- há 2 dias
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Categoria
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TVTranscrição
00:00Transcrição e Legendas Pedro Ribeiro Carvalho
00:30Torto. É torto, torto. Torto, torto. É horrível. Torto é horrível e não rima.
00:36Droga! Que poeta que titica que eu sou!
00:45Ela precisa me respeitar. Me admirar.
00:49Ela ligou.
00:50Ela quem?
00:50Ela quem?
00:51A dona Minda quem?
00:52E o que ela disse? Fechou o negócio? A coroa aceitou?
00:54Aceitou.
00:55Que intenção!
00:57Ela pediu pro senhor passar no celular hoje.
00:58Não dá fugir daqui por causa daquele sebento.
01:01A gente vai na polícia e denuncia ele. Pronto.
01:04Polícia? Aí é que eu me ferro de vez.
01:07Ah! Então quer dizer que você tá fugindo da polícia, né?
01:11Finalmente você se entregou.
01:13É ou não é?
01:15É.
01:16Você tem certeza que o caminho é esse? Que moleque tá por aqui?
01:18Tenho. Já vi uma vez. Já vi duas vezes.
01:20Tereninho, ó. Se tu tiver mentindo pra mim, tu vai se dar mal, rapaz.
01:26Eu não tenho medo de você. Eu tenho quem me proteja.
01:29É, né? Só que aqui ninguém vai te valer no meio desse mato, não, rapaz.
01:32Presta atenção. Tu tem dez minutos pra achar o moleque, tá?
01:35Vai, vai.
01:36O senhor precisa ficar assim tão perto de mim?
01:43Se a dona quiser, posso arranjar uma vara e cutucar um cê de longe.
01:48Tá me irritando.
01:50Dando voltas.
01:51Por que não começa logo a pintar?
01:53Já vi que a dona não entende nada de pintura.
01:57Sei lá, cara. Eles tão se beijando.
01:59Que safado, rapaz.
02:02Vamos, mulher. Só você na frente.
02:10Peguei! Peguei!
02:12Acabou a boca vergonha, moleque!
02:14Vai, vai, vai! Peguei! Vai, vai!
02:21Eles vão me pegar, Guilherme.
02:23Corre! Corre! Vai!
02:24Corre!
02:29Corre!
02:31Vamos!
02:31Corre!
02:32Corre!
02:39Corre!
02:40Ruana, cara!
02:41Corre!
02:42Corre!
02:44Corre!
02:45Corre!
02:46Corre!
02:47Corre!
02:49Corre!
02:51Caixa!
02:54Carre!
02:56Céu?
02:57Lá, Lá, Lá, Lá, Lá, Lá.
03:27Fica aqui!
03:29Fica aqui!
03:35Solta!
03:36Fica quieta, menina!
03:37A gente não está fazendo nada demais, me solta!
03:39Você vai saber disso!
03:40Calma, menina!
03:41Estou no comigo!
03:42Fala!
03:43Fala!
03:44Fala!
03:45Fala!
03:46Fala!
03:57Fala!
03:58Fala!
03:59Fala!
04:00Por ali, Brasil!
04:01Vamos atrás dela, rapaz!
04:02Ali, ali!
04:03Estou ali!
04:04Vamos lá!
04:06Vamos lá!
04:07Espera aí!
04:11Chegamos a loucá!
04:12Espera aí!
04:16Espera aí, vai!
04:18Peraí, descanse só um pouco, cara.
04:26Peraí, peraí, vem.
04:29Olha lá ele, olha lá ele.
04:30Pega, vai, vai.
04:32Você não vai escapar, desgraçado?
04:34Chegou teu dia!
04:48Chegou teu dia!
05:18Peraí, me ajuda aqui, rapaz, vou descer sozinho.
05:35Tá muito bom, Nazinho.
05:36Peraí, rapaz, vai, vai.
05:40Lá, lá, lá, lá, vai.
05:42Cadê o desgraçado, Nazinho?
05:43Peraí, rapaz, o desgraçado corre pra caramba.
05:48Pô, cara, tá me levando pra onde?
05:55Responde, tá me levando pra onde?
06:03Sim, mas esse pivete tá correndo tanto, cara.
06:06Ele deve ter se metido em algum canto aí, né?
06:07Dá uma olhada ali embaixo, deixa ele tá ali embaixo.
06:08Onde?
06:13Sei lá, pô.
06:14Pra mim não dá mais não, cara.
06:17Pô, tô esbobado, mano.
06:19Vamos voltar, vamos.
06:21O cara sumiu, Nazinho.
06:22Como é que pode?
06:23Como é que pode?
06:25Eu vou te dizer como é que pode.
06:26É que esse miserável tem parte com o diabo, rapaz.
06:29Mas pelo menos o Afonso deve ter pego lá o outro boiolinha.
06:33Vamos voltar, vamos.
06:33Eu te pego, hein, moleque?
06:36Engraçado!
06:44Eu acho que a gente conseguiu despistar eles.
06:47O que que você acha?
06:50Foi sujeira ter deixado meu amigo, mas se ele tivesse me pegado ia ser muito pior.
06:57Peraí!
06:57Peraí!
07:03Você mora no mato mesmo?
07:19Não vai me responder, não?
07:28Caraca!
07:29Pra onde é que será que ele tá me levando, hein?
07:30Ai, vou te contar, Marisa.
07:43Tem dia que eu perco a paciência com meu pai, viu?
07:45É.
07:46Eu tava vendo horas, ter que amarrar ele que nem cachorro, arrastar até o trabalho.
07:49É, mas foi coisa isso que você fez, né, Filó?
07:51Se você não tivesse dado uma dura nele, ele tinha parado no meio do caminho pra beber.
07:55Lá não já era.
07:56Eu tô tão cansada, Marisa.
07:58Se eu paro pra pensar na vida que eu levo, eu só vejo uma saída.
08:01Me mandar de Ribeirão.
08:03O que que é isso, Filó?
08:03É.
08:04Você tá falando sério?
08:05Você pensa mesmo eu ir embora daqui?
08:06Claro que eu penso.
08:08Que futuro que eu tenho nesse buraco, Marisa?
08:10Ficar a vida toda com a barriga no balcão, ganhando a miséria que eu ganho.
08:14Não adianta, nessa cidade eu sou a Filomena coitadinha, a Filomena filha do cachaceiro.
08:18Não, peraí, não é assim também, não.
08:20Todo mundo gosta muito de você aqui.
08:22Gosta?
08:23Tudo não tem pena de mim, Marisa.
08:24Você quer saber?
08:25Eu tô de saco cheio de ser boazinha.
08:28De ter que ficar aturando vexame do meu pai, de ter que ficar sorrindo pra todo mundo quando eu não aguento mais.
08:33Por nem teto pra morar a gente tem.
08:35É.
08:36Você não sabe o que que é a humilhação de ter que viver do favor dos outros.
08:39Não, disso eu sei muito bem, Filó.
08:41Eu já passei muito perrengue nessa vida, viu?
08:43Eu dormi, só Deus sabe onde.
08:46É que agora já tô mais remediada, graças a Deus.
08:49Mas não é fácil, não.
08:51O meu sonho é, além de dançar num grande teatro, né?
08:56Meu sonho é conseguir comprar uma casa, minha mesmo.
08:59Que nem a Heleninha queria, coitada.
09:01É.
09:01Pois é.
09:02Eu não quero passar minha vida inteira sem realizar sonho nenhum, sabe?
09:06Eu tenho que dar um rumo na minha vida, Marisa.
09:10Mas, pô, não tem jeito, você sabe disso, né?
09:11Não tem.
09:12Eu não economizo um centavo.
09:13O pouco que ele ganha, que é quase nada, não dá pra nada.
09:16Ele gasta tudo na cachaça e sabe muito.
09:18É, eu sei, eu sei.
09:21Eu não te contei antes, mas sabia que ele queria casar comigo?
09:24Jura?
09:25Juro.
09:27Eu vou te dizer, Filó, eu gosto e muito do Querencia.
09:31Mas eu sei que ele é a maior roubada.
09:33Tem amor que a gente não consegue tirar de dentro do peito.
09:36Mas também não pode levar pra casa, sabe?
09:38E eu aprendi que paixão nenhuma resiste a cachaça ou prato vazio.
09:43É, eu entendo.
09:46Meu pai é louco por você, você sabe disso, né?
09:48Só que ele não vai mudar nunca, Marisa.
09:51Se bem que, se eu fosse esse namoro, eu não sei não.
09:53Acho que ele já tinha destrambelhado, ó, há muito tempo.
09:58Você é quem dá o chão pra ele.
10:00Não, senhora.
10:01Não, não, não.
10:02É você que segura o Querencia que eu sei.
10:05Então, minha amiga, estamos perdidas.
10:09E nenhuma das duas consegue colocar um pingo de juízo naquela cabeça dura?
10:12Pingo ali?
10:13Só de pinga, Filó.
10:15Ai, Marisa.
10:16Só rindo pra não chorar mesmo, viu?
10:18É, Querencia, Querencia.
10:21Não tem jeito, não.
10:21Mas o que foi?
10:34Nada não, só uma dor nas costas.
10:37Não quer fazer uma pausa?
10:39Obrigado, já vai passar.
10:40Fica quieta, senão atrapalha, falou?
10:45Bom, não vou poder ficar quieta ouvindo o senhor gemendo sem parar.
10:49É melhor o senhor descansar.
10:51Eu também preciso me mexer.
10:57Não quer sentar?
10:58Não, não tô podendo.
11:00Ah, por isso que as minhas costas tão me matando.
11:02Eu fiquei de pé o dia todo.
11:04Não pode sentar por quê?
11:06Porque eu sofri um acidente e me cortei nos fundílios.
11:10Se eu sentar, dói pra caramba.
11:13Está perdida?
11:14É melhor chamar um médico.
11:16Eu posso providenciar isso para o senhor.
11:18Não quero que digam que eu fiz um enfermo trabalhar.
11:22Não, não precisa, não.
11:23Já recebi tratamento.
11:24É só o tempo de esperar cicatrizar.
11:26Vai dar pra continuar.
11:28Não seja teimoso.
11:29É melhor o senhor descansar.
11:30Ninguém pode trabalhar com dor.
11:32A arte também é sofrimento, minha senhora.
11:35Não diga bobagem.
11:36Eu entendo muito mais de arte do que o senhor.
11:38A dona é muito metida mesmo, né?
11:41Só porque tem dinheiro acha que é melhor que os outros.
11:44E pobre acha que é mais digno porque é pobre.
11:47Visão medíocre de uma cultura de coitadinhos.
11:52Ninguém é mais digno porque é pobre.
11:54O que a senhora sabe?
11:55Vive aqui nessa casa, cercada de luxo, empregadas.
11:59Comida pra arrebentar o bucho.
12:02Mas fique sabendo que mesmo quando eu era pobre,
12:05eu sempre soube que era mais inteligente do que a maior parte das pessoas que me cercavam.
12:11Essa é muito boa.
12:12Vai me dizer que a senhora já foi pobre.
12:14Meu passado não interessa ao senhor.
12:17Mas posso afirmar que ser pobre não faz ninguém melhor do que os outros.
12:21Ser rico também, não?
12:23Concordo.
12:24Mas não pense que eu ganhei o que ganhei,
12:27ficando sentada dentro de casa esperando o marido trazer dinheiro pra mim.
12:31E muito menos enchendo a caveira de cachaça.
12:34E o que a senhora tem contra a cachaça?
12:35Nada.
12:36A não ser pelo bafo de onça pavoroso que deixe em certas pessoas.
12:43Que bafo?
12:44Isso é uma indireta pra mim?
12:45Se a carapuça serviu.
12:48A dona tá dizendo que eu tenho bafo de onça, é isso?
12:52Não.
12:53Imagina.
12:55Mas se alguém riscar um fósforo dentro desta sala,
12:59é bem capaz dela explodir.
13:00A terceira vez que o miserável escapa de mim, rapaz.
13:10O moleque corre pra dananazinho.
13:11É.
13:12Mas eu não vou desistir não, viu?
13:14Não vou desistir mesmo, ele vai me pagar com juros, você vai ver.
13:17O outro pivete deve saber onde ele se maloca, com certeza.
13:19O outro não, né?
13:21A outra.
13:23Pode crer.
13:24Rapaz, eu só quero ver a cara do pai quando souber do lance, meu irmão.
13:27Já imaginou a tristeza de um pai, rapaz?
13:29Quem é o sujeito?
13:30Ah, não sei o que é, não.
13:32Mas a gente vai descobrir.
13:34Nessa.
13:35Vamos.
13:35Não, não sei o que é, não sei ou não.
13:41Não sei, não sei.
13:42O que é isso?
14:12Você mora aqui?
14:33Eu tô preocupada mesmo com o meu amigo.
14:37Eu acho que pegaram ele.
14:39Eu não posso fazer nada pra ajudar.
14:42Não se preocupe.
14:48Eu não vou chorar.
14:53Eu juro que eu não vou chorar.
15:12Eu não vou chorar.
15:13Eu não vou chorar.
15:18Eu não vou chorar.
15:19Eu não vou chorar.
15:20Eu não vou chorar.
15:21Eu não vou chorar.
15:22Eu não vou chorar.
15:23Eu não vou chorar.
15:24Eu não vou chorar.
15:25Eu não vou chorar.
15:26Eu não vou chorar.
15:27Eu não vou chorar.
15:28Eu não vou chorar.
15:29Eu não vou chorar.
15:30Eu não vou chorar.
15:31Eu não vou chorar.
15:32Eu não vou chorar.
15:33Eu não vou chorar.
15:34Eu não vou chorar.
15:35Eu não vou chorar.
15:36Eu não vou chorar.
15:37Eu não vou chorar.
15:38Eu não vou chorar.
15:40Eu não vou chorar.
15:42Telecomunicou né.
15:43Telecomunicou, Telecomunicou.
15:44Mas o que vai dar um nó?
15:45Telecomunicar
15:46É nosso amor vira Pó Telecomunicou.
15:48Porque somos dois em um só.
15:49Telecomunicar
15:51Até a terra vira
15:53Telecom
15:54Nosso armador
15:55A CIDADE NO BRASIL
16:25Onde é que teu namoradinho se esconde?
16:28Vou ter que te dar uns tapas pra te soltar a língua, hein, mocinha?
16:31Vai se danar, me deixa em parte.
16:33Ai, gatinha, tá nervosa.
16:35Cuidado que ela pode arranhar, hein.
16:39Vem cá, moleque.
16:40Como é que tu tem coragem de beijar outro garoto na boca?
16:42Homem igual a você, rapá.
16:43Você vai se ver com meu pai, escutou?
16:45É, quero só ver o que teu pai vai falar quando souber que o filhinho dele
16:49tava beijando outro menino na boca no meio do mato.
16:52Um rapazinho, um amiguinho, né?
16:54Você não tem nada que se meter na minha vida.
16:56Seu papá, idiota.
16:58A menina tá doida pra apanhar, hein.
17:00É, mano, é a gente que vai bater, não.
17:02Não tem gente pra fazer o serviço.
17:03Quem é teu pai?
17:06Vou te levar pro teu pai e pra tua mãe.
17:07Vai, carrega aí, isso.
17:08Cata aí a mochila dele, hein.
17:10Dá a mochila aí, moleque.
17:11Que menina, né?
17:12Dá a mochila, moleque.
17:13Ah, mas quem será, é chato.
17:26Não atende, não atende pronto, vem.
17:28Mas é simples assim?
17:29Simples assim, simples assim.
17:33Ah, mas que coisa irritante.
17:35Você vai atender?
17:36Vai fazer o quê?
17:37Ai, não atende, não devia.
17:40Ai, agora já interromperam mesmo esse nosso momento.
17:45Ah, mas nada que a gente não possa retomar daqui a pouquinho.
17:47Não vai ser um telefonema que vai estragar o nosso romance.
17:50Ah, é melhor eu ver quem é.
17:52Vai que aquele meu amigo que tá precisando de alguma coisa,
17:55sabe como é que é, né?
17:56Hóspede é hóspede.
17:57Você não sai daí, hein.
18:06É uma ordem?
18:08É.
18:09Jamais obedeci ordens, mas confesso que essa eu vou gostar de obedecer.
18:16Alô?
18:17Sou eu, professora Leia.
18:19Preciso muito falar com o senhor.
18:22É... com você.
18:24É impossível atender agora.
18:25Eu tô bem aqui na frente da sua casa.
18:28Se atendeu é porque tá aí, né?
18:30É, não sei que eu tivesse um clone, né?
18:32Eu interrompi alguma coisa?
18:34Eu estou redigindo um artigo e se parar no meio eu perco o fio da meada.
18:39Dá pra falar outra hora?
18:41Desculpa, mas tem que ser já.
18:43Eu não ia insistir se não fosse grave.
18:46É sobre o Joca.
18:48Você nem imagina o que eles estão querendo fazer com ele.
18:51Com o Joca? É mesmo?
18:52Eu preciso falar com você pessoalmente.
18:54Deixa eu entrar.
18:57Só um instantinho.
18:58Bom, então...
18:59Espera um pouco que eu vou até aí.
19:03Eu volto já.
19:05Uma emergência.
19:06Espero que seja mesmo.
19:08Não acreditou?
19:09Não, é que eu detesto ser colocada em segundo plano.
19:12Trauma de infância.
19:14Depois a gente discute sobre...
19:17prioridades.
19:17Oi.
19:19Oi.
19:37Você...
19:38Estava no banho?
19:40Eu ia entrar agora.
19:41Mas você não estava escrevendo um artigo?
19:43Eu estava assim, só que uma chuveirada sempre refresca as ideias, né?
19:47Mas vamos para a biblioteca.
19:49Lá a gente conversa melhor.
19:50Você que sabe.
19:54Eu estava com saudade.
19:57Eu vim mais pela aflição.
19:59Quer dizer, eu vim pelas duas coisas.
20:00Tenta ser breve, minha querida.
20:02Eu tenho pouco tempo.
20:03O que aconteceu com o Joca?
20:04Estão querendo levar ele embora daqui.
20:06Mas levar para onde?
20:07Para São Paulo.
20:08A polícia federal pediu a transferência.
20:11Eu estou muito nervosa.
20:12Não estou conseguindo me controlar.
20:14Imagina.
20:14Imagina só.
20:15Um menino longe de mim, o que vai ser?
20:17Não precisa se desesperar.
20:19A gente vai dar um jeito.
20:21Agora me conta direitinho o que disseram.
20:23Então, eu fui lá na delegacia.
20:25Aí a dona Marta...
20:26Vamos ver que emergência é essa.
20:40Se o doutor Ventania diz que a remoção é ilegal...
20:56Por que não vai haver remoção?
20:58Fica tranquila.
20:58Mas, professor, o doutor Ventania é um desembestado.
21:01Ele não fala coisa com coisa.
21:03Eu vou ligar para o doutor Ventania.
21:05Vai?
21:05Faz isso?
21:06Faço, sim.
21:07Olha, só você pode me ajudar.
21:09Mas, ó...
21:11A gente precisava conversar direitinho.
21:14Eu te telefono e a gente conversa, tá?
21:16Agora, por favor, me dá licença.
21:17Eu estou sem tempo.
21:19Está dando para ver.
21:36Desculpa a demora.
21:37Mas quem era?
21:38Era uma mulher desesperada.
21:42Mãe daquele rapaz que está preso, acusado do assassinato do senador.
21:46Ah, sim.
21:47O rapaz que eu assinei a lista para a libertação.
21:50Eu te contei.
21:50Não contei.
21:50Ah, mas você me contou, sim.
21:52É verdade.
21:53É...
21:53Coitado.
21:54Olha, é um absurdo o que estou fazendo com esse rapaz.
21:57Mas o que ela queria?
21:58Ela veio pedir a minha orientação.
22:00Gente, mas ela não tem advogado?
22:03Tem, mas ela estava muito nervosa.
22:05Insegura.
22:05Ah, então eu acho que você vai precisar de um clone.
22:12Porque mulheres nervosas, inseguras, em busca de orientação, vem aos montes.
22:21Mas agora eu voltei para ser só seu.
22:24Uhum.
22:26Todo seu.
22:28Uhum.
22:29Uhum.
22:29Uhum.
22:30Sem amor as mãos não acham a luva.
22:37Solidão não abandona a mágoa.
22:42E a saudade, essa casa sem você.
22:47E então?
22:55Conseguiu convencer a madame a posar para o Querenci?
22:58Com a ajuda do Teixeira e muita conversa, ela aceitou.
23:03Os dois já começaram a trabalhar.
23:04Estão lá no solar.
23:05A modelo e o artista.
23:07Não, a bela e a fera.
23:09Ah, eu diria mais a fera e a fera.
23:13É.
23:13O tal do Querenci é um casca grossa, sem papas na língua, hein, madame?
23:18Bom, você sabe como ela é, né?
23:19Eu sei.
23:20Eu espero que não tenha sido muito perigoso juntar esses dois, sabe, Armindo?
23:24Já imaginou se o madame perde a paciência e taca aquele quadro na cabeça do Querenci?
23:28Eu espero que não chegue a tanto.
23:31De qualquer forma, eu já tirei proveito da situação.
23:33Eu quero colocar um anúncio de página inteira no Jornal da Cidade, falando do nosso projeto
23:38de apoio e valorização das artes e cultura de Ribeirão.
23:42Ah, linda, você não perde mesmo tempo, hein?
23:45E nem posso.
23:47Eu tenho que agir logo antes que esses dois saiam no tapa e estraguem o meu projeto.
23:50Você já pensou?
23:52Se isso acontecer, ao invés desse seu anúncio maravilhoso, nós seguimos uma manchete.
23:55Milionária excêntrica e esgana pintor cachaceiro.
24:01Já imaginou?
24:18Será que a senhora poderia fazer uma cara mais simpática?
24:22Eu não faço questão nenhuma de parecer simpática.
24:27Com essa cara vai ficar parecendo uma bruxa.
24:30Pior, vão dizer que a culpa foi minha.
24:32Se eu quisesse parecer boazinha, eu pousaria fazendo tricô com um coque de vovozinha.
24:40Basta pintar como eu sou, sem mais nem menos.
24:43Bom, tudo bem.
24:44Eu podia dar uma melhorada, mas tem gosto pra tudo, é ou não é?
24:47Como diz o povo, o belo pro sapo é a sapo.
24:50E o que o senhor sabe de beleza?
24:54O senhor é um ignorante?
24:56Um pintor de paredes, metido à besta?
24:59Aí, ó, quer saber, ô madamona?
25:01O que foi que o senhor disse?
25:02Como foi que o senhor me chamou?
25:04Madamona, madame grande.
25:05E a senhora não é a grande madame?
25:07Então, madamona.
25:08É muita chineira para uma pessoa só.
25:12Monde?
25:13Alguém me salve.
25:15Não seja por isso.
25:16Eu também tô precisando de salvação.
25:18Por hoje, chega.
25:20Aguentar a senhora é dose.
25:22Ah, até que enfim falou alguma coisa que prestasse.
25:25Por hoje, chega.
25:27Vá lá tomar a sua dose de cachaça.
25:29Deve ser o único jeito do senhor aguentar a si próprio.
25:32Já pra aguentar a madamona, uma dose só não dá nem pra começar.
25:38Tem que entornar uma garrafa inteira.
25:42Deusa, venha cá.
25:44Sim, senhora.
25:46Acompanhe este senhor até a porta.
25:48Não precisa.
25:49Eu sei o caminho.
25:50Na minha casa.
25:51Os convidados não saem sós.
25:53Ai, que sujeitinho mais petulante.
26:12Não precisava ter me acompanhado, não.
26:15Eu não ia roubar nada.
26:16Só estou cumprindo as ordens da minha patroa.
26:19Essa tua patroa é um prego.
26:21Sabe como é?
26:22Cabeça dura e chata.
26:24Pior, enferrujado daquele bem venenoso.
26:28Ô, velhota insuportável.
26:31Quem que o senhor pensa que é pra falar assim de madame?
26:34Eu sou um artista.
26:36Sacou?
26:37Um artista.
26:41Artista.
26:44Cachaceiro, Sussu.
26:51Solta!
26:51Calma, calma.
26:52Vocês vão se ferrar geral, viu?
26:54Calma, calma, garoto.
26:56Eu vou te entregar pro teu pai, rapá.
26:58Não fica tão agitadinho, não, rapá.
26:59Vamos lá, vamos.
27:00Sim, respira.
27:01Está tudo bem, velho.
27:02Está tudo bem.
27:03Tá tudo bem.
27:03Respira, garoto.
27:05Calma, calma.
27:06Vamos lá, vamos lá.
27:07Vamos lá.
27:14O que está acontecendo?
27:16O que estão fazendo com o menino?
27:17Pegaram os dois garotos se beijando na boca.
27:21Os dois meninos?
27:23Na boca.
27:24Se beijando.
27:25Como é que você sabe?
27:27E disseram?
27:28Esse mundo está se acabando de vez.
27:31Quem é que vai dar um paradeiro nisso tudo?
27:33Esse mundo não tem mais jeito não, Sereno.
27:35Na boca.
27:37Na boca.
27:38Está aqui?
27:42Alta!
27:42Oi, Guilherme.
27:43Manda eles embora, mãe.
27:44Minha senhora traz a gente aqui.
27:47É um assunto desagradável, viu?
27:49O que vocês fizeram com o meu filho?
27:50O que aconteceu?
27:51Fizemos nada.
27:52Eu vou contar pra senhora o que houve.
27:55Na verdade, a gente está aqui prestando um favor, não é mesmo, Afonso?
27:57Favor coisa nenhuma, mãe.
27:58Manda eles embora, vai.
28:00Calma, filho, calma.
28:01Fala logo.
28:02Fala logo, porque o menino está assustado desse jeito.
28:04Bom, minha senhora, eu vou direto ao porto.
28:06Nós pegamos o seu filho beijando o outro menino na boca.
28:11Aí a gente decidiu carregar o moleque para os pais dele.
28:13A senhora não é mãe dele?
28:14Foi o que ele disse, não é?
28:14É mentira, mãe!
28:18Filho, fala pra mim o que aconteceu.
28:22Ele estava a fim de ferrar o chão, vieram atrás da gente lá na floresta e foi isso.
28:25Olha, senhora, na verdade a gente estava correndo atrás do outro, entendeu?
28:28Que assaltou o nazinho outro dia aí.
28:31É, uma invete miserável.
28:32É, mas aí chegando lá na barraca deles, a gente pegou os dois se beijando na boca e o outro
28:38Ivet se me...
28:38É mentira, é mentira!
28:40Vocês terão nada a ver com a vida da gente, escutou?
28:42Pra que eu ia inventar uma história dessa, garota?
28:44Eles disseram que ia me bater, mãe.
28:45Me trouxeram pra aquela força, foi isso.
28:48Vai lá pra dentro, filho, por favor.
28:51Os senhores ponham-se daqui pra fora!
28:53Não pode deixar, mas olha, só quero dizer pra senhora o seguinte.
28:56Se nós interrompermos lá...
28:57Eu não quero ouvir mais uma palavra!
29:01Saiam daqui, eu vou conversar com meu filho!
29:04Tá entregue, a senhora e seu marido decidam o que fazer.
29:06Saiam daqui agora!
29:08Ó, quero dizer só mais uma coisinha.
29:11O seu marido ainda vai agradecer a gente, viu?
29:14Sai daqui!
29:15O seu marido ainda vai agradecer a gente, viu?
29:45Obrigada!
29:57É daquelas que dão a igreja, né?
30:06Já vi que o senhor não gosta muito de conversar.
30:09Mas tudo bem, eu falo sozinha.
30:11O desgraçado que tava atrás de mim é o mesmo que correu atrás do senhor lá na praça, lembra?
30:18Então.
30:20O cara ficou na bronca comigo.
30:22De lá pra cá ele vem tentando me agarrar.
30:25Essa foi a terceira vez.
30:26Mas eu tô preocupada mesmo com meu amigo Guilherme, que ficou pra trás.
30:36Eu acho que pegaram ele.
30:39Eu não posso mais voltar pra cidade, mas se eu não volto e conto a verdade, o Guilherme vai ficar na maior furada.
30:44E agora eu não sei como é que eu saio dessa.
30:54O senhor não fala nada, mas pra mim tá sendo bom falar.
30:57Filho, você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
31:23Me fala a verdade.
31:25Seja ela qual for, meu amor, eu vou ficar do seu lado.
31:29É mentira, mãe.
31:30Eu já falei.
31:31Você vai acreditar mais naquele sebento do que em mim?
31:33Não.
31:34Claro que não, meu amor.
31:37Acontece, filho, que às vezes a gente...
31:39A gente acha que uma coisa é um problemão enorme.
31:42Que precisa ser escondido.
31:44E se engana.
31:46Principalmente na sua idade, filho.
31:48Esse cara tem mó bronca com o tião, mãe.
31:50Vive querendo pegar ele.
31:51E aí?
31:55Fala, filhão.
31:57O que foi que houve?
31:58Alguém disse que pôde.
32:01Conta pro seu pai, filho.
32:03É o seguinte.
32:04Tá vendo o tião lá na floresta?
32:06Aí apareceu aquele nojento do senhor Nazinho querendo pegar o tião.
32:09Por causa de uma bronca que tem com ele faz tempo.
32:11Só que o tião conseguiu fugir pro meio do mato, né?
32:13E aquele babaca que tava com outros dois caras,
32:15me agarrou e me trouxe pra cá a força.
32:17Foi isso, pai.
32:18Esse cara é o cara do Cartor, é isso?
32:19É.
32:21Resolver essa parada com ele.
32:23Espera, Silvio.
32:25Tem mais uma história que esse tal de Nazinho contou.
32:28Que história?
32:29É mentira, pai.
32:31Tá, Guilherme.
32:31Mas o que é mentira?
32:32Conta.
32:33Conta pra ele, filho.
32:40Esse tal de Nazinho disse que...
32:43Disse que viu o Guilherme e o tião se beijando na boca.
32:46É verdade isso, Guilherme?
32:52Não, claro que não, né, pai?
32:53E se vocês não acreditam, me enxerga desse papo, tá bom?
33:00Ai, Silvio.
33:01Olha esse tal de Nazinho.
33:02É um cara repelente, asqueroso.
33:07Maldito cara do Cartor.
33:08Eu vou lá resolver essa parada com ele.
33:13Cuidado, Silvio.
33:14Esse cara tem cara de ser muito violento.
33:17Mas quando é preciso, eu também sou, Ellen.
33:18Sinto muito.
33:19Ô, João, fecha tudo, mas não esquece lá os fundos, hein?
33:33Até amanhã.
33:34Obrigado.
33:35Ô, amigo, desculpa aí, mas a gente já tá fechando, viu?
33:38Quem é a Nazinho?
33:42Sou eu, por quê?
33:43Eu sou o pai do Guilherme.
33:45O garoto que você segurou na floresta.
33:47Ah, pois é, amigo.
33:52Toma cuidado com o moleque, viu?
33:54Aí, meu filho não é moleque.
33:56Não, não, tudo bem, calma, garoto.
33:59É melhor você tomar cuidado, senão qualquer dia desse aí ele aparece de calcício de tiado.
34:04Por isso que eu tô aqui, moleque.
34:05Calma, rapaz, eu tava me dando, rapaz.
34:06Calma, rapaz.
34:07Calma.
34:09Mais uma piadinha dessas.
34:10Eu arrebento sua cara, tá bom?
34:12Calma.
34:12Rapaz, bate tua bola, rapaz.
34:13Eu só quis ajudar.
34:14O fato é que teu filho tá andando em má companhia, compadre.
34:17Quem te pediu ajuda?
34:18Fala aí.
34:19O que meu filho faz ou deixa de fazer é problema da família.
34:25Me fascica sua vida, cara.
34:26Tudo bem, tudo bem.
34:30Tudo bem.
34:32Você acha normal teu filho beijar outro garoto na boca?
34:37Não sou eu que vou me meter, não é?
34:38Como é que é?
34:41Repete, hein.
34:42Repete o que você tá falando.
34:43Repete, é isso mesmo que você tá ouvindo e tem testemunha.
34:45Foi ou não foi?
34:46Ah, isso é verdade.
34:47Agora, faça o favor de sair do meu cartório.
34:49Vou sair, sim.
34:50Calma, hein, cara.
34:50Se vocês mexer outra vez com o meu filho, vai sair bem mais caro que hoje.
35:05Ah, não sei se vou aguentar, Walter.
35:14Esta sessão de pintura está sendo um cruel exercício de paciência.
35:20Quase mandei a Elsa servir um refresco com veneno para aquele homenzinho.
35:25Quem é movido a cachaça, refresco puro já seria um veneno.
35:31E você ainda faz de graça, é?
35:34Múndio.
35:36Estou pagando todos os meus pecados, posando, parece descerebrado.
35:41A Elsa não sabia que pessoas sem cérebro conseguiam andar por aí como gente comum.
35:48A senhora, quando quer, é de uma crueldade assustadora.
35:52Estão falando do nosso artista?
35:56Artista?
35:57Aquilo é um cavalo com um cavalete.
35:59Deve andar com freio nos dentes.
36:01Arminda, parece que a nossa modelo e o seu pintor tiveram um início de trabalho bastante animado.
36:07Esse homenzinho é pavoroso.
36:11Você inventou uma verdadeira tortura para mim, Arminda.
36:14Nunca vou te perdoar por isso.
36:15Por favor, madame.
36:17As senhoras sabem que muitas vezes esses encontros podem ser surpreendentes.
36:20E esse tal querêncio tem o seu encanto bruto, autêntico, natural.
36:26Tem gente que também acha que aquelas casinhas coloridas das favelas têm o seu encanto, Arminda querida.
36:34Mas não faz meu gênero achar beleza na miséria, nem na total ausência de vida inteligente em seres humanos.
36:44Autêntico.
36:46Natural.
36:46Faça-me um favor.
36:49Madame, tenha um pouco de paciência.
36:51Espere a obra acabar.
36:53Quem sabe a senhora não muda de opinião sobre o artista?
36:57Sim, porque alguma qualidade ele deve ter para ser tão apreciado assim na cidade.
37:01O fato desse cachaceiro ser popular só vem reafirmar a minha opinião sobre esse polvinho.
37:07Esse camarada é o pior tipo de gente que costuma nascer no Brasil.
37:11Infelizmente é o que temos, madame.
37:14E eu garanto que o sacrifício que a senhora está fazendo vai ajudar muito na empresa.
37:18Ah, sim, espero.
37:20Você está muito elegante.
37:21Vai sair?
37:23Vou jantar com o Nicolau.
37:25Vai jantar com o senador?
37:27Esse sim é um pretendente excelente.
37:31Não estou procurando um marido, madame.
37:33Pois devia, sim, teria com o que se distrair neste fim de mundo.
37:37Bem melhor do que ter que posar para um homem das cavernas que se acha um mestre da pintura.
37:46E não se esqueça, este Nicolau também pode ajudar muito a nossa empresa.
37:52A Bela da Tarde
38:01A Bela da Tarde, da tarde sim, mas não tão bela.
38:04Para com esse papo, Virgílio, deixa de confusão.
38:07Já viu no que deu outro dia, né?
38:10Boa noite, rapazes.
38:11Boa noite, doutores.
38:12Boa noite, professores.
38:13E aí, Paulo Antônio?
38:14E aí?
38:15Estou saindo, hein?
38:15Oi, meu amor.
38:16Vamos ter uma conversa aqui a rápida?
38:18Não, não, agora não.
38:19Estou jantar com a Karina, não tenho atenção.
38:20E aí, a noivinha tem sempre prioridade, claro, esqueci.
38:25Vai começar com veneno?
38:26Não, imagina.
38:27Eu estou me sentindo tão bem, tão bem, tão bem, que acho que eu vou até mandar uns beijinhos para ela.
38:32Se entrega?
38:34Entrego, sim.
38:35Mas vem cá, eu posso saber por quê?
38:37O que aconteceu de tão especial para você estar assim?
38:39Esse assunto não está na Berlinda.
38:42Basta você saber que eu estou muito bem.
38:43Boa noite, meu amor.
38:44Tá certo.
38:48É, dona Clorice.
38:52Boa noite, rapazes.
38:56Boa noite, Clorice.
39:05E aí?
39:06Como é que foi o trabalho dessa tarde?
39:08Uma estiva.
39:13Olha, é de tirar o chapéu da tua resistência, meu amigo.
39:16Conheço poucos homens nessa idade com tamanha disposição e apetite.
39:20Você não sabe da maior?
39:22Não.
39:23Quebrou seu próprio recorde dos 20 anos?
39:26Por pouco.
39:29Mas o que aconteceu foi mais incrível ainda.
39:31Adivinha quem chegou aqui na hora H?
39:34Quem?
39:35A outra.
39:36E aí?
39:37As duas se encontraram?
39:39Houve uma batalha?
39:40Não, não.
39:41Vai me dizer que você transou com as duas?
39:45Devagar.
39:46Eu não estou com essa bola toda.
39:50Elas não se encontraram, não, mas foi por pouco.
39:52Olha, parecia uma comédia do século XIX.
39:57Eu não sabia o que fazer.
39:58Eu não sabia se conseguia dar conta da que estava lá em cima,
40:01se controlava, se acalmava, que estava aqui embaixo.
40:07E você?
40:09Conseguiu conhecer melhor a cidade?
40:11Mais ou menos.
40:12Mas senti o clima.
40:13É um lugar adorável.
40:15Você tem razão em ter ficado raízes aqui.
40:18Eu dei uma volta pela praça,
40:20parei num boteco fuleiro mais pitoresco.
40:23Chama-se Jaera.
40:25É o point dos cachaceiros.
40:27Esse mesmo.
40:28Sentei, convencei com os caras.
40:30Foi bom ter dado um tempo nos nossos papos.
40:33Se foi.
40:35Minha cabeça está a ponto de incendiar com as suas loucuras.
40:43Demorei muito?
40:45Valeu a pena esperar.
40:47Por favor.
40:48Onde vamos?
40:49Vou te levar num restaurante fantástico aqui perto.
40:57Embora não pareça, Ribeirão também tem seus pontos de gastronomia.
41:15Acredito.
41:16Oi, Tito.
41:23Bom ver você.
41:23E aí, doutor Bruno.
41:24Tudo bem?
41:24Tudo bem.
41:25Entra aí.
41:25Você anda sumido, rapaz.
41:26Faz tempo que você não aparece.
41:28Ah, trabalhando muito lá na pousada, né?
41:30Não consigo fazer mais nada.
41:32Quando eu vejo, não tenho tempo.
41:34Nem me fala em trabalho, rapaz.
41:35Bom, mas hoje eu consegui tirar uma folga.
41:37Vou levar a Karina pra jantar.
41:38Você faz muito bem, viu, Tito.
41:39Porque é o seguinte.
41:40Se você não arranja tempo pra cuidar da mulher, logo, logo ela arranja outra.
41:44Que isso.
41:46É verdade.
41:47Não dá pra bobear, né?
41:47Pois é.
41:48Mas que bom, hein?
41:49Que bom.
41:49Deve ser muito bom ter o seu próprio negócio, ser o seu próprio chefe.
41:52Tem suas vantagens, mas não sei não.
41:54Às vezes é tanto trabalho, tanta atenção.
41:56Se você se distrai um pouquinho, acaba trabalhando o dia inteiro.
41:59O perigo é esse.
42:00Não pode entrar nessa.
42:01Às vezes eu penso que é melhor ter um emprego, sabe?
42:03Acabou o trabalho, vai pra casa e pronto.
42:05É.
42:05Talvez você tenha razão.
42:07Oi, Tito.
42:08Oi, Célia.
42:08Como vai?
42:09Tudo bem?
42:10Sua mãe, como está?
42:11Tá bem.
42:12Certa?
42:14Acho que agora ela se adaptou melhor aos ares.
42:16Ao clima de Ribeirão, né?
42:19A única coisa com que ela não consegue se adaptar de jeito nenhum é comigo, mamãe.
42:24Ah, Karina.
42:24Isso não, não vai.
42:25Não fala assim.
42:27Até parece que alguém consegue resistir aos seus encantos.
42:30Sei, senhor Tito.
42:31Faça-me rir.
42:34Então vamos?
42:36Vamos.
42:36Tá pronta?
42:37Se eu tô pronta.
42:38Olha pra mim, Tito.
42:42Gostou do meu novo look?
42:43Tá linda.
42:46Melhor assim.
42:47Tchau, mamãe.
42:49Tchau, papai.
42:49Boa noite.
42:50Ah, vamos com Deus.
42:51Obrigado.
42:51Boa noite.
42:52Birtos.
42:53Vocês tão lindos os dois, hein?
42:57Obrigado.
42:57Boa noite.
42:58Oi, filhote.
43:01Tudo bem?
43:04Filho, desliga um pouquinho a televisão que eu quero te perguntar uma coisa.
43:10Obrigada.
43:14Por acaso, você esteve com o Guilherme hoje?
43:18Só na escola de manhã, mãe.
43:19Por quê?
43:20Porque eu acabei de ouvir um boato muito estranho.
43:23Não é boato?
43:23Que boato, mãe?
43:24Estão dizendo por aí que o Guilherme foi visto na floresta aos beijos com outro garoto.
43:29Ah, o Guilherme beijando outro garoto?
43:31Quem foi que te falou isso, mãe?
43:32Que viagem.
43:33Calma.
43:34Foi o que me contaram lá na loja.
43:36Eu nem acreditei.
43:37Acho bom, né?
43:38Não, e o pior é que estão dizendo que esse outro garoto é aquele tião que veio aqui naquele dia.
43:43Ah, mãe, isso só pode ser mentira.
43:44O maior caô.
43:46Quem te falou isso?
43:47Não interessa quem falou.
43:49Eu também não acreditei.
43:50Quis perguntar primeiro pra você.
43:53Mas nesse assunto eu tô por fora mesmo.
43:56Ninguém gosta de matar essas cascatas.
44:08É verdade.
44:10Eu fiquei impressionada com o seu discurso.
44:12Todo mundo ficou.
44:14Era a imagem de um político seguro e experiente.
44:17Eu tô apenas começando, né?
44:18Eu já te falei que eu nunca levei a política muito a sério.
44:22Mas as coisas mudaram.
44:24Se bem que eu continuo me divertindo, né?
44:26Eu já te contei a última.
44:28Sabe o que o pai responde pro filho quando ele pergunta se todos os contos de fada começam com era uma vez?
44:35Não. O quê?
44:35Não, meu filho. Alguns começam com quando eu for eleito.
44:42Nicolau.
44:43Então você está gostando de ser senador?
44:45Como não gostar?
44:47O senador lá em Brasília disse uma vez que o senado é que nem o céu.
44:51Com a vantagem que a gente não precisa morrer pra entrar nele.
44:59Olha só quem tá ali.
45:01O canal é do Nicolau.
45:03Por favor, Tito, segura.
45:05É melhor a gente ir no outro restaurante.
45:08De jeito nenhum.
45:10Se ele quiser, ele que se mude. Vamos ficar aqui mesmo.
45:16O que foi, Nicolau?
45:18Sabe quem é aquele sujeito ali?
45:22Não. Ela tem uma loja na cidade.
45:25Ele é o grilheiro da posada.
45:28Esse ambiente aqui ficou empesteado.
45:29Não. Ela tem uma loja na cidade.
45:44Não. Ela tem uma loja na cidade.
45:46Legenda Adriana Zanotto
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