Uma operação da Polícia Civil em São Paulo descobriu nesta sexta-feira (10) uma fábrica clandestina de bebidas contaminadas com metanol em São Bernardo do Campo. A repórter Julia Fermino detalha o assunto.
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00:00Contando que hoje, um pouco mais cedo, aqui em São Paulo, uma operação da Polícia Civil
00:04que descobriu uma fábrica clandestina de bebidas contaminadas com metanol em São Bernardo do Campo.
00:14A Júlia Fermino é quem está acompanhando essa história.
00:17Júlia, ótima sexta-feira a você.
00:19Existe alguma ligação com os recentes óbitos que são investigados na região com esta operação de hoje?
00:26Sim, Bruno, boa tarde pra você e quem nos acompanha aqui em tempo real, é isso mesmo.
00:33Hoje também aconteceu uma coletiva de imprensa da Polícia Civil do Estado de São Paulo
00:38que também confirmou que já foi encontrada a fonte do metanol usada pra adulteração das bebidas
00:45que resultaram aí nesses casos de intoxicação por metanol.
00:49Bruno, de acordo com a polícia, um bar da Moca que comprava as bebidas adulteradas de uma distribuidora
00:56foi a partir daí que a polícia conseguiu localizar nessa distribuidora uma fábrica clandestina
01:02que produzia essas bebidas adulteradas por meio de etanol.
01:07Só que esse etanol que a fábrica comprava era direto do posto de gasolina
01:10e esse etanol já estava adulterado por metanol, Bruno.
01:14Só pra gente ter uma ideia, essa fábrica ficava em São Bernardo do Campo
01:18e lá nessa fábrica a gente encontraram uma mulher que é chamada de Vanessa
01:26ela foi presa em flagrante e ela é casada com um homem que já teria praticado esse tipo de crime
01:32há alguns anos, já foi preso inclusive pela polícia
01:36e a gente tem uma fala do secretário de segurança Guilherme Derrit sobre esse assunto.
01:40Vamos ouvir o que ele disse.
01:41Essa mulher foi presa, tem um indivíduo que provavelmente participava dessas adulterações com ela
01:49não foi encontrado, que é o marido dela
01:53que já foi preso também por adulteração pelo artigo 272
01:58e agora a nossa linha de investigação vai, é o trabalho todo de inteligência
02:04pra saber qual foi o posto de combustível, quais foram os postos de combustíveis
02:07que esse etanol contaminado pelo metanol eles foram adquiridos.
02:16O que ainda não se sabe é se a distribuidora que vendia pro bar
02:20já sabia que a fábrica clandestina usava esse etanol contaminado com metanol
02:27por isso três pessoas dessa distribuidora foram levadas então pra delegacia
02:32e devem prestar esclarecimentos aí à polícia.
02:35Essa fábrica de São Bernardo foi fechada, outros estabelecimentos da capital paulista
02:39e também da região metropolitana também foram fiscalizados
02:42garrafas, bebidas e aparelhos celulares foram apreendidos
02:46devem passar por perícia e ajudar aí nas investigações.
02:49Só pra gente reforçar e lembrar, por hora, os números que nós temos
02:53de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
02:56são 23 casos de intoxicação por metanol
02:59e outros 148 que ainda estão sob investigação.
03:03Volto com vocês no estúdio.
03:05A gente segue então acompanhando, qualquer novidade aciona aqui a nossa equipe
03:09para atualizarmos então essa história que segue rendendo e rendendo e muito.
03:13Duas horas 48 minutos.
03:15Gente, os recentes aumentos nos casos de adulteração de bebidas
03:21com esse tipo de metanol gerou uma outra dor de cabeça.
03:26Um aumento também do crime organizado em situações similares na agroindústria.
03:32Um aspecto que é muito pouco debatido e que mesmo com várias operações tem manifestado de forma alarmante no comércio legal.
03:42de agroquímicos, que é usado muito no setor do agronegócio.
03:48As investigações em curso e fontes ouvidas pela Jovem Pan estão defendendo a implementação de uma rastreabilidade.
03:56O que iria ajudar que fosse uma integração entre os órgãos, como a Receita Federal, Homens da Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos que consigam realizar um monitoramento de quando sai da fabricação até chegar no consumidor.
04:12O que seria isso?
04:14Seria justamente para tentar identificar onde esse material está sendo levado.
04:19No caso do agronegócio, rastrear o agrotóxico.
04:23Seria muito importante para evitar a falsificação de notas, para conseguir ter uma noção onde isso está sendo comercializado.
04:32Ou seja, isso aumentaria a segurança tanto para o consumidor, para o homem do campo, tanto também no meio do agronegócio.
04:39No caso aqui em São Paulo, da adulteração de bebidas, também seria da mesma forma.
04:45Rapidamente, João Belut, essa discussão no setor do agronegócio rende muito a importância de uma rastreabilidade por conta do governo.
04:54Ou seja, olhando os órgãos envolvidos e o que de fato estão fazendo com essa mercadoria.
05:01Pois é, Bruni, como você bem colocou, é uma linha bastante tênue entre a questão da desburocratização e da linha da fiscalização por parte do governo.
05:09Os órgãos classistas com relação às empresas de bebidas destiladas foram categóricos em afirmar que o fim desse rastreamento levou a uma explosão de bebidas falsificadas.
05:19Vamos lembrar que já haviam óbitos antes de pessoas que consumiram bebida com metanol, bebidas falsificadas,
05:25mas segundo esses órgãos que representam os setores de bebidas,
05:29foi uma explosão depois do fim dessa rastreabilidade, que ele veio num sentido de desburocratizar.
05:34Mas tem sempre essa linha, qual é a burocracia boa e a burocracia ruim, tem que ter sempre esse equilíbrio.
05:39E agora no mercado de agrotóxicos, como você bem colocou, Bruno, eles buscam esse rastreamento,
05:46porque é um mercado que envolve, além de poder haver lavagem de dinheiro, falsificação,
05:51esses produtos são usados em outros mercados também, pelo próprio crime organizado.
05:56E para o governo, esse rastreamento é excelente, na medida em que ajudam, inclusive, a recolher os impostos.
06:03Então, que o governo tenha a mesma eficiência nesse rastreamento para ajudar a saúde pública,
06:08que tem nos impostos, porque nos impostos os setores brasileiros são bastante eficientes e rastreiam com bastante precisão.
06:15Obrigada, João Beluti, pela análise. Já já a gente volta com você.
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