Uma pesquisa do Datafolha revelou que 28,5 milhões de brasileiros dizem viver em áreas dominadas por facções criminosas ou milícias, o que representa 19% da população brasileira. O número cresceu cinco pontos percentuais em comparação com 2024. A repórter Julia Fermino detalha o assunto.
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00:00Vamos falar de uma pesquisa do Datafolha que revelou um dado preocupante.
00:0428 milhões e meio de brasileiros dizem viver em áreas dominadas por facções criminosas ou milícias.
00:11A Júlia Firmino vai entrar agora ao vivo com a gente, direto da capital paulista,
00:15para trazer os detalhes sobre esses dados da pesquisa.
00:19Não é realmente algo novo para a gente viver no medo da criminalidade, Júlia.
00:25Essa pesquisa só mostra o que o brasileiro sente todos os dias.
00:30Exatamente, Márcia. Boa tarde para você, para o Bruno, para quem nos acompanha aqui em tempo real.
00:36Essa nova pesquisa Datafolha mostrou então um aumento no número de brasileiros que dizem conviver com essas facções criminosas.
00:43A nossa editora Júlia Gandra preparou uma arte para que a gente possa ter um pouco mais de ideia desse cenário.
00:48Vamos dar uma olhada?
00:49Essa arte mostra então que de acordo com a pesquisa, as facções fazem parte do dia a dia de 28 milhões e meio de pessoas aqui no Brasil.
00:57O que representa 19% da população brasileira.
01:02Quando a gente compara esses dados da pesquisa de agora com dados do ano passado, o que a gente tem é um crescimento de 5 pontos percentuais.
01:10Agora foram 19%, no ano passado eram 14% da população convivendo com esse tipo de crime, né?
01:17O grupo criminoso.
01:19A Júlia Gandra também preparou uma outra arte que mostra um recorte por raça.
01:24As pessoas que se autodeclaram pretas disseram que são as mais afetadas na realidade.
01:30Elas disseram que pelo menos 23% dos negros dizem ser afetados então por essa criminalidade, né?
01:38Pelas facções criminosas, quando a gente compara com os brancos, são 10% a mais, né?
01:44Em relação agora à violência, o dado que a gente tem é que 16% dos entrevistados disseram já ter presenciado situações de violência vindas da polícia militar.
01:56E esse número fica ainda maior quando a gente olha para faixas etárias.
02:01Os jovens são os que mais sofrem.
02:0325% da população.
02:05Márcia, Bruno?
02:05Obrigada, Júlia Firmino, pelas informações direto aqui da capital paulista.
02:13Agora vem comigo que a gente vai abrir a tela do nosso comentarista do dia, Luiz Augusto Durso.
02:19Durso, não sei se você acompanhou, mas essa semana, infelizmente, eu sofri uma tentativa de assalto ali no centro de São Paulo, passando pela região central.
02:27É uma pesquisa que só revela realmente o que o brasileiro vive todos os dias.
02:33Essa sensação que a criminalidade está chegando cada vez mais perto da gente e que o poder público só usa essa pauta em época de eleição para ganhar voto, né?
02:44Olha, Márcia, eu vi, inclusive me solidarizo com a situação que você passou, vi seu ouvido quebrado, suas postagens no Instagram.
02:51E é assim que se sente a população, principalmente das grandes capitais, né?
02:55Desamparadas, pessoas vulneráveis à criminalidade.
02:58Eu mesmo tenho dificuldade em sair para caminhar com o celular.
03:02Tenho muita preocupação com relação a isso, porque hoje também nós temos muitas informações nos aparelhos.
03:08E é interessante ver esse número, porque me parecem ser números subnotificados, né?
03:13Eu acredito que as pessoas não estão entendendo a dimensão da inserção das organizações criminosas na sociedade.
03:22E por que, Márcia, eu tenho essa interpretação?
03:24Porque eles estão se inserindo no mercado formal, né?
03:29Eles não vivem mais só na informalidade.
03:32Basta ver as últimas operações.
03:34Organizações criminosas lavando dinheiro em fintechs.
03:36Organizações criminosas nos postos de gasolina, em lojas e até formando profissionais do direito, etc.
03:44Então, esses grupos estão mais próximos das nossas vidas do que a gente consegue ver.
03:51Porque os que responderam essa pesquisa provavelmente estavam interpretando essa criminalidade
03:56ou as facções diretamente ligadas à vida delas, né?
04:00No sentido de sofrer com a violência ou saber que ali a região tem uma organização que cuida.
04:05Mas, na prática, elas estão muito mais próximas, interferindo na política, interferindo na economia,
04:11inclusive na economia formal e distribuindo, muitas vezes, serviços e produtos
04:16como se empresas sérias fossem para lavar dinheiro.
04:19Os números, pela quantidade de dinheiro envolvido, bilhões de reais,
04:24a gente consegue ter a interpretação que as organizações estão muito mais espalhadas na sociedade
04:31e eu tenho certeza que esse número é muito maior, o que resulta no que você viveu, Márcia,
04:36no que a gente vive todo dia nas grandes capitais e nas cidades do interior,
04:40que é uma violência cada vez mais dura, cada vez mais aparelhada financeiramente
04:47e com, inclusive, armamentos pesados e cada vez mais violenta em si.
04:52Na final, nós temos o Tribunal do Crime, nós temos essas organizações indo para o mundo inteiro.
05:00Inclusive, identificaram que, por exemplo, o PCC tem presença em 27 países no mundo.
05:05Então, não estão só aqui para a gente entender o tamanho do problema e dessas facções no Brasil.
05:10As análises de Luiz Augusto Durso sobre a segurança, o que estamos enfrentando, já já outras informações.
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