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Em entrevista à CNBC, durante o Invest in America Forum, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, falou sobre investimentos estratégicos do governo em empresas como a Intel, a valorização do dólar e o papel dos EUA frente à China no setor de minerais raros e inteligência artificial.

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Transcrição
00:01Lembrando que é um evento, né, Rodrigo, que a CNBC está fazendo nos Estados Unidos, que se chama Invest in America Forum.
00:07Ele está dizendo agora que tem havido um trabalho fantástico de negociação para as empresas americanas.
00:15Está dizendo que o Trump coloca tarifas, mas eles também conseguem levar tarifas próximas de zero,
00:25tarifas que outros países têm com os Estados Unidos.
00:28Ele está citando a Indonésia, está citando outros países aí.
00:32Ele falou que não sabe de cabeça os números, mas ele disse que conseguiu baixar talvez 90 mil tarifas aí,
00:44ou barreiras não tarifárias também.
00:48Está dizendo que os Estados Unidos estão vendendo mais, Rodrigo e também as empresas estão vendendo mais.
00:53E é interessante essa entrevista do Scott Bassett, lembrando que é uma entrevista exclusiva para a CNBC
01:00e que a gente do Times Brasil, que é licenciado exclusivo da CNBC, tem o conteúdo na íntegra e ao vivo.
01:07Essa entrevista do Scott Bassett, que é o secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
01:11está sendo muito focada também em inteligência artificial.
01:13Ele já falou, por exemplo, sobre a questão dos empregos e que não temem um desemprego em massa, Marcelo.
01:19Ele está dizendo que em economia o diabo sempre está nos detalhes, mas que eles estão tentando trabalhar bem os detalhes.
01:26Está falando agora que o presidente Trump tem um encontro com o primeiro-ministro Carney.
01:31Está dizendo que os Estados Unidos estão de volta no trabalho.
01:36A equipe mexicana também está sendo bem engajada.
01:39Então, está falando o seguinte, que três países-chave estão na mira dos Estados Unidos.
01:45Canadá, Índia e México.
01:47E pode ser que haja, sim, um acordo com esses países.
01:51Vai haver agora, muito recentemente, muito proximamente, uma visita para a Índia.
01:55Ele vai estar na comitiva.
01:57Ele disse que vai encontrar autoridades indianas antes das conferências que vão acontecer.
02:04Vai também ter uma visita para o Japão, Coreia.
02:14E também falou que nessa viagem para a Coreia, vai também haver encontro entre os líderes dos países.
02:22Para a Índia, é muito importante essa relação para os Estados Unidos,
02:25já que muitas empresas americanas estão olhando para a Índia com o foco de colocarem suas fábricas na Índia,
02:31aproveitarem uma mão de obra um pouco mais barata.
02:34Quando a gente tem um anúncio, como nessa semana, dos minerais raros da China,
02:43a gente tem que ser autossuficiente nos Estados Unidos,
02:46ou a gente tem que ser tão suficientes quanto os nossos aliados.
02:52Você tem que exercitar políticas industriais em minerais raros.
03:04Minerais raros ou não apenas os minerais raros?
03:08Temos que dominar o processamento.
03:11A gente não pode ser dominado por outros países.
03:13Rodrigo, essa é uma questão interessante, né?
03:15Essa é uma questão interessante porque a China detém entre 70% e 80% dos minerais raros.
03:21Então, é um país-chave.
03:23Os Estados Unidos estão em uma posição inferior à China nesse setor.
03:28E é um setor muito importante para os Estados Unidos por conta da produção de chips para a inteligência artificial.
03:33Ele está falando que muitas vezes na história aconteceu de empresas estrangeiras
03:42mandarem muito material mineral para os Estados Unidos e fazer com que empresas de lá falissem.
03:50Ele está dizendo que vai garantir com compras futuras que isso não aconteça com as empresas americanas.
03:55Agora, estão falando sobre setores como o farmacêutico, a indústria da defesa também.
04:05É uma estratégia do governo americano de concentrar a maior parte dos negócios dentro dos Estados Unidos.
04:13E está dizendo também que eles estão usando essa posição dos Estados Unidos de serem um dos maiores clientes dessas empresas
04:22e usar essa vantagem para, de fato, conseguir concessões.
04:31Ele disse que estava com o secretário Lutnik
04:33num encontro em que tinha também o CEO da Intel.
04:40Ele se perguntando por que a gente...
04:42Está falando assim que eles não vão ter nenhum tipo de governança dentro da Intel,
04:49porque a gente sabe que o governo americano recebeu uma quantidade substancial de ações,
04:54mas não vai controlar a companhia.
04:58E daí ele falou que depois disso, desse movimento,
05:01é muito capital privado também chegando na Intel.
05:04O JP Morgan vai chegar no negócio.
05:09Vai ter, provavelmente, algum tipo de intercâmbio.
05:12Eles estão ansiosos para trabalhar com a gente.
05:14Vai ter um intercâmbio de questões estratégicas.
05:20O setor privado está chegando.
05:24Isso é parte do boom de CAPEX também, Rodrigo.
05:29O governo americano que cedeu, fez ali subsídios para a Intel,
05:34cedeu subsídios para a Intel e vai receber 10% das ações.
05:37Ela está falando assim que nos Estados Unidos a gente não costuma escolher vencedores e perdedores.
05:42Isso não é o espírito da América.
05:44Daí ele está falando desse encontro outra vez, que estava o Lutnik e o CEO da Intel.
05:49E ele falou assim, por que a gente não tem um pedaço da companhia?
05:54A gente não vai ter nenhuma governança na empresa.
05:56E ele está falando também que vai haver outros acordos desse tipo,
06:05principalmente no setor de processamento de terras raras.
06:11Ele está falando de novo do setor privado, que o JP Morgan vai chegar também no negócio.
06:16Talvez o ponto que ele quer fazer aqui, Rodrigo, é que sim,
06:19isso parece não ser ortodoxo para a economia americana,
06:23mas que essa ação do governo americano está fazendo também com que haja mais investimentos privados.
06:30Parece que é uma forma de incentivo, na opinião dele.
06:33Scott Besson tentando mostrar nessa entrevista que parece que o mercado está confiando
06:39que será bom que o governo americano tenha ações de empresas privadas.
06:42E ela está perguntando, o que você responde para as pessoas que isso é meio que socialismo,
06:47você escolher que empresas vão prosperar e não?
06:51Ele está dizendo que a gente não vai chegar e pegar ações de empresas não estratégicas.
07:03A gente identificou algumas indústrias, várias indústrias,
07:07e se alguém quiser ler, tem um relatório sobre isso 15 meses atrás no Instituto Manhattan.
07:15E eu sempre falei que eu sempre acreditei que a gente tem que ter muito cuidado para não exagerar.
07:24E a gente tem que voltar e examinar o que tem sido feito.
07:28E a gente tem que seguir em frente.
07:30Mas a gente tem que agir, porque a liderança da China
07:40Ele está falando de vantagens competitivas que a China teve,
07:50mudanças que ocorreram no mercado com as ações da China em 25 anos.
07:54Ele falou assim que muita gente não percebeu o que estava acontecendo
08:00e agora a gente não vai ficar dormindo mais a respeito disso.
08:04Ele está dizendo o seguinte, então, Rodrigo,
08:05que essa ação que muita gente pode dizer que é socialista,
08:09de você pegar pedaços de empresas,
08:11ele disse que vai acontecer só com empresas muito estratégicas
08:14em setores em que a gente estava vendo a China tomar liderança mundial.
08:18E que ele disse que os Estados Unidos não vão mais cochilar enquanto isso acontece.
08:22E aí faz sentido o investimento na Intel.
08:26Até porque a Intel está barata, né?
08:28Se você for pensar, é uma empresa ali na casa dos 100 bilhões de dólares,
08:32quando você tem a NVIDIA, que é uma das principais concorrentes,
08:34na casa de 4 trilhões.
08:36Então, é uma empresa que está barata e que precisa de um investimento do governo americano
08:41em formato de subsídios, é verdade,
08:43mas precisa desses investimentos, precisa economizar custos.
08:46É, ele está falando aí sobre a seleção de candidatos.
09:02Provavelmente aí para as diretorias do FED, Rodrigo,
09:12ele está falando que começou uma seleção com dezenas de pessoas
09:15e eles devem chegar até o fim do ano com três ou quatro candidatos aí,
09:20na verdade, estão falando da presidência do FED, tá?
09:22Para ocupar o lugar do Jerome Powell.
09:24Está dizendo que ele, como historiador econômico,
09:28ele entrevistou dezenas de pessoas nos últimos meses
09:33para encontrar alguém com um perfil que ele acredita que o presidente Trump quer.
09:38Então, vai ter um afunilamento aí até o fim do ano
09:41e o Trump vai ter que escolher entre três ou quatro candidatos.
09:45Inclusive, até o nome do Scott Besson foi colocado ali na mídia
09:49como um potencial candidato para suceder a Jerome Powell.
09:52Seria ótimo para o Donald Trump se o Besson entrasse no lugar do Jerome Powell,
09:57porque é um aliado do presidente dos Estados Unidos.
10:00O Jerome Powell já é um braço, não é,
10:03tem uma queda de braço com o presidente americano.
10:10Ele está falando agora do legado de outros presidentes do FED,
10:13citando o Alan Grispan,
10:16e ele está falando que agora tem dois critérios para essa escolha.
10:19Primeiro, você tem a mente aberta,
10:21onde nós estamos agora.
10:24E a outra coisa é que esse trabalho no Federal Reserve,
10:28a gente pede a alguém que seja um ícone do monitoramento monetário.
10:39Alguém que entenda muito de regulamentação,
10:43tem que também ter alguém com perfil gerencial, Rodrigo.
10:46Isso tudo estava no processo de entrevistas,
10:49ele está mostrando como é que foi o serviço de RH dele lá na Casa Branca.
10:55Vai ter que ter um, vai ter que ser mais próximo da Casa Branca, né,
10:59é o que o governo americano quer.
11:01Um candidato, uma presidência do FED,
11:03seja mais próxima da Casa Branca,
11:05o mercado não gosta muito disso,
11:07o mercado gosta da independência do Federal Reserve.
11:09Ela está perguntando agora sobre a valorização do dólar nos últimos tempos.
11:23Agora, você pode até confirmar daqui a pouco, Rodrigo,
11:25mas acho que está mais de 4 mil dólares a onça, né,
11:27e ele está dizendo que...
11:30Está negando essa tese de que isso tem a ver com o enfraquecimento da moeda americana
11:36ou a credibilidade americana.
11:39Ele está dizendo que, em encontros do G7,
11:41está vendo situações parecidas em outros países,
11:45que tem muita demanda pelo dólar por outros países.
11:49Está citando o Japão, por exemplo.
11:50Está dizendo que o dólar caiu 6,7% nesse ano,
11:56mas, pensando de maneira histórica,
11:59porque eu sou um economista, um historiador economista,
12:02o preço do ouro já superou 4.200 dólares a onça, né,
12:11subiu muito nesse ano, mais de 50%.
12:14Está perguntando também se ele está preocupado em negócios
12:19sendo feitos com outras moedas.
12:21Ele está falando que, por enquanto, só o euro tem esse papel,
12:24mas está reforçando aí, né, a força do dólar.
12:30No primeiro mandato do presidente Trump,
12:32o dólar se regulou quase que no mesmo dia
12:40em que foi aprovado o orçamento.
12:44E ele falou que também agora,
12:45o dólar caiu quando aprovou aquele Big Beautiful Bill, Rodrigo.
12:51O dólar teve uma desvalorização forte nesse ano,
12:54não só contra o real,
12:55a gente viu o dólar recuar bastante contra o real,
12:58mas recuou também contra diferentes outras moedas.
13:01Tem a ver com o tarifácio,
13:03tem a ver com esse Big Beautiful Bill,
13:05que é um projeto ali que o governo americano gostaria de ver aprovado.
13:09Então, o dólar perdeu bastante força
13:12e outros ativos ganharam força, né,
13:13no caso do ouro, por exemplo.
13:20Ele está falando que algo que deve ser muito bom para o dólar
13:24é que o déficit comercial está começando a diminuir, Rodrigo.
13:29É que é uma coisa que o Trump tem atacado bastante nesse mandato dele.
13:33É uma ideia da Casa Branca de trazer mais impostos,
13:39principalmente impostos que são pagos por outros países para os Estados Unidos.
13:44Você aumenta a sua arrecadação trazendo dinheiro de fora,
13:48isso é importante.
13:49E aí você pode acabar valorizando o dólar se isso acontece.
13:52Ele está falando que a melhor coisa que os Estados Unidos podem fazer
14:02é aumentar a desregulamentação do mercado
14:05e colocar foco nos negócios.
14:10Ele falou o seguinte,
14:11quando a Main Street,
14:14ele está querendo dizer as ruas comerciais,
14:15aqui no Brasil a gente podia falar os shoppings, né?
14:17Quando os shoppings vão bem,
14:19Wall Street vai bem também.
14:20Então, esse deve ser o foco,
14:22de ter um foco específico, por exemplo,
14:25em pequenos bancos,
14:28porque os pequenos bancos fazem empréstimos
14:31para pequenos negócios,
14:34para agricultura,
14:35para o mercado imobiliário.
14:38Eu estou muito otimista,
14:41eu estou muito otimista que depois do que a gente passou
14:47na administração passada,
14:50que seja pequenas empresas
14:53ou grandes empresas de tecnologia,
14:56empresas de energia,
14:58todas vão voltar à vida,
14:59segundo ele, Rodrigo.
15:01Está falando também que
15:02eles estão monitorando
15:04os caminhos para que isso aconteça.
15:07a gente pode chegar a um período,
15:15como o século XIX,
15:23quando houve a explosão das grandes ferrovias no mundo inteiro, né?
15:29Ele está citando outros momentos da história, Rodrigo,
15:32em que houve muito investimento nos Estados Unidos,
15:35e que isso ajudou a impulsionar o país.
15:38Ele está dizendo, então,
15:39que esse pode ser outro momento econômico como esse, né?
15:44Que eles têm muita energia,
15:46uma ótima política de impostos tributária, né?
15:50Não houve outro momento como esse na história recente.
15:55Ele está dizendo que o sistema tributário,
15:58graças à liderança do presidente Trump,
16:01e também os líderes no Congresso,
16:04a gente conseguiu aprovar aquele projeto
16:07One Big Beautiful Bill, né?
16:09Projeto grande e bonito.
16:10A gente tem esse shutdown,
16:13mas a gente pode também olhar
16:16para a nossa política tributária.
16:20E o Trump está cumprindo promessas,
16:23como corte de impostos para gorjetas,
16:27corte de impostos para horas extras,
16:31e tudo isso é para pessoas trabalhadoras.
16:35A gente está fazendo cortes de gastos
16:37tanto para grandes empresas,
16:39quanto também para trabalhadores.
16:44Bom, pelo jeito chegou ao fim, então,
16:46essa entrevista, Rodrigo.
16:47E o Bessent ali foi bastante questionado pela CNBC, né?
16:51Foram perguntas ali que, na minha opinião,
16:53foram, assim, bem no centro das questões,
16:56bem no cerne das questões.
16:58Como, por exemplo, essa pergunta
16:59que a gente até se fez algumas vezes aqui no Real Time, né?
17:02Isso daí que o Trump está fazendo
17:03não é uma atitude de um país comunista?
17:05Cadê o liberalismo econômico dele?
17:07Ela fez essa pergunta agora.
17:09Porque muita gente nos Estados Unidos
17:11também está se fazendo essa pergunta, né?
17:13Em outras palavras,
17:14onde já se viu o governo americano
17:16ficar mordendo ações de empresas privadas
17:19como a Intel, né, Rodrigo?
17:20E ele não me respondeu de maneira muito clara, parece, não.
17:23Ele disse o seguinte,
17:24que são apenas empresas muito estratégicas, né?
17:28Que eles não vão cochilar enquanto a China consegue ganhar vantagem competitiva
17:33em vários cenários.
17:34Mas a pergunta continua, Rodrigo.
17:36Não dava para fazer tudo isso sem receber ações de empresas privadas?
17:40deixar nervoso, coloca uma pulga atrás da orelha, quem defende com unhas e dentes a privatização
17:48sem limites, né?
17:49Você não ter o governo como acionista de alguma empresa.
17:54No caso dos Estados Unidos, o que o secretário Scott Bessent estava falando, né?
17:59Você apoia algumas empresas específicas,
18:03empresas que são estratégicas, como o Marcelo Torres trouxe.
18:06A Intel é uma empresa estratégica
18:08porque é uma empresa do setor de chips, semicondutores.
18:10É uma empresa que está ali ligada com inteligência artificial.
18:14A onda do momento é a onda de inteligência artificial.
18:17Assim como lá no começo dos anos 2000, a onda do momento era a onda da internet.
18:21Assim como lá no começo dos anos 80, era outra tecnologia.
18:25Então, agora, 2025, todo mundo fala sobre inteligência artificial.
18:29E essa corrida tecnológica gira em torno dessa inteligência artificial.
18:34Os Estados Unidos precisam se posicionar fortemente com isso.
18:37E aí, o que eles fazem?
18:38Eles investem em empresas locais.
18:40A Intel, como eu estava falando, a Intel é uma empresa que está barata.
18:44E é uma empresa que está numa situação delicada.
18:47Precisa aumentar suas receitas, precisa aumentar o seu lucro
18:50e precisa voltar a competir de igual contra outras companhias.
18:55Quando o governo americano adquire 10% das ações da Intel,
18:58ele não compra ações, ele não vai no mercado e compra ações.
19:01Não, ele fala para a Intel,
19:03olha, você me dá 10% e eu continuo te dando alguns subsídios
19:06para você pagar menos imposto,
19:08para você ter algum desconto nas suas finanças.
19:11Para a Intel, que está numa situação delicada,
19:14precisa fazer isso ou vai ficar com uma situação ainda mais delicada.
19:17E a gente sabe que o Donald Trump não gosta de ouvir um não.
19:20Então, se a Intel nega, fala assim,
19:22não, obrigado, a gente vai resolver por aqui mesmo,
19:25as imposições do governo americano contra a Intel poderiam aumentar.
19:30A Intel é uma empresa estratégica.
19:32Scott Besson também falou sobre outras companhias,
19:34sem citar nomes específicos,
19:36mas citou empresas ali,
19:38você citou um setor específico,
19:42que é o setor de terras raras.
19:44E aí você tem diferentes empresas,
19:45a USA Rare Earth,
19:47a MP Materials,
19:48diversas companhias norte-americanas
19:50que atuam com terras raras.
19:52Terras raras também são ligadas à inteligência artificial,
19:56também são ligadas à produção de chips.
19:58Só que aí, os Estados Unidos saem perdendo nessa questão.
20:02Por quê?
20:02Porque a China detém 70% ou 80% das terras raras.
20:06Então, o governo americano precisa fazer esses investimentos,
20:09como fez recentemente numa companhia lá no Alasca,
20:12comprou ali uma parte das ações.
20:14O governo americano vai fazer esses pequenos movimentos,
20:16esses pequenos investimentos,
20:18para tentar incentivar.
20:19Mas, de fato, incomoda quem defende a todo custo
20:24que o governo não tenha nenhuma participação no mercado.
20:26O governo americano, que sempre defendeu esse liberalismo econômico,
20:30mostra que ter alguma participação no mercado
20:33pode não ser tão ruim.
20:35Pelo menos essa é a estratégia do momento.
20:36E uma outra justificativa que o Scott Bassett deu para isso
20:39é o seguinte.
20:40Quando o governo americano vai lá e investe,
20:42outras grandes empresas privadas também têm a mesma iniciativa.
20:46Citou o banco JP Morgan, por exemplo,
20:48que depois dessa compra, entre aspas, de ações da Intel
20:52pelo governo americano,
20:53que o JP Morgan foi lá também e anunciou uma intenção
20:57de entrar com muito capital.
20:58A gente está falando aí de capital
21:00para mover a inteligência artificial.
21:02Outra questão importante, Rodrigo,
21:04que a gente viu nessa entrevista aí,
21:05nesse fórum Invest in America,
21:08que a CNBC está fazendo lá nos Estados Unidos,
21:10foi sobre essa pergunta,
21:12que também é uma pergunta quase existencial
21:14para esse setor de inteligência artificial.
21:16Existe ou não a formação de uma bolha?
21:18O Scott Bassett, obviamente, se chegasse numa entrevista dessa
21:21e falasse, sim, meu Deus do céu,
21:23a bolha ia explodir agora mesmo.
21:25Exato.
21:26E ele falou que como historiador econômico,
21:28que ele não vê indícios de que haja essa bolha.
21:31Ele citou até um outro caso interessante aí,
21:33dizendo que pode estar acontecendo agora
21:36o que aconteceu no século XIX,
21:38com a explosão, no bom sentido, das ferrovias no mundo inteiro,
21:42e principalmente nos Estados Unidos naquela época,
21:44que foi algo que realmente mudou a economia americana.
21:47Um país continental, assim como o Brasil,
21:49eles conseguiram cruzar o país de leste a oeste com ferrovias,
21:52aumentar de maneira exponencial o intercâmbio entre os Estados
21:56e, com isso, fazer a economia ter um boom.
21:58Ele acha que agora estamos vivendo um outro momento como esse,
22:01de boom.
22:03É boom ou é formação de bolha?
22:05Essa é uma pergunta existencial para o setor, né, Rodrigo?
22:07Essa é uma pergunta existencial
22:09e uma pergunta que muitos economistas estão divergindo as suas opiniões.
22:13Vamos começar primeiro falando sobre essa questão
22:16do governo americano estar investindo em empresas
22:19e que atrai investimentos no mercado privado.
22:22Por que isso acontece?
22:23Porque, pensa só, se o governo americano investe na Intel,
22:26dificilmente ele vai impor alguma lei,
22:28vai colocar alguma coisa que possa atrapalhar a Intel.
22:32E aí, o setor privado, olhando para isso,
22:35ele olha e fala assim,
22:36olha, se o governo americano está do lado da Intel,
22:39quem sou eu para estar contra?
22:40Também vou investir.
22:41Então, faz sentido essa sequência de investimentos.
22:45Primeiro o governo americano,
22:47depois o setor privado.
22:48Porque o setor privado entende que o governo americano,
22:51ao menos, no mínimo,
22:53não vai atrapalhar o caminho da Intel,
22:55já que agora ele é um acionista também da companhia.
22:58E sobre a questão de formação de bolha,
23:00aí é uma questão um pouquinho mais delicada,
23:02porque tem economista que defende
23:03que a inteligência artificial está se tornando uma bolha
23:07por conta dos múltiplos de mercado das companhias,
23:09só que tem economista que fala que não.
23:11Olha só, a gente está num momento diferente
23:14em que as companhias ganham dinheiro.
23:17É diferente daquela bolha do ponto com,
23:19onde você tinha empresas muito valorizadas,
23:21empresas que estavam ali com um valor de mercado muito alto,
23:24mas que ainda não tinham lucro.
23:27Ou seja, só tinham uma receita alta,
23:29tinham receita alta,
23:30mas o custo ainda era muito alto.
23:32Então, é um momento um pouco diferente.
23:34Agora, daqui para frente,
23:36prever o que vai acontecer,
23:38aí tem que chamar alguém que tenha uma bola de cristal.
23:41Não sou eu o caso, viu?
23:43Rodrigo, antes da gente continuar,
23:44toca o sino aí, porque o mercado está aberto
23:46e a gente quer, neste momento,
23:48desejar bons negócios para vocês que estamos assistindo,
23:51que seja uma quarta-feira próspera para todo mundo.
23:54Rodrigo, tendo dito isso,
23:56vamos falar mais um pouquinho sobre essa entrevista
23:58do Scott Bassett,
24:00nesse evento Invest in America,
24:01que está sendo promovido pela CNBC americana.
24:05Obviamente, em vários momentos ali,
24:07ele defendeu a liderança do presidente Trump.
24:09Ele falou que esse problema de confiança no dólar
24:13é um problema que não faz muito sentido,
24:15porque, segundo ele,
24:16há demanda por dólar em várias grandes economias,
24:19como, por exemplo, a economia japonesa.
24:21Ele não vê nenhuma outra grande moeda
24:22rivalizando com o dólar aí no comércio internacional.
24:26Diz que tem o caso do euro.
24:27Obviamente, o euro ali tem um grande mercado comum,
24:29em que as pessoas fazem negócios na moeda comum.
24:32Também o euro está, sim,
24:34um pouco na tesouraria de alguns bancos centrais,
24:36inclusive aqui do Brasil,
24:37mas numa proporção que não se compara ao dólar.
24:40Aqui a gente pode pegar números mais concretos
24:42para trazer para vocês,
24:43mas o Banco Central brasileiro, por exemplo,
24:45aumentou um pouquinho ali a composição do ouro,
24:47aumentou um pouquinho o euro,
24:48mas o dólar continua.
24:50Se não me engano,
24:50na casa de 90% ali,
24:52é muito difícil ainda para bancos centrais do mundo inteiro
24:56decidirem que não vão ter mais dólar,
24:58que vão baixar drasticamente as reservas em dólar, né, Rodrigo?
25:01Mudar essa dinâmica do mercado todo,
25:04negociando,
25:04fazendo os negócios internacionais com o dólar,
25:06é muito difícil,
25:07e dificilmente isso vai acontecer em um curto prazo.
25:11Apesar que a gente precisa lembrar, né, Marcelo,
25:13quando começou aquele papo,
25:15aquele assunto de uma moeda própria do BRICS,
25:18isso gerou uma tensão muito grande
25:20entre Brasil e Estados Unidos.
25:22Curiosamente, agora saiu da mesa isso, né, Rodrigo?
25:24Exatamente.
25:24Os Estados Unidos colocaram Bolsonaro na mesa,
25:26colocaram BRICS na mesa,
25:28e agora as negociações comerciais parecem que estão sendo feitas,
25:31esquecendo de tudo isso,
25:32focando mais em possibilidade de cooperação em mineração,
25:37em terras raras aqui no Brasil,
25:38e, obviamente, também nas próprias tarifas
25:40que o Brasil tem contra produtos americanos.
25:43Exatamente.
25:43Quando esse assunto foi colocado à tona,
25:46foi jogado à tona,
25:47gerou uma repercussão muito grande,
25:48o presidente Donald Trump se manifestou,
25:50disse que não gostaria,
25:51que ameaçou com tarifas altas os países do BRICS
25:54que adotassem essa moeda própria.
25:57O fato é que essa ideia não continuou no longo prazo.
26:00Não sei se ainda está de stand-by
26:02ou se foi abandonada de fato,
26:04mas o fato é que esse assunto ficou ali jogado às traças
26:08nesse primeiro momento.
26:10Agora, o fato é que não vamos mudar o dólar
26:13como a principal moeda para comércio internacional,
26:16pelo menos no curto e no médio prazo.
26:18No longo prazo, aí muita coisa pode acontecer,
26:21tem gente que defende até que as criptomoedas
26:23podem se tornar a principal moeda para o comércio internacional.
26:27Agora, se vai mudar no curto e no longo prazo,
26:28no curto ou no médio prazo,
26:30eu acho muito difícil para não dizer impossível, Marcelo.
26:33Agora, Rodrigo, ele meio que minimizou a questão do shutdown.
26:37Ele falou de muitos aspectos positivos da economia,
26:42mas o fato é que a gente está caminhando
26:43para um dos maiores shutdowns da história.
26:45e tem muita gente preocupada com isso, sim, no mercado.
26:48Sempre teve muita tensão em torno de uma paralisação do governo americano.
26:52Isso sempre teve aquele rumor de que poderia acontecer
26:55uma paralisação do governo americano.
26:58Aconteceu, de fato, esse rumor se concretizou,
27:01não só na administração do Donald Trump,
27:03mas nas administrações anteriores também havia...
27:04Mas dessa vez está caminhando para um cenário de impasse grande,
27:07se alongando, e ele pediu, inclusive,
27:10para os democratas caminharem mais para o centro.
27:12O que é curioso também, porque será que o governo
27:14está disposto a caminhar mais para o centro também?
27:17Exato.
27:17E aí, teve agora esse shutdown, né?
27:20E esse shutdown não apenas aconteceu,
27:22como ele está se arrastando durante muitos dias.
27:25E esse é um problema.
27:25Por quê?
27:26Porque você tem a paralisação de órgãos do governo
27:28que dão os dados para que outras organizações tomem decisões.
27:33A gente sempre defende aqui que as melhores decisões
27:36são baseadas em dados.
27:38Não é tirando da cabeça uma ideia de que eu vou abaixar os juros
27:42ou eu vou fazer alguma política aqui
27:45baseada apenas no fruto da minha imaginação.
27:48Não.
27:48Tudo é baseado em dado.
27:50E o Federal Reserve, que é o principal órgão ali
27:52que utiliza esses dados para fazer a política monetária
27:55nos Estados Unidos,
27:56ele vê esses dados diminuírem,
27:58porque você tem menos informações no mercado.
28:01Essa é uma situação que preocupa.
28:03Daqui a duas semanas, o Fed vai tomar uma decisão
28:05em relação à taxa de juros dos Estados Unidos.
28:07vai ser uma decisão com menos informações para se basear.
28:12Uma situação um pouco mais preocupante.
28:13Outra frase interessante dita pelo Bessent nessa entrevista
28:16foi que o declínio no mercado de ações
28:19não vai impedir que os Estados Unidos
28:20ajam fortemente contra a China.
28:23Ou seja, uma queda temporária na Bolsa de Valores,
28:25pelo jeito, não preocupa os Estados Unidos.
28:28Uma postura que mostra ainda, numa linguagem popular,
28:30sangue no zóio contra a China, né, Rodrigo?
28:32De fato, o governo americano não pode ficar se preocupando
28:36todos os dias com o que acontece com a Bolsa de Valores.
28:38A Bolsa de Valores tem uma queda diária, tem uma alta diária.
28:42O governo americano não pode ficar se preocupando
28:43com o que acontece na Bolsa de Valores.
28:45Ele tem que se preocupar no longo prazo.
28:47Tudo bem, se você está tendo uma deterioração da economia
28:50durante um longo período,
28:51é justificável que o governo americano
28:53se preocupe com o que está acontecendo.
28:55Mas quedas e ganhos diários da Bolsa de Valores,
28:58eles acontecem, faz parte do mercado.
29:01Uma parte vende, a outra parte compra.
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