A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (01/10), por unanimidade, a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil mensais, além de redução para aqueles que recebem entre R$ 5 mil e R$ 7.350. O projeto de lei, prioritário para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora segue para o Senado. A bancada do Linha de Frente analisou os impactos da medida.
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00:00Lu, como é que fica? Pode ter surpresas ainda no resto dessa tramitação e isso ajuda o presidente Lula, agora pensando já em 2026, porque a gente estava naquela dificuldade ali entre governo federal, Congresso, o Congresso ainda não andou com anistia, dosimetria, que a gente vai falar daqui a pouco, mas andou com isenção. Qual que é o recado para o presidente Lula?
00:23Eu acho que o Lula ganhou força perante a população de massa quando ele conseguiu essa aprovação desse projeto da tabela do imposto de renda, porque dizem que no Brasil hoje uma pessoa que ganha 5 mil reais é considerada uma pessoa de alta renda diante da maioria da população.
00:41O que mais me chama atenção é que nós temos o líder do PL, que é o Sostnes Cavalcante, e o capitão Alden, ambos do PL fizeram uma crítica que vai muito em contra do que foi colocado aqui.
00:53A questão da evasão de divisas, eles acham que pode, as famílias de alta renda, que é em torno de 140 mil famílias, vão começar a mandar o sujeito para o exterior e que isso pode aumentar a questão do desemprego.
01:05Mas teve uma fala que me chamou muita atenção do Lira, porque ele excluiu da base de cálculo de lucros e dividendos que são distribuídos pelos cartórios aos notários, taxas repassadas ao sistema judiciário.
01:22Além disso, lucros e dividendos relativos ao ano de 2025 poderão ser distribuídos até 2028.
01:28Ou seja, se nós pegarmos o pessoal lá da área notarial, é o sonho de qualquer brasileiro hoje ser dono de cartório.
01:37Porque a maior alta renda não é do Poder Judiciário.
01:41Um cartório de uma cidade pequena, todo mês lá o dono do cartório coloca líquido, já descontado 27,5% do imposto de renda, uma faixa em 300 e 600 mil reais.
01:53E essa pessoa vai ser beneficiada.
01:56Então, já que o benefício é para todos, então deveria ter sido excluído.
02:02Então, aqui eu vejo que nós temos um problema.
02:05Agora, é inevitável que falar o contrário, goste a direita ou não, vai ter que aceitar que isso vai sim reverter em votos favoráveis ao presidente Lula,
02:17que já se lançou aí como candidato para 2026.
02:21Eu acho que foi uma grande estratégia.
02:23Eu vi as falas do ministro Haddad, ele falou que ficou durante três anos em discussão do projeto.
02:30Eu fiquei feliz porque, assim, ele saiu do anonimato que ele vinha, que nós vimos durante o tarifácio.
02:37Veio e se expôs de forma muito boa a colocação dele.
02:41Porém, a meu ver, eu entendo que, para o país, a gente vai descobrir um santo para cobrir outro.
02:48Como que isso vai ficar?
02:49As contas públicas precisam fechar.
02:51O Brasil precisa crescer.
02:53Nós precisamos aumentar, sim, a arrecadação.
02:55Mas eu espero que esse aumento da arrecadação ou a diminuição que venha, que nós tenhamos ali, não sou economista,
03:02mas nós tenhamos as contas equilibradas, pensando no desenvolvimento.
03:07Porque o Brasil, este ano, parou em face do 8 de janeiro.
03:10A indústria não aguenta mais.
03:12Nós tivemos tarifácio de Trump.
03:15Temos lá a Magnestique, em face do ministro Alexandre de Moraes, que também prejudicou.
03:20E as empresas estão pagando muito caro e, consequentemente, quem vai pagar a conta vai ser o trabalhador, a população no final.
03:28A Lu citou a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
03:31Ele comemorou no dia seguinte, dizendo que foi um golaço da Câmara a aprovação.
03:36Diz que o texto não deve ter nenhum tipo de problema no Senado.
03:40E o presidente Lula, até separei aqui, ele disse que essa aprovação do texto corrige uma grande injustiça.
03:47Enquanto a Lu falava, eu via a Thaís e a Cintia, assim, balançando a cabeça, sinalizando.
03:51Então, vou pedir também a opinião delas.
03:53Thaís, por favor.
03:55Bom, o artigo 3º da Constituição Federal, quando fala dos princípios da nossa nação,
04:00a justiça distributiva, uma sociedade livre, solidária, está entre os princípios da nossa Constituição Federal.
04:09Então, a justiça distributiva, essa justiça tributária, é muito importante e é um princípio da nossa Constituição.
04:16Então, quem não gosta, quem é contra a taxação dos super ricos, é contra o que a própria Constituição Federal prevê como princípio da nossa nação.
04:25Então, foi um golaço e é importante porque a aprovação unânime mostra que, pelo menos, a Câmara tem um pouquinho de vergonha na cara, né?
04:35Porque depois de tentar passar a PEC da blindagem barra bandidagem, vem agora e fala, não, peraí, deixa eu agradar,
04:42porque a gente está falando de 40% da população brasileira que ganha essa faixa salarial.
04:47Então, sim, foi um golaço, uma aprovação super importante que vai beneficiar as pessoas e vai, assim, na mesma onda do que a própria Constituição Federal fala.
04:59A justiça tributária, divisão, aqui não é sobre comunismo, sobre socialismo ou capitalismo.
05:06Somos uma sociedade capitalista, como tem que ser, mas uma sociedade capitalista que defende a justiça e a igualdade.
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