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Em entrevista ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, Rafael Schur, sócio e líder de mercado de Serviços Financeiros da EY, falou sobre como o sistema financeiro pode destravar recursos para projetos de baixo carbono no Brasil. A discussão abordou compartilhamento de risco, retorno econômico e ambiental, e o papel de fundos como o TFFF.

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Transcrição
00:00O atentável se expande para além da cadeia produtiva.
00:04O sistema financeiro também discute novos caminhos para a migração de baixo carbono.
00:09É isso que o apresentador do Real Time, o Marcelo Torres, vai abordar numa entrevista diretamente de Belém.
00:16Ele está lá ao vivo com a gente, o nosso enviado especial.
00:20Oi, Marcelo, muito bom dia para você.
00:22Sempre bom tê-lo aqui nesse espaço que é seu e que eu estou cuidando nesta semana,
00:27porque você está aí ao vivo em Belém.
00:30Tudo bem contigo? Seja bem-vindo aqui ao Real Time.
00:35Bom dia, Eric. Sempre muito bom falar com você também.
00:37Por aqui tudo bem? Como é que está São Paulo?
00:39Tudo bem. Tempinho está ficando meio...
00:42Minha avó falava luzco-fusco. Não está nem sol, está meio nublado, mas não está frio nem quente, sabe?
00:50É, sei como é que é.
00:52Aqui não tem muita dúvida. É sempre quente, mas tem aquele vento gostoso da Amazônia também, né?
00:57Olha, Eric, isso que você falou na entrada é muito importante, porque existem muitos bons projetos
01:01para combater as mudanças climáticas extremas, só que tem uma questão chave aí, que é o financiamento.
01:07Como financiar esses projetos de forma sustentável?
01:10Sobre isso eu vou falar agora com o Rafael Schur, que é sócio e líder do segmento de mercado financeiro,
01:16de serviços financeiros para o Brasil, na EY.
01:19Rafael, seja muito bem-vindo ao nosso programa. Bom dia para você.
01:22Bom dia, obrigado. Obrigado pelo convite. Bom estar com vocês.
01:25Bom, a gente estava conversando um pouco antes agora sobre a questão do financiamento, né?
01:29Porque, assim, existem bons projetos, existe dinheiro, mas às vezes falta aquela, digamos assim,
01:36aquele planejamento para que o financiamento ocorra da maneira correta, não é isso?
01:41É, ontem a gente teve um painel muito interessante com lideranças do setor financeiro
01:45e essa foi uma das conclusões que a gente chegou.
01:48A gente tem capital. Existe capital hoje disponível.
01:50E existe uma necessidade de achar bons projetos.
01:54Este mecanismo de encontrar bons projetos, e uma vez que esses projetos estão encontrados,
02:00encontrar uma dinâmica que permita que vários participantes do sistema financeiro
02:04dividam o risco, ou seja, você tem uma questão de prudência,
02:09não dá para entrar em projetos que vão quebrar,
02:12você precisa achar esses bons projetos.
02:14Mas, uma vez que este mecanismo de encontro aconteça,
02:18você tem, sim, o capital para fazer esse financiamento.
02:20Então, a dinâmica aqui, e acho que essa é uma das coisas para a gente explorar um pouco mais,
02:27aí você vai controlando quanto tempo a gente tem para falar, Marcelo.
02:29Pode falar à vontade.
02:30Legal.
02:31Porque eu vou disparar aqui e ficar falando.
02:33Mas, a questão para mim é, se a gente conseguir ter motores, vamos chamar assim,
02:40de identificação de bons projetos, ter motores de compartilhamento de risco
02:46entre diversas instituições, ter um bom arcabouço potencial,
02:50e aqui o Brasil tem avançado bastante,
02:52a gente vai ver esse sistema, esse fluxo de dinheiro destravar.
02:56Enquanto a gente não encontrar bons projetos,
02:59enquanto a gente tiver essa simetria entre projetos
03:02e o que os bancos, o que as instituições financeiras conseguem enxergar.
03:07Enquanto a gente não tiver bons mecanismos de cooperação e compartilhamento de risco,
03:13aí a gente vai ter essa sensação de que não tem o dinheiro,
03:16porque o dinheiro não está fluindo.
03:18Mas, ele está lá, ele só está represado.
03:20Quando a gente fala de bons projetos, o que vocês analisam, por exemplo?
03:23Vocês olham, sei lá, alguém que está querendo implantar algum tipo de energia alternativa,
03:28se essa energia é viável, se essa empresa, por exemplo,
03:31tem potencial de obter sucesso para depois poder pagar esse financiamento.
03:35Tudo isso está no planejamento de vocês.
03:39Assim, a UI em particular, e o meu setor, a gente não está...
03:43Mas eu não estou falando nem de vocês especificamente.
03:45Estou falando das pessoas que trabalham com financiamento.
03:48Isso.
03:49Vou te dar um exemplo.
03:50Na Europa e nos países mais desenvolvidos, como é que a gente chamou ontem?
03:54Maduros.
03:54Nos países maduros, grande parte do fluxo de capital que vai para projetos relacionados
04:02ao clima, são projetos de energia.
04:04Porque a matriz europeia de energia é uma matriz suja, vamos chamar assim.
04:09Muito carvão, muito carbono.
04:10É uma matriz complicada.
04:11Se a gente pega essa expertise de matriz de energia e traz para o Brasil,
04:17no Brasil, a nossa matriz é uma matriz muito mais limpa.
04:21Então, a gente precisa identificar projetos aqui dentro que tenham a ver com energia,
04:25mas numa dinâmica muito diferente daquilo que é a dinâmica dos países maduros.
04:29Por outro lado, nós temos desafios que são típicos da nossa região,
04:34como, por exemplo, agricultura intensa, uso de solo.
04:38E esses projetos, questões relacionadas à floresta,
04:41o nosso bioma é completamente diferente do bioma de fora.
04:45Quando você começa a olhar para esses novos projetos, esses projetos,
04:49e cada projeto tem uma cara, aquela história do Tolstói, né?
04:53Todas as famílias felizes são felizes iguais,
04:55cada família triste é triste à sua única maneira.
04:58Cada projeto é um projeto à sua única maneira.
05:00Então, se eu pego um projeto relacionado à parte agrícola,
05:04eu preciso ter o pessoal super especializado em entender a questão específica do agro
05:10para entender quanto carbono está sendo capturado,
05:14quanto carbono não está sendo capturado,
05:16como é que a gente está fazendo essa compensação.
05:19E esses elementos são elementos ultra técnicos.
05:22Então, você precisa ter a capacidade de entender essa tecnicidade,
05:27colocar isso dentro de um caso viável,
05:30e aí sim, uma vez que você descobre que sim,
05:33a gente tem o mecanismo correto de captura de carbono,
05:36que a gente tem os mecanismos corretos de retorno desses projetos,
05:40aí a gente vai começar a ver que o dinheiro quer chegar nesse projeto,
05:43porque o dinheiro quer fazer esse tipo de projeto.
05:45Uma vez eu estava dando uma outra entrevista e me perguntaram,
05:48ah, quer dizer então agora que os bancos,
05:50com essas questões de carbono,
05:52só vão querer financiar as empresas limpas.
05:54Não, eles vão querer financiar as empresas que não estão limpas,
05:58porque é ali que estão as oportunidades.
06:00Quem precisa do dinheiro para fazer projetos interessantes
06:03é quem não está limpo ainda.
06:05Quem está limpo ainda já está limpo, não tem mais o que fazer.
06:08Então, para mim, quando a gente vai procurar projeto,
06:11a gente quer ter certeza,
06:12e a gente teve um outro painel aqui falando exatamente sobre isso,
06:16a gente quer achar projetos que realmente são projetos que ficam de pé,
06:21que capturam carbono da maneira correta,
06:23que você consegue valorar o quanto que essa captura de carbono está trazendo,
06:26e que você consegue medir qual o retorno que você tem em cima desta dinâmica,
06:32e é um retorno ambiental, climático, mas é um retorno econômico também.
06:37Não adianta a gente dissociar esses dois mecanismos.
06:40Não vamos ter uma atuação empresarial com esse discurso de
06:46precisamos salvar o planeta.
06:47A gente precisa ter as coisas acontecendo da maneira correta,
06:51com impacto ambiental positivo, com impacto climático positivo,
06:55mas que também tenha um impacto econômico positivo.
06:58Essas coisas andam juntos.
06:59Bom, a gente viu uma iniciativa lançada aí pela diplomacia brasileira
07:02um pouco antes da COP, que você deve estar familiarizado,
07:05que é o TFFF, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre,
07:09que é um fundo que tem uma estrutura que você coloca dinheiro lá,
07:13o dinheiro rende, não é uma doação, é um investimento,
07:15Agora, parte daquele rendimento vai para as florestas.
07:18Você acha que essa estrutura tem o potencial de atrair mais investidores estrangeiros?
07:24Porque a meta é ambiciosa.
07:25Em 10 anos, eles querem mais de 100 bilhões de dólares
07:27para que uma parte disso, 4 bilhões, por exemplo, vá para as florestas.
07:31Você acha que essa é uma ideia que para de pé?
07:33Porque eles esperam atrair a iniciativa privada também para isso.
07:36Eu não conheço os detalhes deste plano, então eu não sei opinar sobre ele.
07:41Eu vou falar de uma forma mais ampla e conceitual.
07:44A gente percebe que dinheiro público é sempre importante
07:48e regulação é sempre importante.
07:51E eu escrevi um artigo recente sobre isso que mostra que existe um ciclo virtuoso
07:56entre políticas públicas e modelos de regulação e a atuação das empresas privadas.
08:03Então, esses dois ciclos, eles têm que rodar juntos.
08:05A gente estava também discutindo isso ontem no painel.
08:07Agora, se você não pode só depender do dinheiro da política pública.
08:15Esse dinheiro de política pública tem que funcionar como uma semente.
08:20Ele tem que ser capaz de atrair e alavancar a iniciativa privada.
08:24E eu falei lá atrás que um dos pedaços importantes é o compartilhamento de risco em cima dessas iniciativas.
08:31Porque é muito difícil uma única instituição, para um projeto muito grande,
08:35com retorno de muito longo prazo, aguentar isso sozinho.
08:38Então, você precisa efetivamente compartilhar risco.
08:41Compartilhar risco com uma iniciativa pública é sempre positivo.
08:45Mas só depender desse recurso público não vai funcionar.
08:50A gente precisa alavancar isto.
08:53E, na minha opinião, quando a gente olha para as questões de política pública,
08:57elas são sempre limitadas.
08:58Então, não adianta achar que dinheiro público é infinito.
09:01Ele tem limite.
09:02E alocação de recursos é algo complicado.
09:05Você tem que dar dinheiro para várias coisas ao mesmo tempo.
09:08Então, o que essa política pública tem que fazer,
09:10o que esse dinheiro público tem que fazer é conseguir atrair o capital privado.
09:16O capital privado quer parceria.
09:17Ele quer trabalhar com essas parcerias.
09:20Então, a discussão que a gente teve é
09:21se cada uma dessas recursos que o fundo traz,
09:25que é um fundo gerenciado pelo poder público,
09:29pelo Banco Mundial, por instituições multilaterais,
09:32conseguir atrair e alavancar,
09:35e nós estamos falando aqui de alavancar,
09:36a gente pode enxergar cinco, dez vezes o dinheiro inicial.
09:39E aí você começa a ver esse efeito multiplicador.
09:43Para mim, essa é a dinâmica correta.
09:45Você cria o capital semente através de uma iniciativa desse tipo.
09:51Isso permite criar melhores projetos,
09:53projetos mais sustentáveis,
09:56tanto climaticamente quanto economicamente.
09:59E, em cima disso, você começa a atrair o capital privado.
10:03E, mais uma vez, o truque não é achar dinheiro.
10:06O dinheiro está lá.
10:06É abrir essas comportas para que esse dinheiro flua para os projetos corretos.
10:11Nisso, o fundo pode ajudar muito,
10:13ou iniciativas tipo o fundo vão ajudar muito.
10:17Tá certo.
10:17Eu conversei aqui com o Rafael Schur, que é sócio da IAI.
10:20Rafael, muito obrigado pela sua entrevista.
10:22Bom dia para você.
10:22Obrigado a você, Marcelo.
10:23Muito bom dia.
10:24Obrigadão.
10:25Bom, eu volto com você, então, Eric.
10:27Obrigado, viu, Marcelo Torres.
10:29E agradeço também ao Sr. Schur por essa entrevista muito relevante aqui,
10:34muito interessante mesmo.
10:35Um grande abraço para vocês e a gente volta a conversar já, já, Marcelo.
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