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  • há 7 horas
MÁDRASTAS DUBLADO

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Transcrição
00:00A Debra Ann era uma garota linda, sorridente, extrovertida.
00:05Ela só queria compartilhar tudo isso com o homem certo.
00:09Foi quando surgiu um homem rico, divorciado e pai de duas filhas.
00:14O Werner estava apaixonado pela Debra.
00:15Ela dava as cartas no relacionamento.
00:18Era um feitice.
00:19Mas ser uma madrasta típica num subúrbio pacato não fazia bem o estilo dela.
00:24A Debra tinha um lado mau.
00:26Eu quero que elas venham embora.
00:27Se você não se livrar delas, eu me livre.
00:29Tudo girava em torno da Debra.
00:31E as filhas foram afastadas.
00:33E Debra estava determinada a conseguir tudo o que ela queria.
00:37Ela só pensava nela mesma.
00:39Nunca mais vou ver aquela grana.
00:40E fazia qualquer coisa para conseguir o que queria.
00:42Eu não sei onde poderíamos desovar o corpo.
00:46Eu dizia, Werner, isso vai acabar mal.
00:59O Werner era muito ambicioso e trabalhador.
01:28Ele não queria trabalhar para ninguém.
01:30Queria ser o seu próprio patrão.
01:33E o sonho dele era ter uma família, filhos e dinheiro.
01:38Werner era elegante, tinha boa aparência e era sedutor.
01:41Não levou muito tempo até ele conhecer a primeira esposa, Vi Cruz.
01:45Eu achei que ele era um dos Beatles.
01:49Foi a impressão que eu tive.
01:50Eu pensei, ah, meu Deus, porque ele tinha aquele corte de cabelo.
01:54Era muito bonito, tinha olhos brilhantes.
01:57Quatro anos depois, o casal já tinha duas filhas, Laura e Eva.
02:05E Werner havia economizado o suficiente para montar o seu próprio negócio.
02:10Ele foi um dos pioneiros no ramo do som automotivo.
02:13E escuta esse som.
02:18Ele instalava som estéreo nos carros dos clientes.
02:24É isso aí.
02:25Demais, não é?
02:26Era um bom negócio no fim dos anos 70 e começo dos anos 80.
02:30Morávamos nos fundos da loja e dividíamos uma única cama.
02:35Não tínhamos chuveiro, tínhamos uma pia e nós todos tomávamos banho naquela pia.
02:42Moramos dois anos nessa loja.
02:44Foram tempos difíceis.
02:45Era um único cômodo pequeno e a parte da frente da loja,
02:48onde eles punham os alto-falantes e os equipamentos de som automotivo,
02:52sem ar-condicionado nem aquecimento, era difícil.
02:56Principalmente com duas crianças.
02:57O Werner não era um administrador, ele era um vendedor.
03:01E a Vai cuidava da administração da empresa.
03:04Ela cuidava da contabilidade.
03:05Era muito leal e muito solidária.
03:10Meu pai era muito trabalhador.
03:11Ele trabalhava muito.
03:13Só parava dois ou três dias.
03:16E isso geralmente acontecia durante as festas de fim de ano.
03:22Ele tinha um coração enorme, era muito engraçado,
03:24tinha muito senso de humor e era muito generoso com os outros.
03:30Ele tratava bem os funcionários e era uma pessoa boa e amorosa.
03:33O pai era um super-herói.
03:35Elas o viam como um grande exemplo e para elas nada do que ele fizesse.
03:39Elas consideravam que estava errado.
03:42Ele vivia contando histórias o tempo todo sobre trabalho,
03:45sobre como tinha sido difícil, que ele tinha trabalhado muito,
03:48que os norte-americanos não tinham a ética profissional que ele tinha.
03:51E que era por isso que ele era tão bem-sucedido.
03:55Logo, a empresa começou a decolar.
03:57E Werner ficou conhecido como o rei do som automotivo de Chicago.
04:03Naquela época, se você queria um som automotivo em Chicago,
04:06lá era o lugar certo para comprar.
04:08Naquela época, um cliente chegava querendo gastar 150 dólares
04:12e acabava gastando 300, 400 dólares.
04:15E o meu pai ria e dizia, viu só, consegui de novo.
04:18Ele era muito bom.
04:19Ele era um ótimo ouvinte, mas falava melhor ainda.
04:22Era capaz de vender gelo ou esquimó.
04:23Nós temos os melhores modos.
04:24Aos sábados, faziam fila na porta da loja.
04:27Ele queria guardar dinheiro e crescer cada vez mais e conseguiu.
04:32Nos mudamos para uma loja enorme.
04:36Logo, ele comprou uma casa grande e um carro elegante.
04:40Meu pai realmente era excêntrico.
04:42Meio que me lembrava o Elvis.
04:44Ele tinha grandes objetivos.
04:45Tínhamos uma casa de três andares decorada com móveis pretos e vermelhos
04:49e ele adorava os carros dele.
04:51Acho que ele era meio excêntrico, mas acho que você também seria
04:54se fosse tão bem sucedido como ele era na época.
04:57Naquela época, as discotecas estavam na moda
04:59e ele queria estar por dentro de tudo o que estava acontecendo.
05:03Ele queria estar na moda.
05:04Em 1978, todos os sonhos de Werner estavam se tornando realidade
05:16e ele queria aproveitar a vida ao máximo.
05:19Então, começou a passar menos tempo em casa
05:21e mais tempo numa certa boate masculina.
05:24Basicamente, ele não tinha muitas oportunidades
05:26para sair e curtir o dinheiro.
05:29Ele estava vivendo a segunda adolescência.
05:31Muita gente chama isso de crise da meia-idade.
05:35Ele me confidenciava certas coisas
05:38e, em certas situações,
05:40dava para perceber com certeza
05:42que as coisas estavam começando a mudar.
05:45Eu não entendia nada.
05:46E, claro, eu ficava com ciúme.
05:50Werner adorava a vida nova e agitada
05:53e ignorava totalmente o dano
05:55que estava causando ao seu casamento.
05:58Werner, vamos...
06:00Você está linda.
06:01Vamos dormir, querido.
06:02Vamos.
06:03Após 13 anos juntos, o casal se divorciou,
06:06o que afastou Werner das filhas pré-adolescentes.
06:10Eu tinha uns 10 anos
06:11e fiquei sabendo que eles iam se divorciar.
06:15Eu não esperava por aquilo,
06:17então foi um choque.
06:19Saímos da casa e fomos para um apartamento.
06:23Eu vi o meu pai, mas não com frequência.
06:25De vez em quando, a gente se encontrava
06:27para jantar e conversar
06:29e ele dizia que estava tudo bem,
06:31que sentia a falta da minha mãe.
06:34A gente sentia a falta dele.
06:35Para as meninas, realmente era algo confuso
06:38porque elas pensavam,
06:40o papai não está aqui,
06:41mas quando aparece,
06:42diz que sente a nossa falta
06:43e que está muito arrependido.
06:45Werner estava com 35 anos
06:53e se sentia solitário,
06:55sem vai e as filhas.
06:56Então, ele começou a procurar companhia
06:58nas boades que frequentava.
07:00Uma noite, uma garota animada
07:01chamada Deborah Stolver
07:02chamou a sua atenção.
07:05Ela era muito mais jovem que meu pai.
07:07Muito exibida, muito extrovertida.
07:09A Deborah era muito bonita.
07:11Ela era encantadora.
07:15Meu nome é Deborah.
07:18Dava para notar que o Werner
07:19estava apaixonado pela Deborah.
07:21Você quer dançar?
07:25Werner e Deborah se deram bem
07:27e logo ficaram conhecidos na cidade.
07:30A Deborah era festeira.
07:31Gostava muito de sair pela cidade
07:33e curtia várias coisas diferentes,
07:35várias boates diferentes.
07:37Meu pai comprava tudo o que ela queria.
07:38Ela tinha roupas, joias.
07:41Você sempre me dá o melhor.
07:42Quando ela conheceu o Werner,
07:46obviamente sabia que ele era bem rico.
07:49E no começo do relacionamento,
07:52ele costumava mandá-la sozinha
07:54para Nova York,
07:56com os cartões de crédito dele.
07:58E ela comprava tudo o que queria.
08:01Ela ia para Nova York no fim de semana
08:02para fazer compras.
08:04Gastava 20, 30 mil dólares
08:06só no fim de semana.
08:07Para o Werner,
08:08esse era o sonho americano.
08:10Ganhar muito dinheiro,
08:12ter belos carros,
08:13ter uma namorada muito bonita
08:15e presenteá-la com joias e peles.
08:20Ele nunca tirava os olhos dela.
08:27Poucos meses depois de se conhecerem,
08:29o casal glamouroso se casou secretamente.
08:31Não fomos convidadas para o casamento.
08:34Meu pai nunca me contou.
08:38Fiquei sabendo pela minha mãe.
08:39Aquilo não tinha nada a ver com ele.
08:41Era como se ele tivesse se tornado outra pessoa.
08:45Depois de uma lua de mel extravagante no Havaí,
08:48Werner estava pronto para apresentar as filhas
08:50à nova madrasta.
08:51As meninas ainda estavam confusas
08:53com a notícia do casamento repentino,
08:55mas estavam dispostas a gostar de Deborah.
08:57Quando eu entrei no apartamento dela,
09:00eu vi fotos por toda a parte.
09:03Todas eram da Deborah.
09:06Algumas delas em minua,
09:08numa ela estava segurando uma arma,
09:10em duas ela estava com um casaco de pele.
09:13E essa foi a minha primeira impressão da Deborah.
09:17Ela era exatamente o oposto da minha mãe.
09:20Ei, já conhece a Deborah?
09:21Ela estava...
09:22Werner tinha certeza de que as filhas,
09:24então com 13 e 11 anos,
09:25adorariam a madrasta.
09:27E ele ficou muito feliz
09:28quando Deborah se mudou para sua casa imponente.
09:31Oi, gente.
09:32Meu nome é Deborah.
09:34Mas a vida nos requintados subúrbios de Chicago
09:36não trouxe à tona o melhor
09:38da nova esposa de Werner.
09:40Tudo girava em torno da Deborah.
09:41O que Deborah vai comprar,
09:43o que vai deixar a Deborah contente,
09:45que vestido deslumbrante ela vai usar,
09:47com que joia nova ela vai aparecer.
09:48Ela não se envergonhava de mostrar
09:51que tudo girava em torno dela.
09:55Quanto a Werner,
09:56tudo o que ele queria era fazer a esposa feliz.
10:00Mas como os gastos de Deborah aumentaram muito,
10:03a família e os amigos começaram a temer
10:05que a devoção de Werner pudesse cegá-lo
10:07com relação a uma verdade mais dura.
10:10Eu me preocupava muito com meu pai,
10:11porque não achava que ela era sincera com ele
10:14como ele era com ela.
10:15Essas coisas são complicadas.
10:17Não dá pra...
10:17Preciso de dinheiro, tá?
10:18Ah, tá.
10:19Ah, qualquer quantia.
10:20Eu sentia que o mais importante pra ela
10:22era realmente o dinheiro.
10:24Nós todos tentamos dizer ao Werner
10:26quem ela era, o que ela era.
10:28Não tem mais.
10:29Mas ele parecia não entender.
10:31Ele achava que tinha tudo sob controle.
10:35Ele...
10:35Então passava a imagem
10:37de que tudo estava sob controle
10:39e sempre dizia,
10:41ah, não, não, não vai ser um problema.
10:43Ele tinha muito trabalho,
10:44estava ganhando todo aquele dinheiro
10:46e dizia, tenho controle total sobre a situação.
10:48Nunca mais eu vou ver aquele dinheiro,
10:51mas está tudo certo.
10:52Ele achava que podia mudar.
10:56Depois de um rápido e intenso romance,
10:58Werner Hartmann, divorciado,
11:00pai de duas filhas,
11:01estava animado para aproveitar a vida de casado
11:04com a sua jovem e sexy esposa, Deborah.
11:07Como ele tinha uma mulher mais jovem e linda,
11:10ele se sentia mais jovem
11:11e talvez melhor consigo mesmo.
11:16Mas a ex-dançarina rapidamente
11:18assumiu o controle da vida deles.
11:22Meu pai estava à disposição dela
11:24e fazia tudo por ela.
11:27Ele estava totalmente nas mãos dela.
11:30Ela fez do Werner um marionete.
11:33Ah, é assim que eu quero ver o meu homem.
11:36Está lindo.
11:37Ele costumava usar uma bela corrente de ouro,
11:39um belo relógio, um belo anel.
11:41Gostava de usar roupas italianas,
11:43mas acho que era bastante influenciado pela Deborah,
11:46porque ela gostava das melhores coisas.
11:49Foi como se ele tivesse perdido a cabeça.
11:52Ninguém mais o reconhecia.
11:56Mesmo dando as cartas em casa,
11:58Deborah não abandonou a vida noturna.
12:02A Deborah era uma garota festeira.
12:03Ela gostava muito de sair.
12:05A Deborah e meu pai iam a boates,
12:08bebiam, estavam curtindo a vida e tal.
12:10Acho que nos sentimos abandonadas.
12:13Ele nos deixou.
12:15E vivia tão consumido por ela
12:17que nada mais importava para ele além dela.
12:26Werner adorava exibir a nova esposa,
12:29mas ainda tinha um negócio para administrar
12:31e precisava dedicar mais tempo à loja.
12:34Como Deborah continuava gastando cada vez mais,
12:36a situação financeira entrou em colapso.
12:39O negócio não faturava o suficiente
12:41para pagar as peles, os diamantes e os Rolls Royces.
12:44Era impossível.
12:45Então estávamos com dificuldade para pagar as contas.
12:48Os distribuidores estavam deixando de trabalhar conosco.
12:51Só deixavam produtos se pagássemos contra a entrega.
12:54E isso nunca tinha sido assim.
12:56Meu pai ligava para minha mãe e dizia
12:59A Deborah está gastando tanto dinheiro.
13:01Ele estava ficando endividado.
13:03Ele temia ter que fechar a loja.
13:08Eu acho que o pagamento da hipoteca estava atrasado.
13:14Ele vivia uma vida que não podia bancar.
13:17Olha só, eu não sei bem o que fazer.
13:21Quando não estava na cidade,
13:23Deborah ficava na loja,
13:25procurando outras coisas para se distrair.
13:27E logo, encontrou novas distrações.
13:32Ela paquerava muito.
13:34Conversava com qualquer um.
13:37O Werner desconfiava que ela estava saindo com outros caras.
13:41Deborah parecia atraída por um homem em particular.
13:44O musculoso jogador profissional de tênis John Korobik.
13:49Você encontrou o que queria?
13:51Agora sim.
13:52O John apareceu.
13:53Ele aparecia com frequência.
13:54Quase como um cachorrinho na coleira.
13:57Olha, eu estou com o meu carro.
13:58A Deborah o mandava ir a algum lugar e ele ia.
14:01Ele passava na loja e ela pedia para ele fazer alguma coisa.
14:05O Werner desconfiava que ela se encontrava com o John.
14:08E um belo dia, seguiu a Deborah.
14:10E confirmou a suspeita.
14:11Foi humilhante para ele.
14:18Mas mesmo assim, ele achou que ela ia tomar jeito e que as coisas iam melhorar.
14:24A situação ficou ainda mais estranha quando Deborah passou a exibir o relacionamento, até mesmo na casa de Werner.
14:31O Werner me dizia que o John passava a noite lá no sofá e o Werner ficava no andar de cima.
14:39Era um relacionamento muito, muito bizarro.
14:43Mas todo homem tem o seu limite.
14:49O Werner me contou que uma noite a Deborah tinha ficado fora até tarde.
14:53Ela chegou em casa usando um casaco de pele sem nada por baixo.
14:58Deborah, você tem ideia de que horas são?
14:59E ele se deixou levar pela raiva.
15:01Onde você está?
15:02Me deixa em paz, não enche.
15:04Ei, Deborah, Deborah, vem aqui.
15:06Ele pegou uma arma para a Libre 22 e conforme ela arrancava, atirou no Rolls Royce dela.
15:13Acho que ele não queria atirar nela.
15:15Só queria dar um recado.
15:18Ele achou que a situação tinha chegado a um ponto em que ele não podia falar mais nada.
15:22Foi como dizer, tá?
15:24Eu vou dar esse tiro para você saber que é o meu grito, é o meu limite.
15:29E aí tudo voltaria ao normal.
15:35Não parecia o meu pai.
15:36Parecia uma pessoa totalmente diferente.
15:41Para se vingar de Werner, Deborah deu queixa.
15:44Você pode me ajudar?
15:45É claro.
15:47Ele foi considerado culpado por conduta imprudente e ficou em liberdade condicional.
15:51Ele me contava cada vez mais o que estava se passando por lá.
15:54E eu dizia, Werner, isso vai acabar mal.
15:57E ele dizia, não, não vai.
15:59Você me conhece.
16:00Eu tenho tudo sob controle.
16:02O Werner dizia, uma hora, ela vai voltar a si.
16:05Vai ver a vida que eu dou a ela e vai se apaixonar por mim.
16:09É, ele estava apaixonado.
16:11Era um feitiço.
16:13Um feitiço.
16:16Werner amava e continuava desculpando a esposa.
16:19Deborah, por outro lado, deixava claro que amava o dinheiro, não o homem.
16:25Ela só pensava nela mesma, no que ela podia lucrar.
16:29E eu acho que ela odiava o Werner, odiava estar com ele.
16:32Ela só estava com ele pelo dinheiro.
16:35Eu estava olhando estes gráficos aqui e alguns dados me chamaram...
16:37A família e os amigos de Werner tentaram chamar a razão, o homem que um dia havia sido racional.
16:43Eu sei, está meio devagar, mas vai melhorar.
16:44E a madrasta Deborah continuava aumentando a distância entre eles.
16:48Isso é loucura, ela vai acabar nos deixando na pior.
16:51Não é bem assim.
16:52Oi!
16:52Como é que é?
16:54Deborah!
16:54Com certeza.
16:55Ela tentava isolá-lo de todo mundo para poder fazer o que quisesse com ele.
17:00Está tudo bem, que bom te ver.
17:03Ela afastou o Werner ainda mais das filhas.
17:06Elas não sabiam como lidar com aquilo.
17:08Ela queria nos ver bem longe.
17:11Todas nós.
17:13Acho que as três viram quem era a verdadeira Deborah.
17:16E ficaram preocupadas com o Werner.
17:18Olha quem chegou.
17:19O cara não parava na loja.
17:20Oi, meninas.
17:21Ele tinha muita energia, mas não era mais a mesma pessoa.
17:25E elas perceberam.
17:27Em três anos de casamento com Werner Hartmann, Deborah teve um caso.
17:32Estava arruinando o negócio dele e estava destruindo a relação dele com as duas filhas.
17:37Mas, de algum modo, ela ainda o tinha nas mãos.
17:43A Deborah foi uma das pessoas mais manipuladoras que eu já conheci na vida.
17:47Ela fazia tudo o que queria.
17:49Num estalar de dedos.
17:50Ela sabia usar a astúcia e o próprio corpo.
17:54Ele ficava confuso.
17:55A cabeça dele ficava confusa.
17:57E permitia que aquela confusão levasse a melhor.
18:00Na cabeça de Deborah, ela merecia o que queria.
18:11E na primavera de 1981, a madrasta sinistra queria tirar a ex-esposa e as duas filhas da vida dele de uma vez por todas.
18:19Eu estou cheia. Se você não dá um fim nisso, eu me mando.
18:24Elas são minha família. O que quer que eu faça?
18:26Deborah até ameaçou tomar providências.
18:28Eu quero essas meninas fora daqui.
18:30Naquele momento, ela continuava a pressionar, a pressionar, a pressionar.
18:34Se você não se livrar delas, eu me livro.
18:36O quê? O que você disse?
18:39Deborah, o que você está dizendo?
18:41Ele ouviu e ficou com medo por elas.
18:43Ele queria protegê-las.
18:45Werner não sabia se Deborah estava falando sério ou do que ela era capaz.
18:54Mas não podia arriscar.
18:57Meu pai ligou e disse, a Deborah contratou um atirador.
19:00O quê?
19:01Para matar a família inteira.
19:03Tudo bem.
19:03Ele estava preocupado com a gente. Muito preocupado.
19:06Werner insistiu para que a ex-esposa, vai, levasse as filhas para a Flórida e ficasse com os pais dela.
19:11Elas não queriam ir.
19:13Meninas!
19:13E aí ele foi me contando o que estava acontecendo.
19:17Façam as malas para irmos embora agora mesmo.
19:19Eu dizia, Werner, isso vai acabar agora.
19:21O pai de vocês ligou. O pai de vocês ligou e disse que a gente tem que ir embora.
19:23Tive que empacotar a minha vida inteira em duas caixas, entrar num avião e mudar para a Flórida.
19:29Se você é criança, você fica com raiva.
19:33E aí você começa a sentir mais raiva.
19:35Eu senti a raiva do meu pai.
19:37Como ele podia ter feito aquilo com a gente?
19:39Ele tinha duas filhas e uma esposa que tinha sido boa para ele quando ele não tinha nada.
19:43Você sente o abandono, se sente abandonada.
19:47Ela estava ameaçando a vida delas.
19:50E você imagina que ele tinha algum controle, que ele ia conseguir se livrar dela ou abandonar a situação.
19:58Mas, não, ele parecia que não tinha nenhum controle.
20:05Ela chegou a colocá-lo contra a parede e chegou a dizer para ele.
20:10Livre-se delas.
20:12Ou elas morrem.
20:14Então, claro, ele pensou.
20:17Eu vou tentar salvá-las.
20:19Eu vou sim.
20:20Assim, Debra conseguiu tirar Vai e as filhas de Chicago e afastá-las de Werner.
20:27Agora mesmo, vamos logo, anda.
20:30Foi quase como se tudo acabasse do dia para a noite.
20:32Minha vida mudou.
20:34Meus pais estavam divorciados, apareceu aquela mulher.
20:37E eu estava morando na Flórida, em outro estado, sem amigos.
20:41Foi horrível.
20:42Por que as meninas?
20:45Por que a ex-esposa?
20:47Para mostrar quem estava no comando e em torno de quem tudo girava.
20:52Ela era bem cruel.
20:55Ela podia controlá-lo.
20:58Ele estava totalmente à mercê dela, fazendo tudo o que ela queria que ele fizesse.
21:08A partida das filhas pesou sobre Werner.
21:11Ele sabia que alguma coisa precisava mudar.
21:15E o meu pai ligava.
21:16Oi?
21:17Eva?
21:18Ele começou a dizer que tinha cometido um erro, que eu precisava tirar umas férias,
21:22ir para a Alemanha, sair daqui, deixar a poeira baixar.
21:27E eu disse, pai, eu vou com você.
21:29Quando você quiser, pode contar comigo.
21:30Depois de três anos de casamento, Werner decidiu tomar uma atitude e pediu a separação.
21:44Olha, eu tenho pensado muito e não posso viver assim.
21:48Ela tinha medo de que ele se divorciasse dela e a deixasse sem nada.
21:52E isso não ia acontecer com a Debra.
21:55Eu não quero.
21:55Ela nunca ficaria sem nada.
21:58Mas se é o que você quer...
22:00Tentando tranquilizar Werner e cair novamente nas suas graças, Debra concordou com a separação.
22:06Eu vou fazer isso por você.
22:07Sem ter para onde ir, Debra vai morar com o amante, John Koradig.
22:16Mas prometeu se acertar com Werner.
22:19A única coisa que eu quero é te fazer feliz.
22:24Então, Werner ficou sozinho novamente.
22:28Meu pai e minha mãe conversavam muito no telefone.
22:31Pai?
22:32Oi, tudo bem?
22:32Eles se telefonavam muito, então eu sabia que havia problemas.
22:36É, adoraria vê-las.
22:38Werner sente falta da família e pede para revê-las.
22:43Laura, a filha mais velha, concordou em ir visitá-lo.
22:46Oi, Laura.
22:47E Werner ficou muito feliz ao vê-la.
22:50Como é bom te ver.
22:52Para a madrasta Debra, a adolescente impressionável de 16 anos podia ajudá-la a voltar para a vida de Werner.
22:59Minha irmã saía com a Debra.
23:02Vem, dança comigo.
23:02Elas iam a boates, bebiam, curtiam e tal.
23:08A Debra a tratava como igual.
23:11E a levava a lugares onde uma garota de 16 anos não devia ir.
23:17Laura estava gostando da atenção e da vida noturna da cidade grande até o namorado de Debra, John, aparecer.
23:24Minha irmã sabia que a Debra estava tentando voltar com meu pai.
23:27Então, ela ficou muito preocupada quando viu o John e a Debra.
23:35Quando Debra levou Laura para casa, Werner estava furioso, mas foi Debra que teve um violento acesso de fúria.
23:44Eles tiveram uma briga e ela fez uma ameaça.
23:46Se fosse você, eu tomava cuidado.
23:47Ou a sua filha vai voltar para casa para sempre.
23:51De novo, Debra ameaçou a vida de alguém da família de Werner.
23:57Então, em seguida, meu pai me disse, sua irmã precisa voltar agora ou vai acabar dentro de um saco por causa da Debra.
24:06Minha irmã dizia que coisas ruins iam acontecer com meu pai, que ela era uma mulher muito má e que aquilo não era bom para o meu pai.
24:16Era muito bizarro.
24:17Em algum momento, ele decidiu, tá, eu vou me divorciar dela.
24:20Sem saber até onde Debra iria, Werner ligou para o seu corretor de seguros, Harvey Lockten.
24:32Isso, Werner Hartman.
24:34O Werner tinha um seguro de vida que renderia um milhão de dólares para Debra no caso da morte dele.
24:39Tira o nome da Debra.
24:42Werner não queria mais que Debra fosse a beneficiária do seguro.
24:45Aí o Werner disse que queria que as duas filhas, Laura e Eva, fossem as beneficiárias.
24:52Só as meninas, a Debra não.
24:54Ele disse que era o nome das minhas filhas.
24:56E o corretor disse, vou alterar, Werner, vou alterar.
25:00Tá bom, obrigado, Harvey.
25:02Até logo.
25:02Mas Debra descobriu a intenção de Werner e bolou um plano desonesto.
25:13Exatamente a pessoa que eu queria ver.
25:15A Debra induziu o corretor de seguros a trocar o nome das beneficiárias do Werner pelo nome dela.
25:24Várias semanas depois, a pólice nova chegou pelo correio.
25:28E Werner ficou furioso ao ver que não havia sido alterada.
25:33Imediatamente ele ligou para Harvey que disse que havia sido um engano.
25:36É melhor que tenha sido um engano.
25:38Corrija.
25:39O meu pai desligou achando que a pólice havia sido alterada e que a minha irmã e eu éramos as beneficiárias.
25:46Enquanto isso, Debra continuava a colocar ideias na cabeça de Werner.
25:49A Debra ia até a loja, entrava no escritório com o meu pai e eles conversavam.
25:57O meu pai saía enraivecido, furioso.
26:00E ela só dava aquele sorrisinho malicioso.
26:03Acho que ele estava muito preocupado.
26:07Werner sabia que Debra não era confiável e se voltava para a ex-esposa Vai em busca de apoio.
26:13Eu sabia que o Werner estava ligando para Vai.
26:15Que ele sentia a falta das filhas e que percebia que tinha cometido um grande erro.
26:20Ele sentia a falta da minha mãe, a amava.
26:23Então, naquele momento, ele me disse que ia se divorciar da Debra.
26:29E eu senti que íamos ser uma família de novo.
26:32Depois de 13 meses fora, Vai e as filhas voltaram para Chicago.
26:43Colocamos as meninas na escola.
26:45Eu me hospedei na casa dele, em quartos separados.
26:50E simplesmente voltei a administrar a loja.
26:53Oi, meninas?
26:53A loja estava um caos.
26:55Não havia muitas mercadorias.
26:57Estava uma grande confusão.
27:00E eu percebi que a Debra tinha tirado tudo dele.
27:03Ele não tinha nada.
27:05Eu não imaginava que fosse tão grave.
27:08A casa dele estava hipotecada de novo.
27:11Ele só contava comigo e com as duas filhas.
27:15Com a volta de Vai e das filhas à cidade, Debra ficou cada vez mais desesperada.
27:23Dia sim, dia não.
27:24A Debra vinha pegar dinheiro e ir embora.
27:27E meu pai ficava furioso.
27:28Cai fora e não apareça mais.
27:30Mas Werner só percebeu que a situação realmente era perigosa quando ouviu uma ligação de Debra.
27:36Ele me disse que tinha ouvido uma conversa que a Debra estava tendo ao telefone.
27:42Ela era cruel.
27:43Ela só pensava nela mesma e fazia qualquer coisa para conseguir o que queria.
27:50Não é da sua conta!
27:51Depois de quatro anos de um casamento nocivo, Werner Hartmann finalmente estava pronto para se divorciar da esposa Debra.
27:58Mas ela reagiu de forma desesperada.
28:01Eu não sei onde poderíamos desovar o corpo.
28:03Ele ouviu a Debra falando com John sobre os planos deles para matá-lo.
28:09Eu quero ele morto.
28:10Ele disse aos funcionários que temia pela própria vida.
28:16Quando ele me falou sobre a conversa que tinha escutado...
28:19Ela está planejando me matar.
28:20Ligamos para a polícia de Cook County e dissemos que o Werner achava que alguém ia tentar matá-lo.
28:27Vai tentar me matar.
28:28E a polícia meio que disse...
28:31Ele é meio doido.
28:33E foi o fim da conversa.
28:36Com muito medo, Werner deu andamento nas providências para o divórcio.
28:41Naquela semana inteira, ele ficou incrivelmente estressado.
28:43Incrivelmente estressado.
28:46E era a semana em que ele ia dizer a ela...
28:48Vamos nos divorciar.
28:49Na tarde de 8 de junho, Werner estava na loja junto com Vai e a filha de 14 anos, Eva.
29:04A filha de 16 anos, Laura, estava fora da cidade.
29:08Alô?
29:09Vai, é pra você.
29:11Tá.
29:12Oi, é o Werner.
29:13Acho que ela queria se separar tanto quanto ele.
29:16A Debra queria as coisas materiais e ia conseguir.
29:20Com certeza, é.
29:20Podemos nos encontrar.
29:21Werner concordou em se encontrar com Debra mais tarde, naquela noite, antes de se encontrar com Eva e vai para jantar.
29:28Ele ia discutir algumas coisas e, com sorte, finalizar a separação.
29:33Ele estava muito ansioso.
29:35Muito ansioso.
29:36Tá, tchau.
29:38Pouco tempo depois, Werner saiu da loja para se encontrar com Debra.
29:42Eu dei um beijo nele e disse até mais.
29:47Ele saiu, ficamos só a minha mãe e eu, fechamos a loja e fomos para o restaurante.
29:54Quando Werner chegou em casa, encontrou Debra esperando por ele.
29:58Ela estava surpreendentemente calma e concordou de bom grado com os termos do divórcio propostos por Werner.
30:04Eu só quero que esse divórcio seja o mais simples possível.
30:07Aliviado, Werner começou a se arrumar para o planejado jantar em família.
30:11Então, com relação a isso...
30:12Tem grandes planos para hoje à noite?
30:14Vou me encontrar com as garotas naquele restaurante.
30:17Tá, advirta-se.
30:20Lá, pelas nove da noite, Eva e vai ficaram chocadas quando viram Debra e não Werner entrar no restaurante.
30:26Oi, gente. O que ela está fazendo aqui?
30:28Eu não podia acreditar. Eu disse, ah, meu Deus.
30:31Eu resolvi jantar com vocês.
30:33Minha mãe e eu dissemos, por quê? O que é que você está fazendo aqui?
30:36E ela disse, ah, o seu pai quis tomar uma chuveirada.
30:38O tempo passou e Werner não chegou.
30:44É, ele foi só tomar um banho.
30:45Debra parecia não dar importância, mas Eva e Vain começaram a se preocupar.
30:50Então eu disse, bom, eu vou telefonar.
30:52Mas toda vez que eu tentava ir ao telefone, eu dizia, meu Deus, por que o Werner está demorando tanto?
30:57Ela me desencorajava de ir até um telefone.
31:00Deixa, vamos pedir uma garrafa de vinho.
31:02Como sempre, Debra usou todo o seu charme.
31:07Em pouco tempo, ela as convenceu de que Werner havia se atrasado e que elas deviam continuar sem ele.
31:13Eu tenho uma ideia.
31:15Debra sugeriu que elas fossem a uma boate.
31:18Vamos dançar.
31:19Chegamos a um lugar e eu continuei ligando para o meu pai.
31:26Eu disse, é tão estranho.
31:27Meu pai não atende.
31:29Ela disse, bom, talvez ele tenha pegado no sono.
31:32Minha preocupação era, por que ele não apareceu?
31:35E depois de curtir e dançar, eu acabei deixando para lá.
31:39Sabe, é como uma ilusão.
31:42Você se pega pensando, isso é tão divertido.
31:45Talvez as coisas que aconteceram entre ela e o meu pai não sejam tão reais.
31:50Você começa a se questionar e ela com certeza se aproveitou disso.
31:56Obrigada, mas eu vou embora.
31:57Depois de várias horas, Vai resolveu ir embora e relutante deixou Eva com Debra.
32:02Ficamos lá até as quatro, três ou quatro da manhã.
32:12E aí eu fui para casa com a Debra.
32:14Quando Debra parou para deixar a enteada na casa do pai, Eva notou uma coisa estranha.
32:20O que o carro do meu pai está fazendo aqui?
32:22O Rolls Royce do meu pai estava estacionado na entrada dos carros e ele sempre o guardava na garagem, então achei estranho.
32:28Quando Eva e Debra entraram na casa, as coisas ficaram ainda mais estranhas.
32:32Entramos em casa e a música estava muito alta, atordoante.
32:39E eu pensei, que estranho, por que a música está tão alta?
32:42Pai, você está aí?
32:43A música vinha do quarto de Werner.
32:46Pai!
32:47Continuamos subindo e a Debra puxou o meu braço.
32:51Fiquei parada ali.
32:56Ele tinha perfurações de bala no peito, entre os olhos, na cabeça e havia uma poça imensa de sangue.
33:05Havia perfurações de bala por toda parte, como se ele tivesse sido atingido por uma metralhadora.
33:12Eu me lembro de ficar olhando para ele e ter gritado, temos que chamar a polícia, precisamos chamar uma ambulância.
33:26Temos que sair daqui agora.
33:27E ela disse, não, vamos correr.
33:29A delegacia é logo ali.
33:31Me agarrou e me fez descer a escada.
33:34Eu não queria deixá-lo, queria ficar ali até o socorro chegar.
33:38Vem, vem!
33:38A Debra pegou a Eva, foi para a delegacia e disse ao policial de plantão.
33:46Meu marido cometeu suicídio.
33:50Levamos a Debra para a sala de interrogatórios.
33:56Fizemos algumas perguntas.
33:58Pode deixar.
33:59E mandamos um policial até a casa para checar tudo.
34:01Quando os policiais chegaram ao local, encontraram o corpo de Werner Hartmann, de 38 anos, perfurado por 14 balas.
34:14A arma que matou Werner Hartmann era uma calibre 380.
34:18A cena deixou claro que não havia sido suicídio.
34:21De manhã, eu recebi uma ligação da polícia, dizendo que o Werner tinha sido assassinado.
34:30Eu não acreditei.
34:32Minha maior preocupação era a Eva.
34:34Porque a Eva estava lá.
34:35A polícia pegou Vai e a levou até a delegacia.
34:39A Debra já estava lá e, quando eu passei por ela, ela fez uma cara de...
34:44Por que eu estou aqui?
34:45O que houve?
34:46Nós saímos para jantar ontem à noite.
34:48Fomos dançar.
34:50O que pode ter acontecido?
34:52Conversando com pessoas próximas a Werner, os investigadores descobriram que Werner tinha um seguro de vida.
34:58Ela era a beneficiária.
35:01E que Debra era a beneficiária.
35:04A Debra...
35:05Eles também ficaram sabendo do caso dela com John Korabick.
35:09A Debra estava morando com o John.
35:11Não era difícil supor que talvez ele estivesse envolvido.
35:15Os detetives ficaram ainda mais desconfiados quando Eva contou uma coisa que ela havia achado muito estranha.
35:21Pelo canto dos olhos, eu vi uma figura indistinta.
35:24Quando descemos a escada, eu vi passar uma sombra que lembrava o namorado dela, o John.
35:31E pensei...
35:32Ah, meu Deus, é...
35:34É o John?
35:36Os investigadores levaram John para ser interrogado.
35:40Eu fui à casa de um amigo.
35:41Eu estava com ele.
35:42O John tinha alguns amigos em Bensonville e disse que foi jantar na casa deles.
35:47John Korabick era suspeito.
35:51E Debra Hartman era suspeita.
35:53Mas estávamos tendo dificuldade para conseguir as provas de que precisávamos para iniciar uma investigação de homicídio.
36:01Fiquei muito chocada.
36:02Acho que nós todos ficamos muito chateados e...
36:06E arrasados, já que a Debra e o namorado não foram acusados de homicídio porque estava muito claro.
36:12Era um caso fácil.
36:13Simplesmente tudo apontava para eles.
36:18Dois anos se passaram.
36:20E os investigadores não estavam nem perto de prender alguém pelo assassinato de Werner Hartman.
36:25Com todo aquele histórico, como é que alguém se safa de um homicídio?
36:28É muito decepcionante.
36:36Durante dois anos, as filhas de Werner Hartman lutaram para superar o assassinato não esclarecido do pai.
36:42Quando os investigadores descobriram uma conexão bizarra.
36:48Recebemos o telefonema de um policial.
36:50E ele falou sobre um roubo de carros que estava investigando.
36:55Envolvi um ladrão de carros de Illinois.
36:58Ele me deu o nome do ladrão e me perguntou se eu já tinha ouvido falar dele.
37:01Eu disse que não.
37:03O nome do ladrão era Ken Kano.
37:06Nós iniciamos uma investigação sobre Kano.
37:09Uma das primeiras coisas que fizemos foi checar um carro roubado que encontramos em Chicago.
37:16Quando fomos ao endereço, o carteiro nos disse que essa era a casa de John Korabick.
37:23Foi então que descobrimos que havia uma ligação entre John Korabick e Kano.
37:28E quando os investigadores levaram Kano para ser interrogado, ele logo contou tudo o que sabia à polícia.
37:36Não, vocês têm que me ajudar.
37:37O que tem para nos contar?
37:39Ele ficava dizendo assim.
37:41Posso ajudar vocês em muitos casos.
37:43Se vocês me derem uma mãozinha, posso entregar um ladrão de caminhões.
37:48Ladrões de carros verdadeiros profissionais.
37:50E eu disse, não era exatamente o que a gente queria, Ken.
37:55O que eu posso fazer?
37:57Ele disse, ah, olha, o que vocês querem?
37:59E eu disse, me conta como o Werner Hartman morreu.
38:04E aí o queixo dele caiu.
38:07Fala pra gente sobre o seu amigo, o John.
38:10Ele disse que era o melhor amigo de John Korabick.
38:14Podem perguntar, o que vocês querem saber?
38:16O detetive Hamm perguntou sobre a paixão de Kano por armas, o que lhe deu uma importante pista sobre o caso.
38:23Eu não tive nada a ver com isso.
38:24E durante o interrogatório, Kano se gabou de possuir uma pistola automática calibre 380,
38:31o mesmo calibre da arma com que Werner Hartman tinha sido morto.
38:36Conseguimos um mandado de busca para a casa de Kano.
38:41Enviamos as balas para o laboratório de balística.
38:44Eles fizeram um relatório afirmando que aquelas balas haviam saído da mesma arma que tinha matado Werner Hartman.
38:56A evidência era suficiente para uma prisão, mas Ken Kano jurou inocência.
39:01Opa, opa, opa, eu não tive nada a ver com isso.
39:05Ele insistiu que havia vendido a arma ao melhor amigo, John Korabick.
39:09Não fiz isso, eu vendi essa arma para o John.
39:11A polícia suspeitava que John e Deborah estivessem por trás do assassinato de Werner, mas ambos tinham álibis.
39:19Então, o detetive Han voltou a sua atenção para a pólice de seguro.
39:22O informante nos falou sobre um corretor de seguros corrupto que Deborah Hartman tinha induzido a manter o seu nome como beneficiária
39:33e a não colocar os nomes das filhas de Hartman.
39:37Quando os investigadores levaram o corretor de seguros Harvey Lockton, ele desabou rapidamente e admitiu ter colaborado com o plano de Deborah para que ela recebesse o dinheiro do seguro.
39:55Não havia dúvida de que John Korabick e Deborah Hartman estavam em colúio e estavam naquilo juntos.
40:01Logo, o álibi de John Korabick para a noite do crime começou a desmoronar.
40:08Descobrimos depois que os amigos do John tinham mentido para nós desde o começo.
40:12As peças continuavam a se encaixar, mas ainda não era o suficiente para acusar Deborah de homicídio.
40:21Em vez disso, os investigadores tentaram uma ação federal.
40:25Com o envolvimento do corretor de seguros corrupto e como a arma envolvida era ilegal, uma arma totalmente automática,
40:34podíamos acusá-los por porte ilegal de armas e fraude contra o seguro.
40:42Sete anos depois do assassinato de Werner, Deborah Hartman e John Korabick foram presos e acusados de crime do colarinho branco
40:53e conspiração para o assassinato de Werner Hartman.
40:56Eu tive certeza de que essas pessoas iam ser levadas à justiça e de que também iam ser presas.
41:05Em dezembro de 1989, Deborah e John foram a julgamento.
41:09A Deborah achava que aquilo era um estúdio de cinema e que ela era uma estrela de Hollywood.
41:14Casacos de pele, acenos, ela achava que estava no palco e que no final iria embora livre como um pássaro.
41:22Acho que ela nunca imaginou que seria condenada, mas é a personalidade dela.
41:28Ela achava que podia controlar tudo e todos.
41:31No dia 13 de dezembro, um júri federal decidiu que Deborah Hartman e John Korabick eram culpados de todas as acusações.
41:41Por sua participação no crime, John foi sentenciado a 16 anos numa prisão federal,
41:46enquanto Deborah foi sentenciada a 22 anos.
41:48Alguém que consegue chegar e destruir a sua família, tirar tudo pelo que seu pai sempre trabalhou, arrancar de você.
41:57Além de matar o nosso pai, ela tirou cada tostão que a gente tinha, pelo qual ele trabalhou para nós,
42:02que ele deixou para nós, não para ela.
42:04Eu diria que ela é a encarnação do mal.
42:07Os vereditos chegaram tarde demais para impedir que Deborah recebesse o seguro de vida de 500 mil dólares.
42:17A asseguradora não encontrou documentação que provasse que Werner pretendia deixar o dinheiro para as filhas.
42:27São muitas lembranças, boas e ruins, como em todos os relacionamentos, mas...
42:33Mas ele era um cara muito especial.
42:35Ele era...
42:38Era uma pessoa incrível.
42:41Eu fico maravilhada quando estou com as minhas...
42:45Duas filhas.
42:47E quando estou com os cinco netos lindos e maravilhosos.
42:52A Deborah fez uma garota de 14 anos ver o pai...
42:57Assassinado, só por dinheiro.
43:00É...
43:01Horrível.
43:02Mas ela foi para a cadeia.
43:07Então existe uma luz no fim do túnel.
43:09O que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que
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