Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O especialista em tecnologia Gustavo Bonato Abrão analisou no Times Brasil - Exclusivo CNBC por que a Apple, mesmo ditando tendências globais, enfrenta baixa penetração no mercado brasileiro e latino-americano, marcado por aparelhos mais acessíveis.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Bom, para falar sobre o mercado de celulares, eu converso agora com o especialista em tecnologia,
00:05Gustavo Bonato Abrão.
00:06Gustavo, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:10Partindo desses últimos números, o que explica a Apple gerar tanto assunto,
00:15mas ser a quinta no mercado brasileiro e nem aparecer entre as primeiras da América Latina?
00:20É o custo?
00:22Boa noite, Cris. Prazer estar contigo aqui.
00:26Primeiro de tudo, eu queria falar, Cris, que esse lançamento da Apple no Brasil esse ano,
00:31ele vai ter um marco simbólico muito grande, que vai ser a primeira vez,
00:36nos 18 anos que a Apple vende esse produto, que vai ser lançado globalmente e no Brasil ao mesmo tempo.
00:45Então essa é uma mudança que para os fãs é algo muito importante.
00:47Mas pelo ponto de vista da ótica econômica, digamos assim,
00:52o que nós temos aqui é que a Apple, aqui no Brasil nós temos o iPhone mais caro do mundo,
00:59a gente só perde para a Turquia, é o segundo iPhone mais caro.
01:02E o que faz esse valor ser tão elevado aqui?
01:04Primeiro de tudo, é a alta carga tributária que é realmente elevado.
01:08A gente também que o câmbio brasileiro é desfavorável, o real, em relação ao dólar.
01:12A produção local que nós temos, e que poucas pessoas sabem, mas o Brasil produz,
01:17a maioria dos iPhones básicos, intermediários, são produzidos em Jundiaí,
01:22mas é uma produção local que é limitada.
01:24Nós também temos desafios na logística e no mercado.
01:28E além de que o iPhone é um produto premium, ele tem um ticket médio muito alto,
01:32uma carga aspiracional, um ecossistema muito mais fechado.
01:35Então isso faz com que ele é um produto que é feito para nicho,
01:39ele é muito caro e as concorrentes, as chinesas e as sul-coreanas, as asiáticas,
01:44elas têm um mix de produto que é muito mais amplo.
01:47Elas têm produtos caríssimos, tão caros ou até mais caros que a Apple,
01:50mas eles têm produtos muito mais baratos.
01:52E o mercado brasileiro e da América Latina preza muito para o produto de entrada intermediário,
01:57que são muito mais baratos, entre R$ 650 e R$ 2.600.
02:00O iPhone mais barato no Brasil hoje, que seria o 16E,
02:04que também foi anunciado esse ano, ele começa a partir de R$ 3.500.
02:07Então, mesmo o iPhone mais de entrada, ele não consegue abocanhar esse mercado.
02:11Isso explica muito por que a Apple tem uma penetração tão baixa no Brasil.
02:15É, Gustavo, o iPhone pode não ser o mais vendido,
02:17mas ainda define boa parte das tendências
02:19que aparelhos mais acessíveis vão tentar reproduzir.
02:23Por isso todo esse burburinho aí a cada lançamento da Apple?
02:27Sim, o iPhone, pensando em telefone inteligente,
02:30quem inaugurou essa sessão foi o iPhone.
02:32Ele foi o primeiro, digamos assim, e ele ainda dita tendências.
02:36É muito normal nós vermos as novidades, os incrementos pequenos
02:40que eles trazem ano após ano sendo imitados pelos outros.
02:43Mas, em contrapartida, a gente já vê que, em termos de inovação,
02:46há um certo desconforto ali em Cupertino, onde fica a Apple,
02:50que a gente já sabe que faz mais cinco, seis gerações,
02:53com o iPhone não muda muito.
02:54Mas, entretanto, a questão aspiracional, o status,
02:58a qualidade dos materiais, os materiais são muito nobres.
03:01Quem produz muito conteúdo também, gosta muito das câmeras,
03:04em termos de câmeras, o iPhone, por mais que, em outros quesitos,
03:07ele fique muito atrás dos outros concorrentes.
03:09Em câmeras, ele tem um pós-processamento, uma qualidade de imagem,
03:12que ainda, por mais que tenhamos chinesas que estão chegando até a ultrapassar,
03:16mas que ainda competem lá em cima.
03:18Então, sim, ele edita mercado, mas está enfraquecendo
03:22e que está pressionando muito a empresa, nos próximos anos,
03:25a fazer uma mudança mais radical.
03:27Na sua opinião, no mercado como o brasileiro,
03:30faz sentido investir em aparelhos tão caros?
03:33Os números que a gente viu mostram marcas mais baratas,
03:37com bem menos destaque,
03:39ocupando importantes fatias do mercado aqui
03:41e em toda a América Latina também.
03:45Racionalmente, não faz sentido.
03:46Se você for ver pelo preço,
03:48até pegando o iPhone desse ano,
03:49o iPhone 17, que vai começar por R$ 8 mil,
03:52e pegando o iPhone 16,
03:53no mercado hoje, você encontra a versão do ano passado por R$ 4.600.
03:57É metade do preço e com uma mudança que não é tão grande assim.
04:01Então, dentro da própria Apple, já não faz, às vezes, tanto sentido.
04:04É muito emocional.
04:05Agora, se for falar em termos de inovação mesmo,
04:08a Apple está devendo já faz alguns anos.
04:10Há uma expectativa muito grande
04:12que para o vigésimo aniversário do iPhone,
04:14que é daqui a dois anos,
04:15haja uma grande mudança,
04:18mas hoje, economicamente,
04:19até para quem produz conteúdo e vive disso,
04:21o iPhone, tirando a parte do comodismo,
04:25que eu acho que tem muita questão
04:25de você estar confortável no ecossistema,
04:27muitas pessoas que usam o iPhone hoje
04:29não têm muita vontade, um desejo de trocar,
04:32de se habituar a mudar,
04:33porque você tem que recalibrar teu cérebro ali
04:35para mexer com outro sistema.
04:37Muitas pessoas se sentem confortáveis ali,
04:39mas, ainda assim, pensando racionalmente,
04:41não faz sentido.
04:43Algumas críticas apontaram
04:45que a principal novidade da Apple,
04:46que é o iPhone Air,
04:47justamente por ser fino
04:50e ter menos espaço para bateria,
04:52ele precisa ser carregado
04:53com muita frequência,
04:55enquanto as pessoas
04:56não querem se preocupar tanto com isso.
04:58Qual é a sua avaliação?
04:59Talvez seja um grande problema esse?
05:03Eu acredito que,
05:04em termos de autonomia de bateria,
05:06não, até porque eles trabalharam muito forte
05:08para o aparelho ter um mínimo ali,
05:10eles reduziram,
05:12eles fazem umas trocas.
05:13Então, por exemplo,
05:13você vai ver que o iPhone Air,
05:14por mais que ele tenha só 5,6 milímetros,
05:17ele é um dos mais finos do mundo,
05:19mas ele tem só uma câmera, né?
05:21Então, por ter só uma câmera,
05:22ele usa menos recursos.
05:24Até os processadores dele também,
05:25o processador dele também,
05:27os núcleos dele são diferentes
05:28dos modelos mais avançados.
05:29Então, eles fazem mais ginástica
05:31ali para que,
05:32na questão energética,
05:34compense,
05:35mas ele é muito mais
05:36um marco de engenharia e design
05:38e muito mais para posicionar a marca,
05:40porque o iPhone Air,
05:41ele vem para substituir o iPhone Plus,
05:43que nada mais é que era o iPhone
05:44e a versão um pouquinho maior, né?
05:46Eles cancelaram esse modelo,
05:48trouxeram o Air.
05:49Assim como a Samsung lançou
05:50o Galaxy S25 Edge,
05:51também é fino,
05:52é uma tendência muito grande agora
05:53por celulares mais fino, né?
05:54Não só na Apple,
05:56mas várias empresas estão trabalhando isso.
05:58E até isso,
05:58a Apple não chegou em primeiro,
05:59mas tem um marco muito legal,
06:01porque em termos de design ali,
06:03realmente eles fizeram um efeito muito grande.
06:05Mas mesmo assim,
06:06não é o suficiente
06:07para dizer que é uma inovação.
06:08Mas muito se fala no mercado, né?
06:10Os analistas de fora,
06:12que tem muito contato com a empresa,
06:14que isso foi feito
06:15para ter realmente ser um,
06:17digamos assim,
06:18um marco de diferença esse ano,
06:19porque o incremento não era muito grande
06:20e até porque eles estão atrasados,
06:23não só a inteligência artificial,
06:24como também os dobráveis, né?
06:25A Apple ainda não lançou um dobrável.
06:27Então, o Air,
06:28ele vem para preencher essa lacuna
06:30e talvez abrir o caminho
06:31para que no ano seguinte, né?
06:33A gente tenha o dobrável
06:33que precisa ser fino para ser viável.
06:36Na sua opinião,
06:37a Apple perdeu aquele toque
06:39para a inovação,
06:40que era algo constante,
06:42que consagrou a empresa?
06:44Eu não diria que perdeu,
06:45mas eu acho que ela está muito acomodada,
06:47porque a nível global,
06:48ela é a líder.
06:49E como líder,
06:49ela está segurando.
06:50E isso tem um risco muito grande
06:52no longo prazo, né?
06:54Não dá para esquecer
06:55que a Apple,
06:56quando lançou o iPhone,
06:58ela não era nada
06:58no mercado dos smartphones
07:00e a Nokia,
07:00que era a grande líder,
07:01foi destronada
07:02e sucumbiu, né?
07:03Ela não conseguiu voltar
07:04a se restabelecer.
07:05Então, sempre há esse risco,
07:07até em termos de que
07:08a gente não sabe
07:09se daqui a pouco
07:10o smartphone vai ser substituído
07:12por um óculos
07:13ou um outro dispositivo
07:14com IA,
07:15que vai ter um papel
07:15mais fundamental na nossa vida
07:17do que o smartphone.
07:18Mas a Apple está retendo, né?
07:20Dá para ver nitidamente
07:20como eles estão confortáveis
07:22e ano após ano
07:24eles batem todas as metas
07:25de lucros e vendas.
07:27Então, até a expectativa
07:29esse ano
07:29é que o iPhone 17
07:30ultrapasse do ano passado.
07:31Então, assim,
07:32eu enxergo hoje
07:33como assim,
07:34eles estão muito confortáveis
07:35e não estão sentindo
07:36a necessidade de inovar.
07:38Isso, claro, né?
07:39Como eles,
07:40com o iPhone 20,
07:41a necessidade
07:43deles demonstrarem
07:44e o que está se falando
07:45no burburinho do mercado
07:45aqui,
07:46eles vão fazer um salto grande,
07:47mas, ao mesmo tempo,
07:48pode ser um risco, né?
07:49Vai que daqui a pouco
07:50o smartphone
07:51seja trocado
07:52por outro dispositivo
07:53e eles não cheguem primeiro.
07:54Então,
07:55eu acho que eles estão
07:57andando ali
07:57numa faca de dois gumes,
07:58porque tem que tomar
07:59muito cuidado para a marca.
08:01Gustavo,
08:02a Apple também liberou ontem
08:03aquela nova versão
08:04do seu sistema operacional
08:06com a promessa
08:07de mais inteligência artificial.
08:09Hoje,
08:09a Alphabet,
08:10que controla o Google,
08:11e também a NVIDIA,
08:13a Microsoft,
08:13anunciaram investimentos
08:14bilionários
08:16para o desenvolvimento
08:17de IA no Reino Unido.
08:19Na sua opinião,
08:20ainda dá para o Brasil
08:21entrar nessa corrida
08:22ou a gente está perdendo?
08:23Eu acho que a gente está
08:25perdendo bastante,
08:26muito embora poucas pessoas
08:27saibam, né?
08:28Aqui no Brasil,
08:28a gente tem um polo
08:29muito grande.
08:30É o próprio Google, né?
08:32A base da busca do Google
08:35veio muito de Belo Horizonte ali, né?
08:39Foi na Universidade Federal
08:40de Minas Gerais.
08:41Então, assim,
08:42foi um professor
08:43que vendeu, né?
08:45Vendeu sua ideia ali
08:47que o Google comprou.
08:48Então, nós temos mentes brilhantes,
08:49nós temos brasileiros
08:50em todos os níveis lá fora,
08:52seja em pesquisadores,
08:54em executivos.
08:55O próprio Google, né?
08:56Já foi comandado
08:57por um brasileiro.
08:59Mas em termos de investimento
09:01e de trabalho
09:02em cima de IA,
09:03a gente realmente, né?
09:04Ainda está caminhando
09:05a pequenos passos.
09:07Muito embora,
09:08fala-se muito em investimento
09:09em data centers no Brasil.
09:11E isso é inevitável,
09:12de certa forma,
09:13porque mesmo que as big techs
09:15ali, elas lancem coisas novas
09:17para poder chegar
09:17essa tecnologia
09:18ao consumidor final,
09:19ela tem que estar
09:20muito próxima das pessoas.
09:21Então, inevitavelmente,
09:22nós teremos data centers aqui
09:24e investimento muito grande
09:25por parte do governo
09:26e dessas empresas
09:27para poder fazer
09:28essa tecnologia
09:28chegar a milhões de pessoas.
09:31Mas, ao mesmo tempo,
09:31pensando em hegemonia,
09:34em país,
09:35nós estamos muito atrás, né?
09:36É só ver.
09:37O Google,
09:37assim como investiu no Brasil
09:38para a questão de busca,
09:39investiu muito em Londres, né?
09:41Ele comprou uma empresa
09:42chamada DeepMind,
09:43que é o core deles
09:44de inteligência artificial
09:45e fica em Londres.
09:46Então, até por isso,
09:47nesse investimento
09:48de 5 bilhões de euros
09:49hoje lá,
09:50porque é o coração deles
09:53para trabalhar
09:53com inteligência artificial
09:54e eles estão
09:55necessitando de expandir
09:56agora e a Europa
09:57é um mercado
09:57muito estratégico
09:59para eles, né?
10:00O governo do Trump
10:01e o governo britânico
10:02são muito próximos ali
10:03e então eles devem
10:05defender o castelo deles
10:07antes de pensar
10:09em expandir
10:09a nível global.
10:11Gustavo,
10:11muito obrigada.
10:12Prazer te receber.
10:13Boa noite para você
10:14e volte mais.
10:15Obrigado, Cris.
10:16Até mais.
10:17Boa noite.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado

0:26