- anteontem
O programa Jornal Jovem Pan deste sábado (02) contou com a participação do professor de relações internacionais João Estevam para analisar a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, em enviar dois submarinos nucleares a territórios próximos à Rússia, em resposta às ameaças do país europeu.
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NotíciasTranscrição
00:00Pois é, então vamos reforçar essa informação. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ele ordenou o deslocamento de dois submarinos nucleares para regiões muito próximas à Rússia, justamente em relação, em resposta a essas ameaças que foram feitas pelo ex-presidente russo Dmitry Medvedev.
00:21Então, para a gente entender essas declarações, essas sinalizações e a possibilidade de um aumento de tensão entre os países, vamos conversar com o João Estevam. Ele é professor de relações internacionais e atende gentilmente a equipe aqui da Jovem Pan. Professor, seja muito bem-vindo mais uma vez aqui à Jovem Pan.
00:40Muito obrigado, Caniato. Boa noite. Primeiramente a todos que nos assistem.
00:43Pois é, queria pedir sua análise e reflexão, até queria dar dois passos para trás, analisar primeiro essa sinalização de Dmitry Medvedev. Claro que ele faz menção àquele ultimato feito por Donald Trump, estipulando um prazo de dez dias para que a Rússia alcançasse um acordo de cessar fogo contra a Ucrânia.
01:04Enfim, queria que nós pontuássemos esses últimos eventos para entender exatamente essa ordem de Donald Trump. Dá para falar em escalada ou tem muita espuma?
01:14Bom, acho que dá para falar nas duas coisas, na verdade. Por um lado, existe um interesse do governo norte-americano, já desde o início, do governo Trump, em sinalizar uma busca, ou finalizar, ou pelo menos diminuir o reconhecimento da guerra,
01:35e de se colocar também nos Estados Unidos como sendo um ator significativo na desescalada da guerra, coisa que o governo Joe Biden não conseguiu realizar.
01:45Então, seria um ponto que o governo Trump quer explorar. Mas não há um interesse no momento por parte do governo russo.
01:53Então, eu diria que, por um lado, é uma escalada no sentido de uma troca de farcas, uma escalada de curto prazo entre as duas potências,
02:04mas eu não diria que é uma escalada a ponto de sinalizar um possível conflito direto entre os dois países,
02:11até porque eles têm várias instâncias também, para qual isso iria ter que acontecer.
02:17Me parece mais uma demonstração de força dos dois países.
02:26Por um lado, essa retórica do político russo, do Medvedev, que tem, inclusive, um cargo importante no Conselho de Segurança russo,
02:41e que também tem um importante papel político. É importante lembrar que ele foi ex-presidente da Rússia.
02:49Ele tem uma importância também na própria sistema de decisão que o Putin estabelece.
02:54Mas, por outro lado, também existe um interesse por parte do governo Trump de demonstrar força,
02:59ao mesmo tempo também que estimula negociações diretas com o governo russo,
03:04justamente para manter essa posição como uma parte relevante desse conflito.
03:09Professor, se tem um tema que desagrada ou que incomoda o presidente norte-americano Donald Trump
03:17é justamente a guerra entre Rússia e Ucrânia, porque ele já anunciava durante a sua campanha
03:24que conseguiria terminar com essa guerra em poucos dias, poucas semanas.
03:28Isso não aconteceu, né? Ele faz movimentos reiterados, só que não conseguiu atingir esse objetivo.
03:34E aí ele acaba dando uma cartada relativamente ousada quando estipula esse prazo de 10 dias.
03:43E aí ele pergunta, ok, fim dado esse prazo de 10 dias, o que pode acontecer, né?
03:49Qual vai ser a decisão de Donald Trump caso Rússia e Ucrânia não cheguem a um cessar fogo nesse prazo,
03:56dentro desse prazo?
03:59Olha, em primeiro lugar, é importante dizer que existe um ingrediente de instabilidade,
04:06de incerteza muito grande na ação de política externa e doméstica também do atual governo norte-americano.
04:13Então, é muito difícil saber dizer exatamente o que ia acontecer.
04:17Se a gente pudesse ver o contexto dos últimos anos e também dos últimos meses, né?
04:23Eu diria que o que mais provável é que aconteça é uma tentativa de forçar ainda mais o governo russo
04:31na negociação via sanções, né?
04:33O que efetivamente não tem dado resultado, né?
04:37Desde o governo Biden, desde antes, inclusive, do próprio governo Biden.
04:41São ações que não têm mostrado muito resultado.
04:43Mas é uma forma de o atual governo norte-americano demonstrar algum peso,
04:48uma capacidade de força e de pressão sobre o governo russo.
04:52Ao mesmo tempo, me parece que não é o momento em que o Trump vai deixar a mesa de negociações.
04:59E é bom dizer que isso não é bastante claro, né?
05:02Não existe, aparentemente, não existe um interesse tão forte da Rússia
05:06de estabelecer negociações de paz e de uma descalada do conflito efetivo, né?
05:13Pelo contrário, já foi afirmado pelo presidente Vladimir Putin que a Rússia estaria numa posição
05:20efetivamente mais vantajosa na guerra, que teriam conseguido vantagem em estados estratégicos.
05:28O próprio Zelensky já afirmou, pelo menos nas redes sociais, que havia o interesse de estabelecer
05:34negociações diplomáticas diretas com o Putin e isso teria sido recusado pelo próprio Vladimir Putin.
05:41Então, por um lado, existe uma pouca chance, né?
05:47Dado o contexto, existe uma chance menor de acontecer um acordo de paz
05:52ou uma descalada do conflito efetivo nesses próximos dias.
05:55mas o que é possível de a gente esperar é a tentativa de forçar ainda mais o presidente da Rússia
06:03e o governo russo como um todo a baixar, a desescalar o conflito e a conseguir algum tipo de avanço
06:14em negociações de paz.
06:15Enfim, o que me parece é que nós estamos chegando numa espécie de impasse, né?
06:19Não tem sinalização de ações positivas por parte do governo russo
06:25e também existe uma incapacidade do governo norte-americano de demonstrar força efetiva.
06:31A ordem de Donald Trump, que determinou o deslocamento de dois submarinos nucleares
06:37para uma região muito próxima à Rússia
06:39e também a possibilidade de escalada de um conflito, pelo menos na relação entre esses países.
06:46Estamos conversando com o professor João Estevam
06:50Ele é professor de relações internacionais
06:52sempre quando pode atende ao convite aqui da Jovem Pan
06:55Professor, peço licença
06:56O Cristiano Vilela, nosso comentarista, fará a próxima pergunta
07:00Com você, Vilela
07:01Professor, boa noite
07:03Professor, gostaria que o senhor falasse um pouco sobre o perfil de Medvedev
07:08Se nos últimos tempos ele tem adotado algum perfil mais falastrão
07:14qual foi o perfil que ele teve no período em que foi presidente da Rússia
07:19Enfim, é algo que...
07:21É um receio que se justifica por parte dos Estados Unidos ou da sociedade geral
07:26ou talvez seja algo que claramente seja identificado como uma bravata ou algo do tipo?
07:34Olha, é...
07:36A gente mandou uma boa noite
07:37E eu acredito que existe uma transição na forma como o Medvedev tem assumido uma posição na política russa
07:49Por um lado, havia uma tendência mais reformista, mais até conciliatória, talvez
07:56Em alguns anos, algumas décadas, aliás
07:59Mas desde que houve essa escalada
08:02Já a partir dos anos 2010
08:05Mas principalmente a partir do início dessa década
08:08Quando houve uma escalada efetiva
08:10No conflito russo-ucraniano
08:12E nessa indisposição, nessa tensão da Rússia com as potências ocidentais
08:18Cada vez mais tem sido uma força não moderada
08:23Muito ao contrário, uma força mais belicosa de influência no governo russo
08:30Então, isso nós conseguimos ver principalmente nas afirmações que ele tem feito
08:35Não somente com relação ao governo Trump
08:38Mas também com outros governos, como foi no caso do governo Biden
08:42Então, me parece que a influência que ele tem
08:45Em relação não só ao Putin, mas a todo o governo russo
08:50Tem sido uma influência no sentido de demonstrar a força
08:54De a Rússia continuar demonstrando força nesse conflito
08:56Mas ao mesmo tempo, eu não acredito que seja uma
09:01Diante do contexto, novamente, que a gente está vendo
09:05E é importante frisar isso
09:07É um contexto bastante, além de tenso
09:10É um contexto bastante incerto
09:11Estamos lidando com duas grandes potências
09:14Que têm os maiores arsenais, de longe, de armas nucleares do mundo
09:20Mas mesmo nesse contexto, se houver algum tipo de previsibilidade
09:25Na ação dessas duas potências, desses dois governos
09:28Eu diria que as ações têm sido muito mais
09:31De tentar forçar o governo Trump para recuar
09:35Fazer uma posição de força
09:39De estabelecer que, olha, o governo russo vai negociar quando quiser negociar
09:45E não existe nada, não existe uma pressão externa que vai forçar a gente
09:49A tomar uma mudança de rumo
09:51Então, me parece que as declarações do Medvedev tem sido muito mais nesse sentido
09:57Nos últimos dias
09:59Mas ao mesmo tempo, é isso
10:02É uma influência que tem constantemente pressionado o governo Putin a manter essa posição de força
10:07Dentro do conflito ucraniano
10:10E também na relação com os Estados Unidos e com a Europa Ocidental
10:13Por isso que, na minha perspectiva, uma desescalada do conflito rápida
10:19E ainda mais no contexto em que se encontra a guerra entre os dois países
10:25É muito pouco esperado
10:28Claro que nós sempre torcemos para o melhor
10:30Sempre torcemos pela paz
10:32Para que essa guerra acabe em período mais curto possível
10:37Que as vidas possam ser poupadas
10:39Mas, diante do contexto político que a gente está vendo, parece indicar o contrário
10:43Professor de Relações Internacionais, João Estevam
10:46Conversando ao vivo com a gente aqui na Jovem Pan
10:48Professor, só para a gente fechar esse capítulo
10:51O Vilela perguntou sua análise e reflexão a respeito do perfil do Medvedev
10:56Queria que você fizesse uma reflexão
10:59Discorresse sobre Donald Trump
11:02Nessa administração, quando a gente fala dos conflitos
11:05Se ele está calculando melhor as falas e os posicionamentos dele
11:11Porque, não somente em relação ao conflito Rússia e Ucrânia
11:14Mas a gente pode tratar, ampliar essa reflexão
11:18Para o posicionamento dele em relação a outros conflitos
11:21Porque eu me lembro que, outrora, as pessoas indicavam
11:25Que o apoio dele para Israel seria incondicional
11:29Mas, recentemente, ele deu algumas declarações
11:32Quase que dando um pito, uma bronca
11:35Ou sinalizando que Israel estaria exagerando
11:38Na estratégia em Gaza
11:40Enfim, esse é só um exemplo que nós poderíamos ampliar
11:43Para outras declarações de Donald Trump
11:44Esse Trump é diferente daquela primeira gestão
11:50O que mudou? Qual é o cálculo que o presidente norte-americano
11:53Tem feito, professor?
11:57Me parece que a posição do Trump
11:59Tanto num caso, quanto no outro
12:00Tanto no conflito russo-ucrânio
12:02Quanto no caso de Israel
12:04E em Gaza
12:05E mais do que em Gaza
12:07Eu diria que com Israel e o Irã
12:09Naquela guerra de 12 dias
12:12Que nós tivemos
12:13Que o mundo presenciou
12:15Me parece que a posição do governo Trump
12:18É no sentido de, por um lado
12:20Demonstrar uma presença
12:22Mais do que uma presença
12:25Uma predominância
12:26Dos Estados Unidos
12:28Em regiões que são
12:29Geostrategicamente falando
12:32Relevantes para o país
12:33Que nesse caso, tanto
12:35O leste europeu
12:37Na Europa como um todo
12:38Quanto o Oriente Médio
12:40Mas, ao mesmo tempo
12:41Existe uma forte pressão interna
12:43No próprio governo Trump
12:45E da base de apoio do governo Trump
12:47Sobretudo aqueles políticos
12:49Que se identificam com o America First
12:51Lembrando, America First
12:52Não é somente um slogan político
12:54America First
12:55É, bem dizer
12:56Uma coalizão política
12:57De políticos conservadores
13:00De pessoas também
13:01Vinculadas a esse conservadorismo
13:02Norte-americano
13:03Mas um conservadorismo
13:04Que é diferente
13:05Daquele neoconservadorismo
13:07Dos anos 2000
13:07Do governo Bush
13:08Que tinha uma forte
13:10Feio intervencionista
13:11Então, geralmente
13:12Os políticos
13:13Autoridades
13:14Ligadas ao America First
13:15Tem uma tendência mais
13:17Eu diria que não
13:18Isolacionista
13:19Mas, menos tendente
13:22A se intrometer
13:23Em conflitos
13:25Que possam levar
13:26A uma permanência
13:27Dos Estados Unidos
13:28No longo prazo
13:29Como, por exemplo
13:29Foi no Afeganistão
13:31Como foi no Iraque
13:33Então, existe uma pressão
13:35Interna do próprio governo Trump
13:37De moderar a presença
13:40Norte-americana
13:40Em conflitos internacionais
13:42Isso explica porque
13:43Por exemplo
13:44O governo Trump
13:45Quis colocar logo
13:46Uma água fria
13:47Naquela escalada
13:48De conflito
13:48Entre Israel e Irã
13:50Eventualmente também
13:52Alguns posicionamentos
13:53De Israel também
13:54Com relação a Gaza
13:55Mas também
13:56A gente consegue ver
13:57Uma coisa muito parecida
13:58No caso
13:58Do governo russo
14:00Em relação a Rússia
14:02Isso ficou claro
14:03Na relação que ele
14:05Desenvolveu com Zelensky
14:06Existe também
14:07Um outro ponto
14:08Que é importante
14:09Que é o entendimento
14:10Do Trump
14:11E do governo Trump
14:12Como um todo
14:13De ver a guerra
14:15Da Ucrânia
14:16Como um dispêndio
14:18Até certo ponto
14:19Até desnecessário
14:20De recursos
14:21Que poderiam ser
14:22Aproveitados internamente
14:23Inclusive no fortalecimento
14:25De instituições
14:26De policiamento migratório
14:28A gente tem visto
14:29Toda a movimentação
14:30Do governo
14:30Nesse sentido
14:32Quanto também
14:34É uma crítica
14:35Que o próprio governo
14:36Tem realizado
14:37Que o próprio Trump
14:38Enquanto candidato
14:38Tinha realizado
14:39De os Estados Unidos
14:40Não conseguir
14:41Nem avançar
14:43Nem causar
14:44Nenhuma modificação
14:45Significativa
14:46Nesse conflito
14:47Então
14:48É uma
14:49São duas posições
14:50Contraditórias
14:52E que parece
14:53Ser confusa
14:54Parece dedicar
14:55Uma certa confusão
14:56Mas são de fato
14:58Exposições
14:58Contraditórias
14:59Porque as demandas
15:01Que se apresentam
15:02Em relação ao governo Trump
15:03São contraditórias
15:04De um lado
15:05Uma base
15:06Que não quer
15:06Uma
15:07Uma prevenção
15:09Norte-americana
15:10Fora
15:10Tão aguerrida
15:11Como foi
15:12Nas últimas décadas
15:13E por outro lado
15:14Também a necessidade
15:14De demonstrar força
15:15Em relação
15:16A seus aliados
15:17Também
15:17Como no caso
15:18Da OTAN
15:19Então
15:19Esse é o perfil
15:21Que eu vejo
15:21Do cálculo
15:22Do governo Trump
15:23Atualmente
15:23João Estevan
15:25Professor de Relações
15:26Internacionais
15:26Conversando ao vivo
15:27Aqui com a gente
15:28Professor
15:28Seja sempre bem-vindo
15:30Viu?
15:30Bom sábado
15:31Bom finalzinho de sábado
15:32Bom domingo
15:33E até a próxima
15:34Muito obrigado
15:36Até a próxima
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