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No Linha de Frente deste sábado (22), a bancada analisa a derrota do governo na Câmara e a aprovação do PL Antifacção. O texto, defendido pela oposição, endurece medidas contra organizações criminosas e amplia instrumentos de investigação e repressão.

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Transcrição
00:00A Câmara dos Deputados aprovou o PL Antifacção, relatado pelo deputado federal Guilherme de Ritchie.
00:05A aprovação foi vista como uma derrota do governo, que tentou adiar a análise.
00:10Agora, o projeto que cria o marco legal da segurança pública segue para o Senado.
00:16Após a aprovação, o presidente da Câmara, Hugo Mota, afirmou que o verdadeiro vilão é o crime organizado.
00:22E o herói é o povo brasileiro.
00:25Bom, mais um assunto que durou semanas, foram várias versões desse projeto.
00:31Valéria, dá para a gente tirar o quê desse projeto até agora?
00:35Você também compartilha dessa visão de que foi uma derrota para o governo em algum sentido?
00:40Olha, o que a gente pode perceber é que a segurança pública entrou na disputa política do país.
00:48Ela tem esse peso na discussão, principalmente agora, se a gente entender esse movimento,
00:54no STF e como vai ficar a relação do Lula com o Senado, analisando esse projeto que sobe.
01:02Então, vamos entender.
01:02O projeto tem pontos positivos, endurecimento das penas, a tentativa de asfixiar financeiramente as facções.
01:12E tem uma crítica importante de técnicos, juristas, que encontraram ambiguidades importantes que precisariam ser refinadas pelo Senado.
01:24E agora vamos entender o que vai acontecer.
01:26Também quero fazer a mesma pergunta para a Thaís.
01:28Se foi uma vitória, uma derrota do governo, como que essa negociação agora deve avançar no próximo etapa no Senado?
01:36A derrota é para o povo brasileiro, que está sendo feito de palhaço, numa discussão onde, no final das contas,
01:43nós já temos todo um arcabouço legal para punir essas facções, chamando de grupo terrorista.
01:51Gente, isso já está definido, tanto na Constituição Federal, quanto no Código Penal.
01:57E isso é uma cortina de fumaça política para distrair as pessoas, para aplaudir operações que matam centenas de pessoas nas favelas,
02:08enquanto quem lucra com o crime organizado são as big techs, são os bilionários.
02:13Então, tudo isso é uma cortina de fumaça de uma discussão que, juridicamente, é absolutamente inócua.
02:19Temos leis suficientes, esse projeto não precisaria existir e não adianta pensar só em punição de pequenos grupos,
02:27pequenos não, grupos dentro das periferias.
02:31A gente sabe que isso é um projeto de punição e de encarceramento da população preta e da população pobre no nosso país.
02:38Então, é uma vergonha essa cortina de fumaça, que, no final das contas, só vai prender mais pessoas nas periferias
02:45e o crime organizado continua lucrando bilhões.
02:49A gente tem um pouco dos pontos principais na prática, né, que mudaram, então foram modificados a partir desse marco da segurança.
02:57Como, por exemplo, o aumento de penas e novos tipos penais.
03:00Então, as penas são de 20 a 30 anos para ações de facções ultra-violentas.
03:05Novos crimes, como o novo cangaço, domínio territorial, uso de explosivos, armas pesadas,
03:11drones e ataques contra a infraestrutura essencial, também tem penas mais duras,
03:16além de agravante para crimes ligados a garimpo ilegal.
03:19Além disso, a proposta também dificulta a progressão de regime para membros dessas organizações.
03:25Os presos serão proibidos de votar, os chefes de organizações criminosas
03:29deverão cumprir pena em presídios federais de segurança máxima,
03:33tem um monitoramento audiovisual de parlatórios, inclusive em contato com advogados,
03:38em hipóteses excepcionais e sob ordem judicial.
03:42Também há ampliação de operações de buscas, quebras de sigilo e operações encobertas,
03:48o bloqueio imediato de contas, bens e criptoativos.
03:51E quando o crime estiver sendo investigado pela PF, Polícia Federal,
03:55os bens apreendidos vão para o Fundo Nacional de Segurança.
04:00Mas terá uma divisão ali com os estados quando houver participação das forças estaduais na investigação.
04:05Como a gente terminou falando desses pontos, nessa parte mais econômica de bloqueio de bens,
04:11já chamo a Laura para comentar um pouco se você acha, Laura, que isso é efetivo,
04:15que faz sentido, como é que você analisa essa mudança?
04:19Bom, eu analiso sempre sendo muito crítica de se isso, na prática,
04:23vai de fato chegar nos verdadeiros culpados de uma organização criminosa.
04:28Porque quando a gente fala de organização criminosa, existe aquela ideia de...
04:30Muitas vezes o político usa aquele discurso do cara que rouba o celular,
04:35o cara que está com arma lá em cima da favela,
04:38mas e aí aquelas grandes organizações, aquele que nem chega perto da favela em si,
04:45mas sim ele é envolvido com atividades de prática criminosa.
04:48Como que deveria ser feito o combate?
04:50Deveria ser feita ali uma investigação mais criteriosa da origem dos recursos
04:55e também um endurecimento com as instituições financeiras que não bloqueassem essas contas.
05:01Por quê?
05:01Na prática, muitas vezes a instituição financeira ali finge que não viu,
05:06mas ela viu e ela não vai falar que viu.
05:08Por quê?
05:08Porque ela não quer derrubar a conta do cara,
05:10porque senão ela vai perder aquele dinheiro dentro ali do banco.
05:12Então isso pode também estar acontecendo.
05:15E se não tiver uma atuação também em frente a fazer uma nova visita
05:20ou como que estão sendo conduzidas as instituições financeiras,
05:24eu também não vejo que isso pode trazer tantas mudanças.
05:27Outro ponto, trouxeram sobre bloqueio de criptoativos.
05:30Quando a gente fala dos criptoativos em si, puramente o Bitcoin, por exemplo,
05:34do qual vem com a ideia de não ter um intermediário,
05:37não ter uma instituição financeira que vai estar ali cuidando daquele criptoativo,
05:42não existe como bloquear.
05:44Não há como bloquear um criptoativo.
05:46Então assim, em alguns momentos parece que é um pouco para inglês ver,
05:51porque de fato a pauta da segurança pública está ali
05:55sendo a espinha dorsal da campanha para o ano que vem.
05:59A gente vai falar disso inclusive trazendo as reações dos dois lados.
06:03Olha essa aqui do presidente Lula,
06:04que criticou duramente a aprovação do PL antifacção.
06:07O petista disse que o texto enfraquece o combate ao crime
06:11e favorece, abre aspas, quem quer escapar da lei, fecha aspas.
06:16Lembrando que se passar pelo Senado, o texto irá para análise do presidente,
06:20que pode sancioná-lo ou vetá-lo.
06:23Deise, e aí, se passar desse jeito?
06:26Olha, Bia, eu até fiz algumas anotações ali enquanto você estava falando,
06:31porque a gente olha esse texto do PL.
06:32Em primeiro lugar, eu realmente acho que o texto final,
06:36ele vai ser um texto muito mais para gerar manchete
06:38do que para efetivamente começar a pensar em resolver a questão da segurança pública no Brasil.
06:44porque a gente olha, assim, é um texto draconiano, né?
06:47Penas de 66 anos, vamos sufocar as lideranças criminosas,
06:54parece que vai resolver tudo, né?
06:56Só que daí, quando você vai olhar para realmente o que está acontecendo
06:59e o diabo mora nos detalhes,
07:01tem uma confusão ali no Senado entre o Palácio do Planalto,
07:06os senadores, a Câmara dos Deputados.
07:08Então, um projeto que poderia ter uma força já começa a enfraquecer quando vai para o Senado.
07:14E aí, quando o presidente Lula, ele fala que o projeto tem vários defeitos,
07:18é porque a esquerda nunca soube assumir essa pauta da segurança pública, né?
07:21Vem com um discurso, me desculpa,
07:24mas um discurso sociológico, romântico, para resolver a segurança,
07:27quando, na verdade, não olha para quem está na linha de frente.
07:30Então, me parece, de novo, Bia,
07:33só para a gente fazer um adendo aqui,
07:34a gente teve uma CPI muito importante no Brasil,
07:36que foi a CPI do narcotráfico, em 1999.
07:39Em 1999.
07:41De lá para cá, olha o que aconteceu com as lideranças,
07:44com as facções e com as lideranças criminosas no Brasil.
07:48Elas só aumentaram.
07:50Então, se esse PL já foi para o Senado com essa confusão toda,
07:54eu não acredito que venha uma solução.
07:55E aí, me parece que, quando a gente olha lá para o Palácio do Planalto,
07:59não existe uma boa vontade,
08:00porque, se existisse, eles teriam influenciado na Câmara dos Deputados,
08:04teriam olhado para os legisladores,
08:06teriam acompanhado a mesa relatora enquanto o projeto era votado,
08:09mas não fizeram nada disso,
08:10porque é muito mais fácil você criticar
08:12depois do que efetivamente propor uma solução
08:14para um problema que, pelo menos pelo que a gente conhece,
08:17vem desde 1999.
08:20Inclusive, Thaís, te pergunto sobre uma das críticas,
08:23a Deise falou que o governo está criticando bastante,
08:25uma delas é que não tem a palavra facção no texto
08:27que poderia abrir uma brecha.
08:29depois para frente.
08:31Dá para abrir mesmo uma brecha?
08:32O que eu percebo,
08:34e eu volto muito nesse termo da cortina de fumaça,
08:37em cima do que a Deise estava dizendo também,
08:40é que algumas palavras, mudam-se algumas coisas,
08:43mas, na verdade, enfraquece a parte mais importante,
08:46que é a investigação,
08:48e dá uma resposta populista
08:50e uma resposta superficial
08:51para um tema profundo que é a segurança pública.
08:55A esquerda não tem, de fato,
08:56não enfrentou e não tem uma solução.
08:58Só que a solução da direita é uma solução absolutamente superficial
09:02que é baseada no encarceramento e na violência.
09:06E não se resolve segurança pública com violência.
09:09Resolve-se segurança pública com inteligência,
09:12com tecnologia, com investimentos.
09:15Então, na verdade, por que eu insisto?
09:17Troca-se os nomes,
09:19fala que vai aumentar a pena,
09:21e daí você leu aqui uma série de mudanças que a lei traz.
09:23Tudo isso já está no texto legal.
09:26Tudo isso seria interpretação jurisprudencial.
09:28O Brasil lota de lei para falar o que já está dito.
09:32Então, na verdade, eu insisto,
09:34não interessa o nome que a gente está dando as coisas.
09:36Já temos leis suficientes para punir da forma correta.
09:40Thaís, e a gente tem um problema aqui no Brasil
09:42que eu acho que é muito curioso,
09:43e não é só em relação à segurança pública,
09:44mas mostrou-se mais uma vez recorrente.
09:49A gente só reage depois que as coisas acontecem.
09:52Então, esse PL está sendo discutido agora
09:54porque teve aquela operação no Rio de Janeiro.
09:57E assim é com tudo.
09:58O Brasil não se prepara para as coisas que vão acontecer,
10:01porque elas estão ali na nossa cara.
10:03Então, o PL me parece muito mais uma manobra de poder,
10:06uma resposta a algo,
10:08a uma operação que ocupou as manchetes
10:10e comoveu as pessoas como deveria,
10:13do que efetivamente uma resposta
10:15para um problema que já atravessa décadas no Brasil.
10:18Então, quando você olha com um pouco mais de cuidado
10:21e você vê que esse debate está tomando
10:23um cunho político muito alto,
10:25é desesperador.
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