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No programa "Só Vale a Verdade" desta semana, a líder religiosa Monja Coen esclarece um ponto fundamental do zen-budismo.
Em conversa com Marco Antonio Villa, a Monja Coen explica que "o budismo não tem a noção de Deus" e que "Buda é um homem". A entrevistada conta a história de Buda e detalha como a filosofia Zen se distingue das religiões que se baseiam em uma divindade criadora.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/s7KT_s3lwJU

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Transcrição
00:00Elas partem do monoteísmo, com suas especificidades, e de um livro sagrado, cada um com o seu.
00:07Os judeus com a Bíblia, fundamentalmente, grosso modo, é o Antigo Testamento,
00:13os cristãos com o Antigo Testamento e o Novo Testamento, e o Alcorão para os islâmicos.
00:19E sempre tem um profeta.
00:21No caso do budismo, o que difere dessas três religiões que nascem quase que no mesmo local?
00:26Buda, eu pergunto para a senhora, é Deus?
00:29Deus, ele é o emissário de Deus?
00:31E aí a discussão do papel de Jesus, teve discussões que o pessoal usa uma expressão, até vai brincar de bizantina,
00:38mas se ele é filho de Deus, ele é Deus na Terra, etc.
00:41Mas não vamos entrar nas discussões da Era Patrística.
00:44Mas eu pergunto para a senhora, quem é Buda?
00:47Buda, ele é Deus?
00:48No budaísmo existe Deus?
00:50Ou a passagem dessa reflexão espiritual não necessita ter um Deus?
00:56Não, não se fala em Deus no budismo.
00:59Não se nega, nem se afirma.
01:02O budismo não tem a noção de Deus, não tem a noção de uma entidade separada da criatura, da criação.
01:08Então não tem um Deus a qual se referir e a se ligar.
01:11Buda é um menino, é um homem.
01:13É um filho de um rei.
01:14E ele vai ter as suas experiências místicas e tem uma procura, um questionamento sobre o sentido da vida.
01:20Ele, quando nasceu, tinha um oráculo que disse, esse menino vai ser um líder político que vai fazer a junção da Índia,
01:28que era toda dividida em feudos, em reinos.
01:30Ou ele vai ser um religioso.
01:33Se ele encontrar o sofrimento no mundo, ele vai se tornar um religioso.
01:36Então o pai cerca esse castelo onde eles moram, que provavelmente era quase como uma cidade, era uma cidadela.
01:43E ele não sai desse castelo.
01:45E é tratado, nada que possa ser de sofrimento e dor chega até ele.
01:49Então ele é muito mimado.
01:51Mas ele ouve uma música um dia, em que fala de coisas que não estavam dentro do castelo.
01:56Ele resolve fugir.
01:58Ele está escondido, ele não foge.
01:59Ele primeiro sai, encontra a velhice e ele tem a noção.
02:03Um velho que não, um idoso que vai ser afastado com uma certa grosseria por um comerciante,
02:09sendo que no castelo os idosos eram tratados com muito respeito.
02:13Colocava-se a mão no calcanhado idoso e na sua cabeça, ele está acima de mim.
02:18E ele fala assim, mas eu vou ficar idoso.
02:20Ele tem 19 anos.
02:21A maioria das pessoas com 19 anos não faz essa reflexão.
02:25Eu vou ficar um idoso, eu vou ser um avô, um bisavô, um tetravô, enfim.
02:29E ele fala, qual o sentido da vida?
02:31Se eu vou envelhecer.
02:33Ele sai uma segunda vez, encontra uma pessoa muito doente.
02:37Várias doenças que são possíveis, isso há 600 anos antes de Jesus de Nazaré, na Índia.
02:43Ele fala, eu posso ficar doente.
02:45Meu pai, meu filho, eu tinha um bebezinho, todos podemos adoecer.
02:49Que sentido tem a vida?
02:51Ele volta para o castelo, tem festas e danças, vai perdendo a graça.
02:55Ele sai uma terceira vez e vê uma cremação, a morte.
02:59Ele fala assim, eu vou morrer.
03:00Meu bebê morre, meu pai morre.
03:02Que sentido tem a existência?
03:04Ele acha que as festas palacianas não têm mais graça.
03:08E ele sai de lá.
03:10Ele corta os cabelos, o cabelo era o símbolo da casta.
03:13Os nobres usavam um rabo de cavalo alto.
03:15Com a sua própria espada ele corta os cabelos, troca suas roupas com um passante que vem ali e vai praticar yoga.
03:23Ele encontra um grupo de yogis, sendo que naquela época yoga eram reflexões filosóficas.
03:29Ficava embaixo das árvores, questionando sobre o sentido da vida.
03:34E ele se torna um grande praticante de yoga.
03:37E o professor dele diz, você pode ser o meu sucessor.
03:40Ele diz, mas eu fui mimado demais.
03:43Eu preciso de práticas mais austeras.
03:46Então ele vai encontrar um grupo que faz ascetismos.
03:50Quer dizer, tenho fome e não como, tenho sede e não bebo, tenho sono e não durmo.
03:55E ele vira um esqueletinho.
03:56Tem algumas imagens de Buda dessa época, é só todos os ossinhos à vista.
04:01E um dia ele vai caminhar e ele cai.
04:04E ele fala, não estou ficando mais sábio, estou ficando mais fraco.
04:08E existe um caminho, que é o caminho do meio, que esse é o símbolo do budismo, é o caminho do meio, não é de extremos.
04:14Nem de indulgir, fazer só o que eu quero, quando eu quero, como eu quero.
04:18E não negar todas as minhas necessidades biológicas, fisiológicas e emocionais.
04:22E ele se senta para fazer meditação, que nós chamamos em japonês de Zazen.
04:29Zazen quer dizer sentar e Zen é meditação.
04:32Embaixo do mar, nas raízes de uma figueira.
04:35Que existe até hoje uma neta dessa figueira, lá em Bodigaya, na Índia.
04:39Ele sentou-se e recebeu todas as provocações que a mente humana pode receber quando nós queremos acessar a verdade.
04:49Quando queremos acessar o Uno.
04:51São várias provocações que a gente chama do diabo no sentido de dual, que divide em dois.
04:56Então está sentado e pensa, puxa, no meu palácio tinha pessoas me abanando, não tinha esse calor, não tinha insetos.
05:03A poltrona era macia.
05:04Diz assim, não, não saio enquanto não encontrar a resposta.
05:07Ele era um homem jovem, heterossexual, aparece mulheres lindas fazendo a sexualidade.
05:15Também não saio enquanto não encontrar a resposta.
05:18Todos os prazeres sensuais, quer dizer, dos prazeres do corpo, da vida, são provocações que ele não se move.
05:24E vão ficar aqui até encontrar a resposta.
05:27Então diz que mandam energias perversas, ciúmes, raiva.
05:30E nada o toca quando houvesse uma redoma, que é a sua determinação de acessar um conhecimento superior.
05:38E até que chega o rei dos diabos, dos demônios, que é chamado de Mara na Índia, que diz pra ele,
05:44você agora é o Buda dos Budas.
05:46Você é o mais sábio de todos os sábios.
05:48Mas ele não é tolo, ele põe a mão na terra e diz, a terra é minha testemunha.
05:54Terra de onde vem?
05:55Humus, humildade, ser humano.
05:58E o que seria a dualidade desaparece?
06:01Ele vê a estrela da manhã e diz, eu, a grande terra e todos os seres juntos,
06:07simultaneamente nos tornamos o caminho.
06:10Olha que interessante.
06:11Eu igual a grande terra, igual tudo que existe no céu e na terra, somos o caminho.
06:18Não tem mais um eu separado.
06:20É a comunhão absoluta com toda a realidade, com tudo o que é.
06:24E ele diz, não vão me entender.
06:27E aí tem um aspecto interessante, porque como eu disse, o budismo não tem Deus.
06:31Aí ele ouve uma voz celestial.
06:33É maravilhoso, né?
06:34E essa voz celestial, que seria Brahma, dentro do brahmanismo, né?
06:38Vai dizer pra ele, faça como fizeram os budas do passado.
06:43Use meios hábeis pra ensinar as pessoas a acessar o mesmo lugar que você acessou.
06:49E ele então vai encontrar uns antigos companheiros de prática,
06:53que eram os seguranças que o pai dele tinha mandado pra cuidar do menino no meio da mata.
06:58E que tinham abandonado ele, porque ele comeu um arroz doce que uma moça ofereceu.
07:04Então disseram, ele não é forte como nós, não suportou a fome, né?
07:07E aí, quando ele vem caminhando, os seguranças, que eram os monges também, os seguidores, né?
07:14Dizem, o que você entendeu? Você tá diferente?
07:17Você entendeu alguma coisa que nós não entendemos ainda?
07:20Ele vai fazer o primeiro sermão.
07:23Se ele é bem jovem ainda, o primeiro sermão é dizer que tem quatro verdades nobres arianas,
07:28dos arianos que invadiram a Índia.
07:31Então as quatro verdades nobres são, primeiro,
07:33Insatisfação existe.
07:35A palavra educa, que alguns vão traduzir por sofrimento.
07:40Mas é mais insatisfação.
07:41Insatisfação existe.
07:42Tem causas.
07:43Nascimento, velhice, doença e morte.
07:46Estou longe de quem eu gosto, perto de quem eu não gosto.
07:49Não estou fazendo o que eu gostaria de fazer.
07:51São as insatisfações da vida, né?
07:53Essas são as causas.
07:54Mas existe um estado chamado de Nirvana, ou Nibana, que é a cessação das oscilações da mente.
08:02Que é a plenitude.
08:04E isto, a quarta nova verdade é que tem um caminho de prática, que é o próprio Nirvana.
08:09Tem memória correta, pensamento correto, ponto de vista correto, meio de vida correto.
08:15Então tudo isso é meditação correta, a experiência mágica que a gente fala que é do despertar.
08:25Que não é experiência mágica, é a experiência natural do ser humano.
08:28Mas se não tem procura, não tem encontro.
08:32E essa frase que eu repito muito, sem procura não encontro, parece que tinha sido do Papa Francisco,
08:38quando ele era bispo em Buenos Aires.
08:41É uma frase, a procura é o encontro, o encontro é a procura.
08:44Estamos sempre procurando, encontrando, e ainda tem mais o que procurar, mais o que conhecer, mais o que saber.
08:52Mas quem não tem essa procura pela verdade, pelo caminho, pela realidade, não encontra.
08:58Porque não está procurando, está se divertindo com superficialidades, né?
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