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Edson Vasconcelos, presidente da FIEP, analisou no Real Time o impacto do tarifaço dos EUA sobre a indústria brasileira, especialmente a madeireira e metal mecânica, e avaliou os efeitos das medidas do governo para mitigar perdas.

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Transcrição
00:00E já está valendo uma parte do pacote do governo para minimizar os efeitos do tarifácio.
00:05Isso inclui as compras governamentais, mas há também algumas medidas como o crédito de 30 bilhões de reais para os exportadores,
00:12que ainda dependem de regulamentação.
00:15A gente vai conversar sobre os planos do governo com Edson Vasconcelos, que é presidente do Sistema FIEP,
00:20Federação das Indústrias do Paraná.
00:22Bom dia para você, Edson. Seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:26Bom dia, prazer em estar com vocês.
00:28Edson, eu queria saber qual a avaliação que a sua entidade faz sobre esse pacote do governo.
00:34Era o que vocês esperavam?
00:36Bom, toda ajuda sempre será bem-vinda.
00:38Eu acho que a modelagem do pacote é muito primária.
00:42Ao longo do tempo, nós vamos ter que perceber realmente as empresas que não conseguirão se recolocar.
00:48Essas terão que ter plano, inclusive, de fechamento.
00:51E aquelas que, com o plano, conseguem migrar ou melhorar sua performance em outros mercados.
00:58Ou readequar o seu portfólio.
01:00Muitas delas tinham a venda de 10%, 15% para o mercado norte-americano.
01:05Porém, no Paraná, nós temos alguns casos de empresas que tinham 100% para o mercado americano.
01:10Que provavelmente terão dificuldades em encontrar novos mercados no mundo.
01:14Essas, com certeza, o programa do governo federal não vai atender de imediato.
01:19Inclusive, porque um dos pontos é a exigência de não demissão.
01:23E essas empresas, com certeza, terão que demitir.
01:26Você pode dar exemplo para a gente de algumas empresas que estão sofrendo dessa maneira?
01:30Que exportavam 100% para os Estados Unidos?
01:33Sim.
01:33No Paraná, o Paraná tem 40% da exportação brasileira da indústria da madeira para os Estados Unidos.
01:42Existem alguns produtos específicos para o mercado norte-americano.
01:46Principalmente quando nós falamos de moldura e placas específicas para a construção civil.
01:52Que só os Estados Unidos compram e tem valor agregado para fazer essa compra.
01:56Então, essas empresas, já temos 10 mil colaboradores em férias dessas empresas,
02:03numa região específica aqui do Paraná.
02:05E, provavelmente, se não houver uma recolocação, que nós acreditamos que é muito difícil,
02:13e uma repactuação dessa tarifa, essas empresas irão fechar.
02:16O certo seria ter uma isenção para esse setor da madeira.
02:19Até porque eu acredito também que, como vocês fazem um produto muito customizado
02:23para os seus clientes nos Estados Unidos, não é fácil para eles também substituírem da noite para o dia.
02:31Nós temos concorrentes mundiais que já abastecem.
02:34Então, eles vão encontrar caminhos de abastecimento.
02:38Para nós, na verdade, só temos dois caminhos.
02:41Mas o principal que eu acredito que nós deveríamos buscar é tentar reestruturar essa tarifa
02:47e não ter ela como no teto máximo.
02:49Até pelo seguinte, não é isenção, mas se o nosso concorrente direto,
02:53um exemplo, o Canadá, estiver com 30% e nós também com 30%,
02:58não há problema de entrada.
03:00Se nós tivermos 50% e o nosso concorrente direto tiver 20%,
03:04não tem como sobreviver.
03:07Agora, você acha que essa indústria, pelo menos no médio prazo,
03:12tem capacidade de mudar a produção dela para vender para outros mercados,
03:16para fazer produtos que sirvam para outros países também?
03:18Nós estamos tentando fazer aqui várias tentativas e oportunidades para essas empresas.
03:26Existe a Associação Brasileira também da madeira industrializada
03:31e eles vêm ao longo do tempo já tentando buscar novos mercados.
03:35Mas esses produtos específicos que estão indo para os Estados Unidos,
03:39a princípio parece-me que é muito difícil a recolocação mundial.
03:42Como nós falamos de chapas de compensado e outras que não têm especificidade do mercado norte-americano,
03:49sim, provavelmente a gente consiga talvez encontrar um outro destino.
03:53Porém, o mercado mundial, o share mundial, ele já está ocupado.
03:57Nós estamos falando de tentar ocupar outros mercados que já existem fornecedores.
04:02quando houve a sobretaxa dos produtos norte-americanos,
04:07em especial alguns produtos de chapa de compensado da indústria paranaense
04:12que estavam indo para a comunidade europeia,
04:16também pararam de comprar porque houve uma sobreoferta no mercado europeu.
04:20Então, não é tão simples assim.
04:22É como nós falamos também das compras públicas para o mercado interno.
04:26Nós vamos ofertar produtos para o mercado interno,
04:29mas já existem fornecedores que estão fazendo essa oferta,
04:33que estão fazendo esse atendimento.
04:35Então, também irá gerar um problema de superoferta aqui dentro do mercado interno.
04:40Bom, a gente sabe que o Paraná tem uma indústria automotiva significativa,
04:44de autopeças também,
04:45mas esse setor acaba vendendo muito para o mercado nacional.
04:49Acredito que não seja tão afetado.
04:51Por outro lado, o setor de máquinas que está sendo afetado
04:55tem uma presença forte também aí no Paraná?
04:57Tem 25% da indústria metal mecânica foi atingida.
05:03Da indústria total, que nós vendemos o share total dos Estados Unidos,
05:0840% da indústria da madeira e 25% da indústria metal mecânica,
05:12só que ela é mais diversificada.
05:14Só que no caso da indústria metal mecânica,
05:16nós não temos um comprometimento do portfólio tão grande quanto a indústria da madeira.
05:21Nós percebemos também que é muito plural,
05:24não existe um share específico, um produto específico,
05:28que tem uma contundência tão grande no mercado norte-americano.
05:31Talvez esse setor, ele vá conseguir achar novos caminhos aí ao longo do tempo,
05:35ao longo do tempo, com mais facilidades do que a indústria da madeira.
05:40É, realmente, pelo que você está falando, a madeira é o grande problema aí, né?
05:43Que é o setor que está sendo, de fato, afetado.
05:46E pelos números que você me passou aqui de 10 mil em férias coletivas agora,
05:50é um setor que emprega bastante, então, né, Edson?
05:53É, o setor todo emprega empregos diretos, quase 40 mil empregos no estado do Paraná.
05:59É claro que não é toda a indústria da madeira que tem em seu portfólio
06:03um percentual tão grande assim, mas existe um nicho específico
06:08que tem um comprometimento muito pesado com o mercado norte-americano.
06:12A gente estava numa discussão agora há pouco
06:13sobre se a economia está, de fato, desacelerando, né?
06:16Porque agora veio o índice BCBR de junho,
06:18mostrando uma queda de 0,1%, principalmente por causa do agro.
06:22Mas, no caso da indústria,
06:24tirando esses setores que estão sendo afetados pelo tarifácio,
06:28você acha que esse ano vai continuar sendo bom para a indústria,
06:31como vinha sendo até agora?
06:33Eu acho que nós temos contratados pela nossa Selic alta
06:38uma recessão que era para ter acontecido já há um ano atrás.
06:42O governo federal, do mesmo modo que o Banco Central pisava no freio,
06:47o governo federal pisava no acelerador,
06:50gerando crédito consignado, entre outras ações,
06:54para tentar não deixar a economia desacelerar de uma forma muito abrupta.
06:59E nós sabemos que essa recessão,
07:00ela se agrava um pouco devido às tarifas dos Estados Unidos.
07:05A nossa preocupação, é um pouco, Marcelo,
07:08é que não haja um sentimento de colapso na economia devido ao tarifácio.
07:15A proporção do impacto do tarifácio, ela existe,
07:19mas não é ela que vai fazer a economia desacelerar por si.
07:24A economia já deveria estar desacelerando pela nossa Selic alta.
07:28Então, as projeções dos próximos 12 meses, nós acreditamos que haverá de ter,
07:34na verdade, a inflação na sua banda controlada,
07:37e a Selic desacelerando, que ela já foi programada para isso.
07:40É claro que o tarifácio vem contribuir para essa desaceleração.
07:45Nós não podemos gerar pânico, um pânico que não faz sentido para a economia,
07:52até porque a economia não é uma ciência exata,
07:54e esse pânico pode gerar daí sim um problema maior para a economia,
07:58do que, de fato, a tarifa dos Estados Unidos pode causar.
08:02É, até porque a economia tem tudo a ver com expectativas.
08:04Edson Vasconcelos, presidente do Sistema FIEP, Federação das Indústrias do Paraná,
08:10muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time, bom dia.
08:13Eu que agradeço o espaço.
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