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NotíciasTranscrição
00:00Foi-se o tempo que falar que sono era perda de tempo.
00:04Na verdade, o sono oferece a oportunidade de ganhar anos de vida.
00:11O sono é um pilar fundamental para o funcionamento de todo o nosso organismo.
00:16Uma boa noite de sono nos ajuda a realizar nossas tarefas do dia a dia com mais clareza e maior concentração.
00:23Além de melhorar toda a nossa cognição e ser um fator essencial na prevenção de infecções e doenças que podem alterar o nosso metabolismo.
00:33No check-up de hoje, o doutor Cláudio Lutenberg recebe a professora da Unifesp e coordenadora do curso de pós-graduação ligado ao sono do Hospital Israelita Albert Einstein, Fernanda Haddad.
00:44O que é distúrbio do sono? Quais os tipos? Existem tratamentos? Fique ligado, o check-up está no ar!
00:53CICAP Jovem Pan
00:58Condutor Cláudio Lutenberg
01:00Fernanda, seja muito bem-vinda.
01:04Muito obrigada, Cláudio. Eu que agradeço o convite e a oportunidade para poder falar de um tema tão importante
01:10que tem sido um pilar fundamental no envelhecimento saudável, na vida e na saúde.
01:15Então, eu que agradeço.
01:16A gente fala que nutrição, atividade física e sono fazem parte de uma tríade que dá um suporte para a gente poder viver mais e viver melhor.
01:27É correto falar isso a respeito do sono?
01:29É verdade. Eu costumo falar que existem alguns pilares que estão envolvidos, na verdade.
01:35A qualidade de vida e o envelhecimento saudável.
01:37Então, uma alimentação equilibrada, atividade física regular, o cuidado com a saúde mental e o sono.
01:46Então, esses são grandes pilares que vão fazer com que a gente evolua ou que a gente dê o melhor de nós mesmos
01:52durante o nosso caminhar, durante a estrada, durante o envelhecimento.
01:56Enquanto a gente dorme, o que acontece com o nosso corpo?
02:00Olha que legal. Não é por acaso que nós dormimos um terço das nossas vidas.
02:04Então, durante o sono, acontecem várias coisas.
02:08Então, eu vou tentar citar as mais importantes.
02:11Primeiro, sobre a recuperação muscular, por exemplo.
02:14Nós sabemos que o hormônio de crescimento, o GH, é secretado durante a noite,
02:18durante o sono profundo, o sono de ondas lentas,
02:21que vai ajudar as nossas crianças, por exemplo, a crescerem.
02:24Mas que nos pacientes adultos é muito importante para a recuperação muscular.
02:29Então, a gente sabe que durante o envelhecimento, a sarcopenia,
02:33que a perda da massa magra, ela tem sido um problema,
02:36a gente tem um cuidado em especial com isso.
02:40E não adianta só fazer atividade física ou ter uma alimentação saudável.
02:45A gente precisa também dormir adequadamente para ter essa restauração do ponto de vista muscular.
02:51Outra função muito importante do sono é sobre a recuperação cerebral.
02:55Então, quando nós dormimos, é ativado um grande filtro.
02:59A gente chama isso de sistema glinfático.
03:01Então, todas as reações químicas que foram realizadas durante o nosso dia a dia
03:06traz alguns metabólicos que precisam ser filtrados durante a noite
03:11para que eu acorde no dia seguinte descansado e ativo para receber novas informações.
03:17Quando eu durmo de uma forma ineficiente, tem uma má qualidade de sono,
03:21eu estou dormindo pouco, eu tenho, na verdade, a sobra desses metabólicos.
03:25Um deles, por exemplo, é o beta-amiloide, que já existem estudos mostrando
03:30uma correlação com quadros neurodegenerativos.
03:33Então, por exemplo, a doença de Alzheimer, ela tem uma associação, por exemplo, com o acúmulo de beta-amiloide.
03:39Nessa mesma linha, a gente sabe que toda a consolidação do aprendizado,
03:43da memória, também é feita durante o sono, em especial o sono REM.
03:47Então, assim como as nossas crianças aprendem, e muitas vezes a gente recebe as crianças da escola
03:53ou de um pediatra porque não estão tendo um aprendizado satisfatório,
03:57o sono vai ser importante e vai ser importante também no adulto.
04:01Então, toda a parte de consolidação da memória e do aprendizado é feita durante o sono.
04:06E, por fim, não menos importante é a nossa imunidade.
04:10Então, a maior parte dos anticorpos é formada durante a noite.
04:13Nós passamos aí numa pandemia, vimos a importância da vacina,
04:17e se a gente não dormir adequadamente, a gente vai acabar não produzindo
04:21ou não tendo o sistema imunológico de forma adequada.
04:25Para quem tem adolescente, vê isso na prática, né, Cláudia?
04:27Então, assim, os nossos filhos às vezes saem no feriado, no final de semana,
04:31dormem pouco, acabam exagerando, e aí, segunda-feira,
04:35é o dia que vem todo mundo doente no consultório, né?
04:38Então, lembrar da importância no sono também, na parte imunológica.
04:41Puxa, quantas implicações.
04:44E o que a gente pode dizer do significado de
04:46tive uma noite bem dormida?
04:49Ótimo também, né?
04:50Porque existem algumas particularidades que são do próprio envelhecimento, né?
04:56Então, assim, via de regra, eu preciso dormir o número de horas adequado
05:01para a minha faixa etária e preciso conseguir passar por todos os estágios do sono
05:06que vão dar sensação de sono reparador, tá certo?
05:09Só que isso vai mudando com a idade, né?
05:11Então, a necessidade de sono em número de horas,
05:14ela vai diminuindo conforme a gente vai envelhecendo.
05:17Então, se a gente olhar um bebezinho, ele vai precisar de 16 horas de sono.
05:21Uma criança pequena vai ficar ali entre 12 e 14 horas de sono.
05:26Um adolescente vai precisar, em média, 9 horas de sono.
05:29E um adulto, como nós, vai precisar, em média, de 7 a 9 horas de sono.
05:33Hoje, os estudos, eles já mostram que pacientes, pessoas que dormem menos do que 6 horas por noite,
05:40salvo raras exceções, que são pequenos dormidores,
05:43vão ter um aumento do risco para a doença cardiovascular, para a doença metabólica.
05:47Então, dormir pouco não é um bom negócio.
05:51Esse é um ponto.
05:52E existe também uma coisa que é muito importante, que são os cronotipos.
05:58Então, a gente vai ver que existem pessoas que são mais matutinas,
06:01pessoas que são mais vespertinas.
06:03E isso é determinado geneticamente.
06:05Então, por volta dos 20 anos, a gente acaba desenvolvendo,
06:09ou acaba manifestando essa tendência.
06:12Então, muito importante a gente entender o sono normal também.
06:15Então, se eu sou uma pessoa que tem uma tendência a ser um pouco mais vespertina,
06:20eu tenho que fazer toda a minha rotina neste período.
06:24Então, eu costumo falar assim, a atividade física, uma reunião mais importante.
06:27Então, eu posso usar o meu ritmo biológico ao meu favor.
06:32Então, são essas as diferenças que a gente vai tendo conforme a gente vai envelhecendo.
06:36Mas, via de regra, esse número de horas, apesar de a gente falar entre 7 a 9,
06:41é muito individual.
06:42Então, por exemplo, eu, Fernanda, vou precisar de 8 a 9.
06:46Talvez, por exemplo, o meu marido, ele precisa um pouco menos.
06:49Então, ele vai precisar ali de 7 a 8 horas de sono.
06:52E, quando as pessoas me perguntam, eu falo,
06:54o número de horas tem que ser aquele onde você acorda no dia seguinte e se sinta bem.
06:59Mas sempre tentando ter pelo menos 6 horas.
07:026 horas, a gente está sendo até bonzinho, né?
07:05Se a gente considerar de 7 a 9.
07:06É que, abaixo de 6 horas, já tem uma série de estudos mostrando
07:09uma piora de vários desfechos ali, de várias doenças.
07:13Nós, que somos médicos, muitas vezes somos chamados à noite.
07:17Mas tem pessoas que gostam daquela cesta após o almoço.
07:21Esse sono fragmentado, ele pode ser somado como coadjuvante?
07:26Ou nada tem a ver?
07:28Tem que ser 6, 7 horas seguidas.
07:30Não, na verdade, isso é um conceito também da gente achar que a gente tem que dormir,
07:34que não pode acordar de jeito nenhum, né?
07:36Então, a gente tem até alguns despertares, que a gente chama de micro despertares,
07:40que são fisiológicos para mudar a posição, né?
07:43A gente não dorme estático a noite inteira na mesma posição.
07:46Então, não tem problema a gente ter alguns despertares durante a noite.
07:50O problema é não conseguir voltar a dormir, né?
07:54Mas esse soninho depois do almoço, ele é fisiológico.
07:59Então, a gente até costuma falar, vamos pegar um paciente, por exemplo,
08:03um indivíduo que tem uma tendência a ser um pouquinho mais vespertino, né?
08:06Que acaba encurtando um pouquinho o período de sono dele durante a noite.
08:10Fazer um cochilinho depois do almoço, lá, de 20 a 30 minutos, né?
08:14No máximo 40 minutos, não deve atrapalhar o sono da noite.
08:18O que a gente não preconiza é um cochilo próximo do horário de dormir
08:22e não fazer um cochilo muito prolongado.
08:24Porque se eu pegar um adolescente, por exemplo, que chega da escola e aí ele está cansado
08:29e ele quer dormir lá duas, três horas durante a noite, ele vai fazendo o quê?
08:33Ele vai jogando o horário dele de ir para a cama à noite cada vez para mais tarde.
08:38Ele já tem uma tendência a ter uma vespertinidade que é fisiológica nessa faixa etária
08:44e aí ele acaba adquirindo um dos distúrbios do sono, que é o distúrbio de ritmo,
08:48porque ele vai pegando o relógiozinho dele e colocando cada vez mais para frente.
08:53Então, esse cochilinho depois do almoço, se o paciente não tiver nenhum distúrbio do sono, né?
08:58Onde a gente tem que fazer algum tipo de restrição, ele é fisiológico.
09:01E a gente, obviamente, acaba somando.
09:03É que 20, 30 minutos, né?
09:05Teoricamente, num montante lá de sete horas,
09:08muitas vezes a gente não consegue repor tudo aquilo que a gente perdeu durante a noite.
09:12Atividade física e alimentação interferem no sono?
09:15Sim, na verdade, a gente fala que a atividade física é sempre benéfica, né?
09:20Mas o que a gente procura fazer é evitar atividade física muito intensiva próximo do horário de dormir.
09:26Então, a atividade física, ela funciona muitas vezes com estímulo, enfim.
09:31Isso, eventualmente, pode trazer alguma dificuldade no sono
09:35ou, eventualmente, eu estou mais cansado, eu relaxo mais,
09:38eu tenho uma chance maior, às vezes, até de roncar e de ter algum quadro respiratório associado.
09:43Mas, num geral, a gente fala que a atividade física, ela é sempre recomendável, né?
09:47Só evitar mesmo de ser alguma atividade muito próxima do horário de dormir.
09:51E a alimentação, ela segue no mesmo propósito.
09:54Então, a gente ter uma alimentação mais leve durante a noite,
09:57até porque, quando a gente vai deitar, né?
10:00E vai dormir, existe, às vezes, o risco até da gente ter algum tipo de refluxo, né?
10:04Se a gente faz uma alimentação onde a digestão, ela é mais difícil.
10:08Então, o ideal é uma dieta leve.
10:10E o que é muito importante também, né?
10:12Lembrar sempre que a nutrição e a atividade física,
10:15ela também está diretamente relacionada ao ganho de peso, né?
10:18Então, se eu não tenho uma dieta adequada e não tenho uma atividade física regular,
10:22eu tenho uma chance maior de ter sobrepeso
10:24e aí todas as consequências que a gente vai ter, inclusive,
10:27de distúrbios do sono relacionados à obesidade e sobrepeso.
10:31O que é um distúrbio do sono?
10:33E quais seriam, talvez, as principais causas a serem tratadas?
10:36Olha, na verdade, nós temos, hoje em dia, seis grupos de distúrbios do sono, né?
10:42Nós temos o distúrbio respiratório do sono, que é o ronco e a apneia do sono.
10:46Nós temos as insônias, né?
10:49Que é a dificuldade para iniciar, manter ou um despertar precoce de manhã.
10:54Nós temos as parassonias, que são as crianças que têm sonambulismo,
10:58terror noturno, pesadelos, enfim.
11:01Nós temos os distúrbios do movimento, que são as pernas inquietas, que a gente fala,
11:06o bruxismo, né? Por exemplo.
11:08E nós temos os distúrbios do ritmo circadiano, né?
11:12Então, todos esses distúrbios, eles são descritos e têm até uma certa prevalência populacional.
11:19Mas os mais frequentes são o ronco e a apneia do sono, que é um distúrbio respiratório.
11:25Ele chega a cometer 30% da população adulta, né?
11:29A gente fez um estudo aqui em São Paulo e é uma doença que vai piorando conforme a gente vai envelhecendo.
11:36A insônia, né? Como transtorno, ela tem que ser, é uma verdade,
11:40eu tenho que ter dificuldade para dormir três vezes por semana por pelo menos três meses.
11:45Ela vai aí ter uma prevalência populacional por volta de uns 15%, né?
11:49E os distúrbios de ritmo circadiano, trabalhadores de turno, né?
11:53Que são pessoas que acabam tendo também uma série de manifestações.
11:58Agora, se eu tivesse que escolher, talvez um dos mais prevalentes é o sono insuficiente.
12:04É fato que a população vem dormindo menos e vem sofrendo as consequências desse pouco horário de sono.
12:09Então, o sono insuficiente é uma das principais causas de hipersonia, né?
12:15Então, as pessoas dormem pouco e, obviamente, que durante o dia acabam tendo a queixa de sonolência.
12:20Isso em função até de atividades profissionais ou algum tipo de ambiente que não é favorável.
12:25Seria esse o entendimento?
12:27É, o que acabou acontecendo, que eu acho que piorou muito nos últimos anos, na verdade,
12:31foi essa sociabilização extrema que a gente tem, o uso de tela, né?
12:36Então, isso foi fazendo com que cada vez a gente fosse dormir cada vez mais tarde.
12:41Só que a rotina do dia a dia faz com que a gente tenha que acordar cedo de novo, né?
12:45Então, eu até brinco com os meus pacientes que eu falo assim, olha, não caia na tentação,
12:49porque a hora que a gente vai à noite, que deveria fazer uma atividade já para relaxar, para acalmar, vem a tela.
12:55E aí, além da luminosidade, né? A gente pode até usar os filtros que filtram a luz,
13:01mas, assim, além da luminosidade tem o conteúdo.
13:04E esse conteúdo é a gente que tem que administrar, né?
13:07Então, eu acho que o que piorou nos últimos anos foi esse conceito de achar que produtividade está ligado a pouco sono, né?
13:14Então, assim, ah, eu tenho que fazer uma série de coisas, eu tenho que fazer minha atividade física,
13:18eu tenho que fazer meu trabalho, eu tenho que cuidar dos meus filhos.
13:20Então, eu nunca tenho tempo para pensar no meu sono.
13:23E o abuso de telas, no geral, e de mídias sociais acabou também fazendo com que a gente encurtasse esse período de sono.
13:30É fato que estamos vivendo mais.
13:32Então, existe uma questão de envelhecimento natural.
13:34Sono e Alzheimer, o que você pode falar sobre isso?
13:38Então, é uma via de duas mãos, né?
13:40Então, o paciente que dorme pouco, na verdade, como eu comentei, ele não filtra bem, né?
13:45Todas as reações químicas que vão acontecendo ao longo do dia,
13:48e isso potencializaria a chance dele desenvolver algum tipo de demência, enfim.
13:53E a outra via também é verdade, porque os distúrbios relacionados à demência
13:57também trazem uma série de alterações em relação ao sono, né?
14:01Então, uma fragmentação do sono, enfim.
14:03Então, é muito importante que tenha uma equipe multiprofissional que cuide desses pacientes, né?
14:09Que normalmente são pacientes com uma faixa etária já mais avançada,
14:13para que faça uma reabilitação e uma estruturação,
14:17para que se mantenha, mesmo que de forma otimizada, esse ciclo que é o sono-vigília.
14:23Então, a gente fala muito do sono, mas, na verdade,
14:26o que a gente tem que pensar é que são nas 24 horas, né?
14:29É durante o dia que eu programo o meu sono, né? Durante a noite.
14:33E durante esse período das demências, né?
14:36Durante esses pacientes que apresentam essas alterações,
14:40às vezes a gente acaba tendo que organizar um pouquinho melhor
14:43para tentar melhorar o padrão de sono.
14:45Mas é uma relação bem conhecida entre o sono e as demências no geral.
14:50Vamos falar um pouco de ronco, né?
14:51Porque às vezes alguém está lá, está roncando,
14:53nossa, você dormiu profundo, roncou, roncou, roncou.
14:58O que você pode falar a respeito do ronco?
15:00Roncar não é normal, né?
15:02A gente até brinca, porque às vezes fala assim,
15:04ah, será que é um incômodo só do acompanhante que está no quarto?
15:08Enfim, o que acontece é que o ronco, ele já mostra para a gente
15:11que existe uma resistência ali à passagem do ar na região da garganta,
15:16que é a faringe, né?
15:16Então, a garganta, ela é formada por um arcabouço muscular.
15:20Então, basicamente, o que acontece é que quando eu vou envelhecendo, né?
15:24Eu costumo falar leigamente, assim como a gente vai apresentando essas ruguinhas na face,
15:28a faringe, ela vai se tornando mais flácida também.
15:31Então, quando o ar vai passar e eu tenho um relaxamento muscular que é próprio do sono,
15:36esses tecidos começam a vibrar.
15:38Dependendo da gravidade dessa flacidez,
15:41ou do quanto essa faringe, que é um tubo, está colapsável,
15:45esses pacientes, eles vão poder apresentar alguns eventos de estreitamento,
15:49que a gente chama de hipopneia, ou eventos de apneia mesmo,
15:52que é o fechamento ali da região da faringe.
15:55E, obviamente, que isso vai acabar impactando na nossa oxigenação,
16:00vai fazer com que a gente fragmente mais o sono,
16:03vai dificultar para que eu chegue naquelas fases do sono que a gente comentou, né?
16:07O sono profundo e o sono REM,
16:09que tem toda essa função na restauração do sono,
16:13e trazer todas as consequências que a apneia do sono tem no dia a dia.
16:18Então, aumento de risco de doença cardiovascular,
16:21como infarto, arritmia, hipertensão refratária, AVC,
16:26piora do desfecho metabólico, né?
16:28Então, eventualmente, os pacientes com apneia,
16:31eles têm uma alteração no controle da saciedade e da fome,
16:35fazem com que eles ganhem mais peso,
16:38doenças metabólicas, como colesterol aumentado,
16:42hipercolesterolemia, diabetes.
16:44Então, é uma doença muito prevalente, né?
16:47Como eu falei para vocês, ela tem uma incidência de 30% da população de São Paulo.
16:52Conforme eu vou caminhando na estrada, ela vai aumentando.
16:56E os homens, né?
16:57Ali entre a quarta e quinta década, acabam sendo mais acometidos,
17:00e as mulheres na fase da perimenopausa.
17:03Então, assim, um ronco ocasional,
17:05ah, eu ronquei porque eu saí,
17:07tomei, né?
17:08Jantei um pouquinho mais tarde,
17:10bebi um vinhozinho.
17:11Ocasional, a gente vai dizer assim,
17:12ah, tudo bem, eu estava gripado, né?
17:15É circunstancial.
17:16Mas aquele ronco que acontece de três a quatro vezes por semana,
17:20ele precisa ser investigado porque ele pode ser um sintoma de uma doença maior.
17:24E a gente sempre acha, ah, é porque eu estava muito cansado,
17:27é porque eu bebi alguma coisa,
17:29e a tendência é a gente ir subestimando esses sintomas.
17:32Os distúrbios do sono afetam mais de 80% dos adolescentes do Brasil,
17:40segundo estudos da National Library of Medicine.
17:44Interferências na rotina, consumo de álcool em alta quantidade
17:47e hábitos ruins como alimentação inadequada
17:50podem ser algumas das causas desses problemas com sono.
17:54Já insônia, transtorno comum que impede a realização do ciclo do sono
17:59da maneira correta, afeta mais da metade da população brasileira,
18:04segundo a Fundação Oswaldo Cruz.
18:07Paciente da doutora Fernanda Waldner Papa
18:10relata como os distúrbios do sono atrapalham seu momento de descanso.
18:15Eu comecei a ter problemas com sono,
18:19eu passava noites dormindo de muito poucas horas durante a noite,
18:24acordava extremamente cansado e percebi que isso estava prejudicando
18:29muito a minha qualidade de vida e principalmente a qualidade do meu trabalho.
18:35Eu levantava cansado, sentia muito sono durante o dia,
18:39sentia que a minha produtividade era muito menor do que normalmente ela era,
18:44prejudicando, inclusive, os trabalhos que mereciam mais atenção
18:49e foi realmente uma transformação enorme.
18:53Eu acho que esse sintoma de cansaço de sono durante o dia,
18:58ele é um sinal de alerta importante para que as pessoas entendam
19:02que aquilo não é algo normal e que está ligado intimamente à qualidade do sono.
19:07Eu tomei a iniciativa, então, de procurar a doutora Fernanda Haddad,
19:11que é especialista nessa área,
19:13e ela me deu um diagnóstico absolutamente preciso.
19:18Logo de início, quando eu expliquei a ela todos os meus sintomas,
19:23solicitou uma série de exames para que fosse possível confirmar o diagnóstico,
19:29que foi efetivamente confirmado através dos exames que ela solicitou,
19:34e eu comecei o tratamento indicado por ela.
19:38Inicialmente, comecei através de um dentista com uma modulação maxilar
19:43e depois ela me indicou a passagem para o CEPAP.
19:48Quando eu comecei a utilização do CEPAP, a minha qualidade de vida mudou completamente.
19:54Eu passei a dormir de sete a oito horas por noite, acordando descansado.
20:00A minha produtividade do trabalho aumentou significativamente
20:06e eu venho seguindo com a doutora Fernanda Haddad de forma periódica
20:11toda a minha atuação em termos de sono.
20:15Então, periodicamente, eu retorno.
20:17Ela avalia como foi o meu comportamento no uso do CEPAP,
20:22se existem algumas observações ou ajustes a serem feitos.
20:27E eu prossigo, dentro desta rotina, estabelecer todos que sentem um problema
20:33de qualidade de sono, de cansaço, uma baixa produtividade no seu trabalho,
20:39que procurem um médico especializado, como é o caso da doutora Fernanda Haddad,
20:44para que ela possa encaminhar um tratamento.
20:46E eu tenho certeza que essas pessoas sentirão uma enorme diferença no seu dia a dia.
20:51O que é o sono REM e o quanto ele é importante e qual é o tempo de sono REM?
20:56Porque está todo mundo usando hoje as suas engenhocas.
20:59O que você pode falar sobre isso?
21:01Então, é assim, na verdade, existem dois grandes ciclos do sono durante a noite,
21:06o que a gente chama de sono REM e sono não REM.
21:09O REM, na verdade, vem da sigla do inglês, que fala que é o movimento rápido dos olhos.
21:14Então, o sono REM também é chamado de sono paradoxal. Por quê?
21:17Porque a gente tem uma atividade cerebral, na verdade, ativa, como se fosse uma vigília,
21:23como se eu tivesse acordado.
21:25Eu tenho o movimento rápido dos olhos que simula um piscar, isso que a gente está tendo aqui
21:30quando a gente está acordado, só que eu não consigo me mexer.
21:34Então, eu tenho uma atonia muscular nessa fase, que é o que vai diferenciar
21:38que o paciente está acordado ou ele estar dormindo, estar no sono REM.
21:44No sono não REM, a gente tem, na verdade, algumas fases, são três fases.
21:49O sono N1, que é um soninho de transição.
21:52O sono N2, que seria ainda um sono, teoricamente, superficial,
21:57mas que funciona de base durante a noite inteira.
22:01E o sono N3, que é o sono de ondas lentas, que seria o sono profundo.
22:05Então, como é que funciona o ciclo dos sonos?
22:07Na primeira metade da noite, eu tenho um sono 2 e, de vez em quando, eu desço para o N3.
22:15E na segunda metade da noite, eu faço mais o sono REM.
22:19Cada vez que eu faço um sono REM, eu digo que eu tive um ciclo de sono completo.
22:23E a gente faz, em média, de 4 a 6 ciclos de sono durante a noite.
22:28Qual que é a porcentagem normal quando a gente faz a polisonografia,
22:31que é o exame que a gente monitora os pacientes durante a noite?
22:35Então, eu faço, normalmente, de 15 a 20% da noite de sono N3.
22:40Isso vai diminuindo com a idade.
22:42Então, um idoso, se fizer de 12 a 15%, a gente vai dizer que está normal.
22:47E de 20 a 25% do sono REM, que vai se manter ali ao longo da vida.
22:54Depois que a gente cresce, ele vai se manter de 20 a 25%.
22:57O que acontece com esses dispositivos?
23:00A gente ainda não teve uma validação de normatização.
23:05Relacionado, às vezes, até ao uso de medicações.
23:07Às vezes, os pacientes usam algumas medicações que podem interferir nesses dispositivos.
23:15Então, em linhas gerais, o dispositivo, ele subestima.
23:19Então, eu falo muito para os pacientes, não fique tão preso no que o anel, o relógio está te falando,
23:25porque ele não tem uma correlação tão fidedigna com a polisonografia.
23:28Fernanda, que prazer.
23:30Quero agradecer muito por ter vindo aqui, estado com a gente.
23:33Privilégio.
23:34Imagina, o privilégio é meu.
23:36E eu que agradeço a oportunidade de falar desse tema tão gostoso e interessante aqui.
23:42Muito obrigada.
23:43Para você que, durante muito tempo, se orgulhou de dormir pouco,
23:47certamente, assistir o programa de hoje vai fazer você rever a importância de uma noite bem dormida
23:53e, portanto, trazer aí incrementos em termos de qualidade de vida, longevidade e até funções cognitivas.
24:01O check-up de hoje fica por aqui.
24:05Nós voltamos semana que vem.
24:06Recebemos hoje, doutora Fernanda Haddad.
24:09E voltaremos semana que vem com mais um programa que, certamente, vai te entreter e ainda muito mais.
24:16Se você tem dúvida, quer sugerir algo, deseja simplesmente escrever, por favor,
24:21doutorcláudio.com.br
24:25No check-up de hoje, você viu quais os distúrbios do sono,
24:30como eles impedem que o ciclo seja realizado da maneira correta,
24:35hábitos saudáveis ajudam a dormir melhor,
24:37o que significa ter uma boa noite de sono.
24:45Cicap Jovem Pan, com doutor Cláudio Lothenberg.
24:49A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
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