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Qual a diferença entre o colesterol mau e o bom? A partir de que idade uma pessoa deve dosá-lo e o que são as estatinas? Como agem no corpo e quais alternativas para que não tolera os efeitos colaterais? Para responder estas perguntas, o doutor Claudio Lottenberg recebe o cardiologista Leandro Echenique.
Apresentador: Cláudio Lottenberg
Entrevistado: Leandro Echenique

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Transcrição
00:00Você falou de colesterol, o que é colesterol ruim e colesterol bom?
00:03O colesterol é outro mal silencioso, né Cláudio?
00:06Nós sabemos que mais ou menos 20 a 35% da população tem o colesterol elevado,
00:12dependendo da população que é estudada, e ela é um mal silencioso.
00:16O colesterol é fundamental para o nosso organismo, fundamental.
00:19Nosso organismo precisa do colesterol, todas as membranas das células são feitas com colesterol,
00:25diversos hormônios são feitos à base de colesterol, como o cortisol, os próprios hormônios sexuais,
00:32estrógeno, testosterona, a vitamina D, então ele é fundamental para o nosso organismo.
00:37O problema do colesterol está no excesso dele, e aí sim, o excesso do colesterol ruim,
00:42que é o LDL, o LDL é uma lipoproteína e ela vai carregar esse colesterol do fígado para os tecidos,
00:49e o excesso vai causar o quê? Vai culminar no depósito desse colesterol na parede das artérias,
00:56culminando com a formação da placa de ateroma, que é a placa de gordura.
01:00Essa placa de gordura é silenciosa, nós não detectamos isso baseado em sintomas,
01:06porque ela vai crescendo progressivamente, lentamente, nos vasos, pode ser nas coronárias,
01:11nos vasos do coração, nas carótidas, na microcirculação cerebral,
01:15e isso pode aumentar o risco de infarto e o risco de AVC.
01:20Como fator de risco para infarto e AVC, o colesterol só perde para hipertensão arterial.
01:25São os dois grandes fatores de risco, mais do que tabagismo, mais do que obesidade,
01:32então é um binômio silencioso e que incrementa muito o risco de doenças consideradas as mais graves,
01:39que são as principais causas de morte no nosso meio.
01:41Então, o colesterol ruim, que é o LDL, ele aumenta muito o risco cardiovascular,
01:46e o colesterol bom, que é o HDL, ele faz o transporte reverso.
01:50Ele tira o colesterol da parede dos vasos e traz de volta ao fígado.
01:56Então, quando nós falamos que o anabolizante aumenta o LDL e reduz o HDL,
02:02é exatamente aquilo que traz maior risco.
02:05É o contrário do que você gostaria.
02:06É o contrário que o exercício físico promove, que é a redução do LDL e a elevação do colesterol bom.
02:12O exercício físico, ele promove uma série de proteções ao sistema cardiovascular,
02:17e uma delas é exatamente pelo fato de ele elevar o colesterol bom e reduzir o LDL,
02:23que é o colesterol ruim, e reduzir também os triglicérides.
02:25Ele é extremamente eficaz para reduzir os triglicérides.
02:28Então, o colesterol ruim, ele é um vilão quando em excesso,
02:33mas ele é fundamental quando na sua quantidade adequada.
02:35E a partir de que idade dosar o colesterol?
02:38A diretriz recomenda que de 9 a 11 anos deve ser dosado pela primeira vez o colesterol,
02:43porque as crianças hoje estão muito, se alimentam muito mal,
02:46sedentárias, com hábitos ruins de ficar na frente do computador, na frente do videogame.
02:52Então, a primeira dosagem na faixa dos 10 anos de idade é muito importante,
02:55e depois na fase adulta, em todo o check-up, é recomendado que se dose o colesterol,
02:59uma vez que ele não promove nenhum sintoma na maior parte das vezes,
03:02só com a detecção, com o exame de sangue que nós vamos detectar.
03:05Cerca de 32% da população brasileira adulta apresenta altos níveis de colesterol LDL.
03:15Doenças cardiovasculares, como consequência direta do colesterol alto,
03:19são responsáveis por aproximadamente 30% de todas as mortes no Brasil.
03:25O colesterol alto atinge 40% dos adultos no país,
03:29enquanto as crianças e adolescentes, 20%.
03:33Ao redor do mundo, a condição é responsável por cerca de 2,6 milhões de mortes.
03:39Nós vamos viver agora o momento da inteligência artificial e os dados vão se juntar.
03:44Mas nós temos a inteligência natural.
03:46As pessoas fazem o exame, sabem a pressão, tirou numa farmácia, alguma coisa do tipo,
03:51e tem o colesterol que às vezes ele mesmo perde.
03:54Qual o risco de uma pessoa, ela sozinha, sem ter uma orientação médica,
03:58se deixar levar por esses números puros?
04:00Isso é muito frequente na nossa prática diária, viu?
04:03Quando o paciente, naquela consulta de corredor,
04:06ah, meu colesterol está tanto, eu devo tomar remédio ou não devo?
04:08Pergunta para o amigo, pergunta para o médico que é amigo também,
04:12e quer saber uma decisão, devo tomar ou não devo tomar?
04:16Hoje, a decisão de se tratar o colesterol elevado,
04:19ele depende de uma série de fatores.
04:21Uma avaliação minuciosa vai dar a melhor resposta para o paciente.
04:25Por quê?
04:26Nós sabemos que quanto mais alto o risco de infartar, mais baixo tem que ser o colesterol.
04:31Isso é até intuitivo, nós pensarmos.
04:33Uma pessoa de 20 anos de idade, que não tem nenhum fator de risco,
04:36nós toleramos que ela tenha um colesterol um pouco mais elevado
04:39do que uma pessoa de 60 anos, que já está obesa, que já está com diabetes,
04:43que tenha tido um histórico de tabagismo.
04:45Essa pessoa tem que ter um colesterol muito mais baixo.
04:47Então, hoje nós calculamos, Claudio, o risco da pessoa ter um infarto
04:51pelos próximos 10 anos e tem até um score pelos próximos 30 anos.
04:55E baseado nesse risco, quanto mais alto for o risco futuro de infarto de AVC,
05:00mais baixo tem que ser a meta do colesterol.
05:03Então, eu vou dar um exemplo.
05:03Hoje, uma pessoa que tem baixo risco cardíaco,
05:06uma pessoa de 20 anos que não tem nenhum fator de risco,
05:08nós toleramos que o LDL fique abaixo de 115.
05:11Então, se ela tem um LDL em torno de 110, está excelente.
05:14Ao contrário, uma paciente que tem um alto risco de infartar,
05:17porque nós já detectamos que tem uma placa de 20% na coronária,
05:21tem um histórico de tabagismo, hipertensão,
05:23essa pessoa tem um alto risco, portanto, a meta de LDL é de 70.
05:29Então, ela com 110, que é adequado para aquele, para ela é super alto.
05:33Então, nós temos que implementar medidas, inclusive, muito intensivas
05:37para ter uma redução expressiva,
05:39porque sabemos que só com controle alimentar, isso não é possível.
05:43Estatinas, como funcionam?
05:46E quando não funciona a estatina? Qual é a alternativa?
05:48A estatina é o medicamento de primeira escolha, ele é muito eficaz,
05:54é o mais estudado, já há mais de 30 anos,
05:57trabalhos, diversas pesquisas mostraram a eficácia, a segurança dele,
06:02redução de infarto, redução de AVC com o tratamento.
06:06Então, é um medicamento fundamental.
06:07Nós entramos quando a meta que a pessoa tem que atingir está longe,
06:11nós sabemos que só com as medidas de alimentação e exercício físico,
06:14nós não vamos conseguir reduzir 50%.
06:16Quando você precisa de uma redução expressiva,
06:18o tratamento medicamentoso se impõe, ele é fundamental.
06:22E a estatina é a primeira opção.
06:24Quando o paciente tem algum efeito adverso da estatina,
06:28nós sabemos que mais ou menos de 8% a 15% pode ter mialgia,
06:32pode ter câimbras.
06:33Não é a maioria, veja bem, tem muito mito por aí que fala,
06:37não, se tomar estatina, você vai ter problema de memória,
06:40lá na frente vai aumentar o risco de demência,
06:43vai prejudicar os seus hormônios e você não vai ter desempenho.
06:47Tudo isso aí é mito, tá?
06:48Porque os estudos mostraram que usando estatina,
06:52mesmo mantendo o colesterol bem, bem baixo,
06:54com as metas mais rigorosas atuais,
06:56não há um aumento do risco de demência,
06:59não há um aumento de declínio cognitivo.
07:01Teve um estudo com mais de 300 mil pessoas
07:03sendo acompanhadas por mais de 8 anos
07:05e que não mostrou aumento de demência nem de declínio cognitivo.
07:08Então, é um medicamento extremamente seguro.
07:11Agora, para os pacientes que têm a dor muscular,
07:13que realmente muitas vezes é incapacitante,
07:17nós temos que suspender a estatina.
07:18E aí, ainda bem, hoje nós temos diversas opções para esse paciente.
07:23Nós temos o ácido bem pedóico,
07:25que tem a mesma ação que a estatina sobre o fígado,
07:27bloqueando a produção de colesterol do fígado.
07:3070% do colesterol que nós temos no nosso corpo
07:32vem de produção hepática, é o fígado que produz.
07:35Então, esses medicamentos são extremamente eficazes,
07:37porque eles vão no fígado e bloqueiam essa produção.
07:39Então, por isso, o da redução expressiva.
07:41E tem um medicamento que se chama exetimiba,
07:42que vai no intestino e aí reduz a absorção do colesterol
07:45que nós comemos.
07:47Então, muitas vezes nós associamos os dois.
07:49Um potencializa o efeito do outro
07:51e temos redução muito expressiva,
07:52na ordem de 60% do valor total do colesterol.
07:55Então, são medicamentos hoje muito seguros
07:58e o que nós temos de mais novo agora
08:01são medicamentos que agem no PSK9, PSCK9.
08:06São medicamentos subcutâneos,
08:07são canetas onde você aplica aqui no abdômen,
08:10semelhante a essas para emagrecimento,
08:13como a tirzepatida, a semaglutida.
08:16São medicamentos extremamente eficazes,
08:18vai reduzir de 50% a 60% o valor total do colesterol
08:22e com uma vantagem posológica muito importante.
08:26O Alirucumab, o Evolucumab,
08:28pode ser uma aplicação a cada 15 dias
08:31e nós temos hoje o Inclisirã,
08:34que é o último que saiu,
08:35que é uma aplicação a cada seis meses.
08:37Tem uma aplicação subcutânea na região do abdômen
08:39a cada seis meses,
08:41muito potente, muito eficaz para redução
08:44do LDL e colesterol,
08:46que é o colesterol ruim,
08:47e sem o efeito potencial da mialgia,
08:50da dor muscular, das câimbras.
08:52Então, é uma opção excelente hoje,
08:54que nós já temos à disposição aqui.
08:57Infelizmente, o custo é alto,
08:59não está disponível ainda no nosso sistema
09:01único de saúde,
09:02nós temos essa limitação,
09:03mas, sem dúvida nenhuma,
09:05a tecnologia,
09:06vão surgir novos medicamentos,
09:08o custo vai, com certeza, cair.
09:09Nós vamos ter uma disponibilidade maior
09:12aí dentro em breve.
09:12E aí
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