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Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o mestre em relações internacionais, Valdir Bezerra, analisa a escalada de tensão global após Estados Unidos e Rússia voltarem a colocar em pauta armas nucleares. Ele aponta que os testes nucleares russos forçam uma resposta imediata do governo Donald Trump (Republicano-EUA), reavivando a corrida por armas atômicas.

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Transcrição
00:00Bom, eu quero conversar agora com Valdir Bezerra, que é mestre em relações internacionais,
00:05para falar dessa situação em relação à Venezuela, professor, mas para conversar um
00:08pouquinho também sobre os planos que Donald Trump disse ter para o desenvolvimento de
00:14armas nucleares, o que preocupou bastante a comunidade internacional.
00:17Começando pela Venezuela, como é que o senhor avalia os últimos avanços dos Estados Unidos
00:24contra o regime de Nicolás Maduro e essa possibilidade de colocar a estrutura de uma maneira mais
00:30intensa e atacar também algumas das bases militares da Venezuela.
00:36Boa noite, bem-vindo.
00:38Boa noite, Evandro.
00:40Boa noite a todos os telespectadores da Jovem Pan que nos acompanham nesse momento.
00:45O Trump tem feito nas últimas semanas um aumento de pressão evidente sobre o regime do Nicolás
00:53Maduro, claramente a administração americana não enxerga a presidência de Maduro como
01:00uma presidência desejável, então tem-se feito movimentos, inclusive movimentos militares
01:06em torno da Venezuela que preocupam não somente esse país, como demais países da América
01:12Central e até de uma certa forma a América do Sul, muito embora para diminuir um pouco
01:18as tensões o Trump tenha negado que vai implementar um ataque direto e mais efetivo ao território
01:26da Venezuela, mas já é sabido que de tempos os Estados Unidos não têm uma boa relação
01:32com o regime venezuelano e têm tentado de uma forma ou de outra pressionar o Maduro e o exército
01:39a poder ceder espaço para a oposição que é bastante sufocada no país.
01:45Agora, professor, falando um pouquinho sobre esse desenvolvimento de armas nucleares, algo
01:51que preocupa também, claro, a comunidade aqui na América do Sul, mas toda a comunidade
01:56internacional, porque isso poderia servir também como uma base para que outros países
02:01tocassem os seus projetos nucleares sem a preocupação que se tem hoje.
02:07O senhor entende que é o momento ou haveria a possibilidade de um desenvolvimento de arma
02:13nuclear nos Estados Unidos de maneira segura, seja para o próprio país, seja diante da
02:18repercussão que isso provocaria?
02:21Bem, recentemente o Trump deu a entender, na verdade, que ele tem a intenção de retomar
02:30testes nucleares.
02:31Esses testes nucleares, eles não exatamente significam testes de explosão, eles podem representar
02:41testes de voo de míssel, autonomia de voo de mísseis com capacidade nuclear, em resposta
02:50a testes que a Rússia fez recentemente com um de seus mísseis, chamado Burevestnik, que
02:58possui um reator nuclear e que os russos alegam ter uma autonomia de voo ilimitada.
03:05A bem da verdade é que o cenário nuclear global e de controle de armas estratégicos
03:13está passando por uma fase bem complicada.
03:17Desde os anos 2000, nós estamos presenciando o desmantelamento de acordos de controle de armas
03:26que foram estabelecidos entre, primeiro, a União Soviética e Estados Unidos, depois
03:31a Rússia e os Estados Unidos.
03:33Então, o momento global, não só na América Latina, não só na Europa, ele é bastante
03:40tenso, sim, porque as disputas entre Estados Unidos e Rússia voltaram a se acirrar.
03:46Exatamente.
03:48Aproveitando que a gente está falando sobre Rússia, professor, e que o senhor tem experiência
03:52também nesse país, eu quero entender o quanto isso, além do acirramento já existente,
03:58o quanto isso poderia também modificar as estratégias já adotadas hoje pela Rússia
04:03e pela China, visando, digamos, essa, entre aspas, proteção contra os Estados Unidos.
04:10Em relação à China, tem um dado muito curioso, porque a China praticamente dobrou o seu arsenal
04:20nuclear de 2020 para cá.
04:24Então, ela tinha, em 2020, cerca de 300 ogivas, entre ogivas implantadas e ogivas em estoque,
04:35e agora a China tem cerca de 600.
04:36Então, esse é um desenvolvimento importante do ponto de vista da segurança internacional.
04:41A Rússia, desde 2018, anunciou que desenvolveu mísseis balísticos intercontinentais com
04:52capacidade de carregamento nuclear, que seriam capazes de driblar todos os sistemas de defesa
04:59do Ocidente hoje existentes.
05:02Então, essa situação de crescimento de tensão vem evoluindo ao longo dos anos 2000.
05:10A Rússia tem feito investimentos massivos em tecnologia nuclear.
05:14Essa é uma preocupação, inclusive, que está demonstrada em documentos de Estado dos Estados Unidos,
05:20como é o caso da Estratégia de Segurança Nacional.
05:24E o Trump tem bastante conhecimento desses desenvolvimentos.
05:28E é por isso que ele deu a entender que os americanos estão dispostos a realizar testes nucleares novamente,
05:36que, segundo alguns especialistas, podem abrir espaço para explosões de novos equipamentos
05:42dentro do território americano.
05:44Professor, os Estados Unidos também, digamos, fizeram muita pressão sobre o desenvolvimento
05:53de armas nucleares no Oriente Médio.
05:56O quanto isso mexeria...
05:58E essa região já não se mostra muito preocupada com a maneira como a comunidade internacional
06:04acata, aceita ou não o jeito que ela tem de lidar com os avanços em energia nuclear,
06:12no desenvolvimento de armas nucleares.
06:14E, principalmente, no descumprimento de tratados também que foram firmados lá atrás.
06:19O quanto essa vontade dos Estados Unidos também influenciaria nessa região especificamente?
06:27Esse clima de tensão global, ele já vem gerando algumas repercussões no Oriente Médio.
06:33A gente tem o caso do Irã, que atingiu um enriquecimento de urânio na casa dos 60%.
06:42Esse já é um estágio bastante avançado e perigoso.
06:46Com um pouco mais de esforço técnico, o Irã já conseguiria enriquecer o urânio
06:53a ponto de poder utilizá-lo de forma nuclear.
06:56Claro, ainda faltam outras tecnologias, tecnologias de lançamento, mas, ainda assim, temos um desenvolvimento
07:05no Oriente Médio, por parte do Irã, de desenvolver armas nucleares.
07:10O Mohamed Bin Salman, que é o líder da Arábia Saudita, já deu entrevista dizendo que, se o Irã desenvolver armas nucleares,
07:21a Arábia Saudita vai desenvolver armas nucleares.
07:25E tivemos, recentemente, um acordo de defesa firmado entre a Arábia Saudita e o Paquistão,
07:31um acordo de defesa mútua, no qual o Paquistão, ele já é uma potência nuclear.
07:37Então, todos esses desenvolvimentos que envolvem o Oriente Médio e também o Sul da Ásia,
07:44por conta do Paquistão, são reflexo desse clima de tensão global que vem aumentando
07:49em torno da disputa, principalmente entre Rússia e os Estados Unidos.
07:55E só para a gente arrematar, professor, essa tensão, que, digamos assim, entre aspas, bélica,
08:02ela se mistura também com uma tensão de sanções tarifárias que foram intensificadas
08:07pelos Estados Unidos neste ano.
08:09E agora, na última semana, Donald Trump falou sobre a conversa que teve com o líder chinês
08:15e sobre o quanto isso facilitaria o diálogo entre eles para a redução dessas tarifas,
08:21tanto por parte da China quanto dos Estados Unidos.
08:24O que isso traz de molho para essa história?
08:27Ou o quanto isso ajuda, de fato, a reduzir a tensão que existe hoje entre os norte-americanos
08:35e essa região dominada pela China e, consequentemente, também pela Rússia?
08:42O Trump tem feito uso de sanções econômicas, de políticas tarifárias,
08:49como uma espécie de arma política contra determinados adversários, digamos assim, das políticas americanas.
08:58A gente tem uma questão importante que é o fato de que o Trump enxerga, por exemplo,
09:04os BRICS com uma certa desconfiança, porque os BRICS vêm fazendo uma defesa da desdolarização da economia global.
09:14A gente tem pressões tarifárias do Trump contra, inclusive, aliados americanos, como é o caso da Índia,
09:22pelo fato da Índia comprar grandes quantidades de petróleo da Rússia.
09:26O petróleo é um dos principais fornecedores de recursos para o Estado russo nesse momento.
09:31Então, apesar dessas conversas recentes do Trump com a China e de uma tentativa de colocar panos quentes nessa situação,
09:41a administração americana continua dando sinais de que vai usar essas pressões tarifárias,
09:47vai usar as sanções econômicas como um método de alcançar determinados resultados políticos
09:54ou de mudar o comportamento de alguns Estados importantes.
09:58Professor, muito obrigado por conversar conosco nessa noite de sábado.
10:02As portas estão sempre abertas por aqui.
10:03Até a próxima.
10:05Eu que agradeço o convite.
10:06Até a próxima.
10:07Até mais.
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