O Cade uruguaio vetou a venda de três frigoríficos da MBRF Global Foods para a Minerva, por risco de monopólio. Mariana Almeida comentou sobre o impacto da decisão no mercado interno e externo, e os desdobramentos da concentração de empresas brasileiras de proteínas.
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00:00E a MBRF Global Foods, empresa surgida com a fusão entre a Marfrig e a BRF, teve a venda de frigoríficos de R$ 675 milhões para a Minerva, negada pelo Cade Uruguaio,
00:14sob a alegação de concentração de mercado pela autoridade Antitrust.
00:19E para falar sobre o assunto, eu vou voltar à Brasília com a repórter Fernanda Sete, que tem as informações.
00:24Mas, Fernanda, no caso, o Cade Uruguaio disse que a Minerva não poderia adquirir esse frigorífico da Marfrig e BRF, enfim, da fusão das duas empresas,
00:36porque causaria quase que um monopólio por lá, não é isso?
00:41Exatamente, Eric Klein, essa venda de três frigoríficos da Marfrig para a Minerva no Uruguai realmente chegou ao fim.
00:50Uma operação que girava em torno de R$ 675 milhões e envolvia três plantas em São José, Salto e também Colônia.
01:02Olha só, Eric Klein, esse veto foi motivado, de fato, por preocupações com concentração de mercado.
01:10Exatamente isso que você falou.
01:11Caso a operação fosse, de fato, concluída, a aquisição daria à Minerva mais de 40% dos abates de carne bovina no país,
01:22reforçando o poder da economia sobre o setor pecuário.
01:27Inclusive, Eric Klein, a empresa chegou até a propor a venda de uma das unidades ao grupo indiano Alana
01:34para mitigar, de fato, esse problema, de concentrar essa questão.
01:39Mas esse problema não foi solucionado, isso não foi suficiente, essa alternativa.
01:46Então, a decisão põe, enfim, de fato, nessa operação de venda dos frigoríficos.
01:54Vale a gente ressaltar também, Eric Klein, que no final do mês de agosto, no fim de agosto,
02:00a dona da Mafrigui, ela já havia ali declarado que o controle havia expirado, de fato,
02:07por descumprimento de vários prazos.
02:10Então, com essa negativa, no CAD uruguaio prevalece a posição da MBRF.
02:17Então, por conta disso, o episódio reforça, de fato, esse clima de animosidade entre as duas companhias.
02:24E aqui, no Brasil, a Minerva questionou no CAD, o Conselho Administrativo,
02:29que é sobre a fusão da Mafrigui e BRF.
02:33Além disso, vale a gente ressaltar que o grupo de Marcos Molina acabou conseguindo essa aprovação,
02:40a junção das empresas que desembolcou nessa MBRF.
02:46Então, vale a gente ressaltar, só para a gente finalizar aqui, Eric Klein,
02:50que ao exportar via frigoríficos uruguaios, a MBRF, controladora americana,
02:58aí, na National Beef, consegue, de fato, escapar de todas as sobretaxas.
03:03Mas, de fato, é isso, né?
03:06É um caso encerrado, né?
03:08Essa questão aí da venda desses frigoríficos da Mafrigui para essa outra empresa, né?
03:18Foi um momento, assim, difícil.
03:20É algo que já estava sendo debatido já há um tempo,
03:25mas essa venda dos frigoríficos da Mafrigui para a Minerva,
03:30então, foi, de fato, vetada aí.
03:33E a gente aguarda aí o que vai acontecer nos próximos dias.
03:37Mas, a princípio, a operação foi, de fato, vetada aí por conta dessa preocupação
03:42pelo fato da concentração ali de mercado, como você falou inicialmente.
03:47Eu volto com você, Eric Klein.
03:48Obrigado, viu, Fernanda Sete, pelas suas informações.
03:51Já, já a gente volta a conversar.
03:53Mariana Almeida, o que é curioso, né, nessa situação,
03:56é porque aqui no Brasil a Minerva havia entrado com um recurso no CAD
04:00contra a fusão, né, da BRF e da Marfrigui,
04:04justamente por causa dessa polarização, desse monopólio, talvez, do mercado de carnes, né?
04:10E aí, lá, no Uruguai, ela tentava comprar três frigoríficos da Marfrigui,
04:15e aí o CAD uruguaio, justamente, não deixou que a transação fosse realizada
04:20por temor de monopólio, né?
04:22É, por concentração de mercado, né?
04:24Exato, concentração de mercado.
04:25É, o problema da concentração é quem está concentrando, que não sou eu, né?
04:28Exatamente, se for eu, está tudo bem, se for o meu inimigo, não é inimigo, né,
04:32mas se for do outro lado aí, não pode, né?
04:35Mas isso é interessante, Klein, para a gente observar o quanto existem incentivos
04:39à concentração de mercado, e isso é importante porque é um pouco na contramão
04:43de algumas bases aí da economia, que coloca no livre mercado,
04:48na ampla existência de empresas, a possibilidade de maior inovação.
04:53Só que, em vários setores, e setores, principalmente, que estão voltados também à exportação,
04:57a verdade é que ser pequeno, normalmente, piora as suas condições aí
05:02de competitividade, de capacidade, de ter maior resiliência
05:06em relação a esse zigue-zague que tem acontecido no mercado internacional.
05:09Então, ser grande, ou seja, concentrar mais mercados,
05:13também dá maior margem para você fazer adaptação,
05:16e dessa adaptação, começar a fazer inovação.
05:18Então, essa é uma contradição que vale a pena ser observada,
05:22e observada ao longo do tempo, para entender quanto menos players eu tenho,
05:26e a gente acabou de fazer uma fusão grande entre Marfig e BRF.
05:29O que acontece nesse mercado, do ponto de vista do consumidor do mercado?
05:32Para onde vão os preços? Para onde vai a inovação?
05:35Para onde vai a capacidade aí de ampliar a entrega,
05:38que é o que se quer, no fim das contas, na economia, né?
05:41Bom, considerando o mercado externo, como eu falei, existem bons sinais
05:46de que o tamanho vai fazer a diferença para dar força.
05:50Agora, entre quem está brigando para ver quem é maior em cada mercado,
05:54acaba sendo sempre um momento tenso, porque é isso.
05:57No Uruguai, a Minerva querendo crescer e não tendo possibilidade pelo CAD de lá.
06:01E por aqui, Minerva acabou perdendo também,
06:04porque, de fato, Marfig e BRF cresceram.
06:06Vamos ver quais são os próximos capítulos dessa grande novela aí,
06:10no campo das proteínas e das empresas brasileiras.
06:13É, o CAD que existe até para proteger os interesses do consumidor,
06:18justamente nessa relação de preço.
06:20Então, lá no Uruguai, achou-se por bem, depois de uma análise,
06:24não deixar que a Minerva expandisse seus negócios naqueles frigoríficos, né?
06:29E por aqui, claro, a Minerva tentando barrar essa fusão,
06:32porque criou uma grande empresa, uma gigante de 150 bilhões de reais, né, Maria Almeida?
06:38É, a gente já tinha uma outra empresa brasileira gigante do setor,
06:41que é a JBS, que abre capital externo e que acaba crescendo
06:44e se tornando um player internacional muito significativo.
06:47O Brasil tem apostado, em diversos momentos da sua história mais recente,
06:51em ter essas grandes empresas,
06:53entendendo que é isso que posiciona no âmbito internacional.
06:56Queria reforçar a diferença entre o mercado interno e o mercado externo.
06:59No âmbito externo, ser pequeno complica bastante.
07:02A gente viu os efeitos agora do tarifácio sobre as empresas pequenas, né?
07:05E aí, quando você tem grandes empresas estrangeiras,
07:07brasileiras atuando no estrangeiro,
07:10tem retorno, por exemplo, de lucros e dividendos que vêm para o Brasil.
07:14Algo que, historicamente, a gente não tinha,
07:15porque a gente mais tinha grandes empresas aqui instaladas do que o inverso.
07:19Ou seja, muita empresa internacional que trabalha no Brasil,
07:22mas pouca empresa brasileira que trabalha lá fora.
07:24Isso é que está mudando e que é a partir de alguns investimentos muito dirigidos.
07:28O âmbito das proteínas foi um deles.
07:31Não à toa, a gente tem lá, de novo, JBS, BR Foods, agora com o Marfrig,
07:36e a Minerva, que também é uma grande empresa,
07:38e como a gente viu, com o mercado,
07:39inclusive, beirando aí, ter problemas de alta concentração de mercado no Uruguai.
07:45É isso, é complexo.
07:46O CAD existe exatamente para tentar garantir o interesse do consumidor
07:49nesses incentivos, que são incentivos de concentração,
07:52mas a concentração tem, por outro lado, esse efeito positivo
07:55no conjunto da economia, quando tem retorno no mercado externo.
07:58Não é um jogo fácil de dizer, é só colocar sim ou não.
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