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O governo voltou a defender a retomada da tributação de dividendos e a taxação dos super-ricos como parte da estratégia para reforçar a arrecadação e reduzir desigualdades. A medida, porém, divide especialistas, que apontam riscos de impacto negativo sobre empresas e investimentos, especialmente em setores mais dependentes de distribuição de lucros. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Régis Grasciano, sócio de tributos da RSM Brasil
Entrevistado: Régis Grasciano

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Transcrição
00:00Para garantir a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês,
00:05o governo federal tenta garantir um aumento na arrecadação.
00:09Um dos pontos é tributar os chamados super-ricos.
00:12O outro, tributar lucros e dividendos.
00:15E essa mudança em retrocesso na forma com que as empresas,
00:19principalmente as consideradas médias, fazem a gestão tributária
00:23e retomar manobras que já estavam extintas aqui no Brasil.
00:27Sobre esse tema bem delicado, a gente conversa a partir de agora
00:30com o advogado e economista Regis Graciano.
00:34Ele é sócio da Tributos da RSM Brasil, a quem agradeço muito pela participação.
00:40Dr. Regis, seja muito bem-vindo aqui à programação da Jovem Pan.
00:45Olá, boa noite. Obrigado.
00:48Prazer estar aqui com vocês, discutindo esse tema tão importante.
00:51Obrigado pelo convite.
00:52Sem dúvida.
00:53Doutor, naturalmente, quando se aprova uma matéria como essa,
00:59que vai beneficiar milhões de pessoas,
01:03aquelas que ganham até 5 mil reais,
01:05alguns apostavam na necessidade de reduzir os gastos do governo.
01:10Mas a aposta foi outra, né?
01:12Aumentar a arrecadação.
01:14E a gente poderia elencar essas duas estratégias do governo.
01:17Tributação das chamadas altas rendas, mas também tributação dos lucros e dividendos.
01:25E é preciso olhar pra essa questão que envolve a tributação dos lucros e dividendos,
01:29porque muitas empresas acabam remunerando os seus sócios com os dividendos.
01:35Queria que o senhor fizesse uma reflexão sobre as mudanças
01:39e de que maneira as empresas devem se organizar.
01:43Algumas, inclusive, refazendo o planejamento tributário.
01:48Assim, as mudanças são realmente bastante relevantes e importantes.
01:52Assim, a gente tem questões de redução, de isenção de imposto
01:58pra aqueles que ganham até 5 mil reais,
02:00e uma isenção e uma redução pra aqueles que ganham até 7.350 reais.
02:05E o governo, como você mesmo disse, pra não reduzir gastos,
02:09optou por aumentar a arrecadação pra compensar essa redução,
02:14aumentando, na verdade, reintroduzindo no Brasil algo que já não existia mais
02:19desde 1995, que é tributar a distribuição de lucros e dividendos.
02:24Então, aqueles que foram considerados pelo governo como pessoas físicas de alta renda,
02:31que são aqueles que ganham acima de 50 mil reais por mês ou 600 mil reais por ano,
02:37vão estar sujeitos a uma tributação, então, de 10% de imposto de renda na fonte.
02:42Isso muda completamente a estrutura tributária de empresas,
02:46porque uma vez que, principalmente as pequenas e médias empresas,
02:50à medida em que essas empresas realmente têm uma alíquota menor
02:54em relação às grandes empresas,
02:56isso, obviamente, é política tributária de propósito,
02:58pra incentivar a atividade econômica dessas empresas,
03:00e elas vão acabar tendo uma sobretaxa,
03:02não na empresa, propriamente dica,
03:04mas no seu sócio, pessoa física,
03:06de até 10%,
03:08aumentando os custos tributários dessa empresa,
03:12principalmente as pequenas e as médias,
03:14no todo aumentando o cargo tributário.
03:18Então, isso chamou atenção,
03:20isso traz a necessidade das empresas se organizarem,
03:24como todo movimento de aumento de imposto,
03:27ela induz o contribuinte a buscar alternativas,
03:29e algumas alternativas são bem antigas,
03:33e não são legais,
03:35que existiam no passado,
03:38numa época totalmente diferente,
03:39no Brasil totalmente diferente do que a gente tem hoje,
03:41que é misturar muito a questão da pessoa jurídica com a pessoa física.
03:45Então, um exemplo,
03:47os gastos de pessoas físicas,
03:49dos sócios,
03:50talvez sejam direcionados para a pessoa jurídica,
03:53o que não pode,
03:55o que não é legal.
03:55Enfim, alternativas que os empresários,
03:58entre outras alternativas,
04:01para fugir desse aumento de carga tributária.
04:04Pois é, e há uma dúvida sobre a partir de quando
04:07esse tributo iria valer,
04:10alcançaria somente os dividendos e os lucros a partir de 2026?
04:15Porque há uma discussão em torno da vigência,
04:18do início,
04:19porque há inclusive a possibilidade
04:21de uma tributação retroativa,
04:24a partir de quando seria isso?
04:26Qual é a análise que é preciso ser feita
04:28a partir dessa possibilidade, hein, doutor?
04:30É excelente isso,
04:32porque esse é um ponto realmente bastante importante.
04:34Na verdade, nós estamos diante de um projeto de lei
04:36que já foi aprovado no Congresso,
04:39foi aprovado por unanimidade na Câmara
04:41e já foi aprovado no Senado.
04:42Ele está indo agora para a sanção presidencial.
04:45Então, o presidente, como era uma campanha,
04:47uma promessa de campanha dele,
04:48certamente vai aprovar.
04:50Não sabemos se vai ter algum veto, alguma coisa,
04:53mas deve, a expectativa é que isso seja aprovada
04:55nos próximos dias, ainda em 2025,
04:58para valer a partir de 2026.
05:00Ou seja, então valeria tanto a isenção
05:02para quem ganha até 5 mil reais,
05:04quanto a tributação dos lucros dividendos
05:06a partir de 2026.
05:09Porém, existe uma questão que é
05:11e o lucro que eu tenho acumulado
05:12no balanço das empresas.
05:15Se eu distribuir em 2026, eu pago imposto?
05:17E o projeto de lei prevê uma possibilidade,
05:20um tanto quanto difícil do ponto de vista operacional,
05:24mas que, enfim, a gente está sugerindo aí
05:26aos nossos clientes,
05:28às empresas alternativas em relação a isso,
05:30que é o quê?
05:31Aqueles lucros acumulados
05:33até 31 de dezembro de 2025,
05:36desde que deliberados pelos acionistas
05:38a serem pagos até 2028,
05:41ou seja, serem pagos, deliberados agora,
05:44em 2025, para serem pagos até 2028,
05:46também ficariam isentos.
05:48Mas tem algumas dificuldades operacionais aí,
05:50porque ela fala qual o balanço,
05:52o balanço até 31 de dezembro.
05:53Como é que eu vou acreditar em 31 de dezembro
05:56se eu não tenho o balanço fechado ainda
05:57em 31 de dezembro?
05:58Enfim, dificuldades aí da legislação brasileira,
06:01mas existe, isso realmente é um movimento importante
06:03que as empresas precisam fazer,
06:05analisar a existência de sólidos de lucros acumulados
06:09e a conveniência de deliberação,
06:11de acreditamento aos sócios desses lucros,
06:13porque aí, então, o passado ainda continua isento,
06:16como deveria ser na regra de hoje,
06:18que hoje os lucros de vendas são isentos.
06:21Então, acho que isso é realmente um movimento
06:22bastante importante que as empresas precisam olhar
06:24até agora, 31 de dezembro de 2025.
06:28Agora, doutor Regis, só para fechar,
06:29diante desse cenário,
06:30nós não corremos o risco de ver uma enxurrada
06:34de empresas e de sócios dessas empresas
06:37de refazerem o planejamento tributário
06:39para tentar, de forma lícita,
06:42é importante falar isso aqui,
06:44apagar menos imposto,
06:45achar uma brecha,
06:47refazer a sua estratégia.
06:49Qual lhe parece o caminho provável
06:52dessas empresas e pessoas?
06:54Criar uma nova PJ, então?
06:56É, então, tem, assim,
06:57a gente tem discutido bastante,
07:00como eu disse,
07:01todo aumento de imposto,
07:02ele induz o contribuinte a buscar saídas
07:04para evitar esse aumento,
07:06ou pelo menos reduzir,
07:07dentro da legalidade.
07:09Tem práticas, que eu até comentei aqui,
07:10que não são legais,
07:11mas tem algumas outras práticas
07:12que são absolutamente legais.
07:14Então, vai ter um movimento, realmente,
07:15de análise por parte dos empresários,
07:18de fazer uma antecipação da legítima,
07:21que quer, né,
07:22eu discutir sucessão,
07:23para ver se, eventualmente,
07:25vale a pena eu trazer os filhos
07:27para a sociedade, né,
07:28porque eu disse que são rendimentos
07:29até 50 mil reais por CPF.
07:32Então, se eu trago os filhos,
07:33eu aumento o número de CPF sócios da empresa,
07:36eu fico abaixo desse limite
07:37de 50 mil reais por mês, né?
07:39Eu posso discutir, também,
07:40dentro da legalidade,
07:42a criação de empresas,
07:43divisão de negócios, né,
07:45para que eu possa tratar com os meus clientes
07:48através de divisões diferentes,
07:50e, portanto, também receber,
07:51através de dois CNPJs diferentes
07:53de pessoas jurídicas.
07:54Então, assim, são alternativas
07:56que vão ser estudadas, naturalmente,
07:58pelo mercado, né,
07:59que a gente já está trabalhando,
08:01discutindo, dentro da legalidade,
08:03para tentar minimizar esse efeito
08:06de aumento de carga tributária,
08:08principalmente, repito,
08:10para as pequenas e médias empresas
08:11que estão diretamente,
08:13que serão diretamente afetadas, né,
08:14à medida em que a carga tributária
08:16que antes estava simplesmente
08:17na pessoa jurídica,
08:19passa também a ter uma parcela
08:20no seu sócio, pessoa física.
08:22Pois é, assuntos importantes
08:24tratados com o advogado economista
08:26Regis Graciano,
08:27a quem agradeço demais
08:28pela participação.
08:29Doutor, muito obrigado
08:30pela gentileza, viu?
08:31Bom fim de semana
08:32e volte mais vezes à Jovem Pan.
08:35Muito obrigado.
08:35Prazer foi meu estar aqui com vocês.
08:37Fico à disposição.
08:38Um abraço.
08:38Um abraço.
08:39Sim.
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