O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo busca ampliar a lista de itens nas exceções ao tarifaço imposto pelos EUA. A medida pode reduzir impactos sobre setores estratégicos da economia brasileira. Mariana Almeida comentou os efeitos dessa negociação no Jornal Times Brasil - Exclusivo CNBC.
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00:00O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou hoje que o governo tenta incluir mais itens na lista de exceções do tarifasso de 50% aplicado pelos americanos aos produtos brasileiros.
00:12E sobre esse assunto eu converso agora com o repórter Pablo Waller, que tem outros detalhes para compartilhar com a gente.
00:18Pablo, boa noite. O que mais o vice-presidente destacou em relação às tarifas, hein?
00:22Oi, Natália. Boa noite a todos. Pois é, hoje, durante a tarde, eu estive com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
00:31Ele estava aqui em São Paulo visitando tanto uma feira de turismo quanto concessionárias de veículos que estão vendendo produtos a partir do programa do governo federal, o carro sustentável.
00:42E é claro que falamos, então, do tarifasso. E Geraldo Alckmin confirmou que o governo federal ainda tenta ampliar aquela lista de isenção,
00:51que já tem quase 700 itens, né?
00:54Até posso citar aqui algumas dessas tentativas que estão até avançadas, de acordo com o próprio vice-presidente.
01:02Uma delas são os minerais estratégicos, uma janela aí para ampliar exportações que a gente já faz.
01:09E sabemos que os americanos estão interessados em minerais raros, por exemplo, né?
01:13Inclusive, estão tentando explorar isso em outros países eles mesmos.
01:17Também tem o etanol.
01:19Esse item sempre houve resistência quanto a ele lá nos Estados Unidos, porque lá também se produz.
01:26E aí é bastante comum, né?
01:27Os produtores não querem ter essa concorrência entrando de um outro país.
01:33Mas parece que essa medida já está sendo flexibilizada pelos Estados Unidos.
01:38Também tem a questão do aço.
01:39E essa é uma situação interessante aí.
01:42É que o Brasil, ele importa o carvão siderúrgico dos Estados Unidos, para então produzir um aço bruto aqui.
01:50E aí esse produto é exportado de volta para lá, para se confeccionar, tanto carros quanto aviões.
01:58E aí, de acordo com o vice-presidente, com certeza os americanos têm interesse nisso,
02:04porque vai encarecer a produção deles.
02:06Ele acredita que esse tipo de produto, o aço bruto daqui do Brasil, logo, logo vai receber essa isenção.
02:14Também falamos aí sobre o superávit brasileiro, né?
02:18Que, o, quer dizer, o déficit brasileiro, o superávit americano,
02:22e também o tanto de tarifas que nós aplicamos aos Estados Unidos.
02:26Uma média aí, geralmente, de 4,7%, ou seja, 10 vezes menos do que os americanos estão aplicando agora nos nossos produtos aqui.
02:36E isso já está sendo levado, então, ainda para os acordos, para mais reuniões, e a gente espera que acordos aconteçam.
02:45Também comentou sobre o crédito do BNDES, que até então tinha liberado 30 bilhões,
02:49e ontem o banco anunciou que agora serão 40 bilhões, e esses 10 bilhões atuais, do próprio banco financiados.
02:58E também tem uma notícia sobre a taxa, né?
03:00Que é cobrada, então, não é a Selic, de 15%.
03:04O empresário pode ficar despreocupado.
03:07São taxas bem mais baixas, aliás.
03:09São quatro linhas de crédito, viu?
03:11Mas, numa média de todas elas, para as pequenas e médias empresas, os juros fixos em 0,66% ao mês,
03:21para se emprestar, então, esse dinheiro do governo federal.
03:24Já as grandes empresas, 0,82% ao mês.
03:28E as empresas terão um prazo de cinco anos para pagar.
03:32Geraldo Alckmin também comentou que essa semana, na terça-feira, vai viajar ao México para tentar abrir mercado para alguns produtos.
03:39No México, nós temos superávit.
03:42Nós vendemos, no ano passado, para eles quase 8 bilhões, e eles compraram quase 6 bilhões da gente.
03:48Vamos ver mais o que o vice-presidente falou para a gente?
03:51O trabalho é esse.
03:53Diálogo e negociação.
03:55Nós entendemos que tem espaço para ter mais produtos excluídos e para ter uma alíquota mais baixa.
04:02Que é sempre bom lembrar que a alíquota média do Brasil para os Estados Unidos entrarem aqui é 2,7%.
04:11Não é 50%, nem 40%, nem 30%.
04:14É 2,7% a tarifa média.
04:17Esta semana, o Departamento de Comércio falou que o que tiver aço e o que tiver alumínio,
04:24sai do tarifacho e vai para a sessão 232.
04:28A sessão 232 é a mesma alíquota para nós e para o mundo inteiro, praticamente.
04:34A exceção do próprio Estados Unidos e do Reino Unido.
04:38Então, isso ajuda na competitividade de tudo que tem aço e alumínio.
04:44Máquina, reto-escavadeira, produtos, motocicleta, que tem aço e alumínio.
04:50A outra é o plano de contingência.
04:54Ontem, o BNDES anunciou mais 10 bilhões de crédito.
04:58Então, eram 30 bilhões para as empresas que exportam para os Estados Unidos,
05:03que foram atingidas pelo tarifacho, passou para 40 bilhões.
05:08Então, nós vamos atender mais empresas.
05:10Mesmo aquelas que não exportam tanto, mas que exportam e estão nos 50%,
05:16elas vão ter também crédito com juros menor e com fundo garantidor.
05:23A outra é abrir mais mercado.
05:25Estou indo terça-feira agora para o México.
05:28Nós temos uma corrente de comércio com o México significativa.
05:35O ano passado foram 7,8 bilhões que nós exportamos
05:42e eles exportaram para nós 5,8 bilhões.
05:47E nós podemos fazer crescer essa corrente de comércio.
05:52E sobre essa tentativa do governo de acrescentar mais itens à lista de exceções do tarifacho,
05:58eu confesso com a analista Mariana Almeida, que está com a gente nessa noite.
06:01Oi, Mari. Tudo bem por aí?
06:02Tudo bom, Natália. Um prazer estar aqui com você e com todo mundo que está nos acompanhando no Times Brasil.
06:08E vamos lá, Mari. Qual que é a chance de sucesso?
06:12Você acredita que tem canal, tem tempo, tem espaço ainda para tentar fazer essa lista crescer?
06:18Pois é, Natália. Como o tarifacho brasileiro acabou sendo empacotado de uma maneira muito peculiar,
06:24diferente de todo o resto do mundo. Por quê?
06:26Porque foi baseado numa lógica política e é uma relação comercial
06:31que não está engatada no que foi o argumento inicial de Donald Trump
06:35dos desequilíbrios de balança comercial que eram negativos para os Estados Unidos.
06:40Ou seja, os principais países, o tarifacho, tinha em tese a busca por equilibrar as relações de troca
06:46pensando em termos econômicos.
06:48Ou seja, para o resto do mundo o principal era econômico, para o Brasil era político.
06:52Ou seja, o efeito econômico é muito diverso, é muito significativo, inclusive para os americanos.
06:58Isso a gente sabia desde o início, a gente comentou de diversos aspectos.
07:01O café é um que ainda não está sendo falado para entrar na sessão 232,
07:05mas que é um bom exemplo do que se fala, porque é fácil de entender.
07:07Quer dizer, você tarifa um produto que os Estados Unidos não produz,
07:11tarifa de maneira significativa e que ele também não pode muito deixar de consumir.
07:16Não é que as pessoas abrem mão facilmente desse consumo.
07:19Logo, qual que é o resultado?
07:20Fica mais caro.
07:21Fica mais caro, perdem os consumidores americanos,
07:23perde o sistema como um todo, fica mais ineficiente.
07:26E claro, perdem um pouco os produtores brasileiros que acabam tendo que,
07:29eventualmente, vender um pouquinho menos.
07:32Mas dado que tem essa coisa, talvez, pouco razoável, do ponto de vista econômico,
07:37para a própria economia norte-americana,
07:39a ideia de que tem espaço para negociação sempre esteve presente.
07:43E aí foram criadas desde o início, foi criada desde o início essa lista de exceção.
07:47As exceções, desde também do primeiro momento que elas apareceram,
07:51tinham uma motivação aí da força de algumas empresas privadas lá nos Estados Unidos.
07:56Não à toa o suco de laranja foi um dos primeiros, inclusive, que entrou.
07:59Lá teve uma empresa importante que até judicializou o caso
08:03e aí conseguiu desde o início que os insumos para o suco de laranja
08:07seguissem na exportação sem tarifaço adicional, dos 50%.
08:12E agora, essa semana, a fala também sobre o aço e o alumínio
08:15refletem mais uma vez essa questão.
08:18Quer dizer, tem espaço, sim, para negociação. Por quê?
08:20Porque tem muita gente sendo prejudicada no próprio Estados Unidos.
08:23Agora, como resultado final do sistema econômico,
08:27basicamente é uma grande incerteza.
08:29Porque para o Brasil, sim, tem espaço para negociação.
08:32É importante que haja negociação.
08:34Mas quem toma a decisão aqui vai continuar sem saber,
08:36sem poder ter certeza se, no final das contas,
08:39o seu produto vai ou não vai entrar nessa exceção.
08:41e depende menos só da qualidade da estrutura produtiva brasileira
08:45e muito mais da capacidade de pressão e da entrada política
08:49que até o setor lá nos Estados Unidos tem em relação ao governo.
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