Nesta sexta-feira (05), durante o anúncio das novas regras de transações via Pix, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou sobre a Lei Magnitsky aplicada contra o ministro Alexandre de Moraes. O presidente do BC classificou a reação como 'inusitada'.
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00:00Vamos girar a nossa reportagem hoje um pouco mais cedo, durante o anúncio das novas regras das movimentações da ferramenta do PIX.
00:08O presidente do Banco Central, Gabriel Calípulo, também comentou sobre as sanções aplicadas contra o ministro Alexandre de Moraes.
00:18Vamos ouvir o que disse o Gabriel Calípulo.
00:20Diversos países convivem com questões de terem pessoas que foram sancionadas.
00:25Acho que aqui o tema é muito mais, talvez chame a atenção, são as motivações por trás das sanções, que parecem ser inusitadas, vamos chamar assim.
00:37Mas a gente tem acompanhado e dialogado tanto com o sistema.
00:45Vamos ouvir as análises de Mônica Rosenberg.
00:49São razões inusitadas? De fato é isso que tem acontecido?
00:53Acho que a escolha de palavras do presidente do Banco Central é que foi inusitada, né?
00:58Elas são razões difíceis de entender.
01:02Eles estão fazendo pressão para que o nosso Supremo Tribunal Federal, por mais que haja questionamentos e que nós aqui internamente,
01:10eu já disse aqui que o Senado deveria estar fazendo isso, por mais que haja questões sobre como está sendo levado esse processo,
01:16não cabe a um poder externo, não cabe a um governo de outro país entrar aqui e aplicar sanções de uma lei que é específica para casos de violações graves de direitos humanos
01:28ou de grandes casos de corrupção para tentar ajudar um amigo do presidente Trump.
01:34As razões estão erradas, inusitadas, eu não sei se é a palavra.
01:37O Túlio, ele também segue com a gente, quero ouvir também a sua análise.
01:43A gente vê, virou muito normal, na verdade, nos últimos anos, autoridades fazendo comentário de qualquer assunto.
01:50Um que é do Supremo comenta sobre Congresso, o da Economia comenta sobre STF,
01:55e a gente vê, então, uma autoridade do Banco Central, que também acaba tendo envolvimento com os bancos,
02:01que foram alvos desta sanção por conta do ministro Alexandre de Moraes.
02:06Há um espaço para o ministro, ou melhor, para o Gabriel Galípulo fazer esse tipo de comentário sobre as sanções do governo americano?
02:15Ele está no seu espaço de fala, Túlio?
02:19Olha, Bruno, por incrível que possa parecer, eu entendo que sim.
02:23Hoje, nós parece que temos uma tendência de criminalizar um movimento político.
02:29É legítimo e salutar que as autoridades públicas se manifestem, que elas façam movimentos políticos,
02:35que elas façam pressão, elas podem criticar, elogiar, elas têm o direito de se manifestar.
02:40Inclusive, os nossos parlamentares têm até previsto na Constituição a imunidade,
02:44porque eles representam o povo, os nossos governantes nos representam.
02:49Então, é importante que eles falem.
02:50E essa questão toda, então, que envolve a soberania, ela é muito mal compreendida, Bruno, infelizmente.
02:56Porque a soberania hoje, ela é uma soberania relativa com o mundo globalizado.
03:01Por que ela é relativa?
03:02Porque a soberania de um país termina quando começa do outro.
03:05Num mundo globalizado, onde pode haver violações a direitos humanos,
03:09as medidas, as sanções internacionais já são uma realidade.
03:13Agora, o que cabe ao Supremo Tribunal Federal?
03:15olhar, evidentemente, com sobriedade, com bastante força,
03:20para que ele possa julgar de forma isenta essas pressões.
03:23O que os Estados Unidos fazem está dentro da soberania dele.
03:26O que o Supremo Tribunal Federal vai fazer aqui no julgamento está dentro da soberania do Brasil.
03:31Então, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, Bruno.
03:35Uma coisa é uma coisa e, às vezes, aparece que é tudo a mesma coisa, né?
03:40Tá?
03:41Essa salada de fruta aqui que a gente vai acontecendo,
03:44acompanhando na Capital Federal e no mundo também.
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