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Os Estados Unidos enviaram três destróieres de mísseis guiados, USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, para a costa da Venezuela, com cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais a bordo. A operação visa combater cartéis de drogas latino-americanos, como o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles, que operam na região. O presidente Donald Trump aumentou a recompensa pela captura de Nicolás Maduro de US$ 15 milhões para US$ 50 milhões, acusando-o de envolvimento com o narcotráfico.

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Transcrição
00:00O clima esquentando aqui nas Américas.
00:03Os navios enviados pela Marinha dos Estados Unidos em direção à costa da Venezuela
00:08devem chegar à região já nessa semana.
00:11Pelo menos três embarcações foram despachadas pela Casa Branca
00:15para conter a movimentação de cartéis de droga no continente.
00:19Nosso editor de Internacional, Fabrício Naysk, chegando aqui nos estúdios com todas as informações.
00:23Fabrício, quais são os navios que foram enviados pelos Estados Unidos?
00:27Bem-vindo aqui com a gente.
00:28Boa noite, Thiago. Boa noite a todos que acompanham o Jornal Jovem Pan.
00:32São três navios, USS Samson, USS Gravely e USS Jason Dunham.
00:37São três navios da mesma classe, contra torpedeiros,
00:41utilizados em operações justamente contra o tráfico de drogas pelos Estados Unidos,
00:48principalmente em águas internacionais.
00:50Esse é um ponto muito importante para a gente destacar aqui,
00:53porque o posicionamento de navios na Marinha Americana na costa da Venezuela
00:58não significa necessariamente uma invasão das forças armadas dos Estados Unidos no território venezuelano.
01:05Esses navios devem atuar em águas internacionais
01:08e há também a expectativa da movimentação de aviões de reconhecimento aéreo P-8 Poseidon
01:16e também submarinos de ataque de propulsão nuclear que devem ficar nessas águas internacionais
01:22e no espaço aéreo internacional.
01:24Portanto, nesse primeiro momento, não há nenhuma violação do direito internacional,
01:29nenhuma violação das leis venezuelanas.
01:32As águas internacionais estão ali justamente para todos os países.
01:36Mas levanta essa possibilidade de uma invasão futuramente.
01:41Esse é um ponto que pode ser destacado.
01:43A gente separou, inclusive, as características desses três navios que eu mencionei
01:47que estarão vindo aqui e devem chegar já nas próximas horas na costa da Venezuela.
01:53Acho que a gente tem a arte aqui para conferir.
01:55São três navios muito parecidos em todos os aspectos,
01:58incluindo também, Tiago, a questão do tamanho.
02:01Eles são navios de cerca de 300 metros ali, de 150 metros de comprimento,
02:08uma tonelagem de aproximadamente 9.200 toneladas para cada um desses navios.
02:14Tem capacidade de movimentar 300 tripulantes aproximadamente,
02:18entre 300 a 350 tripulantes em cada um deles.
02:22E também carregar, além de armas, cada um deles, dois helicópteros Seahawk,
02:27que são helicópteros muito modernos lá dos Estados Unidos.
02:30utilizados nesse tipo de operação.
02:34O que acontece quando a gente fala dessa movimentação?
02:37O presidente Donald Trump já declarou que vai utilizar todos os meios
02:40para combater os cartéis de drogas nos Estados Unidos.
02:45Essa droga que sai daqui do continente da América do Sul, principalmente da Venezuela,
02:50chega nos Estados Unidos através de vias marítimas,
02:54principalmente aquilo que a gente chama de transshipping.
02:56Ou seja, através do Caribe, navios e pequenas embarcações saem da Venezuela,
03:01vão para países caribenhos e aí eles acabam passando de uma embarcação para outra
03:07e são levados futuramente para os Estados Unidos de maneira clandestina.
03:11Os Estados Unidos querem interceptar essa movimentação ainda no mar,
03:16antes de chegar no Caribe e evitar que essa droga entre lá nos Estados Unidos.
03:22Lembrando que os Estados Unidos acusam Nicolás Maduro de ser o líder do cartel do Sol,
03:27que é um dos principais cartéis venezuelanos.
03:30A cabeça dele está valendo 50 milhões de dólares.
03:33Quem não gostou dessa movimentação foi o assessor especial da presidência da República aqui no Brasil,
03:39Celso Amorim, que falou sobre esse tema hoje.
03:42Diz que está preocupado.
03:43A gente separou essa fala dele para conferir.
03:45Eu não posso esconder que eu vejo com preocupação o deslocamento de barcos americanos
03:51e a maneira de ver a questão.
03:53Eu não vou fazer um julgamento político.
03:56A vossa Excelência já mencionou que até me chamaram lá de pessoa não grata em algum momento
04:01pelos comentários que eu fiz aqui na Câmara a respeito das eleições.
04:05Mas eu acho que a não intervenção é fundamental.
04:10E nos preocupa por a presença de barcos de guerra muito próximos da costa da Venezuela
04:15e o risco, sobretudo com as declarações de que ele pode ser a força total
04:23dentro dessa, digamos, mistura da questão do combate ao crime organizado,
04:28que deve ser combatido, mas com a cooperação dos países e não com intervenções unilaterais.
04:33É exatamente quando o Salsamorim fala em cooperação entre os países,
04:36um trabalho coordenado que nesse momento é muito difícil de acontecer
04:40porque as relações entre Washington e Caracas são praticamente nulas, são zero.
04:46Pontualmente, eles costumam conversar sobre troca de prisioneiros,
04:49mas nunca sobre operações nesse tipo.
04:51Lembrando que a expectativa é de que os Estados Unidos mandem aproximadamente
04:554 mil militares aqui para a região, ou em direção à região,
05:00tanto marinha quanto fuzileiros navais.
05:02E isso poderia preceder uma invasão no território venezuelano
05:06para combater cartéis que hoje são designados pela Casa Branca
05:10como organizações terroristas.
05:12Aí é um tema para a gente ficar de olho,
05:14porque aí sim poderia haver uma violação da soberania venezuelana,
05:18já é uma outra história.
05:19Nesse primeiro momento, apenas o posicionamento
05:22que os analistas têm avaliado como uma demonstração de força da Casa Branca.
05:27Coloca os navios ali e mostra para a Venezuela,
05:30mostra para os cartéis que os Estados Unidos estão de olho,
05:33vigilantes e prontos para atacar, caso isso seja necessário.
05:37Fabrício, você volta já já para falar sobre Estados Unidos e eleições, é isso?
05:41Exatamente. Texas, vamos ficar de olho nisso.
05:43Até daqui a pouco.
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