Os desdobramentos da megaoperação do Rio de Janeiro acenderam um alerta importante com a possibilidade de classificar facções criminosas como organizações terroristas. Segundo a Polícia Federal, essa classificação poderia abrir margens para interferência internacional na segurança pública do Brasil. Acompanhe a análise de José Maria Trindade e Cristiano Beraldo.
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00:00Aliás, os desdobramentos dessa mega operação no Rio de Janeiro
00:04acenderam também um alerta importante
00:06que é a possibilidade de classificar facções criminosas como organizações terroristas.
00:13Segundo a Polícia Federal, essa mudança poderia abrir margem
00:16para interferências internacionais na segurança pública aqui do Brasil.
00:21A repórter Vitória Abel tem os detalhes.
00:23Os investigadores da Polícia Federal avaliam que existem riscos de intervenção
00:29de forças internacionais no país caso as organizações criminosas
00:35sejam consideradas como terroristas.
00:38Um projeto de autoria do deputado Danilo Forte, do União Brasil,
00:42com a mudança na classificação das facções,
00:45teve urgência aprovada em maio deste ano na Câmara dos Deputados,
00:50mas não avançou no plenário.
00:52Para os investigadores da PF, classificar organizações criminosas como terroristas
00:57poderiam abrir brecha para que outras nações, como os Estados Unidos,
01:02que têm programas anti-terrorismo, possam começar a interferir em ações no território nacional.
01:08O presidente americano, Donald Trump, tem utilizado a atuação do narcotráfico na Venezuela,
01:14por exemplo, como justificativa para ordenar investigações da CIA no país,
01:20além de avançar com forças militares nas proximidades do território venezuelano.
01:25O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite,
01:29disse que iria deixar o cargo para relatar a matéria na Câmara,
01:34mas ainda não há previsão do presidente Hugo Mota pautar a matéria na casa.
01:39As facções seriam consideradas terroristas quando realizassem, por exemplo, controle territorial.
01:45Para este crime, a pena começaria em 12 anos de prisão.
01:49O líder do PL, Sostrenes Cavalcante, defendeu a matéria.
01:53Passou da hora de que nós deixemos o assunto de segurança pública por questões ideológicas ou partidárias
02:01e passe a ser um assunto de Estado, para enfrentar o crime organizado somente um Estado ainda mais organizado.
02:09O projeto antifacção do governo federal também prevê o aumento de penas para quem participar ou liderar organizações criminosas.
02:17A matéria ainda traz a obrigação de operadoras de telefonia e bancos de compartilharem dados de suspeitos.
02:26Apesar de ser uma prioridade para o governo Lula, a matéria segue parada na Casa Civil, sem previsão de chegar ao Congresso Nacional.
02:35O líder do PT, Lindbergh Farias, defendeu que se cria uma força-tarefa de investigações no país.
02:41E disse que o governador, Cláudio Castro, tem medo de outra proposta do governo Lula, a PEC da Segurança.
02:49E a nossa ação, a ação do governo federal, vai ser no sentido oposto deles.
02:55É montar uma força-tarefa de inteligência, de investigação.
03:00E eu quero dizer que eu sei o motivo do governador Cláudio Castro ser contra a PEC da Segurança.
03:08É porque a PEC da Segurança dava autonomia para a Polícia Federal.
03:14A PEC da Segurança prevê a centralização de operações contra organizações criminosas na Polícia Federal.
03:22Além de tornar constitucional o Sistema Único de Segurança Pública,
03:26que poderá trazer cadastros de criminosos e boletins de ocorrência em um único local.
03:32Na semana passada, a Câmara aprovou projetos que endurecem penas para homicídios de policiais
03:38e criam o crime de domínio das cidades, prática conhecida como o Novo Cangaço.
03:45De Brasília, Vitória Abel.
03:48Nós já temos aqui a participação dos nossos comentaristas de hoje,
03:52José Maria Trindade e o Cristiano Beraldo.
03:53José Maria está com a gente já, o Cristiano se junta daqui a pouquinho.
03:57E vou começar, José, perguntando para você o seguinte a respeito dessa ação toda,
04:02essa mega operação.
04:03Há pouco, Danúbia trazia a informação de que muitas entidades pregando que foi uma operação desastrosa,
04:11que não deveria ter ocorrido do jeito que foi,
04:14ou seja, repudiando a ação promovida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.
04:19E, por outro lado, tem essa discussão se equipara-se ou não facções atualmente no Brasil
04:24a grupos terroristas e que isso poderia prejudicar o Brasil
04:29e até ter a possibilidade de ação de governos internacionais.
04:33É um momento de crise, é um momento extremamente delicado
04:38e, nesses momentos, né, Zé, surgem muitas ideias, muitas discussões,
04:44mas a gente não sabe até quando vai isso e se essa população, que hoje é refém do tráfico,
04:51que hoje é refém de milícia, vai continuar ou não sendo refém,
04:55se o Estado estará presente ou não nesse cenário.
04:58Porque daqui a pouco tem eleição e a impressão que dá é que se esquece tudo
05:02até que a gente venha com uma outra crise.
05:04Bom dia, Zé.
05:06O Congresso funciona mesmo aos solavancos, né,
05:09esse assunto de segurança pública se tornou prioridade,
05:11não porque os deputados são bonzinhos, mas porque estão, nonato,
05:15de olho exatamente no ano que vem, ano eleitoral.
05:18Muito bom dia, bom dia, Soraya, bom dia, Beraldo, e bom dia a você
05:21que nos acompanha aqui no Jornal da Manhã.
05:23Olha, esse assunto, segurança pública, se transformou no ponto central dos debates em todo o país.
05:31Começou há dois anos, né, durante o debate ali das eleições municipais.
05:37O deputado Danilo Forte me disse, o autor desse projeto que a Bel citou aí,
05:42que no Ceará o crime organizado dominou, ao ponto de entrar na política.
05:48Me revelou que 47 prefeitos do Ceará estão envolvidos com o crime organizado.
05:54Não é mais uma questão da cidade grande, mas cidades pequenas.
05:58O crime organizado ficou interiorizado.
06:02Esta é a nova realidade, então tem que ser encarado assim, como um problemão nacional.
06:09O Rio de Janeiro é apenas a vitrine, o lado grave que sangra e que todo mundo vê.
06:16Mas as pequenas cidades estão dominadas.
06:18Arraiais pequenos ali de 10 mil habitantes virou uma espécie de franquia, né,
06:26de várias facções que em determinado ponto se unem, outras são adversários, uma chega e conquista.
06:33Então é hora de tomar providência.
06:36Lá atrás, quando existia o Ministério da Segurança Pública,
06:40entendo que o governo, em vez de criar um ministério novo, deveria mudar o nome.
06:45Seria Ministério da Segurança Pública e da Justiça.
06:50Porque se tirar a Segurança Pública hoje do Ministério, fica a defesa do consumidor, índios e pouca coisa.
06:56E colocar alguém do ramo.
06:59O Ministério de Segurança Pública e Justiça, não Justiça e Segurança Pública, tem que ter alguém do ramo, né?
07:06Não mais um ministro que fala com o Supremo como antigamente.
07:10Hoje o presidente fala diretamente com os ministros do Supremo e pronto, não precisa de intermediação.
07:16É um momento grave e o Rio de Janeiro é apenas a vitrine.
07:20Eu estou insistindo de que o crime organizado tomou conta do país.
07:25Em todas as cidades, no Rio é mais visível.
07:29Aí vem uma instituição tal, uma ONG tal, dá palpite por assim dizer.
07:34É olhar esse quadro grave de corpos estendidos na rua, aos montes.
07:40Isso choca, mas ninguém sabe o que é a vida de um policial, o que é a segurança pública de um Estado igual ao Rio de Janeiro, que está tomado por facções.
07:52Cadê a tal força nacional, soberania?
07:58Cadê a soberania?
07:59Vai ter soberania nas favelas do Rio de Janeiro para ver.
08:02E como no Rio de Janeiro, outros capitais também estão sem soberania.
08:08Soberania já, para todos os brasileiros.
08:12Beraldo, bom dia para você também, também ao Zé.
08:14Bom, a avaliação de alguns especialistas é de que a iniciativa, ou seja, a mega-operação, não enfraquece as facções, né?
08:21Não desarticula o tráfico, que é o grande problema ali, né?
08:25Um dos grandes problemas.
08:27Mudaria algo na prática encarar essas facções como grupos terroristas?
08:32Bom dia, Soraya, Nonato, Zé Maria, bom dia audiência que prestigia diariamente o Jornal da Manhã.
08:38Soraya, veja, é interessante a gente observar a preocupação que existe dessas instituições, essas ONGs, né?
08:46Que estão aí se manifestando contra o governo do Rio de Janeiro, que fez o óbvio.
08:51Que é combater com muita firmeza o crime organizado que tomou conta do Estado do Rio de Janeiro, não apenas da cidade.
08:59Agora, essas mesmas instituições que estão muito preocupadas de colocar essas facções como grupos terroristas
09:09e com isso viabilizar a atuação de forças estrangeiras no Brasil,
09:15essas instituições, essas ONGs recebem dinheiro de fora para ficarem fomentando no Brasil ideias estapafúrdias,
09:23como o fim da polícia. São ONGs financiadas pela Ford Foundation, pelo dinheiro do George Soros com a Open Society e por aí vai.
09:32Portanto, a presença estrangeira no Brasil já existe, só que ela está atuando contra o cidadão de bem.
09:39Isso precisa acabar. Uma pena que a operação tenha sido apenas na terça-feira.
09:45Era importante que a mesma operação que houve na terça tivesse acontecido também ontem,
09:51tivesse acontecido também hoje, acontecesse amanhã e por aí vai. Sabe por quê?
09:56Porque senão esses mais de 100 criminosos que foram eliminados pela polícia
10:02porque ousaram segurar armamentos de grosso calibre contra a polícia brasileira,
10:09outros ali que foram presos, todos esses serviriam de exemplo para que jovens não entrassem para o mundo do crime,
10:19para que ficasse muito óbvio que o caminho do crime é o caminho da morte.
10:24Mas isso não existe no Brasil. O que existe é esse acobertar, é essa proteção excessiva
10:31que não faz absolutamente nenhum sentido a menos que haja um interesse escuso muito forte.
10:37Aí eu entro na resposta da sua pergunta, Soraya.
10:41O problema não é mais o tráfico de drogas.
10:44O que essas facções criminosas querem é o domínio territorial.
10:48E aí a gente chega aonde o Zé Maria abordou.
10:51É a falta de soberania.
10:53Como é que alguém diz defender o Brasil, mas não quer que haja uma ação efetiva e dura
11:00contra grupos criminosos que dominam milhares de áreas pelo Brasil
11:05onde o poder público não entra, onde não há lei, onde não há Supremo Tribunal Federal,
11:11onde não há presença do Estado, onde esses grupos podem cobrar por absolutamente tudo.
11:16Não apenas a droga.
11:17Eles cobram pelo acesso à internet, o acesso à água, o acesso à energia elétrica.
11:22Eles cobram uma mensalidade dos comerciantes e ganham muito mais dinheiro com isso do que com a droga.
11:29Portanto, a estratégia do crime organizado hoje é a estratégia de ocupação territorial.
11:35Quanto mais eles ocupam áreas, e como o Zé trouxe aqui, estão muito fortes, cada vez mais fortes no interior,
11:41menos soberania existe no Brasil.
11:43E nós, os cidadãos de bem, vamos ficar o quê? De braços cruzados assistindo?
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