- há 4 semanas
A VERDADE DA MENTIRA
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TVTranscrição
00:00O meu nome é Gonçalo Amaral, fui investigador da Polícia Justiária durante 27 anos.
00:22Coordenei a investigação do desaparecimento de Madeleine McCann no dia 3 de maio de 2007.
00:30Nos próximos 50 minutos, vou provar que a criança não foi raptada e que morreu no apartamento de férias na Praia da Luz.
00:42Descubra toda a verdade sobre o que se passou naquele dia. Uma morte que muita gente quer encobrir.
01:00Eu gostaria de dizer algumas palavras para a pessoa que está com Madeleine ou que já foi com Madeleine.
01:11Madeleine é uma bonita, brilhante, foie e caro pequena. Ela é tão especial.
01:17Por favor, por favor, não pegue ela. Por favor, não pegue ela.
01:25Por favor, nos diga onde encontrar ela.
01:28Ou deixe ela em um lugar de segurança e deixe alguém saber onde ela está.
01:32We beg you to let Madeleine come home.
01:39We need our Madeleine. Sean and Amelie need Madeleine.
01:44And Madeleine needs us.
01:45Please give our little girl back.
01:55Por favor, devolva a nossa menina.
01:57No dia 3 de maio de 2007, uma criança que dormia junto dos seus irmãos foi raptada.
02:09Esta é a versão do crime que nos habituámos a aceitar como a única possível.
02:15Mas será que é a verdadeira?
02:17Ou esta versão esconde um crime que muitos querem esconder?
02:21Há como uma necessidade de abafar o caso, de silenciar o caso.
02:28Eu recordo que várias pessoas foram afetadas.
02:30Polícias inglesas estão impedidas de falar.
02:34Outras testemunhas, como os Martins Smith, também têm algum receio.
02:38E várias pessoas.
02:39Portanto, isto é um caso de que as pessoas, algumas ainda têm medo,
02:42ou então estão mesmo impedidas de falar.
02:47O que estamos a preparar nunca foi feito.
02:50Levámos o antigo coordenador da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, ao local do crime.
02:56Para mostrar o que aconteceu a Madeleine McCann.
03:00Esta reconstituição vai permitir-nos perceber quem falou a verdade e quem não o fez.
03:06Vamos saber o que se passou na noite em que Madeleine desapareceu para sempre.
03:11Estranhamente, nunca a investigação judicial foi capaz de fazer a reconstituição daquilo que aconteceu.
03:16A reconstituição não foi feita porque houve quem defendesse que isso iria considerar a família suspeita,
03:22bem como o risco de fuga.
03:23Desde o início que a Polícia Judiciária foi pressionada para não investigar este caso como qualquer outro.
03:29Houve um clima mediático, político e diplomático que dificultaram em muito a investigação.
03:35Madeleine McCann estava há poucos dias de comemorar o seu quarto aniversário quando desapareceu.
03:42A última vez que foi vista em público foi às 17h30 do dia 3 de maio de 2007.
03:47A mãe, Kate McCann, foi buscá-la à creche.
03:51O registro de saída mostra a hora.
03:53Na mesma altura, o pai, Gerald McCann, jogava ténis a poucas centenas de metros.
04:04O documento do aluguer do campo e o depoimento à polícia confirmam que Gerald saiu apenas às 19h.
04:10Na mesma tarde, os amigos da família lanchavam no restaurante Paraíso.
04:17As imagens das câmaras de segurança provam que os homens abandonaram o restaurante às 17h13
04:22e as mulheres 15 minutos depois.
04:26Um deles, David Payne, foi ter com Gerald McCann ao campo de ténis.
04:31Segundo o depoimento de Payne feito à Polícia Judiciária, este perguntou-lhe onde estava a Kate,
04:37dirigindo-se, pois, ao apartamento alugado pela família McCann,
04:41onde chegou por volta das 17h30.
04:43Nos interrogatórios posteriores, os testemunhos divergem.
04:48Gerald McCann fala que David Payne se terá demorado 30 minutos no apartamento dos McCann.
04:54A mulher, Kate, garante que foram só 30 segundos.
04:58Na altura, Kate estaria a dar bem aos gêmeos e a Madeline.
05:02Passava pouco das 20h40, quando os nove amigos ingleses foram jantar ao Tapas Bar.
05:12O restaurante dista cerca de 50 metros, em linha reta, dos apartamentos onde permaneciam sozinhas oito crianças.
05:20No apartamento 5A, dormiam Madeline McCann e os gêmeos, Emily e Sam.
05:26Cerca das 22h, Kate McCann, a mãe de Maddie, deu o alarme.
05:33Maddie não estava no quarto.
05:36Por volta das 22h40, a GNR de Lagos recebeu um telefonema a dizer que uma menina tinha desaparecido do Ocean Club, na Praia de Luz.
05:45Segundo o testemunho da gerente do Ocean Club, quando a patrulha da GNR chegou ao local, o pai da criança atirou-se aos pés dos militares, como rezam os árabes, completamente descontrolado com o desaparecimento da filha.
06:01A cena repetiu-se, segundo os militares da GNR, no quarto casal.
06:04Passava da meia-noite, quando a GNR avisou o piquete da Polícia Judiciária.
06:11Fui informado de imediato e tomei as devidas por evidência.
06:14Procedeu-se a buscas na região, as autoridades espanholas foram visadas e as fronteiras controladas.
06:20Ter-se-á organizado a maior operação de busca alguma vez feita em Portugal.
06:24Durante vários dias, centenas de militares da GNR, bombeiros, voluntários e elementos da Polícia Judiciária passam a pente fino mais de 200 quilómetros quadrados.
06:34Uma operação de busca gigantesca.
06:37Nenhuma busca em Portugal terá tido tantos meios e tanta gente.
06:41Tudo é visto e revisto.
06:43As fronteiras são vigiadas.
06:45Todo o tipo de veículos são revistados.
06:48O esforço não tem sucesso.
06:50A criança não aparece.
06:51Em termos provas de que, de facto, ela lhe pode ter acontecido pior, nós continuamos a pensar que ela pode estar viva.
07:00Como sabem, pela ordem jurídica portuguesa, não é só o rapto que dá resgate.
07:05Se alguém levar uma pessoa para ato sexual, também é rapto.
07:10É nessa base que estamos pensados.
07:12Os pais da criança, Gerald McCann, 39 anos, Kate Healy, 39.
07:17O casal David Payne, 41, Fiona Payne, 35.
07:23E a sua mãe, Diane Webster, 63.
07:27O casal Matthew Oldfield, 38.
07:30Rachel Mepley, 37.
07:32E o casal Russell O'Brien, 37.
07:35Jane Tanner, 36.
07:36São interrogados pela primeira vez pela Polícia Judiciária.
07:39Na primeira semana, ouvimos centenas de pessoas.
07:43A família, os amigos, os funcionários do alimento e todas as pessoas que terão contatado com a criança.
07:50Desta primeira leve de testemunhos resultou um esboço daquilo que se terá passado naquela noite.
07:55Foi nas costas de um livro de Madeline que, na noite do crime, a família e os amigos escreveram as versões coletivas dessa mesma noite.
08:02O esboço serviu para combinar os depoimentos dos nove amigos britânicos sobre o que se passou.
08:08Segundo essa versão, que será posteriormente confirmada nos interrogatórios,
08:13entre as 20h45, os McCann entram no restaurante Tapas e depois vão chegando os outros casais.
08:19O jantar decorre normalmente.
08:21Como as crianças estão sozinhas nos apartamentos, as famílias revezam-se para ir vendo se as crianças estão bem.
08:27Por volta das 21h05, Matt controla a janela dos vários apartamentos e encontra tudo calmo e as janelas fechadas.
08:36Entre as 21h05 e 21h10, Gerald McCann vai ao apartamento, garante ter entrado pela porta principal e entra no quarto das crianças.
08:45Parece-lhe tudo bem.
08:47Posteriormente, Gerald vai declarar que teve o pressentimento que alguém estranho estaria no quarto.
08:52Quando sai, encontra o produtor de televisão inglês, Jeremiah, que passeia o seu bebé para o adormecer.
08:59Fica a falar com ele por debaixo da janela da sala do apartamento.
09:03Por volta das 21h10, Jane Tanner vai ver se está tudo bem com os filhos e controlar os outros apartamentos.
09:11A caminho do 5D, passa por Gerald e Jeremiah.
09:13Jane diz, posteriormente às autoridades, ter visto um estranho a transportar uma criança nos braços na rua Agostinho da Silva.
09:22Às 21h30, Russell e Matt verificam todas as habitações.
09:26Matt espreita pela porta do quarto das crianças McCann.
09:30Desse sítio, apenas consegue ver os gêmeos.
09:33Russell fica a cuidar da filha doente.
09:35Às 21h50, Russell regressa ao Tapas.
09:41Na mesma noite, do outro lado da aldeia de Luz, a família Smith, 4 adultos e 5 crianças, acaba de pagar o jantar no restaurante Dolphins.
09:50O talão do cartão de crédito foi emitido às 21h27 do dia 3 de maio.
09:56Os Smith vão beber um copo ao bar Kelly's.
09:59Não demora muito.
09:59Vão beber um copo ao bar Kelly's.
10:02Não demora muito.
10:03São cerca das 21h50, quando se encaminham na direção da urbanização Estrela de Luz.
10:10Quando atravessam a rua 25 de Abril e chegam à rua da escola primária.
10:15Percorreram 30 metros e cruzam-se com um homem que transporta uma criança ao colo.
10:23Passava pouco das 22h, quando Kate vai ao quarto dos filhos pelo caminho mais perto,
10:29acedendo ao apartamento pela janela de correr e dá pela falta de Madeline.
10:34Garante que a porta e a janela do quarto tinham sido abertas.
10:39Larga tudo, deixa os gêmeos, que continuam a dormir, num quarto com a janela aberta e dirige-se ao Tapasvar para dar o alarme.
10:47É aqui neste ponto que o comportamento da Kate McCann naquela noite, na noite de 3 de maio, se torna incompreensível.
10:57Em vez de parar neste ponto e daqui, no ponto aqui próximo, daqui de gritar, para quem estava no restaurante onde estava o esposo,
11:04o que ela faz é descer estas escadas e, pelo passeio, percorrer uma distância que é certamente o dobro da distância daqui até ao restaurante,
11:16que se situa aqui a cerca em linha reta, cerca de 50 metros.
11:18Quando ali chegou, terá gritado a dizer e let down, portanto, ainda foi-se, é um termo médico, muito utilizado em piscina, ela foi-se,
11:27e depois todos vieram a correr e todos utilizaram outra vez a entrada aqui no apartamento por este lado.
11:33Havia muitas contradições. A mais evidente era estar alguém naquele quarto quando Gerald entrou.
11:43Se não entrou, só espreitou, também tem que se levar em linha de conta com aquilo que o raptor passou a ter pensado.
11:49Se é que existia um raptor, é que o raptor não pode confiar que o pai não entrasse dentro do quarto,
11:54porque era tentar, portanto, estar atrás da porta era praticamente impossível. Materialmente isso não é possível.
12:00Não cabia atrás da porta e os armários encontravam-se bloqueados pelos versos.
12:06Mas dado o drama que vivia a família e o clima de comissão, preferimos não fazer deles suspeitos.
12:13A primeira contradição tem a ver com a distância.
12:17Todos os envolvidos, salvo Kate, afirmaram que quando se deslocavam para ver se as crianças estavam bem,
12:23utilizavam as portas da frente dos apartamentos.
12:25O que significava terem de fazer mais de 100 metros, em comparação ao que fariam se acedessem pelas janelas de correr.
12:33Apenas os McCann confirmaram ter essa janela não trancada.
12:38Justificando que conseguiam ver a janela de correr a partir do Tapas.
12:41Não se percebe que fizesse mais cento e tal metros, para ir ver os miúdos, quando tinha um caminho mais curto.
12:50O pai de Médio disse que quando foi a ver os seus filhos, estava apressado para ir à casa de banho.
12:57No entanto, foi pelo caminho mais longo.
12:59Vejamos no mapa.
13:01A linha amarela é o caminho feito até às portas de correr.
13:04A linha vermelha é o caminho que todos os pais afirmam ter feito.
13:10Sensivelmente, o dobro.
13:15Esta preocupação dos nove ingleses apenas revela receio de serem acusados de deixar os filhos em situação perigosa.
13:23De facto, estas contradições podem justificar-se simplesmente pela necessidade das famílias inglesas
13:29quererem demonstrar que as crianças estavam em total segurança.
13:32Segundo um advogado português, com experiência em trabalho com vários clientes ingleses,
13:37o comportamento pode justificar-se devido ao receio de serem acusados de abandonarem as crianças ao perigo.
13:43Crime severamente punido pelas leis do Reino Unido.
13:47Terem sido deixadas pelos pais, expostas a situações de risco e a perigos que elas, pela sua eternidade,
13:53não pudessem proteger-se e enfrentar e resolver pelos seus próprios meios,
13:59é considerado um risco grave e uma atuação grave e inteligente da parte dos pais.
14:05A segunda contradição importante é dada pelo depoimento de Jane Tanner, que afirma ter visto o raptor.
14:21Não se percebe como Jane Tanner passa por Gerald e Jeremiah e vê um homem a transportar uma criança,
14:28sem que estes dois a tivessem visto nem a ela nem ao raptor.
14:32A única explicação possível para não a terem visto é dada pelo depoimento do seu marido,
14:39que afirma que ela viu o raptor quando vinha do apartamento e não quando ia para ele.
14:43Era de facto possível que ela tivesse visto Jeremiah e Gerald se eles a verem,
14:48mas apenas se estivesse a vir do apartamento pelas traseiras, usando a janela de correr.
14:54Em qualquer caso, a identificação pormenorizada que ela faz de um possível raptor é impossível.
14:59Vejam com os vossos próprios olhos.
15:02Jane Tanner garante ter visto a esta distância, com esta falta de luz, claramente cinco aspectos.
15:10Primeiro, vê um homem moreno de 35 a 40 anos, magro, de cabelo escuro até ao pescoço.
15:17Segundo, esse homem tinha calças de linho entre o bege e o dourado.
15:21Terceiro, vestia um casaco de penas, mas não tão grosso.
15:25Quarto, tinha sapatos clássicos pretos.
15:28Quinto, o homem ia andar apressado com uma criança deitado nos braços esticados.
15:33Posição mais própria de uma estátua do que uma pessoa a andar com uma criança.
15:37As declarações de Jane foram a base para a tese de raptor.
15:41Mas para nós, e mais tarde para a polícia inglesa, eram de valor duvidoso.
15:46Como é possível ver tanta coisa àquela distância e com aquela luz?
15:49Como é possível que Geraldo e Jaramay não tivessem visto Jane, nem tivessem visto o raptor?
15:55Este avistamento tem ainda um outro problema.
15:59Jane vê o alegado raptor a cruzar a rua Agostinho da Silva e menos de 30 minutos depois,
16:06a família Smith vê também um homem com uma criança ao colo na rua da escola primária.
16:11Do outro lado da vila e a deslocar-se na direção contrária ao homem que Jane diz ter visto.
16:19Temos dois avistamentos de potenciais raptores.
16:24O problema é que o avistamento do Smith não confirma a visão de Jane Tanner, na hora e na direção seguida.
16:31O homem que o Smith vê está do outro lado da vila.
16:35Dirige-se para a zona da praia, transporta a tese ao colo e não com os braços esticados.
16:39Mas pelo aspecto físico podem estar a referir-se à mesma pessoa.
16:43Mais adiante veremos a quem e quem mente.
16:49A terceira contradição dos testemunhos é-nos revelada pela janela.
16:54Se às 21h20, Jane vê o raptor com a criança e Kate, quando dá pelo desaparecimento de Madeline,
17:01repara que a janela do quarto das crianças fora totalmente aberta,
17:04por que razão Russell e Matt, que vão verificar os apartamentos depois das 21h20,
17:10não vêem a janela aberta?
17:12É totalmente impossível.
17:14A janela é a prova da veracidade dos testemunhos.
17:18Se a menina foi raptada pelo homem que a Jane diz ter visto às 21h20,
17:23então a partir daí a janela estaria aberta.
17:29Mátio diz ter estado dentro do apartamento e não ter visto a janela aberta.
17:34De onde se conclui que a janela só foi aberta depois do pedido ao raptor.
17:38Mais de 350 pistas foram testadas.
17:58A polícia judiciária diz que as próximas horas podem trazer novos desenvolvimentos.
18:10Robert Murat é constituído arguído depois de um longo interrogatório
18:13nas instalações da polícia judiciária em Portimão.
18:15Foi constituído arguído um indivíduo do sexo masculino, com 33 anos de idade
18:21e residente na zona dos acontecimentos,
18:24o qual foi interrogado nessa qualidade,
18:27não tendo sido recolhidos elementos de prova
18:29que fundamentassem a sua detenção e posterior interrogatório judicial.
18:34A jornalista desconfia dele e nós não fomos atrás daquilo que a jornalista dizia.
19:00Nós fomos atrás da análise dos factos,
19:04foram analisados os factos daquilo que efetivamente aconteceu
19:08e atrás de um testemunho,
19:10de um testemunho que para se debilizar,
19:12para se avançar com a tese do raptor,
19:14tinha que se debilizar esse testemunho,
19:15o testemunho de Jane Tanner.
19:17Porque senão, a tese do raptor morria logo pela base,
19:21no fundo era aquela grande,
19:23o grande fundamento do raptor era o que essa testemunha teria visto.
19:27Um homem é que uma direção cola a caminhar em direção à casa de Roberto Morado.
19:31Talvez as pessoas não saibam,
19:32mas ficam a saber é que a busca à casa de Roberto Morado
19:36dá-se numa segunda-feira de manhã
19:37e no domingo à noite
19:39estamos reunidos com o Ministério Público,
19:41com o Procurador, com o juiz,
19:44estou eu, com o doutor Luís Neves,
19:45estamos lá no tribunal,
19:47enquanto correm diligências na parede.
19:49Eligências para se confirmar, de facto,
19:52se a suspeita relativamente a esse Roberto Morado.
19:56E a senhora Jane Tanner é colocada dentro de uma viatura de vigilâncias da polícia,
20:00passam várias pessoas colocadas dentro de uma viatura de vigilâncias da polícia,
20:03passam várias pessoas, polícias,
20:05pessoas que ainda a senhora Jane Tanner não tinha visto,
20:07como esse senhor Roberto Morado não vai.
20:08E ela diz que pelo andar, pela forma de andar,
20:11que era esse senhor,
20:12a pessoa que levaria,
20:13seria a senhora que levaria,
20:15a criança ou como.
20:16De facto, a memória de Jane Tanner
20:18mostra-se progressivamente mais apurada,
20:21à medida que o tempo passa.
20:23O primeiro retrato robô que ela ajuda a desenhar
20:25é um ligeiro esboço.
20:27Posteriormente,
20:28identifica positivamente
20:29Robert Morado
20:30como o homem que ela viu naquela noite.
20:33Bastantes meses depois,
20:34participa num novo retrato robô,
20:37lembrando-se já, milagrosamente,
20:39de todas as feições
20:40de um homem bastante diferente do Morado
20:42que reconheceu antes.
20:43Outro documento que pesou
20:45para ingriminar Robert Morado
20:47foi um perfil psicológico
20:49dos especialistas ingleses
20:50que, em termos muito genéricos,
20:52afirmava que a atitude voluntarista,
20:54durante os dias seguintes ao crime,
20:56de ajudar os investigadores e a família,
20:58podia ser uma máscara de um criminoso.
21:02Ou são pressupostos teóricos
21:03ou são banalidades.
21:05Portanto,
21:07é claro que eles partem
21:08de análises estatísticas,
21:09que se poderiam chamar epidemiológicas,
21:11perante a população,
21:14de um sem número de comportamentos
21:16que poderiam provocar a suspeita,
21:21uma suspeita maior ou uma suspeita menor,
21:23de um sujeito.
21:26E mais nada.
21:26Como todos,
21:32muito tristes
21:32por aquilo que passou
21:33com a Madeleine McCann.
21:35Por favor,
21:36se alguém tem algum tipo de afirmação,
21:38que nos diga.
21:39Faço uma oração especial,
21:41reze uma,
21:42no mínimo,
21:43uma ave maria
21:43em todo o país,
21:45para que isso,
21:46que Nossa Senhora de Fátima
21:48ilumine
21:48as nossas autoridades
21:51a que eles possam encontrar
21:53essa menina.
21:55Amanhã,
21:56nós queremos visitar
21:56o srino de Fátima
21:58para prestar
21:58para a return de Madeleine.
21:59Para a return de Madeleine.
22:00On Sunday,
22:18we had another offer
22:20of more than a million pounds
22:21from a group,
22:23so it included J.K. Rowling,
22:25who wrote all the Harry Potter books.
22:26It included Wayne Rooney,
22:28who is one of our most famous footballers.
22:30I think it included
22:31Richard Branson as well.
22:33O tempo passava.
22:35As pistas do rapto
22:36conduziam um beco sem seguida.
22:39A própria família
22:40começou a aventar
22:41a possibilidade
22:41de Madeleine estar morta.
22:43Os primeiros sinais de morte
22:45vêm da família.
22:46Que são sinais mais exteriores,
22:48nós já tínhamos pensado nela,
22:49mas é a família
22:50que contrata
22:50um ex-coronel,
22:53um ex-militar
22:54das forças militares
22:56da África do Sul,
22:57para que uma máquina miladrosa
22:59vir àquele local
23:00e encontrar o corpo
23:00de alguém.
23:05O sul-africano
23:06Daniel Krugel
23:07determina o local
23:08onde é suposto estar
23:09o cadáver de Madeleine McCann,
23:11uma vasta área
23:12onde nada foi encontrado.
23:13A investigação
23:18recorre a dois cães
23:20muito especiais
23:21usados pelas polícias
23:22inglesa
23:23e norte-americana
23:24que resolveram
23:25com sucesso
23:26mais de 200 casos.
23:28Entre os quais
23:29conta-se o assassínio
23:30de Adraka Heron,
23:32uma irlandesa
23:33dada como desaparecida.
23:35A polícia
23:36e os cientistas forenses
23:37foram impotentes
23:38para descobrir
23:39o que lhe tinha acontecido.
23:41Os investigadores
23:42recorreram então
23:43ao cão Eddie,
23:44um dos dois cães
23:45que estiveram em Portugal,
23:46que identificou
23:47um pedaço carbonizado
23:48na viatura do suspeito.
23:50Esse pedaço
23:50continha ADN
23:52da mulher desaparecida.
23:54Os cães
23:55que foram chamados
23:55a auxiliar
23:56em investigação
23:57são grandes investigadores.
23:59Eddie
23:59é um cão
24:00especializado
24:01em detetar
24:01vítimas mortais
24:02e assinalar
24:03locais
24:04onde estiveram
24:04pessoas mortas.
24:06Por sua vez,
24:07Kelly
24:07consegue detetar
24:09sangue humano
24:09em proporções
24:10tão pequenas
24:11que escapam
24:12aos investigadores.
24:14Nestas imagens
24:15da polícia
24:15vemos
24:16Eddie
24:17e Kelly
24:17a inspecionar
24:18as casas
24:19em que estiveram
24:20os nove turistas
24:20do Reino Unido
24:21e a de Robert Murat.
24:24Os cães
24:25só reagiram
24:26no apartamento
24:27em que estiveram
24:27de Esmequen.
24:28Eddie
24:29assinalou
24:30a autora cadáver
24:31no armário
24:32do quarto
24:32de Esmequen.
24:39De facto,
24:40esse sim foi
24:40o cão
24:42que marca
24:42a autora cadáver.
24:44O man
24:44marcou
24:45a este canto
24:46a autora cadáver.
24:49Estavam as portas
24:50abertas
24:50quando foi feito
24:51o exame
24:52e depois
24:54de ter percorrido
24:54aquele quarto
24:56é o quarto
24:56dos pais
24:57levantou
24:58aqui
24:58o fozinho
24:59e ladrou
25:00aqui nesta zona.
25:01Portanto,
25:02segundo o perito
25:02aqui estive
25:04um cadáver
25:05ou na pericleira
25:07ou no chão.
25:10Eddie
25:10também detectou
25:11cheiro a morto
25:12por detrás
25:13do sofá
25:14da sala
25:14do apartamento.
25:16Chamada Kella
25:16consegue apontar
25:18uma pequena
25:18quantidade de sangue
25:19por detrás
25:20desse mesmo sofá.
25:27no momento
25:39em que foi lavado
25:40ou tiveram
25:41a lavar
25:41atrás do sofá
25:43da sala
25:44tenha um corpo
25:45ser transportado
25:46para este local
25:46ou então
25:47que aqui tenha
25:48estado a ser guardado
25:49durante algum tempo.
25:50É essa indicação
25:51que existe, portanto
25:52não existia sangue
25:54ao contrário
25:55do que existia
25:56foi encontrado
25:57por trás do sofá
25:59e é essa marcação
26:02que aqui esteve um cadáver.
26:03A investigação
26:23dos cães
26:23continua.
26:25Inspecionam
26:25várias viaturas
26:26e só reagem
26:28ao carro
26:28que os McCann
26:29alugaram
26:3023 dias depois
26:31do desaparecimento
26:32de Madeline.
26:33Eddie aponta
26:35que as chaves
26:36e a bagageira
26:37tinham estado
26:38em contacto
26:38com o morto.
26:50Kelly descobre
26:51na bagageira
26:52restos orgânicos
26:53para análise.
26:54A reação dos cães
27:14é reveladora.
27:15Estes cães
27:16nunca falharam
27:16em mais de 200 casos.
27:18Os cães assinalaram
27:19dois locais
27:19na casa
27:20o armário
27:22no quarto
27:22dos pais
27:23e por trás
27:26do sofá
27:27da sala.
27:30Assinalaram
27:30também
27:31a viatura
27:32alugada
27:33pelos McCann
27:3423 dias
27:35depois dos factos
27:36bem como
27:39a roupa
27:39da Kate
27:40e o peluche
27:41da Madeline.
27:47Como é que foi
27:48possível encontrar
27:49um peluche
27:50com a dor
27:50a cadáver
27:51numa cama
27:52que os cães
27:53não assinalaram
27:54e sem indícios
27:55que Madeline
27:56ali tivesse dormido?
27:57O trabalho
27:58dos cães
27:59não podia ser
28:00mais revelador.
28:19Hace umas duas semanas
28:20da investigação
28:21deu um giro radical
28:22porque se hallaram
28:23no apartamento
28:24minúsculos restos
28:26de sangue.
28:27Quando vocês
28:28se conhecem
28:29de isso
28:29de que a polícia
28:30descobriu
28:31sangue no apartamento
28:32como reaccionais?
28:34Você sabe o que?
28:36Isso é tudo
28:37investigação
28:38e eu preciso
28:38falar com a polícia
28:39é só...
28:41Você sabe
28:42todas as suas perguntas
28:44são sobre a investigação
28:46e a gente pode comentar
28:47o que pensa ele?
28:49Joey?
28:51Não.
28:51Você pode responder
28:52as perguntas
28:53sobre isso?
28:53Não, não.
28:54Eu pedi
28:55sobre o que você
28:56diz
28:57é a sua reacção
28:58é a sua teoria
28:58você está sentindo
29:00só que você
29:02pode entender
29:02a sua teoria
29:03e a sua teoria
29:03é a sua teoria
29:04é a sua teoria
29:04é a sua teoria
29:05é a sua teoria
29:06é a sua teoria
29:06Em a reviravolta na investigação, a tese do rapto torna-se menos provável do que a morte da criança.
29:18Os pais, amigos e familiares passaram a ser suspeitos.
29:22A hipótese de a pequena mãe estar morta ganhou de alguma forma alguma consistência.
29:28As amostras recolhidas são enviadas para um laboratório especializado no Reino Unido,
29:34o Forensic Science Service, em Birmingham.
29:37Os resultados das análises começam a ser alfa de especulação,
29:41sendo o Times o primeiro jornal a anunciar que alguns resultados preliminares das análises
29:46de parte do material recolhido não correspondiam ao ADN de Medi,
29:50levando ao desmentido do laboratório.
29:53O jornalista Duarte Levy foi um dos autores desta notícia.
30:16ele garante que houve outros relatórios preliminares que identificavam o sangue de Madeline nas amostras e que ficaram pelo caminho.
30:25Nós, para o Times, eu digo nós porque eu trabalhava com o Paulo Reis e com o David Brown,
30:29o primeiro artigo que fizemos foi aliás sobre os vestígios de sangue que tinham sido encontrados na parede do apartamento
30:35e nós publicámos que aquele sangue não era da Madeline.
30:40Foi um artigo que trouxe até alguns problemas em termos da organização do UFSS,
30:45mas que não nos impediu de continuar a ter acesso a outros relatórios preliminares e definitivos
30:50e, a dada altura, de facto, tivemos acesso a um relatório que era assinado por mais de uma dezena de profissionais do UFSS,
31:00onde se dizia que existia uma correspondência de 17 sobre 19, alelos no caso da Madeline McCann.
31:09Para nós existiam, e existiam mais que suficientes dados, para dizer que se tratava do sangue da Madeline.
31:15Para percebermos as análises feitas, fomos ao Instituto de Medicina Legal de Coimbra,
31:21onde hoje se fazem análises similares usando o método do Low Copy Number.
31:26Quando as amostras foram recolhidas do apartamento do Ocean Club e do carro alugado pelos McCann,
31:31foram enviadas para o laboratório onde se procedeu à preparação das amostras.
31:36Posteriormente, avaliou-se a quantidade de ADN existente no material recolhido.
31:41Como a quantidade era muito pequena, usou-se o método do Low Copy Number.
31:47As amostras foram aumentadas e, posteriormente, os marcadores de ADN foram assinalados.
31:54Este método tem a vantagem de conseguir trabalhar com pequeníssimas quantidades de ADN,
31:59mas nem sempre os resultados permitem comparar, de uma forma clara, o ADN da vítima com o recolhido.
32:05Ao aumentar de uma forma artificial a quantidade de ADN para analisar,
32:11amplificamos também um conjunto de dados que se podem confundir com os marcadores.
32:16O relatório final que o FSS entrega à investigação não é conclusivo.
32:23Apura que as amostras recolhidas podem ser de Madeleine McCann, mas não há uma certeza disso.
32:28O mais significativo é o material recolhido no carro alocado 23 dias depois do desaparecimento da criança.
32:37Os relatórios preliminares dão uma coincidência de 15 alelos em 19.
32:43Mas o problema é que as análises demonstram que não estamos perante material de um único dator,
32:48mas de pelo menos 3.
32:50O professor Corte Real, que reuniu com os técnicos do FSS e viu os relatórios e apontamentos de trabalho dos cientistas britânicos,
33:00explica-nos esta questão.
33:02Quando esses 15 alelos estão incluídos numa mistura, em que além desses 15 nós poderemos ter 30 ou 40 alelos,
33:10isso significa que tem material biológico de várias pessoas.
33:14E aí poderá ser muito mais difícil, é muito mais inconclusivo, porque aí poderemos ter mistura de várias pessoas,
33:21inclusivamente poderemos estar a colocar a hipótese porventura se isso acontecer,
33:26termos pessoas até várias pessoas da mesma família e isso poder até, de certa forma,
33:32dar-nos a ideia que determinada pessoa desaparecida, por exemplo, possa estar aí incluída e isso não é conclusivo.
33:38Apesar das conclusões dos relatórios do FSS, a convicção da equipa de investigação não se apoia exclusivamente nas provas científicas.
33:47Um processo normal em investigação criminal, que nos é explicada por um reputado especialista em medicina legal.
33:54É que a investigação criminal não é só por um aspecto.
33:58Não é só um aspecto.
33:59Até, digamos, a própria maneira de estar em termos de atitudes e comportamentos do suspeito,
34:07são fundamentais.
34:08Estão fundamentais como será a análise biológica do sangue ou da urina ou de outra situação qualquer.
34:15Outros elementos haverá, haverá, que permitem corroborar.
34:20Os McCann são chamados a depor na polícia judiciária de Portimão.
34:25Nesse interrogatório são constituídos erguidos.
34:28Kate McCann recusa-se a responder a todas as perguntas
34:31e Gerald McCann nega repetidamente as conclusões dos investigadores,
34:36defendendo a sua inocência e da mulher.
34:39Hoje, a Kate e o Jerry McCann foram constituídos erguidos.
34:44O comportamento deles foi um comportamento distante.
34:47Por exemplo, quando se lhes apresenta mais o Jerry McCann,
34:52quando se mostra o filme dos cães,
34:55eu simplesmente nem queria olhar para o televisor e dizer que aquilo não tinha valor nenhum
34:59e que ali não se via o resultado da morte da filha,
35:03que para ele a filha estava a ver.
35:05Quando os McCann abandonam a polícia judiciária,
35:08a opinião pública portuguesa começa a voltar-se contra eles.
35:12Os investigadores portugueses e do Reino Unido
35:14estão agora convencidos que a menina foi vítima de um acidente.
35:19Morreu no apartamento e alguém fez desaparecer o corpo.
35:23Isso foi assumido por toda a equipa da investigação portugueses,
35:26composta por elementos portugueses e ingleses.
35:28Em setembro de 2007,
35:30essa é a grande conclusão que se retira da investigação.
35:33Eu posso-lhe recordar,
35:34face a essa questão do inconclusivo desse exame,
35:37há um caso agora a decorrer nos Estados Unidos,
35:39de uma mãe e de uma criança de 3 anos também desapareceu,
35:42onde também aparece, na bagageira do carro,
35:45também aparece a odor a cadáver
35:47e um perfil da ADN incompleta de criança
35:51e a mãe está detida para julgamento,
35:53se é que já não foi julgado.
35:54A mudança de direção da investigação
36:18provoca o regresso dos McCann ao Reino Unido.
36:22A família, que sempre se recusou a abandonar Portugal,
36:26sem ver esclarecido o desaparecimento da filha,
36:28resolve voltar para casa.
36:30As imagens do regresso da família McCann
36:33correm o mundo.
36:35Ao ver esta imagem de Gerald McCann
36:37a transportar um dos gêmeos,
36:39o irlandês Martin Smith
36:40afirma reconhecer pela postura
36:42e forma de pegar a criança
36:44o homem com quem se cruzou
36:46na noite do desaparecimento de Madeline.
36:48Vai à polícia local
36:49e presta depoimento.
36:51Era exatamente a mesma maneira
36:53e a aparência do homem
36:54visto na noite em que Maddie desapareceu.
36:56O representante da família McCann,
36:58antigo porta-voz do governante inglês
37:00Gordon Brown,
37:02afasta todas as suspeitas
37:03entre tendo levantadas.
37:04Durante aquela época,
37:06eu vi ou ouviu
37:08nada que me dava
37:09causa para preocupação
37:10ou qualquer suspicão.
37:13O que eu vi mostrou
37:14era uma família amada
37:15que tinha sido
37:16plungada em uma situação
37:16dolorosa
37:17e dois pais
37:19tentando lidar
37:20contra o seu perdão.
37:22Para sugerir que
37:23de repente
37:24haram Madeline
37:25accidentemente ou autremente
37:27é tão ludicrante
37:29como é
37:29nonsensical.
37:31De fato,
37:31seria rirante
37:32se não fosse tão sério.
37:34O diário de Kate McCann
37:36a que a investigação
37:38teve acesso
37:38é claro
37:39acerca da importância
37:41destes apoios políticos.
37:42Gordon Brown
37:43liga várias vezes
37:44para o casal
37:45como registra
37:46a folha do diário
37:47de 23 de maio.
37:53O caso McCann
37:55preocupou-se
37:56sempre as autoridades políticas
37:57dos dois países
37:58levando até
37:59o primeiro-ministro
38:00Gordon Brown
38:00a abordá-lo
38:02com o seu congénere
38:03José Sócrates
38:04ecoando
38:05da Cimeira de Lisboa.
38:07A imprensa britânica
38:08atacou repetidamente
38:10a investigação portuguesa.
38:12Na sequência
38:12de uma resposta
38:13de Gonçalo Amaral
38:14a um ex-detivo britânico
38:15numa entrevista
38:16ao Diário de Notícias
38:17o Diretor Nacional
38:19da Polícia Judiciária
38:20demite o coordenador
38:21da investigação
38:22com o apoio
38:23do Ministro da Justiça.
38:25Não vou pronunciar
38:26o sombra
38:27a senhora de Réa.
38:27Mas confirma
38:28que ele foi substituído
38:28na direção.
38:31Porquê?
38:32Não posso agora
38:33pronunciar a senhora.
38:34Há sempre por causa
38:34das declarações
38:35que foram publicadas.
38:36É um ato
38:37da competência
38:37do Diretor Nacional
38:38da Polícia Judiciária
38:39que eu aprovo.
38:41Mas teve influência
38:42nesta admissão?
38:43Não quero dizer
38:44mais nada
38:44sobre essa matéria.
38:45Gonçalo Amaral
38:46é mandado
38:47regressar à Diretoria
38:48de Faro
38:48e obrigado
38:49a abandonar
38:50a investigação
38:51do caso McCann.
38:52Antes da minha saída
38:53alguém veio até comigo
38:54vou dizer para quem
38:55e a dizer que
38:57com o discurso
38:58de que há investigações
38:59que não terminam
39:01investigações
39:01não têm o final
39:02que normalmente
39:04desejado
39:05e portanto
39:06não têm sucesso
39:07e que
39:08se esta investigação
39:10fosse arquivada
39:11ou se deixasse
39:12de investigar
39:12portanto
39:13ninguém iria
39:14questionar muito
39:15nem levantar
39:16problemas
39:17quanto a isso.
39:18É nomeado
39:19Paulo Rebelo
39:20para dirigir
39:21a investigação
39:22apressa-se a visitar
39:24a Aldeia da Luz
39:25e observar
39:26os locais
39:26de onde desapareceu
39:27Madeline McCann
39:28mostrando a intenção
39:30de levar o processo
39:30até ao fim.
39:32Ainda são enviadas
39:33um conjunto
39:34de cartas
39:34relegatórias
39:35para que sejam
39:36ouvidas
39:37as testemunhas
39:37do processo.
39:38Tenta-se marcar
39:39uma reconstituição.
39:41Algumas testemunhas
39:42nunca chegam
39:43a ser interrogadas
39:44novamente em Portugal
39:45como a família Smith
39:46que diz ter visto
39:47Gerald McCann
39:48a transportar
39:49uma criança
39:50nos braços
39:51em direção ao mar
39:52cerca das 22 horas
39:54do dia 3 de maio
39:55de 2007.
39:56Também não foi ouvida
39:57a testemunha
39:58vizinha da 2ª casa
40:00dos McCann
40:00na Aldeia de Luz
40:01que diz ter
40:06testemunhado
40:06um facto pouco comum
40:08sobre o carro
40:09alugado pelos McCann
40:10onde os cães
40:11detectaram
40:12odor de cadáver
40:13e restos
40:14que podem pertencer
40:15a Maddie.
40:16A vizinha
40:17assinou um documento
40:18em que autoriza
40:19a passar o seu depoimento
40:20que a identifica
40:21mas por receio
40:22de ameaças
40:23e pressões
40:24não mostra a sua cara.
40:26Há uma questão interessante
40:27quando nós
40:27quando eu saí
40:28da investigação
40:29e do departamento
40:30de investigação
40:30tribunal de Portimão
40:31em outubro de 2007
40:33nada se sabia
40:34sobre esta viatura
40:35sobre esta questão
40:35da bagageira
40:37estar aberta.
40:37sabia-se que no interior
40:39desta viatura
40:40tinha sido encontrados
40:41odor a cadáver
40:42e vestígios
40:43fluidos corporais
40:45nomeadamente
40:45quando depois
40:46definiu-se um perfil
40:47da ADN
40:47de Madeline McCann
40:48com 15 alelos
40:50mas depois
40:52meses depois
40:53há uma jurista
40:53que vive aqui perto
40:54que veio relatar
40:55que após a chegada
40:57após a entrada
41:00dos McCann
41:01nesta vivenda
41:02a partir daí
41:03começaram a ver
41:03a bagageira aberta.
41:04Eu todos os dias
41:06faço esta rua
41:07para fazer a inversão
41:08de marcha ali num beco
41:09e cada vez que passei
41:11passava aqui
41:12pela
41:12pela casa
41:15e observava o carro
41:16e o carro estava
41:17sempre com a porta
41:17com a mala do carro aberta
41:19quer fosse dia
41:20quer fosse noite
41:21e eu passava
41:22muitas vezes à noite
41:23e sempre verifiquei
41:25era um facto
41:26fiz a participação
41:28e pronto.
41:29É importante
41:30relatar o seguinte
41:30é que
41:31essa senhora
41:32essa jurista
41:33nunca foi ouvida
41:34na polícia judiciária
41:35porque não foi considerada
41:37relevante o seu depoimento
41:38que se estranha
41:39depois que
41:40enquanto não foi ouvida
41:42enquanto se remeteu
41:45uma carta rogatória
41:45para a Inglaterra
41:46depois vieram familiares
41:48do Gerald McCann
41:49e Kate McCann
41:49dizer que
41:50dentro desta bagageira
41:52transportaram
41:53transportaram comida
41:57do supermercado
41:58objetos que compraram
41:59o supermercado
41:59nomeadamente
41:59uma embalagem
42:01de carne
42:02de vaca
42:02que terá entornado
42:03de sangue
42:04a grande questão
42:05é como a família
42:07soube da testemunha
42:08apesar de ela
42:09não ser ouvida
42:10pela BJ
42:10e tentou responder
42:12aos factos observados
42:13poucos meses depois
42:15a investigação
42:16é encerrada
42:17Gonçalo Amaral
42:18demite-se da polícia
42:20escreve um livro
42:21sobre o caso
42:21e aceita regressar
42:23ao 5A
42:24do Ocean Club
42:24para nos demonstrar
42:26a sua convicção
42:27que Madeline McCann
42:28morreu neste apartamento
42:30no dia 3 de maio
42:31de 2007
42:32o porta-voz
42:34da família
42:34acusou
42:35de ser um oportunista
42:37apenas interessado
42:38em ganhar dinheiro
42:38ao contrário
43:08do que diz o Sr. Clarence Mitchell
43:09eu usei os meus conhecimentos
43:11da investigação
43:12e por isso posso dizer
43:14com toda a certeza
43:15que Madeline
43:16não foi raptada
43:17basta verificar
43:18o local dos factos
43:19como vamos fazer agora
43:20com o auxílio
43:25de um dos maiores especialistas
43:26da polícia científica
43:28que trabalhou
43:28na polícia judiciária
43:29Alexandre Simas
43:30Gonçalo Amaral
43:32pretende provar
43:32primeiro
43:33a impossibilidade
43:34da criança
43:34de ser raptada
43:35começando
43:36por demonstrar
43:37que os indícios
43:38provam que a janela
43:39e a porta
43:40do apartamento
43:41não foram forçadas
43:42como é que se abre
43:43uma porta destas
43:44não se tendo a chave
43:46este tipo de portas
43:48de apartamentos
43:49normalmente só há três hipóteses
43:51que é
43:51estroncamento
43:52que é a extração
43:53do canhão da fechadura
43:54que não aconteceu
43:54que não aconteceu
43:55se não tinha sido relatado
43:57uma chave falsa
43:58portanto
44:00uma cópia
44:01uma chave
44:02utilizada indivíduamente
44:04ou
44:05através de um
44:06material maleável
44:08desde que não esteja
44:09fechada a chave
44:10introduz-se
44:11a sustentabilidade
44:13que vai permitir
44:14que o técnico
44:15volte para dentro
44:16porque ele
44:17quando entra
44:18mesmo que ele entrasse
44:20ia bater
44:21aqui no
44:23parafuso
44:23se bate no parafuso
44:26por mais que eu force
44:27ele não salta
44:28para abrir o trinco
44:29se a porta
44:30não foi aberta
44:31sem chaves
44:32a janela também
44:33não tem traços
44:33de ter sido arrombada
44:35estas janelas
44:36têm uma característica
44:38muito boa
44:38para se ver
44:39se foram arrombadas
44:40ou não
44:40começando este
44:41alumínio
44:42lacado
44:43qualquer chave de fendas
44:45qualquer
44:46instrumento
44:48que usem
44:48para fazer saltar
44:50o fecho
44:50fica logo a marca
44:51o que se nota aqui
44:53não há aqui
44:53arrombamento
44:54diz um
44:54o que há ali
44:56aquela marca
44:57é do próprio fecho
44:58que vai rodando
44:59às vezes faz isto
45:00com o fecho posto
45:02e ele bate ali
45:03não é?
45:04e portanto
45:05para abrir esta janela
45:06basta fazer isto
45:08para fechar
45:09é impossível
45:10porque a pessoa
45:11ou tem um íbano
45:12nos dedos
45:13para fechar a janela
45:14outro facto importante
45:15é revelado
45:16pelas impressões digitais
45:17deixadas na janela
45:18do quarto das crianças
45:19que os McCann
45:21garantem ter deixado
45:22fechada
45:22e que é supostamente
45:24encontrada aberta
45:25quando a mãe
45:26se apercebe
45:26do desaparecimento
45:27da filha
45:28as únicas impressões
45:29digitais encontradas
45:31são as de Kate McCann
45:32e revelam
45:33que foram feitas
45:34a abrir a janela
45:35estes três indícios
45:40significam
45:40que não houve rápido
45:41e isso está provado
45:42nenhum raptor
45:44entrou no apartamento
45:455A
45:46pela porta
45:47ou pela janela
45:48finalmente
45:49era impossível
45:50a alguém
45:51ter saído
45:51com a criança
45:52pela janela
45:53sozinho
45:53sem se apoiar
45:54na cama
45:55e sem deixar
45:56vestígios
45:56de arrastamento
45:57na janela
45:58tentámos provar
46:12esta dificuldade
46:13levando uma criança
46:14pela janela
46:15mantendo tudo
46:16como foi encontrado
46:17as gamas
46:18sem sinais
46:19de terem sido pisadas
46:20e a ausência
46:21de sinais
46:22de arrastamento
46:23na base da janela
46:24parece praticamente
46:25impossível
46:26para um só raptor
46:27como aquele
46:28que terá visto
46:29o Jane Tanner
46:30transportar a criança
46:31na rua
46:31recapitulemos
46:331.
46:34a porta da frente
46:35e a janela
46:36não foram forçadas
46:372.
46:38a janela
46:39foi aberta
46:40pela mãe
46:403.
46:42é impossível
46:42um raptor
46:43sozinho
46:43transportar a criança
46:45sem deixar
46:45vestígio
46:46nas camas
46:47e na janela
46:48juntando isto
46:49aos vestígios
46:51detados pelos cães
46:52e ao avistamento
46:54feito pelos smith
46:55temos um cenário
46:57provável
46:57completamente diferente
46:59Madeleine McCann
47:00morreu num apartamento
47:025A
47:02e o seu corpo
47:03foi escondido
47:04o que nos dizem
47:08estas pistas
47:09o que pode significar
47:10aquilo que os cães
47:11detetaram
47:12e aquilo que é possível
47:13apurar sobre o que se passou
47:14no dia 3 de maio
47:16de 2007
47:17porque é
47:20por trás do sofá
47:21no enfiamento
47:22do centro da janela
47:23que vem a ser localizado
47:24odor a cadáver
47:25e sangue humano
47:26com um perfil
47:27de Madeleine McCann
47:28é o único local
47:30dentro do apartamento
47:32onde são
47:33encontrados
47:34a coincidência
47:35do odor a cadáver
47:36humano
47:36e também o sangue
47:37portanto aquilo
47:38em termos de uma lógica policial
47:40é aqui que a morte
47:41pode ter ocorrido
47:42o que terá acontecido
47:46há uma hipótese
47:50que pode explicar
47:51todas as pistas conhecidas
47:53a criança terá acordado
47:55de noite
47:55ouvido o pai
47:56a falar
47:57por baixo
47:57da janela
47:57da sala
47:58subido ao sofá
48:12caído e batido
48:21com a cabeça
48:22a queda
48:23e o eventual uso
48:24pelos pais
48:25de calmantes
48:26nas crianças
48:26para as manter
48:28a dormir
48:28enquanto jantavam
48:29podem ter provocado
48:30a morte
48:31de Madeleine
48:32recorde-se que o hábito
48:35do uso
48:35do copol
48:36nas crianças
48:36foi confirmado
48:38pelo pai
48:38de Kate
48:38posteriormente
48:41um homem
48:42que os Smith
48:42identificaram
48:43como sendo
48:43Gerald McCann
48:44terá transportado
48:46a criança
48:46em direção
48:47à praia
48:48aquilo que sei
48:51diz-me que
48:52Madeleine McCann
48:53morreu no apartamento
48:545A
48:54no dia 3 de maio
48:56de 2007
48:56tenha certeza
48:58que esta verdade
48:59um dia
49:00será apurada
49:00a investigação
49:02foi brutalmente
49:04interrompida
49:04e houve um
49:06arquivamento
49:06político
49:07e precipitado
49:08há quem
49:10esconda a verdade
49:10mas mais tarde
49:11ou mais cedo
49:12o verniz
49:13vai estalar
49:14e as revelações
49:14vão surgir
49:15só então
49:16haverá justiça
49:17para Madeleine McCann
49:18o mistério
49:20persiste
49:21o ex-inspector
49:23acredita que um dia
49:24se saberá a verdade
49:26por enquanto
49:28só sabemos
49:29que no dia
49:303 de maio
49:30de 2007
49:31Madeleine McCann
49:33desapareceu
49:34na praia de Louros
49:35tinha 3 anos de idade
49:37e era uma criança
49:39feliz
49:56que no dia
49:58ela
49:58dormi
49:59ela
50:00era uma criança
50:00e ela
50:02era uma criança
50:02poderia ser
50:03como ela
50:04um dia
50:04ela
50:04ela
50:04se saberá
50:05ela
50:06é uma criança
50:07願á
50:08se saberá
50:08se saberá
50:09que não
50:10tinha
50:11que era
50:12se saberá
50:13que não
50:14ela
50:14realmente
50:16dura
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