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O Senado discute a regulação do imposto seletivo, que prevê tarifas sobre bebidas adoçadas e outros produtos considerados nocivos à saúde. A medida faz parte da reforma tributária em andamento e gera críticas de especialistas, que questionam sua efetividade e alertam para o risco de estímulo ao mercado informal.
Reportagem: Matheus Dias

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Transcrição
00:00O imposto seletivo sobre bebidas com adição de açúcar e outros produtos nocivos à saúde
00:06é um dos pontos introduzidos na regulação da reforma tributária que avança no Senado.
00:11Só que especialistas criticam a medida em relação à sua efetividade.
00:17Acompanhe com o Matheus Dias.
00:19A regulamentação da reforma tributária pode avançar com a votação hoje do projeto do senador Eduardo Braga,
00:26que cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços.
00:31O órgão será responsável pela arrecadação, fiscalização e distribuição do novo imposto.
00:37Entre outros pontos, um dos mais polêmicos prevê a introdução gradual do imposto seletivo
00:43sobre bebidas com adição de açúcar.
00:46Criado pela reforma tributária de 2023 e previsto para entrar em vigor em 2027,
00:53o imposto seletivo, ou imposto do pecado, como ficou conhecido,
00:58será aplicado sobre produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente,
01:04numa tentativa de desestimular o consumo com o aumento do preço.
01:08Entre os exemplos de itens que serão alvo do imposto seletivo
01:12estão cigarros, bebidas alcoólicas e até veículos movidos a combustíveis fósseis.
01:18Márcio Roland, professor de Economia da FGV,
01:22realizou um estudo detalhado sobre imposto seletivo
01:25e questiona se realmente o efeito será o esperado.
01:29Se esse imposto adicional a essa já alta carga tributária,
01:33vai alterar mesmo o comportamento dos consumidores, né?
01:38Se ele vai deixar de consumir refrigerantes
01:40e se ele vai optar por consumir líquidos considerados saudáveis,
01:45como sucos naturais, sucos de frutas naturais, né?
01:49Então a gente resolveu analisar isso usando técnicas estatísticas,
01:53vamos chamar assim, e um banco de dados atualizado
01:56de preços e de demanda desses produtos no Brasil.
02:00Quem também pode entrar nessa lista dos impostos seletivos
02:03são os refrigerantes, ou de uma forma técnica detalhada
02:07que são classificados como a mistura de águas minerais e gaseificadas
02:12com a adição de açúcar ou outros edulcorantes.
02:17Na prática, significa dizer que, se aprovado,
02:20os refrigerantes também vão ficar mais caros.
02:24Incluir os refrigerantes na pauta tem como meta
02:27reduzir os índices de obesidade.
02:30Só que isso gera uma controvérsia.
02:32A Organização Mundial da Saúde afirma que não é um único produto
02:36que causa obesidade, mas uma combinação de diferentes fatores,
02:41como consumo excessível de carboidratos, gorduras saturadas,
02:46sódio e açúcares, e a ausência de práticas esportivas,
02:50que caracterizam o sedentarismo.
02:52Outro ponto é que os refrigerantes representam apenas 1,3%
02:57da ingestão calórica média do brasileiro,
02:59Enquanto o açúcar, propriamente dito,
03:02responde por 5,8% da ingestão calórica nacional,
03:07mas não foi adicionado na lista do imposto do pecado.
03:11O que quer dizer que, ironicamente,
03:14apenas o açúcar misturado à água é passível de tributos.
03:19O açúcar está na cesta básica.
03:22O açúcar não vai pagar tributo algum.
03:25O refrigerante, que tem um peso bem menor, vai ser sobretributado.
03:31Será mesmo que a gente está sendo seletivo?
03:34Será mesmo que a gente está escolhendo produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente?
03:38Caio Bartini, advogado especialista em direito tributário, ainda vai além
03:42e mostra que o imposto vai afetar somente a parcela mais pobre da população.
03:47Quem ganha 20, 30 mil reais por mês, não vai mudar o hábito,
03:53porque a latinha ficou alguns centavos mais cara.
03:56Então, é óbvio que vai pesar no bolso da pessoa mais pobre,
04:01não vai alterar o consumo de quem é rico,
04:04não vai entregar o efeito prometido para melhorar a saúde pública.
04:07Então, obrigatoriamente,
04:10esse imposto, da forma que ele está sendo apresentado,
04:13ele vai acabar onerando a camada mais pobre da população.
04:16Outro ponto de preocupação é que os novos tributos possam causar danos colaterais negativos,
04:22como o incentivo ao mercado informal e o contrabando dos produtos taxados.
04:27Sem contar a insegurança jurídica e a possibilidade de ser apenas
04:31mais um instrumento arrecadatório disfarçado.
04:35Pontos levantados por conselheiros da Federação do Comércio de Bens,
04:39Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
04:42Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça,
04:45o texto está pronto para ser votado no plenário do Senado.
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