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No segundo dia de julgamento, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus questionaram as provas apresentadas. O advogado e professor Adib Said analisou a alegação dos advogados de que a delação de Mauro Cid não se sustenta.

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Transcrição
00:00Sobre o segundo dia de julgamento no Supremo, nosso convidado agora é o advogado Adib Sade,
00:06integrante da Academia Paulista de Letras Jurídicas.
00:09Tudo bem, professor? Como sempre, muito bem-vindo à Jovem Pan. Boa noite.
00:14Boa noite, Tiago. É uma alegria estar com vocês.
00:17Nós que agradecemos sempre.
00:18Professor, os discursos das defesas, as falas dos advogados de defesa,
00:24todas essas falas dentro do previsto, tentando desqualificar a delação premiada de Mauro Cid.
00:32Alguns também, principalmente o Paulo Sérgio Nogueira, a defesa dele,
00:38tentando livrar o cliente dele, meio que indicando questões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:47Tudo muito previsível ou alguma coisa fugiu ao que o senhor esperava?
00:51Tiago, o segundo dia em que as defesas puderam trazer essa manifestação final,
00:59que é a sustentação oral, nós tivemos, sim, coisas previsíveis, que já era esperado,
01:04porque resultam, na realidade, de um espelho das alegações finais.
01:10As alegações finais são escritas, trazem a parte mais robusta da defesa,
01:15e as sustentações orais, elas servem, na realidade, para reiterar e destacar alguns pontos
01:21que a defesa pensa ser mais importante para chamar a atenção dos julgadores.
01:28Nesse segundo dia, algumas defesas foram muito incisivas.
01:32Talvez para aqueles que não estejam habituados ao mundo jurídico,
01:36isso possa ter passado despercebido.
01:38Mas, para quem é do meio, algumas alegações feitas são extremamente importantes
01:44para quem acompanha e espera que o Estado de Direito seja respeitado,
01:49ou o devido processo legal seja respeitado.
01:52Por quê?
01:53Nós tivemos aí, por centenas de anos, muito sangue inocente correndo por baixo das pontes, né?
02:01Muita gente inocente sendo condenada.
02:03Então, o Estado de Direito acabou criando determinadas garantias.
02:07A ampla defesa, o contraditório, o acesso integral às provas.
02:12E, no dia de hoje, as defesas voltaram a insistir na questão de existir um pacote gigantesco de provas,
02:21de gravações, de WhatsApp, de mensagens, milhões de mensagens,
02:26e a acusação simplesmente destacou aquilo que ela julgava relevante e inseriu na acusação.
02:33A própria defesa do ex-presidente diz, olha, daquilo que foi colocado na acusação,
02:38eu tive acesso.
02:40Mas há uma imensa massa de provas que poderia ter sido disponibilizada para a defesa
02:46e que isso levaria à conclusão diversa da narrativa apresentada pela acusação.
02:53Isso é relevante, isso é muito importante.
02:55Outros aspectos, um deles colocado pelo advogado Zé Luiz de Oliveira Lima,
03:00numa sustentação oral, em defesa do general Braga Neto,
03:04muito importante em relação à validade ou não da delação premiada,
03:09com aspectos importantes, as sucessivas mudanças de versão,
03:14e, inclusive, as contradições entre uma e outra,
03:19o que foi replicado, em momentos anteriores, por outros advogados.
03:25Também em relação ao mérito, porque não basta cogitar,
03:29você precisa ter prova da participação ou do efetivo início da execução.
03:35E tudo isso foi questionado, e foi questionado de forma muito dura pelas defesas.
03:40Professor, vou passar a palavra para as nossas comentaristas.
03:43Dora Kramer faz a próxima questão. Dora.
03:45Boa noite, professor.
03:47Bom, a despeito de terem sido incisivas as manifestações, as sustentações,
03:53eu queria convidá-lo a fazer, digamos assim, o papel de juiz aqui,
03:57fazer um juízo de valor.
03:59Queria que o senhor, em face das acusações,
04:03o senhor viu a sustentação, deve conhecer muito bem,
04:06certamente conhece muito bem a peça acusatória do procurador-geral
04:11e prestou muita atenção às defesas.
04:15Uma confrontada com a outra.
04:18Qual é a consistência, embora sejam, além de incisivas,
04:22as alegações das defesas são consistentes a ponto de dar aos réus
04:30uma chance de absolvição?
04:32Dora, primeiro, boa noite.
04:36Para um advogado que habitualmente faz a defesa,
04:40é complicado vestir-se com a toga para decidir.
04:44Mas, de qualquer forma, não fugirei da sua pergunta,
04:47bastante pertinente e inteligente.
04:50As defesas não poderão ser analisadas como um pacote,
04:54em um conjunto.
04:55Cada uma delas apresentou elementos importantes
04:59que podem levar à absolvição dos respectivos clientes.
05:04Então, há que se ter um cuidado especial.
05:06Por quê?
05:07No ponto de vista penal, você tem que individualizar a responsabilidade.
05:12Ou seja, quando o advogado diz,
05:14não há uma única prova, ou uma mensagem, ou uma conversa,
05:18ou um documento, ou uma reunião efetiva,
05:21em que o meu cliente tenha participado, ou manifestado interesse,
05:26ou aderência a um determinado projeto,
05:29isso precisa ser levado em consideração.
05:31Por quê?
05:32Não dá para condenar uma pessoa num pacote, numa baciada.
05:37Você tem que olhar conduta por conduta,
05:40descrição por descrição,
05:42e identificar a existência ou não de provas
05:45em relação a cada um dos acusados.
05:48E aí, respondendo claramente,
05:50eu identifico algumas alegações que foram feitas
05:53que podem conduzir, sim,
05:55primeiro, a eventual nulidade do julgamento,
05:58numa futura, eventual, modificação da corte, né?
06:02E, em segundo lugar,
06:04que, na hipótese das defesas estarem corretas
06:07naquilo que elas disseram,
06:09conduzir a absolvição de alguns desses acusados.
06:12Professor Adib, agora a Deise Siocari.
06:15Professor, boa noite.
06:17Eu queria saber em relação à leitura dos votos, né?
06:20Muito tem se falado no tempo do julgamento.
06:23Aí é uma previsão mesmo,
06:25mas eu queria saber se o senhor imagina,
06:27consegue dar alguma noção para a gente
06:29de quanto tempo irá tomar essa leitura dos votos.
06:32Deise, a pergunta é importante.
06:36Por quê?
06:37Trata-se, na realidade, de um julgamento histórico para o Brasil.
06:42Irá marcar, de certa forma,
06:44a própria jurisprudência nacional
06:46e servir de indicativo,
06:49de indicação para os outros tribunais brasileiros
06:52e para o próprio direito brasileiro.
06:54Então, eu penso que os ministros terão,
06:57não só a obrigação, mas uma missão
07:00de explicar de forma minuciosa
07:03as conclusões a que eles chegaram.
07:05Isso levará, sem dúvida alguma,
07:07um tempo bastante grande.
07:09Bastante grande no sentido de
07:10mais do que o normal.
07:13Ou seja, serão votos longos,
07:16serão votos demorados,
07:18serão votos que tentarão
07:20exaurir a matéria,
07:22analisar todos os aspectos da defesa,
07:25porque, em eventual decisão,
07:27por maioria de votos,
07:28poderá surgir um recurso
07:30para o pleno,
07:31para o colegiado total
07:33do Supremo Tribunal Federal.
07:35O que levará a uma revisão
07:37dessa matéria.
07:38Então, por ser única instância,
07:40não há recurso para outro tribunal,
07:42em eventual maioria
07:43ou numa condenação.
07:44Mas, por maioria de votos,
07:46o pleno do Supremo
07:47pode ser chamado a responder.
07:49Então, não serão votos curtos,
07:51não serão votos simples.
07:53Tenho certeza absoluta
07:54que serão votos trabalhados
07:56pelos ministros
07:57e pelos seus respectivos gabinetes.
07:59Professor Adib Sade, de Direito,
08:01mais uma vez,
08:02muito obrigado por nos atender.
08:03Voltaremos a nos falar,
08:04estaremos acompanhando
08:05o desenrolar do julgamento
08:07a partir da próxima terça-feira.
08:08Obrigado, professor.
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