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O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que não renunciará ao cargo, em meio a uma grave crise política e ameaças. A declaração é uma resposta às pressões que o líder francês vem sofrendo. A instabilidade de seu governo é marcada pela troca de cinco primeiros-ministros em menos de dois anos. Reportagem: Luca Bassani.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/5Rv5RSpOaMc

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Transcrição
00:00Eu quero trazer agora o Luca Bassani para a gente falar um pouquinho sobre a política lá na França
00:03porque a situação está ficando bem capenga para Emmanuel Macron.
00:08Ele disse que não vai deixar o cargo, mas a governabilidade dele diante do que está sendo exigido
00:15pelos lados opostos da política francesa anda desidratando bem qualquer possibilidade de avanço.
00:23Luca Bassani, conta essa história aí para a nossa audiência. Bem-vindo, meu amigo.
00:26É uma novela que parece não ter fim, Evandro. Boa tarde a você e a todos que nos acompanham.
00:32Na semana passada falávamos aqui sobre a renúncia do quinto primeiro-ministro do segundo governo Macron,
00:39Sebastián Lecornu, que entregou a demissão. Ele foi, então, exonerado do cargo
00:45e o presidente Emmanuel Macron, contrariando muitas das apostas internas dos analistas franceses,
00:52o nomeou novamente para ser o novo primeiro-ministro da França.
00:56Segundo ele, algumas articulações políticas feitas, sobretudo, com os republicanos da centro-direita
01:02e com os socialistas da centro-esquerda, havia sido suficiente para evitar uma nova moção de desconfiança.
01:10Todavia, hoje, já na segunda-feira, os dois principais partidos de oposição nos extremos,
01:17seja a direita com Marine Le Pen, seja a esquerda com Jean-Luc Melanchon,
01:21disseram que vão, até a próxima quinta-feira, pautar a moção de desconfiança,
01:26o que pode fazer, mais uma vez, o primeiro-ministro perder o seu cargo.
01:31Isso pode ser evitado com a facção dos socialistas,
01:35que disseram que poderiam barrar qualquer tipo de desconfiança,
01:39caso o primeiro-ministro apresente duas propostas fundamentais.
01:44A primeira delas é revogar a reforma da Previdência de Emmanuel Macron,
01:48que foi muito contestada pelos setores populares no ano passado.
01:52E outro seria implementar a taxação dos super-ricos,
01:56aquelas fortunas acima de 50 milhões de euros,
01:59algo que já falamos aqui também no 3 em 1 há cerca de um mês.
02:03Isso, todavia, contraria todos os blocos à direita.
02:07Ou seja, se o primeiro-ministro quiser garantir o voto dos socialistas
02:10com essas duas medidas, perderia os votos dos republicanos
02:13e dos outros partidos ao centro, que são favoráveis a essas medidas econômicas.
02:18A manutenção, no caso, da reforma da Previdência
02:22e a não taxação dos super-ricos.
02:24Ou seja, é, no bom português, uma sinuca de bico, não é fácil.
02:28Provavelmente, haja esse voto de desconfiança e Lecornu seja removido do cargo,
02:33o que apenas prolongará essa paralisia legislativa dentro da França.
02:38Em meio a tudo isso, o presidente Emmanuel Macron diz a seus aliados
02:42que não vai renunciar, mesmo frente a essas ameaças.
02:45Ele, que tem o seu mandato até 2027,
02:48constitucionalmente não precisa renunciar,
02:50mas considerando a sua impopularidade e essa sangria política,
02:54seja no executivo, seja no legislativo,
02:57muitos acreditam que essa talvez seja a solução mais fácil
03:00para o povo francês.
03:02Não pensando individualmente nos diversos quadros políticos,
03:06mas pensando principalmente no sofrimento dos franceses
03:09que têm pagado mais caro pela energia,
03:11pagado mais caro pelos aluguéis
03:13e também visto uma questão social muito complexa
03:16com a imigração, com a perda de benefícios, enfim.
03:19É uma novela, como eu disse, que parece estar longe de terminar.
03:22Nós vamos ficar ao longo dessa semana também de olho
03:25nesta moção de desconfiança
03:27para saber se Macron terá que nomear
03:29o seu sexto primeiro-ministro em apenas dois anos.
03:33Muito obrigado pelas informações, viu, Luca Bassani?
03:35Um abraço para você.
03:36O Piperno, diante de tudo isso que está acontecendo,
03:39porque a luz está ficando cada vez mais distante
03:42ali no túnel de Emmanuel Macron,
03:43você acha que ele consegue concluir
03:44e entregar esse mandato apenas em 2027,
03:47como era previsto?
03:48Isso vai se tornando cada vez mais difícil.
03:51Veja, imaginar um governo na França hoje
03:54é algo até utópico.
03:56Mas isso também, Evandro, expõe
03:58a crise da fragmentação política
04:03que ocorre em muitos países,
04:06especialmente em países com muitos partidos políticos.
04:10Eu sou inteiramente favorável ao pluralismo político,
04:15que apareçam muitos partidos e tal.
04:17mas, veja, na prática,
04:22isso tem se demonstrado problemático.
04:26Países com muitos partidos,
04:27e a gente vê o Brasil,
04:29a gente vê agora o Peru.
04:30No Peru nenhum governo para.
04:32Na França, o primeiro-ministro cai toda hora.
04:35E as exigências que são feitas por Emmanuel Macron
04:37pelos partidos agora são muito divergentes.
04:39Claro.
04:39Eu fico imaginando como é que ele negociaria
04:43para atender ambas demandas que são opostas.
04:46De fato, na última eleição,
04:49ele se aliou, então,
04:51aos vários partidos
04:52de centro-direita
04:54até a extrema-esquerda
04:56para combater a extrema-direita.
04:59Perfeito?
04:59Então, conseguiram fazer lá uma frágil maioria,
05:02mas a estratégia dele deu certo.
05:04Mas e para governar?
05:06Como é que você vai fazer acordo?
05:08Acordos com toda...
05:09Então, por exemplo,
05:10reforma da Previdência.
05:12É o típico tema
05:15que agrada muito partidos de centro-direita
05:18e desagrada partidos da esquerda.
05:20Aliás, os partidos da esquerda
05:22gostariam que fosse revogada
05:23essa reforma da Previdência.
05:24Que fosse revogada.
05:25Agora, como é que você vai...
05:27Assim como que os super-ricos fossem taxados,
05:29algo que a direita também nega completamente.
05:32Tudo isso temperado por um déficit público
05:35de quase 6%
05:37e hoje uma dívida que chega a 120% do PIB.
05:43Tenho 30 segundos para você, Gani.
05:44Olha só, isso mostra como a questão fiscal
05:47vai desencadeando uma crise política.
05:50Quando o dinheiro acaba,
05:52a realidade se impõe.
05:54Não tem dinheiro para todo mundo.
05:55Pode ser o Brasil, França e Estados Unidos.
05:57O que quer que seja,
05:59a crise fiscal gera uma crise política.
06:01Exatamente.
06:01o quanto as questões econômicas vão mexendo
06:03com o humor da população
06:05que naturalmente pressiona também a classe política
06:07e coloca agora Emmanuel Macron
06:09num caminho, numa encruzilhada bastante grande
06:11para se solucionar.
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