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00:00Em meio ao final caótico de uma guerra amarga, o maior avião do mundo e carregado com órfãos, parte em direção a um lugar seguro.
00:15Empurrando os manetes agora.
00:17Agora, vá.
00:20Tínhamos que ficar fora do alcance dos mísseis.
00:23Mais minutos depois de terem escapado.
00:26Houve uma explosão altíssima, um rápido estrompo.
00:30O que foi aquilo?
00:32O avião fica fora de controle.
00:33Continuei cada vez mais rápido e mais rápido.
00:37E despenque em direção ao sol.
00:38Preparar para aterrissagem de emergência!
00:41Mãe, avaixa!
00:56Então, houve um silêncio.
01:13Mayday Desastres Aéreos
01:16Esta é uma história real, baseada em relatórios oficiais e relatos de testemunhas.
01:25Operação Baby Lift
01:27Vietnã do Sul, abril de 1975
01:34Depois de mais de 10 anos de combates, os Estados Unidos estão à beira da derrota.
01:41O fim da guerra se aproxima rapidamente.
01:43O inimigo está avançando sobre a capital.
01:54Em 4 de abril, em uma base militar na capital sub-ietnamita de Saigon,
02:00uma carga singular está sendo colocada em um enorme Galaxy C5A.
02:07Esse é um dos maiores aviões do mundo.
02:13O C5A é principalmente um avião de carga.
02:28Seu compartimento é grande o bastante para carregar tanques e alto o suficiente para a movimentação de ônibus.
02:35Acima da área de carga, há um pequeno número de assentos.
02:41Hoje, tanto a área de passageiros quanto o compartimento de carga estão sendo usados para um trabalho incomum.
02:47Dezenas de órfãos vietnamitas estão sendo colocados no avião para serem levados a um local seguro.
02:57Milhares de órfãos precisam ser levados dali de avião antes que os norte-vietnamitas tomem Saigon.
03:03Barb Adams trabalha para a embaixada americana.
03:06Ela e sua filha, Linda, também estão fugindo.
03:09No dia 4 de abril, minha mãe chegou em casa e me disse que eu tinha uma hora para fazer minha mala
03:19e que iríamos acompanhar os órfãos a serem transportados de avião para os Estados Unidos.
03:26Quando minha mãe e eu subimos até o compartimento de tropas, havia assentos tradicionais de avião e todos eles estavam cheios de bebês.
03:35O sargento Ray Nedegar é o responsável pelo carregamento do enorme compartimento de carga.
03:46Veja se está firme, temos pessoas aqui embaixo.
03:50Era difícil controlar a situação.
03:52Havia tanta gente ali, tanta gente da imprensa, muitas pessoas dos orfanatos, muitos militares que, na verdade, eram um caos total.
04:01No dia anterior, o presidente americano, Gerald Ford, anunciara o início dessa desesperada missão de misericórdia,
04:09um esforço notável chamado Operação Baby Lift.
04:13Eu mandei que o C-5A e outras aeronaves especialmente equipadas para cuidar desses órfãos durante o voo fossem enviadas a Saigon.
04:25Espero que esses voos tenham início nas próximas 36 a 48 horas.
04:30Arnold Isaacs estava cobrindo o final da guerra para o Baltimore Sun.
04:35Tinha os aviões de transporte indo para Saigon todos os dias, descarregando suprimentos militares e voltando vazios.
04:43E então foi decidido que eles poderiam carregar os órfãos naqueles voos de volta.
04:51Havia muitas câmeras e muitos repórteres ali fazendo a cobertura do carregamento e da saída do avião.
05:00O comandante Bud Traynor é o encarregado do primeiro voo da Operação Baby Lift.
05:11Eu recebi uma ligação no posto de comando nos Estados Unidos e eles me perguntaram quantas pessoas você conseguiria tirar de Saigon se recebesse essa ordem.
05:21A questão do voo foi decidida na última hora, por isso eles estão atrasados.
05:27O avião deveria ter partido às 5 horas e o comandante Traynor quer decolar.
05:34Ele dá ordens para que a porta do compartimento de cargas seja fechada.
05:38Diga a todos que fechem as portas.
05:39Fechar a porta do compartimento de cargas.
05:41Diga a porta do compartimento de cargas.
06:11Minha mãe e eu estávamos encarregadas de 3 fileiras de assentos, com talvez 4 assentos por fileira.
06:24Portanto, teríamos de cuidar de 12 a 15 bebês durante o voo, alimentando-os, trocando-os, fazendo o que fosse necessário fazer.
06:32Abaixo, no compartimento de cargas, há 102 crianças mais velhas.
06:38Alguns oficiais da Embaixada Americana também estão na parte de baixo do avião, de olho nos órfãos.
06:48O avião de carga está indo para a base da Força Aérea de Clark, nas Filipinas.
06:53Será um voo de 2 horas e meia.
06:55Dali, os órfãos serão enviados para agências de adoção na América do Norte e Austrália.
07:02Tínhamos de decolar de Saigon e fazer uma subida bastante rápida para ficarmos fora do alcance de mísseis.
07:08Aviões de carga são alvos fáceis.
07:11Eles são lentos e grandes.
07:13A possibilidade de um ataque é bastante real.
07:16Apenas cinco dias antes, tropas norte-vietnamitas haviam tomado a segunda maior cidade do sul, Da Nang.
07:26Forças sul-vietnamitas estão recuando em direção a Saigon.
07:32Na capital, a situação é caótica.
07:38Milhares de civis sul-vietnamitas estão desesperados para partir.
07:42Todos os dias, uma província era perdida.
07:47Acho que, principalmente depois da tomada de Da Nang,
07:50a população de Saigon começou a ser tomada por uma espécie de terror paralisante e petrificante.
08:12Como está o ar no compartimento de tropas?
08:16Está bom.
08:18Os bebês ainda estão berrando?
08:19Ou ficaram quietinhos com todo o barulho?
08:23A maioria está dormindo, não é?
08:27Ah, ainda bem.
08:28E então, logo depois da decolagem,
08:38à medida que o avião sobe para 23 mil pés,
08:41Quando houve a descompressão rápida,
09:07o avião se encheu com uma névoa e até que ela se dissipasse,
09:12você não conseguia enxergar.
09:14Houve uma explosão altíssima, um rápido estrondo.
09:17O que foi aquilo?
09:18E minha mãe disse, não tenho certeza,
09:21e dava para sentir que o avião estava descendo rapidamente.
09:23Vários tipos de fragmentos começaram a voar pelo avião.
09:27É uma descompressão clássica.
09:35Há um enorme buraco em alguma parte da fuselagem do avião.
09:40O ar dentro do jato está saindo rapidamente.
09:44A 23 mil pés, o oxigênio quase não é suficiente para as pessoas respirarem.
09:48Então eu olhei para o copiloto e ele estava colocando a máscara de oxigênio.
09:52E eu achei que era melhor eu fazer o mesmo.
09:54As máscaras de oxigênio caíram automaticamente.
10:00Mas em um voo tão lotado, não há máscaras suficientes.
10:04As que estão disponíveis não foram projetadas para chegarem até os bebês.
10:13Quando olhei pela janela, eu vi o oceano.
10:16E eu disse para minha mãe, nós estamos caindo, não estamos?
10:20Na parte de trás do compartimento de passageiros, a tenente Marshall Wirtz entra em contato com a tripulação.
10:31Dali, ela em geral consegue enxergar o compartimento de carga abaixo dela.
10:36Piloto, aqui é o Wirtz.
10:38Estou sobre a grade superior do compartimento de tropas.
10:41Vejo o mar da China pela parte de trás do avião.
10:43O quê?
10:44A porta do compartimento de carga sumiu.
10:50O voo inaugural da operação Babylift não vai conseguir sair do Vietnã.
10:57Os próximos minutos irão determinar se alguém irá sobreviver.
11:02Os níveis de oxigênio estão perigosamente baixos.
11:06Ao contrário da situação no compartimento de passageiros acima,
11:10há apenas algumas máscaras portáteis para passageiros no compartimento de carga.
11:14Minha prioridade número um, depois de uma descompressão rápida,
11:18é levar o avião de volta a uma altitude em que todos os passageiros consigam respirar.
11:22Ou seja, 10 mil pés.
11:24Eu vou voltar para o aeroporto.
11:29E aí eu virei 180 graus e comecei a voltar para Saigon.
11:35Mas antes de chegar a Saigon...
11:37Sargento Snedegaard!
11:38Trainer precisa saber qual a gravidade da situação.
11:41O avião estava descendo, inclinado para a esquerda.
11:44Naquele momento em especial, eu sentia que estávamos caindo.
11:47Fui até a cabine do piloto.
11:48Senhor!
11:49Veja o que está acontecendo!
11:50E o comandante trainer me pediu que eu fosse até o compartimento de carga
11:54para ver o que estava acontecendo lá embaixo.
11:57Quando eu estava descendo,
11:59estava com a velocidade máxima,
12:01que é o que se deve fazer para chegar a 10 mil pés.
12:05Eu estava na velocidade máxima,
12:07puxei a coluna
12:08e nada aconteceu.
12:09Eu continuava cada vez mais e mais rápido.
12:12O avião de trainer está mergulhando em direção ao solo
12:16e ele não consegue fazê-lo subir.
12:20Na parte de trás do avião,
12:22Ray Snedegaard desce até o local do cerne do problema.
12:26Quando eu desci,
12:32percebi que o compartimento de carga estava um caos.
12:36As pessoas estavam assustadas
12:37e eu estava rastejando e passando por cima de pessoas
12:41que estavam acomodadas no chão, como conseguiam.
12:43E eu vi aquele buraco enorme na parte de trás do avião.
12:54Toda a luz do dia estava ali atrás.
12:57Então, Snedegaard,
12:58viu que poderia ser um problema ainda mais sério?
13:01Havia vazamento de fluido hidráulico.
13:03Os cabos de controle estavam dependurados,
13:07voando para frente e para trás.
13:08E aquilo me pareceu um espaguete.
13:10Foi a primeira coisa que me veio à mente.
13:13O engenheiro do voo
13:15também percebe que o avião
13:17está perdendo seu fluido hidráulico rapidamente.
13:20Piloto,
13:21perdemos o sistema hidráulico número 1.
13:23Acabamos de perder o número 2.
13:32O fluido hidráulico ajuda a tripulação
13:34a movimentar as enormes superfícies de controle do avião.
13:37O leme e o profundor na parte de trás
13:39e os ailerons e flaps da Aser.
13:42Há quatro sistemas hidráulicos distintos no avião.
13:45Agora, dois deles estão completamente vazios.
13:49À medida que o trainer mergulha para 10 mil pés,
13:52a velocidade de seu avião aumenta mais do que deveria
13:55e ele não consegue fazê-lo subir.
13:57Eu continuava puxando a coluna,
13:59achando que conseguiria fazê-lo ir mais devagar.
14:01Eu puxava cada vez mais.
14:03Não estou conseguindo nada com a coluna.
14:05E você?
14:07Nada.
14:08Estávamos totalmente confusos.
14:12O que estava errado?
14:15Na barriga do avião,
14:16Ray Snedega relata à cabine o que está vendo.
14:21Piloto!
14:22Compartimento de carga!
14:23Prossiga!
14:25Eu disse a ele que uma parte da rampa havia sido perdida.
14:28A porta de pressão havia se soltado
14:30e linhas hidráulicas e cabos de controle haviam sido cortados.
14:36O problema era muito pior do que imaginávamos.
14:39Declare emergência!
14:42Saigon, aqui é Mach 80218.
14:45Estamos declarando emergência.
14:47Solicitamos permissão para voltar imediatamente à base.
14:50Depois de lutar com seu jato avariado,
15:00os esforços de Traynor finalmente parecem dar resultado.
15:03O avião havia se nivelado e estávamos dizendo,
15:07ah, graças a Deus, estamos finalmente saindo dessa.
15:10Tão rapidamente quanto se nivelaram, o avião começou a subir novamente.
15:17O nariz do jato começou a ir para cima.
15:20E aí eu soltei a coluna.
15:22E o que aconteceu?
15:23Nada.
15:24Agora eu continuava indo direto para cima.
15:27A menos que Traynor consiga ganhar um pouco de velocidade,
15:30seu avião logo irá entrar em stall e despencar para o sol.
15:33Ele começou a subir mais e mais e logo estava praticamente na vertical.
15:41No desespero, ele inclina uma das asas forçando o nariz do avião para baixo.
15:46Naquele momento eu estava em um mergulho direto e, ao que tudo indicava,
15:50não tinha nada que pudesse fazer para trazer o nariz do avião para cima.
15:53Então, intuitivamente, eu aumentei a potência.
16:00E, quando fiz isso, o avião se ergueu do mergulho e começou a subir novamente.
16:06Mas, dessa vez, eu o parei a 10 mil pés e o nivelei.
16:10E percebi que eu tinha aprendido a controlar o avião.
16:15Traynor não consegue controlar o ângulo de inclinação do nariz do seu avião
16:20como ele geralmente fazia, empurrando e puxando seu manche.
16:24Em vez disso, ao diminuir e aumentar a potência de seus motores suavemente,
16:29ele parece conseguir manter o avião nivelado.
16:31Eu me dei conta de que meu único controle de ângulo de inclinação do nariz era o manete.
16:38O avião desce para 10 mil pés.
16:41Agora, há oxigênio suficiente para respirar.
16:441, 0, 0.
16:46É seguro tirarmos as máscaras.
16:50Desce o trem de pouso e verificação pré-aterrissagem.
16:54Fui direto para Saigon e comecei a descer e a me posicionar
16:58para uma finalização muito semelhante como se fosse um planador.
17:02Não se preocupem.
17:18Eles estão cuidando disso lá em cima.
17:21Logo estaremos em terra.
17:24Eu estava tentando confortar aqueles passageiros.
17:27Ao mesmo tempo, eu sabia que tínhamos sérios problemas, pois o avião continuava descendo.
17:32O comandante Traynor havia conseguido que seu avião avariado descesse a pouco mais de 4 mil pés.
17:41A 11 quilômetros do aeroporto, ao virar seu jato para alinhá-lo com a pista,
17:46ele é surpreendido mais uma vez por seu avião.
17:49Na virada final para a pista, quando eu inclinei o avião,
17:55o nariz caiu e eu não consegui continuar a virar.
17:59Tive de alinhar as asas para que eu tivesse sustentação suficiente e o nariz não continuasse a descer.
18:05O comandante Traynor teve de parar de virar antes que conseguisse alinhar o avião com a pista.
18:11Agora ele estava perdendo altitude rapidamente e suas perspectivas estavam ficando cada vez mais sombrias.
18:16Enquanto estávamos trabalhando no compartimento de carga, o encarregado me disse
18:19precisamos subir porque vamos bater no solo.
18:23Ao chegar ao topo da escada, eu mudei de ideia e pensei
18:27eu preciso estar no compartimento de carga quando tocarmos a pista
18:30para que eu possa ajudar na evacuação lá embaixo.
18:33E quando eu tentei sair, o engenheiro de voo me agarrou pelo cotovelo, me jogou em uma poltrona
18:38e no momento em que eu caí na poltrona, pude ouvir o barulho no chão.
18:42Um barulho alto que ficava cada vez mais próximo.
18:46Prepare-se para uma aterrissagem acidentada.
18:50Deitem-se no chão!
18:52Prepare-se para a aterrissagem de emergência!
18:54Mamãe, abaixe!
18:57Quando começamos a descer, minha mãe e eu começamos a nos concentrar
19:01no que deveríamos fazer para nos preparar para o impacto.
19:05Tínhamos um enorme campo aberto à nossa frente.
19:08Quando nós estávamos a cerca de 200 pés do solo, eu disse
19:14Vamos lá!
19:14O avião está se movendo ruidosamente em direção ao solo a quase 500 km por hora.
19:20Eu me abaixei, apanhei meu cinto de segurança e quando eu fechei o cinto...
19:24Nós tocamos o solo com certa facilidade e aí voltamos para a Sear.
19:40O oficial na Jump City me dizia
19:43Bud, nós vamos conseguir!
19:45Mas eu podia ver, surgindo à minha frente, um rio realmente enorme.
19:49Por isso, aumentei a potência.
19:55Minha mãe estava em um dos lados do corredor e eu estava do outro lado.
20:01E ela me disse, venha para cá, sente-se comigo.
20:09E mesmo com potência total, naquele momento continuávamos a cair.
20:19Minha mãe está em um dos lados do corredor.
20:49Minha vida passou diante de mim em câmera lenta.
20:54O avião estava se partindo onde eu estava sentado.
20:58Todos os tipos de coisas começaram a voar pelos ares.
21:03E aquilo continuou como que indefinidamente.
21:10Enquanto eu estava ficando de cabeça para baixo,
21:12eu lembro de ter dito adeus para minha mulher algumas vezes, porque eu já era.
21:19E aí?
21:30Houve um silêncio.
21:31Houve um silêncio.
21:45Quando o avião parou, eu procurei minha mãe e não conseguia mais vila em parte alguma.
22:06Naquele momento era tudo um tanto surreal e eu nem ao menos sabia o que realmente havia acabado de acontecer.
22:21Tudo o que eu sabia é que tínhamos de tirar os bebês dali.
22:36O trainer e o restante da tripulação tinham sobrevivido.
22:41Quando eu saí pela janela, foi muito fácil perceber que o avião havia se despedaçado completamente.
22:50A cauda havia se soltado, o deck de voo se soltara, o compartimento de carga, as asas haviam se separado do compartimento de carga.
22:59O compartimento de carga praticamente se desintegrara.
23:06Atrás da cabine, as asas do avião, onde ficam os tanques de combustível, estão em chamas.
23:15A sessão dos passageiros está praticamente intacta e separada do calor abrasador das asas em chamas.
23:26A tenente Wurks e muitos dos outros que estavam na sessão dos passageiros sobrevivem.
23:32E então começamos a retirar os bebês.
23:36Eu consegui ouvir alguns helicópteros chegando.
23:41Naquele momento eu não estava procurando minha mãe porque haviam me garantido que ela estava muito bem.
23:47Eu deveria ir para o hospital e simplesmente esperar por ela.
23:51E foi então que eu apanhei alguns dos bebês e saí.
23:55Um dia que começara com a promessa de esperança termina em desastre.
24:12Poucos minutos após a queda da primeira missão Babylift, equipes de resgate estão no local procurando por sobreviventes.
24:19Quase todos no compartimento de carga morreram na hora, no momento em que o avião bateu contra o solo pela segunda vez.
24:30Os mortos, os feridos e os sobreviventes são levados a hospitais em Saigon e na Tailândia.
24:42Como eu não estava muito ferida, eu simplesmente me sentei e fiquei esperando por minha mãe enquanto eles traziam muitos dos bebês.
24:49E então alguém veio até mim e me disse que minha mãe havia morrido.
24:56Eu me lembro de estar fazendo tudo para me aguentar e então ela disse, venha se sentar comigo.
25:03A última decisão de Barb Adams foi de ficar perto da filha.
25:08Logo que eu me sentei no chão, o avião deve ter batido.
25:15Ela foi jogada para algum lugar.
25:19E aquela foi a última vez que vi minha mãe.
25:25175 pessoas sobrevivem ao acidente com o jato da Força Aérea.
25:34Entretanto, mais de 150 morrem.
25:39Mais da metade eram crianças.
25:42E foi realmente um enorme golpe.
25:47A queda do Vietnã do Sul já tinha sido uma história triste e trágica.
25:52E quem iria imaginar que em meio a toda aquela tragédia,
25:56um avião da Força Aérea americana,
25:59cheio de crianças pequenas e de bebês vietnamitas,
26:02iria cair?
26:03A investigação começa imediatamente.
26:09No dia seguinte, juntamente com os investigadores,
26:15o comandante Bud Frainer volta ao local dos destroços fumegantes de seu avião
26:19em uma missão especial e pessoal.
26:22Eu tive que deixar alguns membros da tripulação no avião
26:27e, portanto, eu voltei na manhã seguinte.
26:30Os corpos de dois membros da equipe mortos na queda
26:33ainda estão presos entre os destroços.
26:35Por isso, pegamos várias correntes juntas
26:38e fizemos um esforço conjunto
26:40para soltar o flap dentre os destroços
26:44que estavam prendendo os dois membros da tripulação.
26:52E os tiramos de lá.
26:55É sempre importante terminar o trabalho.
26:59E fizemos isso.
27:04Só que aí eu fui muito ingênuo
27:06quanto ao que imaginei que iria acontecer em seguida.
27:08Eu meio que visualizei
27:10homens de capacetes prateados
27:12isolando o local com uma corda branca
27:14e aquele seria um lugar protegido.
27:16E foi aí que eu levei um choque.
27:18Espera, não há nenhum guarda aqui.
27:20Havia, sim, um soldado vietnamita
27:22vasculhando minha mala
27:23e usando minha jaqueta de voo.
27:33E ele tinha uma AR-15 e eu não.
27:36Essa jaqueta é minha.
27:39Eu sou o Bud Traynor.
27:41Ele viu que o nome gravado na jaqueta
27:44era o mesmo da minha roupa de voo.
27:47É minha.
27:47E percebeu que a jaqueta que ele estava usando
27:50era minha.
27:51E, portanto, com muita má vontade,
27:53ele me devolveu
27:54e continuou a mexer na minha mala.
27:56E não foi apenas a jaqueta de Traynor.
28:18Saqueadores estavam tirando tudo do avião.
28:20David Scheiden
28:22é engenheiro de estruturas da Força Aérea.
28:27Quando chegamos ao local,
28:29ficamos preocupados,
28:30pois havia uma enorme
28:31quantidade de civis ali
28:34apanhando coisas,
28:35o que, sem dúvida,
28:36não nos ajudava
28:37no que diz respeito à investigação.
28:40Ele faz parte de uma equipe
28:42que foi até Saigon
28:43tentar descobrir
28:44o que causará a queda do avião.
28:46Essa investigação foi bastante singular
28:50por vários pontos de vista.
28:52O primeiro deles, claro,
28:53é que havia pessoas
28:54tirando peças de nós,
28:55mas a segunda é que o país
28:57estava um caos.
28:57Estava se desintegrando.
29:00Frank Haskin
29:00também faz parte
29:01da equipe de investigação.
29:03O exército do Vietnã do Norte
29:05e os Vietcong
29:06estavam por toda a parte
29:08e nós estávamos ali
29:09durante o dia.
29:09Mas era uma sensação
29:11muito desconfortável.
29:12Muito desconfortável.
29:16Uma das primeiras coisas
29:18que queríamos descartar
29:19era a sabotagem
29:20em uma bomba.
29:21Trouxemos cachorros
29:21das Filipinas,
29:22cães farejadores de bombas.
29:28Leve-o de volta
29:29para a parte de trás do avião.
29:31Com soldados vietnamitas
29:33do norte tão próximos,
29:34um ataque direto
29:36ou sabotagem
29:37são teorias óbvias.
29:44Inicialmente,
29:44todos eles acharam
29:46que uma bomba
29:47tinha sido colocada
29:48no compartimento de carga
29:49ou que um míssil
29:50tivesse derrubado o avião.
29:52Durante a pressa
29:53de carregar o avião,
29:54bagagens pessoais
29:55haviam sido embarcadas
29:56sem que fossem
29:57totalmente verificadas.
29:59Isso aumenta
30:00as suspeitas
30:00de que uma bomba
30:01pudesse ter sido levada
30:02a bordo clandestinamente.
30:04Os cães
30:05não encontram sinais
30:06de uma bomba
30:07e os investigadores
30:08não encontram provas
30:09de resíduos explosivos
30:10no avião.
30:11Ele certamente
30:12não havia sido atacado,
30:14mas alguma coisa
30:15tinha provocado
30:16a falha da porta
30:17do compartimento
30:17de carga.
30:18Nós tínhamos
30:20de achar as portas
30:21se possível
30:22para termos certeza
30:24de que não teríamos
30:25problemas
30:26com os outros C-5
30:28que levassem
30:30a esse tipo
30:31de acidente.
30:33Logo,
30:33os enormes
30:34C-5A
30:35serão extremamente
30:36necessários
30:36para tirar
30:37os Estados Unidos
30:38do Vietnã.
30:39Descobrir o que aconteceu
30:40com esse avião
30:41não poderia ser
30:41mais premente.
30:43Era sumamente
30:44importante na época.
30:45Tínhamos cerca
30:46de 100 aviões
30:47C-5.
30:49Havíamos deixado
30:50o C-5 em terra
30:51até que pudéssemos
30:51descobrir, em primeiro lugar,
30:53qual era o problema
30:54e, em segundo,
30:56o que iríamos fazer
30:58para impedir
30:59que aquilo acontecesse
31:00de novo.
31:01ao examinarem
31:07os destroços,
31:08os investigadores
31:09também tentam
31:10descobrir
31:10por que a tripulação
31:12havia tido
31:12tanta dificuldade
31:13em controlar
31:14o avião.
31:16Vejam como
31:17isso foi arrancado.
31:19Os cabos
31:20onde Ray Snedega
31:21vira o vazamento
31:22de fluido hidráulico
31:23eram os que
31:24controlavam
31:25o profundor
31:25do avião.
31:26Como o profundor
31:27controla o ângulo
31:28de inclinação
31:29do nariz
31:29da aeronave,
31:30o comandante
31:31Traynor
31:31não tinha como
31:32levar seu avião
31:33para cima
31:33e para baixo.
31:34Compartimento de carga!
31:36Declara emergência!
31:37Saigon!
31:38Emergência!
31:39Emergência!
31:39Voltando para a base!
31:41Quando não há controle
31:43do profundor
31:44que permite
31:45uma inclinação,
31:46o próprio avião
31:48irá estabelecer
31:49uma oscilação
31:50para cima
31:51e para baixo.
31:52A oscilação
31:52teve início,
31:54o nariz
31:54estava indo
31:55para baixo
31:56e então ganhou velocidade
31:57e começou a subir.
31:59As propriedades
32:00aerodinâmicas
32:01de um avião
32:01que está caindo
32:02irão forçá-lo
32:03a seguir
32:03um padrão
32:04previsível.
32:05À medida
32:06que a sustentação
32:07aumenta,
32:07o nariz naturalmente
32:08vai para cima.
32:10Sem os profundores
32:11para neutralizar
32:12o movimento,
32:12ele irá continuar
32:13até que o avião
32:14se movimente
32:15tão devagar
32:15que entre em stall,
32:16despencando
32:17em direção
32:18ao solo.
32:19Isso explica
32:20o estranho movimento
32:21do gigantesco
32:21C-5A.
32:23Ajustando a potência
32:24para seus motores,
32:25Traynor conseguiu evitar
32:26que o jato subisse
32:27e caísse.
32:28Os investigadores
32:29acreditam
32:30que os cabos
32:31foram cortados
32:32quando a porta
32:33do compartimento
32:33de carga
32:34explodiu.
32:39Mas eles ainda
32:41não sabem
32:41por que
32:42houve um problema
32:43com a porta.
32:46E então
32:46nós resolvemos
32:47que teríamos
32:48de tentar
32:49encontrar as portas.
32:51Mas as portas
32:52estão em algum lugar
32:53no fundo do mar
32:54da China do Sul.
32:55Nosso problema
32:57seguinte
32:58era tentar
32:58descobrir
32:59a balística
32:59daquelas portas.
33:01Nunca ninguém
33:02havia pensado
33:03em descobrir
33:04a balística
33:05de duas portas
33:06voando pelos ares
33:07caindo de 23 mil pés.
33:09Com base
33:10na velocidade
33:10do vento
33:11e da altitude
33:12no momento
33:12da descompressão,
33:14os investigadores
33:14ficam sabendo
33:15que o avião
33:16estava a 46 quilômetros
33:17da costa do Vietnã.
33:18Quando as portas
33:20se soltaram,
33:20o avião
33:21estava sobrevoando
33:22a água.
33:23a cerca
33:24de 600 pés
33:25por segundo.
33:25Portanto,
33:27tínhamos de obter
33:27uma estimativa
33:28bastante boa
33:30para que a marinha
33:31soubesse
33:32onde procurar.
33:33Navios
33:34da sétima frota
33:35dos Estados Unidos
33:36entrecruzam
33:37o mar da China do Sul
33:38à procura
33:39da porta traseira.
33:42Durante os primeiros dias,
33:43eles não encontram
33:44coisa alguma.
33:46O mar da China do Sul
33:47havia engolido
33:48as provas.
33:49No local
33:54do acidente,
33:55os investigadores
33:56estão cada vez
33:57mais frustrados.
34:00Uma grande parte
34:01dos destroços
34:02foi roubada
34:03por saqueadores.
34:06Uma pista
34:06importante
34:07poderia estar
34:08entre o que foi
34:08apanhado.
34:14Para conseguir
34:15essas peças
34:16de volta,
34:17a Força Aérea
34:18se dispõe
34:18a comprá-las.
34:20A estratégia
34:21era distribuir
34:22folhetos
34:23por toda a cidade
34:24de Saigon
34:25e regiões vizinhas.
34:27Queremos de volta
34:28todos os pedaços
34:29de material
34:30da aeronave
34:31e inclusive
34:32lhes pagaremos
34:33se vocês
34:34os devolverem
34:34para nós.
34:38Onze dias
34:39após o acidente,
34:40folhetos
34:41são entregues
34:41às autoridades locais
34:43e distribuídos
34:44por toda a cidade.
34:45finalmente,
34:49os investigadores
34:50recuperam
34:51a câmera
34:51que foi usada
34:52por uma equipe
34:53de filmagem
34:53a bordo
34:54do avião.
34:58Eles esperam
34:59que isso
34:59possa mostrar
35:01exatamente
35:01o que aconteceu.
35:06Mas o filme
35:07dentro da câmera
35:08já havia sido retirado.
35:10Uma outra peça
35:12entre os destroços
35:13devolvidos
35:14durante o programa
35:15de comprar de volta
35:16é exatamente
35:16o que eles
35:17estavam procurando.
35:19Estávamos tentando
35:20conseguir as caixas pretas
35:22porque era o item
35:22que queríamos.
35:24Todos os C-5A
35:25são equipados
35:26com um sistema
35:27de computador
35:27que grava
35:28informações vitais
35:29a respeito
35:29da operação
35:30do avião.
35:31O sistema
35:32grava ajustes
35:32do motor,
35:33velocidade do ar,
35:34altitude e centenas
35:35de outros parâmetros
35:36em uma fita magnética.
35:39O sistema
35:39é chamado
35:40MADAR,
35:40sigla em inglês
35:41para Sistema
35:42de Análise
35:43e Gravação
35:43de Detecção
35:44de Malfuncionamento.
35:46O sistema
35:46não havia sido
35:47encontrado
35:47no local
35:48do acidente.
35:50O MADAR
35:51é finalmente
35:52devolvido
35:53por alguém
35:53em busca
35:54de recompensa,
35:55mas acaba
35:55sendo uma decepção.
35:58Ele não
35:59identificava
36:00a razão
36:00das portas
36:01e das rampas
36:01não terem funcionado,
36:03mas na verdade
36:04ele nos fornecia
36:05uma sequência
36:06de ocorrências
36:07de muitas áreas,
36:08inclusive altitude
36:09e velocidade
36:10do ar
36:10e o desempenho
36:13da própria aeronave
36:14durante aquele
36:15período de tempo.
36:22Enquanto
36:23os investigadores
36:24continuam a procurar
36:25as causas do acidente,
36:26a situação
36:26no Vietnã
36:27fica pior.
36:29Dois dias
36:30após o recebimento
36:31do MADAR,
36:32o presidente
36:32do Vietnã do Sul
36:33renuncia.
36:35Em 23 de abril,
36:37tropas
36:38norte-vietnamitas
36:39reunindo
36:40100 mil homens
36:41aproximam-se
36:42de Saigon.
36:43O cerco
36:44à cidade
36:44está se fechando
36:45rapidamente.
36:46Enquanto
36:46estávamos
36:47nos arrozais,
36:48conseguíamos
36:49ver aldeias
36:50e vilarejos
36:50se queimando
36:51à distância.
36:52Eles estavam
36:52em chamas.
36:53Era possível
36:54ouvir as explosões
36:55e os morteiros.
36:57Enquanto
36:58a situação
36:58no Vietnã
36:59continuava
37:00a se desenrolar,
37:01a marinha americana
37:02finalmente conseguiu
37:03algum resultado
37:04positivo no mar.
37:06Em 26 de abril,
37:08eles encontram
37:08a rampa de carga
37:09e parte
37:10da porta
37:11de pressão
37:11do avião
37:12de Traynor.
37:13Se os investigadores
37:14não encontrarem
37:15as respostas aqui,
37:16eles talvez
37:17não as encontrem
37:18em parte alguma.
37:19O tempo
37:19está se esgotando
37:20e eles estão
37:21ficando sem pistas.
37:23Quando a rampa
37:23é examinada,
37:24os investigadores
37:25fazem uma descoberta
37:26inquietante.
37:28Naquela rampa
37:29dois dos estribos
37:30estavam em excelentes
37:31condições,
37:31estavam perfeitos.
37:32Eles não haviam
37:33apresentado defeito.
37:34Isso obviamente
37:34nos mostrou
37:36que pelo menos
37:36duas das travas
37:37haviam simplesmente
37:38se destravado.
37:40O C-5A
37:41tem 14 travas
37:42que mantém
37:42a porta de carga
37:43traseira fechada,
37:44sete de cada lado.
37:46A porta recuperada
37:47do mar
37:47mostra aos investigadores
37:49que por alguma razão
37:50três das travas
37:51destinadas a manterem
37:52a porta fechada
37:53se destravaram
37:54durante o voo
37:55ou nem sequer
37:56chegaram a travar.
37:57Na verdade
37:59esse voo
38:00era como
38:00uma bomba relógio.
38:02Quando a rampa
38:03foi fechada
38:03todas aquelas
38:04travas
38:04pareciam estar
38:05na posição
38:05de travamento.
38:06Quando o avião
38:07levantou o voo
38:08o fusível
38:08se acendeu
38:09e à medida
38:10que a aeronave
38:10subiu
38:11o fusível
38:11continuava queimando.
38:12À medida
38:13que o avião
38:13alça voo
38:14rumo a Saigon
38:15a pressão
38:17fora do jato
38:18cai
38:18e o ar
38:19do lado
38:19de dentro
38:20fazia uma pressão
38:20cada vez maior
38:21contra a porta
38:22do compartimento
38:23de carga.
38:24E então
38:25quando o avião
38:26passou dos 23 mil pés
38:28com três fechos
38:28destravados
38:29a pressão
38:30contra a porta
38:31foi demais.
38:32Com as três travas
38:41que não funcionavam
38:43todas em sequência
38:44isso foi carga demais
38:45para as outras
38:46quatro travas
38:47o que resultou
38:48na falha
38:48da própria rampa.
38:50Mas os investigadores
38:52ainda não sabem
38:53por que as travas
38:54falharam.
38:55Antes que eles
38:56consigam encontrar
38:57a resposta
38:58a situação
38:58no Vietnã
38:59se deteriora
39:00completamente.
39:01Saigon
39:02está seteada.
39:04Em 27 de abril
39:06os investigadores
39:07reúnem todas as provas
39:08que conseguiram
39:09e vão embora.
39:10Ficar ali
39:11é simplesmente
39:11perigoso demais.
39:13Quando deixamos
39:14Saigon
39:15éramos os dois
39:15últimos C-141
39:17a deixar a base
39:18aérea de Thompson.
39:22Naquele momento
39:23eles basicamente
39:24estavam perdendo
39:25o país
39:25e depois daquilo
39:26apenas helicópteros
39:27poderiam sair.
39:29Os investigadores
39:30esperam ter
39:30todas as pistas
39:31e que precisam
39:32para resolver
39:33o mistério
39:34do acidente.
39:35Eles sabem
39:36que não irão
39:36voltar ao Vietnã
39:37para procurar
39:38mais alguma coisa.
39:4130 de abril
39:43de 1975
39:44acaba a guerra
39:46no Vietnã.
39:47Do telhado
39:48da embaixada americana
39:49os últimos americanos
39:50que permaneciam
39:51no Vietnã
39:52são levados
39:53de helicóptero
39:53para um local seguro.
39:54nos Estados Unidos
39:58os investigadores
39:59continuam
40:00seu trabalho.
40:02Como os C-5
40:03são usados
40:04no mundo todo
40:04os investigadores
40:06precisam saber
40:07por que
40:07três travas
40:08na porta
40:09de carga
40:09não funcionaram.
40:12Voltamos ao Texas
40:13para obtermos
40:14ajuda na verificação
40:15da sequência
40:16da falha.
40:17Os investigadores
40:18descobrem
40:19algo provavelmente
40:20alarmante
40:21a respeito
40:21da porta
40:22de carga
40:22traseira do avião.
40:24Na verdade
40:25peças do C-5
40:27haviam sido
40:27retiradas do avião
40:29para serem aproveitadas
40:30em algum outro
40:31avião de carga.
40:34As travas
40:35à porta traseira
40:36do C-5A
40:37são conectadas
40:38uma a outra
40:38por uma série
40:39de tirantes.
40:41Os tirantes
40:42podem ser expandidos
40:43ou diminuídos
40:44para assegurar
40:45que as travas
40:46estejam completamente
40:47fechadas.
40:48Foram eles
40:49as peças
40:49removidas do avião
40:50da operação
40:51Baby Lift.
40:52Na ocasião
40:54os enormes aviões
40:55de carga
40:56estavam em constante
40:57demanda.
40:58A força aérea
40:58tinha muita falta
40:59de peças
41:00e assim
41:01eles estabeleceram
41:02uma prática
41:03padrão
41:03de manutenção
41:04em que podiam
41:05aproveitar peças
41:06de aeronaves
41:07que não estavam voando.
41:08Isso é feito
41:09com autorização
41:10e funciona bem
41:10desde que a operação
41:11seja respeitada
41:12e conduzida adequadamente.
41:14Os tirantes
41:14foram substituídos
41:16antes que o avião
41:16Baby Lift
41:17partisse para Saigon
41:18mas por algum motivo
41:20eles não haviam
41:20se mantido no lugar.
41:22Para tentar descobrir
41:23o que aconteceu
41:25os investigadores
41:26reconstroem um dos fechos
41:27que deveria manter
41:28a porta traseira
41:29fechada.
41:29Nós construímos
41:31um modelo
41:31daquela rampa
41:32com o qual
41:32pudéssemos trabalhar.
41:34Tivemos de fazer aquilo
41:35pois não conseguimos
41:35recuperar todas as peças.
41:37Havia peças
41:38espalhadas no oceano
41:39que nunca conseguimos
41:40recuperar.
41:41Os investigadores
41:42não estão convencidos
41:43de que o problema
41:44esteja no desenho
41:45básico do fecho.
41:47Eles suspeitam
41:47que antes de o avião
41:48ter deixado a Califórnia
41:50os engenheiros
41:51que recolocaram os tirantes
41:52não seguiram
41:53as normas devidas.
41:54Ao falarmos dos fechos
41:56as distâncias
41:56a que nos referimos
41:57são realmente
41:58muito pequenas.
41:59Poderíamos estar falando
42:00de uma diferença
42:01de menos de uma polegada
42:03entre um fecho
42:03estar travado
42:04e destravado.
42:05A recolocação
42:07foi feita
42:07antes de o avião
42:08deixar os Estados Unidos.
42:10Mostre como se recoloca.
42:11Depois que os fechos
42:12foram recolocados
42:13eles deveriam ter sido
42:14verificados.
42:15Aquilo não fora feito.
42:17Sem a verificação
42:18ninguém teria percebido
42:19que a recolocação
42:20fora feita
42:20de forma inadequada.
42:21Na verdade
42:22eu diria que
42:23esse acidente começou
42:24na base
42:25da Força Aérea Traverse
42:27na Califórnia
42:27quando os dois tirantes
42:29que haviam sido
42:29reaproveitados
42:30não foram instalados
42:31de forma adequada.
42:34Fechar as portas
42:35do compartimento de carga.
42:36Quando a porta
42:38foi aberta
42:38e fechada em Saigon
42:39houve um aviso
42:41de que nem tudo
42:42estava perfeito.
42:46Tivemos alguma dificuldade
42:47em fechar
42:48e por isso
42:48tivemos de abrir
42:49e fechar
42:50umas três ou quatro vezes.
42:57Parecia algo rotineiro
42:59e no calor do momento
43:00não pensamos em nada.
43:05Mas doze minutos
43:06depois da decolagem
43:07enquanto o avião
43:08continuava a subir
43:09os três fechos
43:10travados incorretamente
43:11foram forçados a abrir
43:13devido a crescente
43:14pressão do ar.
43:15Os fechos remanescentes
43:16não conseguiram
43:17aguentar a carga extra.
43:20A porta do compartimento
43:22de carga
43:23se abriu violentamente
43:25e foi arrancada
43:26da fuselagem.
43:27Os investigadores
43:30encontraram as respostas
43:32e, em seu relatório final
43:34eles fizeram
43:35recomendações específicas
43:36que tornarão
43:37o C-5A mais seguro.
43:39Como resultado
43:40a Força Aérea
43:41projetou um pino
43:42que passa
43:42através de cada fecho.
43:44Se a porta
43:45não estiver fechada
43:46apropriadamente
43:47os pinos
43:47não conseguirão
43:48deslizar para seu lugar.
43:50Nós basicamente
43:51testamos isso
43:52considerando todos
43:53os problemas possíveis
43:54e colocando pinos de aço.
43:56Se você conseguir
43:57inserir esses pinos
43:58de segurança
43:59quando o fecho
43:59está na posição central
44:01saberá que o sistema
44:02está montado
44:02adequadamente.
44:07Ray Snedega
44:08se aposentou
44:09no posto
44:10mais alto
44:11da Força Aérea.
44:12Em certos aspectos
44:14essa missão
44:15foi a mais desalentadora
44:16e em parte
44:17devido ao resultado.
44:19Compartimento de carga!
44:20Mas também
44:21foi reconfortante
44:22pelo fato de que
44:23demonstramos muita
44:24perícia
44:24como pilotos
44:25e uma grande coragem.
44:26e pudemos salvar
44:28muitas pessoas.
44:29Depois de 28 anos
44:31de serviços
44:32Bud Traynor
44:33aposentou
44:33na Força Aérea
44:34como coronel.
44:35Acho que todos nós
44:37nos criticamos
44:38pensando
44:38se teria havido
44:39algo mais
44:40que poderíamos ter feito.
44:42Tenho muita sorte
44:43por nunca ter achado
44:44alguma coisa
44:44sobre a qual eu dissesse
44:46eu realmente gostaria
44:47de ter feito tal coisa.
44:49Tal coisa
44:49simplesmente não existiu.
44:50aquele piloto
44:52fez um ótimo trabalho.
44:53O fato de alguém
44:54ter sobrevivido
44:54nesse acidente
44:55é simplesmente notável.
44:57Os que se salvaram
44:58têm muita sorte
44:58daquela tripulação
44:59em especial
45:00ter estado
45:01no comando
45:02daquela aeronave.
45:03Por eu ser piloto
45:05e saber que eles
45:06tinham apenas
45:06um aileron
45:07e quatro motores
45:08eu imaginaria
45:09que todos
45:10teriam morrido.
45:12Em geral
45:12a junta de investigação
45:14não recomenda
45:14condecorações.
45:16Isso não faz parte
45:17de seu trabalho.
45:19Mas nesse caso
45:20nós recomendamos
45:22à Força Aérea
45:23que considerasse
45:24dar à tripulação
45:25uma alta condecoração.
45:27Membros sobreviventes
45:28da tripulação
45:29inclusive o capitão
45:30Bud Traynor
45:31e o sargento
45:32Ray Snedegaard
45:32receberam medalhas
45:34da Força Aérea
45:34por heroísmo
45:35e feito extraordinários.
45:38Entre os órfãos
45:49que sobreviveram
45:50estava Ina
45:51um bebê na época.
45:54Ina!
45:55Hoje
45:55ela é conhecida
45:57como Kelly Jackson Brownlee.
46:004 de abril
46:01de 1975
46:03esse
46:04é certamente
46:05um ponto central
46:06na minha vida
46:07quando deixei
46:09para trás
46:10uma parte
46:11de mim
46:12no Vietnã.
46:14Quando a operação
46:15Baby Lift
46:16foi retomada
46:17Kelly juntamente
46:18com centenas
46:19de outros órfãos
46:20foram levados
46:20de avião
46:21para os Estados Unidos.
46:23Ela finalmente
46:24foi adotada
46:25por uma família
46:25perto de Seattle
46:26Washington.
46:29Houve uma comemoração
46:30de aniversário
46:31de 25 anos
46:32em abril de 2000
46:33reunindo todos
46:35os adultos
46:35que haviam sido
46:36adotados
46:36vindos do Vietnã.
46:39E eu
46:40acabei conhecendo
46:41alguém muito especial
46:43e com quem
46:44na verdade
46:44acabei me casando.
46:46Chris Brownlee
46:47e sua esposa Kelly
46:48estavam ambos
46:49no voo
46:49que saiu do Vietnã
46:50em 5 de abril
46:51de 1975
46:53um dia após
46:55o acidente.
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