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O promotor Lincoln Gakiya, referência nacional no combate às facções, afirmou que apenas mudar leis não será suficiente para enfrentar o crime organizado no Brasil. A bancada opinou sobre o assunto.

Assista ao programa completo: https://youtu.be/oPVoAAA9400

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Transcrição
00:00Eu vou colocar aqui também uma outra declaração que surgiu no meio de todo esse debate.
00:05Vou primeiro ler a declaração, abre aspas, olha,
00:08o crime organizado e o problema da segurança pública não vão ser solucionados do dia para a noite
00:14apenas com a aprovação de uma lei por melhor que sejam as intenções
00:19ou o melhor texto que contém essa lei, fecha aspas.
00:23O autor dessa frase não é uma pessoa qualquer, trata-se do promotor Lincoln Gakia,
00:28um dos maiores especialistas no Brasil no combate a facções criminosas.
00:33Ele que foi ameaçado pelo PCC e vive constantemente sob proteção policial.
00:38Gakia cobra a maior presença do Estado nos territórios dominados pelo crime,
00:43além da integração entre as forças de segurança.
00:47Vou jogar para a gente falar melhor dessa frase para a Tânia, por favor.
00:51Essa frase é muito impactante, né?
00:54E eu acrescentaria, assim, que tem que ter investimentos.
00:57E parece que eu estou falando de maneira classista, corporativista, mas não é.
01:02Porque a gente vê no dia a dia das diversas polícias a falta que faz um recurso
01:07para coisas mais simples, como diárias dos policiais, indenização de sobreaviso.
01:13É que talvez as pessoas não se tornem tão familiarizadas, mas o efetivo, né?
01:17Por exemplo, a Polícia Federal não é tão grande para a extensão do país,
01:20mas faz uma diferença danada, né?
01:22Na repressão a crimes e, sobretudo, o destaque que tem tido em Polícia Judiciária,
01:28nas operações das grandes investigações.
01:30Mas, para que esses trabalhos sejam bem elaborados, bem concluídos,
01:35não basta o sangue que cada policial, cada delegado, cada gente dá ali no seu trabalho.
01:40Tem que ter, realmente, um investimento.
01:42Se você chegar num ponto que você fica seis meses sem o pagamento de uma indenização de sobreaviso
01:47e o policial está trabalhando além do seu horário, você vai levar o esgotamento de alguém
01:52que, depois, pode ter até um problema de saúde mental, burnout.
01:56A gente vê muitos casos e isso chega a ser a beira do desumano.
02:00E, falando assim, parece que eu estou exagerando, mas é a realidade.
02:03Tem outras profissões também, mas é que, no caso específico do policial,
02:06tem a questão do sacrifício da própria vida.
02:09Enfim, então tem que ter um olhar também para esse indivíduo que está lá trabalhando,
02:12fazendo investigação, deixando de ter contato com a família,
02:16de ter descanso, porque está indo em diversas superações,
02:20fazendo várias investigações complexas, muitas vezes sendo até pressionado
02:23por desempenho e tudo mais.
02:25E, enquanto isso, todos disseram aqui, os criminosos estão lá em outro ritmo.
02:30Então, a gente vê essa operação no Rio de Janeiro, os caras tinham um drone
02:33e estavam ali jogando granadas em cima dos policiais.
02:36Então, a realidade, ela impõe muitas mudanças mesmo
02:40e os investimentos nos trabalhos realmente têm que acontecer.
02:44Isso não só na tecnologia, como na estrutura, mas também o olhar para quem está trabalhando
02:49e reposição dos cargos com cursos públicos e tudo mais.
02:53Inclusive, eu queria, Alessandra, enquanto a Tânia falava,
02:57comentava aqui sobre burnout nessa área para os servidores
03:01e sobre toda essa ótica que a gente fala bastante, inclusive,
03:04citando não só o burnout, mas problemas mesmo psicológicos
03:10e falta de atendimento psicológico para profissionais aí da polícia,
03:14de diversas esferas, né, Alessandra?
03:17Isso mesmo.
03:18Como a Tânia estava dizendo, tem que olhar para a saúde mental
03:22dessas pessoas que estão à frente aí, né, desse trabalho,
03:26que é desgastante.
03:27Há um desgaste emocional e psicológico, porque eles investem, né,
03:32realmente o tempo deles no trabalho, porém o que é investido em cada um deles,
03:39né, na pessoa, no ser humano.
03:41Então, nós precisamos rever, né, tudo isso que envolve o trabalho,
03:46a carga emocional, a carga de trabalho também.
03:50Tudo isso tem que se levar em conta, além também, claro, ali do salário, né,
03:56que acredito que, não sei, no estado de São Paulo, eu sei que está defasado
04:01nos outros estados também, né, Tânia?
04:03Há também essa questão salarial.
04:06Então, é uma complexidade que nós temos que ver o todo, né,
04:11desse funcionário, dessas pessoas que estão aí à frente,
04:14se desgastando emocionalmente, estão aí enfrentando esses criminosos,
04:20só que o que está sendo investido, né, para a segurança emocional
04:25da sua saúde mental, da sua qualidade de vida.
04:28E aí, Maria, também vou jogar para a gente ainda falar do Gakia,
04:32para você, tem uma outra frase dele interessante,
04:34que o Brasil precisa debater se quer uma legislação de guerra em tempos de paz.
04:38Nossa, sim.
04:39De fato, vivemos isso, né, já, dados já comprovam,
04:4330% do território brasileiro, hoje, as pessoas estão
04:46sob o crivo do crime organizado.
04:48O crime organizado, eu sempre digo isso aqui,
04:50se fosse uma empresa, seria uma das que mais lucra no Brasil,
04:53com cerca de receita, que se sabe, de 60 bilhões de reais,
04:56fora que está presente em mais de 20 países.
04:58Ou seja, também uma multinacional, exportamos produtos de qualidade,
05:02não é mesmo o Brasil, sendo muito sarcástica aqui para os nossos ouvintes.
05:06Mas, de fato, e aqui, Bia, eu destaco que o papel da inteligência
05:11nesse momento que a gente vive, ouvindo alguns especialistas falarem,
05:15e até próprio mencionar aqui os casos no combate local.
05:20O crime organizado, ele está nos locais.
05:22Quem é que compra ali?
05:24É o local.
05:25Por exemplo, a própria GCM, destacar o papel da municipalidade nesse contexto, né?
05:30A GCM, que agora teve a questão do debate de virar polícia ou não,
05:34de qualquer maneira, está ali nas investigações,
05:37com a troca do tráfico na Cracolândia, que também cessou a Cracolândia.
05:41Enfim, a questão do local no combate às operações.
05:44Então, é desenvolver um plano de inteligência que incorpore
05:47todos os nossos entes federativos, do municipal ao estadual ao federal.
05:51E também, aqui, mencionar a questão da Operação Carbono Oculto.
05:55E como a operação também de inteligência e investigativa funciona
05:59para a gente conseguir ali ver o tipo de refinamento
06:05que o crime organizado chegou e combater, de fato,
06:07os bambambãs do crime, as cabeças do crime,
06:11quem está lá no helicóptero, na Faria Lima,
06:13porque esses daí são os cabeções que conseguem pensar estrategicamente.
06:17Veja, o crime organizado já está diante de nós,
06:20já vivemos 30%, já faz parte de muitos do comércio legal,
06:25que a gente nem faz ideia que é.
06:27E olha, no meio de todo esse impasse político que a gente está citando,
06:30declarações e opiniões diversas,
06:32uma cidade do interior, aqui de São Paulo,
06:34vive literalmente no fogo cruzado entre facções.
06:38Rio Claro, que tem cerca de 200 mil habitantes,
06:41tem sido palco de disputas entre o PCC e o Comando Vermelho.
06:46Neste ano, de janeiro a setembro, a cidade teve 24 assassinatos,
06:5026% a mais que no mesmo período do ano passado,
06:54e uma taxa de homicídios quase três vezes maior
06:58do que a média do estado de São Paulo.
07:01Inclusive, eu diferei a semana passada em Fortaleza,
07:05ouvia dos moradores a seguinte frase,
07:07de todo mundo que eu pegava, transporte por aplicativo,
07:10outros servidores que eu conheci,
07:12que lá eles estão sentindo esse terror na pele.
07:15Eles falam que Fortaleza e, no geral,
07:17o estado do Ceará estão sentindo ali a guerra
07:20entre pelo menos três facções diferentes.
07:22Me lembrei desse relato agora da semana passada,
07:24então, nas férias.
07:25Aí, Lu, queria comentar um pouco com você,
07:27também a gente está falando da situação política,
07:29mas tem a situação da população que vive,
07:32ou sob uma facção só ou pior,
07:35nesses casos que a gente citou agora,
07:36sobre esse medo ali de como lidar com uma situação como essa.
07:41A cidade específica de Rio Claro,
07:43ela não tinha até então um líder
07:46de uma das facções daquele local.
07:49Então, ela se tornou um ponto estratégico
07:51tanto para o PCC quanto para o Comando Vermelho.
07:54E a principal vítima ali, quem é?
07:58São a população, são as pessoas que residem no local.
08:02Eu resido numa cidade do interior,
08:04onde, anos atrás, nós podíamos dormir
08:07com as janelas das portas abertas das casas,
08:10as janelas e portas.
08:12Hoje, nem num condomínio de alto padrão,
08:15que tem aí uma das principais empresas de segurança do país,
08:20que é administrado por israelenses,
08:22você tem segurança.
08:23Eu posso falar em causa própria,
08:25porque houve dentro da minha casa
08:27um arrastão que envolveram quatro ou cinco casas
08:30com 14 homens armados com fuzis AR-15
08:33que entraram nas residências,
08:35renderam mulheres, crianças.
08:37Então, você não tem lugar nenhum.
08:38Aí você vai para uma cidade interior
08:39um pouco mais afastada,
08:41onde você não tem lá um posto da Polícia Federal,
08:44você não tem, talvez,
08:46uma guarda municipal tão efetiva,
08:48que sofrem,
08:49que são os que menos recursos têm no nosso país,
08:52a própria Polícia Militar.
08:54Então, não tem uma fiscalização,
08:56eles não conseguem controlar.
08:57Hoje, você pega o crime organizado,
09:00tem drones.
09:01A polícia, dependendo da cidade,
09:04não consegue ter uma arma de baixo calibre.
09:07Como que ela vai para o fronte com essas pessoas?
09:11Então, a gente vê hoje a população acuada,
09:14a polícia local acuada
09:16e o crime organizado crescendo.
09:18Então, nós precisamos, eu quero,
09:20de 20 anos para conseguir se equiparar.
09:22Agora, o desvio de dinheiro tem,
09:24nós temos aí mil situações sendo divulgadas na mídia
09:27de atos de corrupção,
09:29sendo que esse dinheiro poderia ser investido em educação,
09:32investido em saúde,
09:34investido na própria polícia.
09:36Por quê?
09:36O policial sai, tirou a farda,
09:38e ele vai para casa,
09:40ele tem medo de ser abordado na rua,
09:42ele tem medo de andar com a farda dele na rua.
09:45Um promotor de justiça, quando se aposenta,
09:48e ele é ameaçado,
09:49ele não tem escolta depois.
09:51Um juiz, a mesma coisa.
09:53Um delegado federal piorou.
09:55Então, assim, o salário não é condizente
09:57com a segurança do próprio agente público ali na defesa.
10:02Foi falar da questão psicológica desses agentes.
10:05Gente, imagina você sair de casa
10:07e deixar a sua família sem saber o que volta.
10:09As imagens lá do Rio de Janeiro,
10:11de policiais, de delegados feridos,
10:13gravemente feridos, é de cortar o coração.
10:16Eles caíram numa verdadeira emboscada.
10:18Então, assim, nós precisamos sopesar
10:21quem é que, nesse momento, merece respeito.
10:24É a população?
10:25É a polícia?
10:27Junto com a população?
10:28Ou é a bandidagem?
10:30Porque a bandidagem tomou conta do país.
10:32E concordo com a Maria,
10:33quando ela fala que os bandidos estão na Faria Lima.
10:37Eu já falei aqui em outros programas
10:38que nós começamos lá com os contadores e advogados aliciados
10:43que assinam contratos sociais
10:46para aberturas de empresas
10:47que ir para lavagem de dinheiro.
10:50Então, de novo, nós temos complais
10:52que precisava ser aplicado no país que não é aplicado.
10:54Nós temos um governo aí que mandou hoje,
10:59teve uma decisão com todo respeito.
11:01uma delegada que é casada com um faccionado,
11:06dono de uma facção, vamos dizer assim,
11:10foi autorizada a assumir o cargo.
11:12Então, desmoraliza a própria categoria da polícia.
11:15Obrigado.
11:16Obrigado.
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