque a pessoa
29:51saía para a rua
29:52para comemorar, né?
29:53E...
29:55Hoje,
29:56o cara comemora em casa,
29:58sai soltando foguete
29:59por aí,
29:59mas era uma comemoração,
30:02o povo gostava
30:02de ir para a rua.
30:0370,
30:04fosse pena,
30:05enfim,
30:05cheio de gente, né?
30:07A chegada,
30:08a chegada dos jogadores,
30:09isso foi um...
30:11Era o Piazza,
30:14o Tostão
30:15e o Dario, né?
30:18Era os mineiros,
30:19uma festa,
30:20carro com o bombeiro,
30:22o governador recebendo, né?
30:24E a TV ali em cima,
30:25filmando.
30:25Então,
30:26os nossos tinham
30:27um tratamento especial
30:28pela nossa equipe, né?
30:30Os mineiros
30:31eram muito valorizados,
30:32da participação deles, né?
30:36E recepção
30:37a esses jogadores,
30:38a TV da Economia
30:39saía na frente,
30:42o Ronan
30:44com o amigo,
30:44com o Sasso,
30:45e...
30:47Esses eventos
30:48eram arcantes na TV.
30:50Na era de esporte
30:51e jornalismo,
30:54era forte.
30:55Fora a área de artística,
30:57né?
30:57O teleteatro,
30:58eram coisas monumentais, né?
31:00que a TV da Economia
31:01produzia,
31:02com o cenário próprio,
31:03tudo montado,
31:03dentro dela, né?
31:05Tudo era montado lá dentro,
31:07carpintaria,
31:08cenografia,
31:09tudo na base
31:11da...
31:12da carpinteira ali,
31:14do pessoal
31:15de equipe mesmo.
31:16Era absolutamente fantástico,
31:18idédito.
31:19Acho que na TV mundial,
31:21a gente não conhece como era,
31:22mas em vez de ser
31:23com o mesmo carinho,
31:24mas só que aqui
31:25era...
31:26era uma coisa fantástica.
31:29Pergunta.
31:31Na fase final
31:32da Itacolomia,
31:34antes da ditadura,
31:35caçar a concessão,
31:36como que
31:37foi esse momento?
31:39Porque, assim,
31:40o que a história conta
31:42é que lá em São Paulo,
31:44no Rio de Janeiro,
31:44a situação estava realmente complicada,
31:45mas como estava a situação aqui?
31:47Olha,
31:47aqui não existia...
31:49É o que eu me lembro,
31:50né?
31:50Porque eu não vivi
31:51a questão
31:52da direção,
31:53o tratamento dado
31:54da direção,
31:55mas havia
31:55a sensibilidade,
31:58não apenas nossa,
31:59de funcionários,
32:01mas de autoridade,
32:02de governo.
32:04Quando se falou
32:05de abeaça,
32:06de caçar canal,
32:07essas coisas,
32:08houve um protesto mineiro,
32:11uma coisa de Minas,
32:12né?
32:12A Itacolomia,
32:14uma coisa...
32:14era considerada
32:15uma coisa mineira,
32:17uma coisa de Minas,
32:18patrimônio mineiro,
32:19patrimônio de cultura mineira.
32:20Aquilo foi um abalo,
32:24aquilo é um protesto geral.
32:26Como é que pode
32:27o governo
32:28fazer isso
32:29com...
32:30Não sabe o que é intuito.
32:32Ele sabe,
32:33a ditadura sabe,
32:34com que objetivo
32:36escuso por impulsos nazis.
32:38Mas foi uma
32:39revolta.
32:41A gente que...
32:42Eu já não estava,
32:43mas eu tinha
32:44já mais dedicado
32:46já há uns dois anos,
32:48três anos,
32:48mais ao Estado de Minas,
32:50que eu
32:52convergí também
32:53uma parte da minha carreira
32:54para o Estado de Minas.
32:56Eu também fiquei lá
32:5735 anos no Estado de Minas.
32:59Então,
33:00eu trabalhava demais
33:00na rede, né?
33:01O associado
33:02está para mim
33:03como um
33:05um esteio
33:06da minha vida profissional.
33:08O sentimento
33:09de fechamento
33:09da Itacolomia
33:10foi uma dor
33:11para o mineiro,
33:13uma coisa dolorosa.
33:15Era...
33:17Foi uma tristeza,
33:18um choque, né?
33:20um choque emocional.
33:22E a insensibilidade
33:23da ditadura, né?
33:25Pô,
33:25precisa fazer o quê?
33:28Uma metralhadora
33:29contra a ideia?
33:30Não tinha jeito, né?
33:32Então,
33:33triste.
33:34E te pergunto,
33:36para a gente finalizar,
33:38qual o motivo
33:40ou quais motivos
33:41você acha que fez
33:41a Itacolomia
33:42ser tão importante
33:44para as pessoas
33:44que hoje,
33:4545 anos depois
33:46que ela fechou,
33:47as pessoas ainda lembram,
33:48as pessoas ainda têm saudade?
33:49O que a Itacolomia
33:51tinha de ser tão marcante?
33:52é porque
33:53a Itacolomia
33:54encarnava
33:56Minas Gerais,
33:58sabe?
33:59Era Minas Gerais,
34:01a defesa de Minas,
34:03a cultura mineira,
34:05tudo voltado
34:06para as coisas de Minas.
34:08A gente sentia
34:10na rua,
34:11andava,
34:12a pessoa que comentava,
34:13parabéns,
34:13isso acontecia
34:15com todo o cast,
34:16porque era muito grande
34:17na TV Itacolomia.
34:18o produto Itacolomia
34:22envolvia um leque
34:24de pessoas
34:25no teatro,
34:27no jornalismo,
34:28no esporte,
34:30na comunicação,
34:32e junto a isso
34:33tinha uma sustentação
34:34também muito boa
34:35de respaldo
34:36no Estado de Minas,
34:37na TV Itacolomia,
34:38na Rádio Guarani,
34:40todo esse voltado para...
34:43Era um dodói,
34:44olha,
34:44intocável.
34:45O que aparecia
34:47na TV Itacolomia
34:47era verdade absoluta.
34:50Você não tinha
34:52o que discutir.
34:52E o sentimento,
34:53o carinho,
34:54o principal disso
34:56era o carinho.
34:57Até hoje,
34:59eu saio,
35:00às vezes,
35:00o pessoal mais antigo,
35:02eu encontro pessoas
35:04que falam,
35:05ah,
35:05o seu Herácio
35:06da TV Itacolomia,
35:07o seu Ronan,
35:09o Sars,
35:09o Cafuga,
35:10fazia a gente rir,
35:11e tal.
35:12Então,
35:12o esporte
35:12marcou demais,
35:14principalmente,
35:15no esporte
35:15da TV Itacolomia,
35:16defesa do esporte mineiro.
35:18E,
35:19de um modo geral,
35:20o carinho de todos
35:22com a TV como um todo.
35:24Porque tudo que a TV...
35:26E a TV retribuía,
35:27dando ao telespectador
35:30produtos de mais alta qualidade,
35:33tanto no teleteatro,
35:35no jornalismo de vanguarda,
35:39no esporte,
35:40era um carro-chefe,
35:42assim,
35:42quase um chefe,
35:44na publicidade,
35:46das transmissões,
35:49tudo que merecia
35:50uma transmissão,
35:52ali,
35:53a TV Itacolomia
35:53estava com o caminhão
35:54dela de reportagem,
35:55o povo achava ótimo
35:57aquele caminhão passar,
35:58a TV Itacolombia,
35:59o caminhão da TV...
36:00Quer dizer,
36:00é o sentimento mineiro,
36:02mineiridade mesmo,
36:03a TV Itacolomia,
36:04o que todos lamentam é isso,
36:07por que aconteceu isso,
36:09né?
36:09O choro mineiro,
36:11Minas,
36:12foi as lágrimas,
36:14com a perda,
36:15irreparável.
36:17Para a cultura mineira,
36:19foi um golpe irreparável,
36:21sabe?
36:21Muito lamentável,
36:23triste,
36:23pelo que significou
36:24a TV Itacolomia
36:26para a Minas Gerais,
36:27a identidade,
36:28aquele divizinho
36:29em TV Itacolomia,
36:30sempre na liderança,
36:31Canal 24,
36:32Belo Horizonte,
36:32Minas Gerais,
36:33aquela mensagem
36:34é muito forte,
36:35poucos segundos
36:36de uma mineiridade,
36:38coração ali,
36:39tanto é que o povo
36:40canta até hoje.
36:42Tantos anos passados,
36:43ficamos,
36:43vamos para a TV Itacolomia,
36:45a identidade da liderança,
36:47é uma coisa
36:48absolutamente fantástica.
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