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O convidado desta quinta (09) está em Pânico com as mentiras dos criminosos! Ricardo, o homem que sempre come carne para harmonizar com a sua Salada está aqui para mostrar como um dos maiores peritos criminais do Brasil abre o jogo sobre os bastidores da Perícia Técnica. Você sabe as táticas usadas para fechar casos emblemáticos, como Suzane Richthofen, Maníaco do Parque e o caso Matsunaga? Você sabe a receita de uma salada caprese, caesar ou até coleslaw? O especialista vai revelar tudo e mais um pouco sobre como o sangue respinga, a lógica de um assalto e a análise da mordida podem desmontar qualquer álibi. É só ter bastante fita amarela, é ou não é? Descubra a linha tênue entre o crime perfeito e o rarefeito - é o que deixa a polícia sem ar. Então é melhor assistir à íntegra, ou você vai ter que mostrar o seu quarto em público sob luz negra.

Assista ao Pânico na íntegra:
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#Pânico

Categoria

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Diversão
Transcrição
00:00Programa de hoje, o grande perito criminal e especialista em criminologia, que manja muito sobre os maiores e mais famosos crimes brazucas.
00:10Então existe crime perfeito?
00:12Eu diria que sim.
00:13Tranquilo.
00:16O cara é fera.
00:18Muitos aplausos para Ricardo Salada.
00:23Aqui o nosso querido Ricardo Salada, lançando aqui, lançando aqui, deixa eu mostrar, tá aqui ó.
00:28Na cena do crime, por trás da fita amarela, ele é perito, ele é perito criminal, ou seja, é o cara que atrás da cena descobre o que tem.
00:42E tem os casos aqui, mais famosos do Brasil, que é Hitchoffen, que é a Matsunaga, o Maníaco do Parque, entre outros.
00:50Tudo isso aqui no livro, que está à venda, tá aqui ó.
00:55Deixa eu mostrar aqui.
00:57Boa.
00:57Pra você já tá vendo, se você entrar aí nos sites que vendem online, você já recebe aí na sua casa.
01:04Ricardo Salada é o criador aqui, o escritor do livro, e na cena do crime é o nome do exemplar.
01:11E vai ter também na livraria do Vila Shopping, sábado, às 18 horas, você pode ir lá e ganhar a assinatura do nosso querido Perito Salada.
01:21Boa, que sensacional.
01:22É isso aí.
01:23Ô Ricardo, pra começar todos os temas aí, queria te perguntar, por que você acha que esse tema de crimes reais agrada tanto o povo?
01:34Tem o seu livro, que tenho certeza que vai ser um sucesso, como outros, né?
01:39Sempre vem aqui o Ulisses Campbell, que falou sobre Hitchoffen, Suzane.
01:45Por que que isso chama atenção e intriga as pessoas?
01:50Eu acredito que isso aí é uma situação nata do ser humano.
01:57O ser humano gosta desse lado, que foi, vamos dizer, fechado, escondido por muitos anos.
02:03E hoje tá aberto, tá aberto o trabalho pericial, tá aberto o trabalho que a polícia realiza, as investigações.
02:10E eu acho que isso aí faz parte do ser humano.
02:14A curiosidade humana.
02:15A gente bate um carro, o trânsito para pra todo mundo escrever.
02:18E para pra ver.
02:19Eu tive situações em que passava a tiazinha, na cena do crime, ela tapava a mão.
02:27Pra não...
02:28Ah, sim.
02:29E dava uma olhada.
02:30Agora, como é que você foi pra essa linha de... pra esse trabalho, né?
02:37O que acontece?
02:39Eu tinha um tio, que havia sido delegado da Polícia Civil, e ele me incentivou a entrar na carreira.
02:47Tipo assim, dentro da vista dele, da época, olha, bonitinho, localzinho, você faz o teu trabalhinho, tudo bonitinho.
02:57E, na verdade, o trabalho pericial, ele evoluiu muito desde o trabalho da tecnologia, da busca de informação, e se fazer um trabalho mais completo.
03:13Então, mesmo ele como delegado daquela época pra hoje, existe uma diferença muito grande no trabalho pericial.
03:19Sim.
03:19É aqui no Butantã?
03:20É, a sede é no Butantã.
03:22A sede é no Butantã, né?
03:23E a gente tem uma polícia pericial muito boa aqui no Brasil, né?
03:27Sim.
03:28A gente fica assistindo esses CSI, essa coisa toda, mas no Brasil tem uma equipe boa de...
03:33Tem uma equipe muito boa, estão investindo muito em termos de tecnologia, investindo no preparo do profissional.
03:43O que eu cito assim, quando eu entrei a fazer um curso dentro da academia de polícia, dentro da área de qualquer área, era uma coisa muito diminuta.
03:51Hoje, se tem os mais variados cursos pro profissional.
03:58Então, você tem a parte de investigação, parte de interrogatório, parte de defesa pessoal, a parte de perícia, uso de equipamentos, análise de telefones.
04:09Então, hoje, as polícias, em geral, têm investido muito no preparo do profissional.
04:17Tecnologias.
04:18Agora, tem jeito de você cometer um crime e ninguém descobrir?
04:24Ou sempre você vai deixar alguma coisa...
04:28É aquela situação, o crime perfeito.
04:32É.
04:32Então, a gente está analisando o crime perfeito.
04:36Eu cito como exemplo o maníaco do Zodíaco.
04:40Que é aquele lá em...
04:42Tem até o filme.
04:43Em São Francisco, né?
04:45Então, ele cometia os crimes de uma forma planejada, deixava bilhetes e, de repente, ele parou de matar.
04:54Então, não se sabe se ele foi preso, se ele morreu, ninguém sabe, porque não tem autoria.
04:59Aí, se fala em termos de crime mal investigado.
05:02Esse caso foi investigado por 20 anos.
05:06Caramba.
05:07Então, pode acontecer?
05:10Pode.
05:12É difícil, mas pode acontecer.
05:14Vamos dizer, a gente fala assim, dentro de um crime planejado.
05:18Tá.
05:20Então, ele planejava os crimes, ainda deixava algumas pistas e, simplesmente, não se sabe quem é esse indivíduo.
05:27Quando a gente fala de crimes, né?
05:29E a gente gosta muito de contar a história.
05:31Por exemplo, a Matsunaga, que você também participou.
05:33Tem a série na Netflix, acredito que a turma também deve ter assistido, né?
05:37Que mostra aquela...
05:38É do Yoke, né?
05:39Do Yoke.
05:39Do Matsunaga.
05:41Que ela deu um tiro com o silenciador.
05:42E como ela caçava e tinha a habilidade em cortar animais junto com o ex-marido, me parece que...
05:48Não, é sério.
05:48Por isso que eu queria dar a sua versão.
05:50Não, não.
05:50O que que acontece?
05:52Tá.
05:53Olha, em termos de esquartejamento, né?
05:59Da forma como foi realizada, o médico legista, ele descreve.
06:05As lesões na região do abdômen, na região dos joelhos, foram realizadas por pessoa que tinha conhecimento técnico.
06:13Certo.
06:14Que os cortes feitos nos membros superiores e no pescoço foram realizados por pessoa que não tinha conhecimento técnico.
06:24Que então esse esquartejamento, ou esse postejamento, ele foi realizado por pelo menos duas pessoas.
06:32Olha só.
06:33Então se vê nitidamente que os cortes nos membros superiores foram grotescos.
06:40No pescoço foi grotesco.
06:42Mas na região do abdômen, foi feito uma... cortes precisos.
06:50Pra gente ter uma noção, não foi ferida nenhuma alça intestinal.
06:56Mas calma aí, eu tô bem curioso agora.
06:59Porque é ela que cometeu o crime.
07:01Mas é suposto também.
07:02É, supostamente...
07:04Isso aí é análise.
07:05Ela alega que estava sozinha.
07:07O médico-legista já diz que tinha pelo menos duas pessoas...
07:13Provavelmente, né?
07:14Não, não.
07:15Ele determina.
07:16Determina?
07:16Determina.
07:17Pelo menos duas.
07:18Na execução, sim.
07:20Com certeza, ela.
07:22Agora na parte...
07:23Teve ajuda, você tá falando.
07:24É, teve uma ajuda posterior.
07:26Cara, que loucura isso daí, né?
07:27Porque o que falam não é isso.
07:29Quando você vê a série, que tem uma narrativa, é que como ela caçava animais, ela sabia cortar os bichos.
07:34Não, mas é que fica o seguinte, não é que o Marcos, ele não foi simplesmente cortado.
07:41Se você pegar o desmembramento da coxa pra perna, foram cortes precisos.
07:48Que doideira, cara.
07:49Não foi, vamos dizer, quando alguém corta um animal, a pessoa pega na junta e...
07:54Desossar o frango.
07:55É, desossar.
07:56É desossar.
07:56Não, mas você corta a cartilagem, você corta tudo.
07:59É, mas é isso aí.
08:00Você não vai daquele detalhe, olha, eu vou desmembrar certinho pra não machucar a cartilagem, os membros, tendões.
08:07Isso aqui tá tudo no livro.
08:09Tá.
08:09Tá tudo aqui no livro, ó.
08:11O livro lançamento vai ser agora, no sábado, pra você, convidado aí na cena do crime, na livraria do Shopping Pátio Higienópolis.
08:19Todo mundo convidado, 18 horas.
08:21Queria perguntar pro Ricardo, o Zuzu perguntou da Matsunaga, e o da Suzane, da Suzane von Richthofen, queria que você falasse como é que foi essa tua análise, e também quando você pega esse crime, que é de um, é um fenômeno nacional, de que as pessoas, você tem pressão da imprensa, tem pressão, como que é também trabalhar num caso desse?
08:41Existe aquela pressão da imprensa, da mídia, porque a gente é muito cobrado pra se trazer um resultado, tem que trazer autoria.
08:54Rápido, né?
08:54Tem que ser rápido.
08:56Então, o que que acontece?
08:57Durante os trabalhos periciais, por exemplo, no DHPP, trabalha a perícia, e trabalha junto o delegado, a autoridade policial.
09:05Tem os investigadores.
09:07Então, vamos dizer, tá todo mundo trabalhando, embora cada um na sua área, se trabalha todo mundo dentro, uma equipe conjunta, pra se esclarecer o crime.
09:21Então, se tinha, pela forma dos objetos que foram jogados, né, numa gaveta, umas bijuterias no chão, não é da forma como um ladrão, um latrocida trabalharia.
09:36Que a gente chama o modus operandi.
09:38Então, vamos dizer, dá pra você, a pessoa que jogou isso aqui, ela tava parada do lado da cômoda, abriu a gaveta e começou a jogar aquelas bijuterias no chão.
09:49Né?
09:49Um ladrão não faria dessa forma.
09:52No closet, tá o closet arrumado e tem um fundo falso numa das partes que foi aberta, onde eles guardavam uma arma e joias da Marísia.
10:03Pra saber que tinha um fundo falso ali, tem que ser alguém da casa.
10:10Porque a cada dia, momento, ele tem um tempo, vai lá e dá uma procurada, dá uma procurada até o momento que acha.
10:16Aí eles planejaram o crime e foram lá e abriram esse fundo falso.
10:21Então, você sabe que é alguém da casa.
10:23Você tem a parte da simulação.
10:27Você tem um instrumento que foi utilizado.
10:29No momento do crime, você sabia assim, olha, pode ter sido um cano, um bastão, um taco, alguma coisa.
10:37Num bairro de classe média alta, pra entrar e invadir uma casa de classe média alta,
10:42uma pessoa vai usar um bastão, um taco, pra fazer um assalto numa casa dessas,
10:50não é condizente à arma do crime e da região.
10:56Se fosse dentro de uma comunidade, normal.
11:00Entende?
11:01Você tem pedra, você tem bastão, pau, alguma coisa por pedra.
11:05É difícil mentir pra polícia, tem que mentir bonito, né?
11:09E esse caso aqui do Gil Rougai, o Gil Rougai...
11:12Ah, foi famoso, né?
11:13O Gil Rougai era aquele caralho, não sei se a audiência lembra,
11:16tá aqui, ó, no livro aqui, página 112,
11:19o caso Gil Rougai se tornou emblemático para a perícia e o direito penal.
11:25Por que, ô Ricardo?
11:27É de onde você tem o envolvimento do filho do empresário, né?
11:32Na execução da madrasta e do pai dele.
11:38Então, vamos dizer, foi uma situação sempre onde existe o parricídio,
11:42o filho matando o pai, é um crime que chama mais atenção, mais doído, né?
11:47Então vem aquelas pessoas que dedicaram a vida pra criação,
11:52educação, desenvolvimento de um filho e acabar sendo vítima desse filho.
11:57Então eu acho que é sempre um crime muito cruel nesse lado.
12:00E esse aí, como é que se chegou a ele?
12:03Como é que se chegou...
12:04Não, então, o que que acontece?
12:06Teve algumas situações dentro da investigação,
12:10tipo assim, no dormitório do Gil,
12:15existia um baú perfurado e o disparo bateu, o projétil bateu na parede.
12:22Pela angulação entre o... desse baú e a parede,
12:27alguém teria que estar dentro do dormitório,
12:30mas no fundo do dormitório,
12:32que é uma situação que não faz sentido
12:34dentro da execução do pai e da madrasta.
12:37Uhum.
12:39Então você admite que provavelmente
12:41esse disparo foi realizado no momento anterior.
12:46Entendi.
12:46Entendi.
12:47Ele acessa a casa, o cachorro não estranha.
12:51A forma como a madrasta vai atender a porta de roupa de dormir,
12:55roupa mais íntima,
12:56então tem que ser alguém da casa ou da família.
12:59Porque quando você chega lá, você fala,
13:01tem aqui a cena, né?
13:02Aquela cena, o cara morto ali.
13:04Sim.
13:05A partir daquilo lá, você vai pra trás, né?
13:07Você vai criando a cena daquele momento.
13:10É, a gente tem, dentro de uma cena de crime,
13:14a gente vai analisar todos os vestígios, né?
13:18O que foi deixado.
13:20Então, a gente vê o que foi deixado,
13:23depois você relaciona o que está anormal com o crime,
13:28aí você vai analisar, passar por exames,
13:31vai tornar esses vestígios em evidências,
13:35que são provas que vão fazer parte inicialmente do inquérito policial.
13:39Trabalho bacana, parabéns, Ricardo.
13:41Puta trabalho...
13:42Muito bom, né?
13:43Trabalho bacana que vocês fazem.
13:44Eu tenho uma pergunta sobre a estatística, assim.
13:48Acho que certas coisas são praticamente determinísticas,
13:52mas outras evidências,
13:54eu imagino que vocês atribuem probabilidades.
13:58Sim.
13:58E vocês têm um livro ou um registro,
14:02se aconteceu isso, tem tantos por cento de chance daquilo.
14:06Quanto que a análise estatística é feita para criar uma história?
14:09O que que acontece?
14:11A perícia ajuda na resolução do crime.
14:15Ela pode dar uma orientação, um afunilamento nos suspeitos, tá?
14:19Mas a polícia técnica,
14:22ela tem que trabalhar junto com a polícia civil,
14:25que faz a investigação social, vamos colocar assim.
14:28Porque não adianta eu fazer uma coleta de um material biológico,
14:32faço exame de DNA,
14:33e vou confrontar com o DNA de quem?
14:38Então tem que ter a polícia civil que vai fazer a investigação,
14:42vai atrás dos suspeitos e vai,
14:44de repente, se conseguir o DNA de um suspeito,
14:47e vai.
14:47Então a gente faz o confronto desse DNA,
14:49desse suspeito,
14:50com o DNA que foi retirado da cena do crime.
14:53Aquele negócio que a gente vê em filme, normalmente,
14:56que o cara da polícia vai com um copo lá,
14:58e o cara pega o copo pra ver o DNA.
15:01É do filme.
15:02E isso aí existe aqui,
15:03ou é aquilo só em filme?
15:04Não, é real.
15:05É real?
15:06Pode fazer isso?
15:07Pode.
15:07Ou tirar um fiozinho de cabelo do cara?
15:09Pode, pode.
15:10A polícia pode fazer isso?
15:11Luminon, não.
15:12Passa os negócios.
15:13O que acontece?
15:15Tecnicamente,
15:16existe uma evolução muito grande
15:19nessa parte de DNA,
15:20na parte de levantamento de...
15:22A gente chama de manchas latentes,
15:23que são aquelas manchas que a gente não vê,
15:25foram limpas.
15:26Então, você tem reagentes pra isso.
15:29Quando eu entrei,
15:31não existia o laboratório de DNA.
15:34O que fazia mais era a tipagem sanguínea.
15:37Isso.
15:37Mas a tipagem sanguínea,
15:39ela pode dizer assim,
15:40olha, não foi o fulano.
15:42Isso.
15:42Mas não pode dizer que foi.
15:44Que foi o cara.
15:45O DNA já determina.
15:47O DNA não, determina.
15:48Então, você tem uma tecnologia
15:50que vem se desenvolvendo.
15:52Antigamente,
15:53se precisava de uma quantidade maior
15:54de substância pra fazer o exame,
15:57hoje se precisa de uma quantidade mínima.
16:00E a pressão...
16:00Evoluiu, né?
16:01É exponencial a tecnologia.
16:02Agora, por exemplo,
16:03um cara que nem você
16:04pode ser igual o Dexter.
16:06O Dexter da série...
16:08Psicopata não?
16:09Não.
16:09O Dexter...
16:10Psicopata.
16:10O Dexter é isso que ele faz.
16:13Ele...
16:13Não, não.
16:14É que eu digo o seguinte.
16:15Ele é um perito.
16:16Ele é um perito especializado
16:19em manchas de sangue.
16:21Ah, entendi.
16:22Ele é especializado em manchas de sangue.
16:24Então, ele...
16:25Que é uma coisa que a gente tem que fazer.
16:27Porque a gente...
16:28Dentro do nosso trabalho,
16:29dentro do possível,
16:31a gente tem que tentar traçar a dinâmica.
16:33O que que aconteceu?
16:34Foi pancada de baixo pra cima.
16:36Foi pancada de baixo pra cima.
16:36A pessoa tava sentada.
16:38Isso.
16:38A gente tem que tentar fazer essa análise.
16:41É claro.
16:42Ah, consegue sempre?
16:44Claro que não.
16:45A gente não é mágico.
16:46Né?
16:47Só se fosse, às vezes,
16:47numa mesa branca, tá?
16:49É.
16:49Né?
16:49Alguém contar o que aconteceu.
16:51É.
16:51Mas a gente tem que fazer análise.
16:53De repente, a pessoa foi agredida num ponto.
16:55Ela caminhou.
16:56Aí, de repente...
16:57Pirrou o sangue pro lado.
16:58Pirrou o sangue.
16:58Então, pelo espirro de sangue.
17:00Tá?
17:00Que a gente chama...
17:01Espirro é...
17:02É o espargimento de sangue, né?
17:04O Dexter, ele achou...
17:06Ele achou...
17:07Tem um fio núcle.
17:07É o último dele.
17:08É no teto que...
17:09É, mas ele é o perito dele.
17:11Agora tem o filho dele.
17:13É, então.
17:13Mas aí, o que você vê?
17:15Dependendo desse espargimento, desse espirro,
17:17você vê se é um respingo de alta velocidade,
17:21um respingo de baixa velocidade...
17:23Dá pra saber isso.
17:24Então, vamos dizer,
17:25se é um projétil que entrou e saiu, tá?
17:30O projétil passa numa velocidade maior.
17:32Então, ele vai fazer esse espargimento,
17:35esses respingos em alta velocidade.
17:36Que é diferente de a pessoa ter tomado uma pancada na cabeça.
17:41Entendi.
17:41Vai respingar com uma velocidade mais baixa.
17:44Vai diferente.
17:45E você chegando, você já falou, isso aqui é um respingo.
17:47Dá pra analisar, vai.
17:48Tudo vai ser analisado.
17:50Entende?
17:50Vai ter que ser analisado, vai ser fotografado.
17:52Toda essa documentação faz parte do atendimento do local.
17:57Você é um especialista consagrado.
17:59A gente sabe que você é um cara extremamente técnico.
18:01Mas teve algum crime que mexeu com você na parte emocional?
18:06Que você tem que lidar com as vítimas, com familiares.
18:08Alguma coisa que você já foi trabalhar e você falou,
18:10cara, sonhei com ele?
18:12Eu não vou dizer assim que sonhei.
18:15Você é técnico.
18:17A gente tem que analisar tecnicamente.
18:20Mas, é claro, quando você tem uma vítima, uma criança,
18:23sempre não tem como chegar assim, foi tranquilo.
18:27Não.
18:28A gente tem que, às vezes, fazer, respirar fundo, tirar coragem.
18:32Olha, putz.
18:34Por mais que você tenha.
18:35É, eu tenho que fazer o meu trabalho.
18:37Mas, é duro.
18:38É.
18:39Ô Ricardo, agora nessa questão do sangue aí,
18:42tem tipo um gabarito de desenhinhos?
18:44Tem, tem, tem.
18:46Fechou aqui o gabarito.
18:47Existem livros de hematologia forense
18:49que podem dar uma orientação para o perito.
18:54É claro que você tem a melhor orientação que se tem
18:58é a análise, é a experiência.
19:01E a documentação fotográfica,
19:04porque se eu tiver uma documentação farta,
19:07eu estou na dúvida, eu chego para outros peritos.
19:09Olha, o que você acha?
19:10Sim.
19:10Aham.
19:10Porque a gente não é obrigado a saber tudo de tudo.
19:13Não, você diz que você sabe, ó.
19:15Inclusive, aqui no livro, ó, tem o passo a passo
19:17do perito e uma cena de crime.
19:20Está aqui no livro também.
19:22Olha.
19:22A cronologia.
19:23Muito legal.
19:24Esse livro aqui é muito bacana.
19:25É bem bacana.
19:26Todo mundo está aqui, ó.
19:28O perito Salada escreveu esse livro aqui.
19:30E esse caso, lá de Interlagos, que cara está lá no buraco?
19:38O cara no buraco.
19:39Ninguém sabe.
19:40Como é que está esse caso, Ricardo?
19:42O que acontece?
19:43É um caso que é muito complicado para a investigação.
19:48O que acontece?
19:48Pericialmente, se tem uma vítima, que ele teve o que a gente chama de asfixia indireta
19:56por a compressão do peito do tórax, em função de onde ele se encontrava.
20:04Então, pericialmente, foram feitos trabalhos periciais.
20:07Agora, tem muita aquela situação.
20:09A perícia tem que trabalhar junto com a polícia civil que faz a investigação.
20:15Então, às vezes, você tem menos elementos periciais e acaba ficando uma sobrecarga maior
20:22para a polícia civil.
20:25Então, é um caso que continua em investigação, segue algumas linhas de investigação.
20:33Espero que em breve se consiga...
20:35Que é um mistério, né?
20:36É um mistério.
20:36Esse caso é um mistério.
20:37É que você tem um local ermo, sem câmeras, sem pessoas, sem nada.
20:44Simplesmente, você tem uma vítima e praticamente sem lesões externas.
20:51Teve a asfixia dele, mas ele não foi espancado, não bateram nele.
20:55Então, realmente, é um caso que demanda uma investigação árdua e acaba sendo num tempo
21:05além do que você gostaria.
21:07Ele está em todos os casos midiáticos que tiveram, inclusive do Maníaco do Parque,
21:12que lançaram, tudo lançaram filme agora, que é mais ou menos...
21:15É, que o Maníaco do Parque, eu fiz uma parte, foi o registro da documentação da Selma,
21:22que foi encontrada no...
21:23Fala um pouquinho mais próximo.
21:25Foi encontrada onde ele trabalhava, né?
21:27E acompanhei a chegada dele no DHPP.
21:32Ah, é?
21:32Que ele estava no Rio Grande do Sul, ele foi levado para o DHPP e ele alegava que ele
21:38tinha perdido um dente, porque apanhou no Sul.
21:41Tá.
21:41E aí, então, os peritos da odontologia fizeram todo o trabalho de levantamento da moldura
21:49da arcada dentária dele, fizeram um molde de gesso, da mordida, e tinha uma foto que
21:56foi tirada, a Selma tirou a foto, e tinha a marca dos dentes dele numa das vítimas.
22:05Que é isso, cara?
22:06E aí o...
22:07Aquele instrutor de patins levava a turma para um parque, né?
22:11Então, aí o Perito Hermindo começou a fazer um trabalho, na época, fita VHS, né?
22:19Sim, VHS.
22:20Aí conseguiu mandar entrevista, parou a imagem dele e começou a fazer um trabalho de...
22:27Pro reconhecimento.
22:27Pro reconhecimento da arcada dentária dele.
22:30Olha isso!
22:31E foi o Hermindo levou ele, depois que fez toda essa modelagem da mordida dele, o Hermindo
22:38levou a foto que tinha da mordida.
22:41Ele falou, ó, tá vendo essa foto?
22:43Tá vendo essa mordida que você deu?
22:45Foi o primeiro momento em que ele...
22:48Se entregou.
22:49Meu Deus!
22:50Deu uma...
22:50Sentiu um baque, se deu aquela...
22:52Mudou a fisionomia dele.
22:54Porque ele sempre falou, olha, eu sou inocente, Deus sabe, não sei o quê.
22:58E vocês percebem quando o cara tá mentindo, né?
23:02É.
23:03Percebe, né?
23:04É, dá pra ver.
23:04Tem muita experiência, né?
23:06Quantos anos você tá nesse...
23:07Olha, eu trabalhei 32 anos só.
23:1032 anos?
23:11Caramba.
23:11Entende?
23:12Agora aposentado pra outros rumos.
23:15É isso aí.
23:16Pô, parabéns, cara.
23:17Muito legal.
23:18Muito legal o seu trabalho, o trabalho de todos os peritos.
23:21A nossa homenagem, é?
23:22Sim, trabalho sério.
23:23Salva, né?
23:24Que fazem esse trabalho muito importante.
23:26Vocês têm mais...
23:27Fuzilzão.
23:27Pois não, professor Samidana.
23:29Então eu pergunto, Ricardo, tem...
23:30A gente, pelo menos em filme, acontece muito...
23:33O cara deixa evidências falsas.
23:36Então eu vou lá, limpo o sangue, deixo o sangue de um terceiro,
23:40disso pra tentar confundir.
23:42Acontece muito isso?
23:45Tô pensando já na...
23:46Pode acontecer, mas há muito, muito poucos locais
23:52onde existe essa tentativa de enganar a perícia.
23:56Então é porque o que que acontece?
23:59É difícil você conseguir tirar as evidências reais
24:04e forjar evidências de uma forma que ela esteja lógica,
24:09de uma forma lógica com a cena do crime.
24:11Tem que ser um perito.
24:12Tem que ser um perito.
24:13Ou alguém que tenha estudado muito
24:15pra tentar ter um resultado positivo nesse sentido.
24:21Eu queria só uma dúvida rapidamente.
24:22Quando você estuda a criminologia, é maravilhoso.
24:25É lindo.
24:25Até o tipo da larva, você meio que calcula o tempo do corpo e tal.
24:30Mas no auxílio...
24:30Agora é polêmico, mas no auxílio sensitivo.
24:34Dois ou três casos no mundo tiveram.
24:36O que você pensa do mundo espiritual de um sensitivo ajudar a desvendar um crime?
24:42Eu acho que, vamos dizer, a informação que vem, vamos dizer, do outro lado,
24:47vamos colocar dessa forma, ela tem que ser avaliada.
24:50Ela tem que fazer sentido dentro da cena do crime.
24:53Porque se chegar uma informação, vamos dizer, espiritual, sensitiva,
24:58que não está fechando, alguma coisa errada tem.
25:01Ou nessa informação que veio, ou com a cena do crime.
25:06Porque teria como você pegar e checar, vamos dizer, pericialmente,
25:11essa informação.
25:12Mas o que é tipo uma voz sensitiva?
25:15É, é um sensitivo.
25:16O pai de santo falou, vai naquele momento.
25:19Dois ou três do mundo...
25:20Forças maiores.
25:24Eu, pra mim, eu acho que...
25:26Toda aquela informação que chega tem que ser avaliada.
25:30É, mas precisa ter a prova, né?
25:32É, porque o que acontece?
25:34Ninguém é preso porque a gente sabe.
25:38As pessoas são presas porque se prova.
25:40Boa.
25:41Então você tem que provar.
25:42Ultimamente, ultimamente, ultimamente a coisa muda, né?
25:46Ultimamente.
25:47Mas, vamos...
25:48Pericialmente.
25:51Isso aí.
25:53Ó, o perito Ricardo Salada conversou com a gente aqui, ó.
25:57Mais de trinta anos do HDPP,
26:00que é o Núcleo de Crimes Contra Pessoa do Instituto Criminalística de São Paulo.
26:04É uma das maiores referências da perícia criminal no Brasil.
26:07Tá lançando o livro, esteve aqui no Pânico hoje,
26:11pra você saber, que chama-se Na Cena do Crime.
26:13Você já pode comprar e vai ter na Livraria da Vila, lá no Shopping Pátio e Higienópolis.
26:18Sábado, às dezoito horas, você pode ganhar a assinatura do nosso querido perito.
26:24Obrigado.
26:24Foi um prazer conversar com você.
26:26Parabéns mais uma vez pelo seu trabalho.
26:28E a todos os peritos também, a nossa homenagem aqui do Pânico.
26:31E a todos os peritos também, a nossa homenagem aqui do Pânico.
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