EUA voltam a comprar carne do Brasil e exportações batem recorde; Mariana Almeida analisa

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As exportações brasileiras de carne bovina atingiram recorde histórico em outubro. Mariana Almeida analisou como o Brasil ampliou vendas para a Ásia e voltou a negociar com os Estados Unidos, mesmo com o tarifaço de Trump.

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00:00As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram um novo recorde agora em outubro.

00:07Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento,

00:12o país embarcou 320.559 toneladas no mês, um volume 2% superior ao recorde anterior registrado em setembro

00:23e 18,6% acima do mesmo período de 2024.

00:28O levantamento também aponta que mesmo com o tarifácio, os Estados Unidos voltaram a comprar a carne do Brasil.

00:36O preço da proteína brasileira no mercado internacional segue em recuperação,

00:41interrompendo dois anos consecutivos de queda em 2025.

00:46O preço médio de US$ 5,37 por quilo entre janeiro e outubro de 2025 foi quase 20% acima do valor observado

00:57no mesmo período de 2024 e no maior patamar desde 2022.

01:04A Mari Almeida já está comigo aqui no estúdio.

01:06Mari, primeiramente, bom dia.

01:08Boa sexta-feira para a gente.

01:09Sempre bom dividir esse espaço aqui com você.

01:12Bom dia, Paula.

01:12Para você e para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.

01:15Mari, a gente viu então essa notícia, esse destaque, falando sobre o aumento, o recorde da exportação de carne bovina.

01:22Então, a gente percebe que, apesar do tarifácio, os Estados Unidos voltaram a demandar carne.

01:28Queria entender aí o que isso significa na prática.

01:32Mas a Ásia, as vindas para a Ásia, foi quem chamou a atenção, porque elas praticamente quintuplicaram.

01:38Saíram de mil e poucas toneladas para quase 5 mil e poucas toneladas.

01:41Pois é, acho que a questão das vendas para a Ásia tem duas dinâmicas importantes, Paula.

01:46Uma primeira é um esforço coordenado e intencional do governo brasileiro em ampliar o acesso a esses mercados.

01:53Isso foi acontecendo já ao longo de algumas das viagens que o presidente Lula fez.

01:58Ainda não chegou, inclusive, falando em Ásia, a abertura definitiva do mercado japonês,

02:02que é um que o setor está esperando com bastante ansiedade.

02:05Mas, de alguma maneira, os demais já mostram um pouco a sinalização de como é possível ampliar esse consumo.

02:13Então, esse é um dos pontos do aumento, no caso, da Ásia.

02:16Mas, por outro lado, também mostra essa intenção específica de diversificação.

02:21E a capacidade, na verdade, da economia brasileira de poder reagir e indicar essa diversificação.

02:26E aqui, além do esforço de governo, vale dizer a própria capacidade dos produtores brasileiros

02:31e das empresas de agirem sobre esses mercados.

02:34Ou seja, para que possa haver essa entrada, tem um grau de adaptação importante em relação ao produto em si,

02:41que exige uma empresa preparada para fazer esse movimento.

02:44E aí, a gente tem alguns players nesse setor que são grandes players que conseguem fazer esse movimento.

02:49Ao que a gente falou desde o início da questão sobre o tarifácio.

02:51Quer dizer, na medida em que eu tenho riscos e choques que acontecem de maneira cada vez mais intensa,

02:58e Donald Trump, de alguma maneira, instalou aí essa volatilidade no mercado e na questão comercial internacional,

03:06eu preciso ter espaço, capacidade e possibilidade mesmo de reagir.

03:11E reagir, inclusive, assumindo algumas perdas, mas, ao mesmo tempo,

03:14podendo investir em cenário de perda para ampliar em outros espaços, com outras alternativas.

03:20E é isso que, neste momento, para esse setor, está sendo observado em termos do mercado.

03:24Ou seja, empresas que conseguiram fazer esse movimento, que incorporaram, sim, um grau de perda por um lado,

03:31mas conseguiram investir e expandir pelo outro.

03:34E o cenário, neste exato momento, é essa expansão que você estava comentando, Paula.

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