Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • há 5 semanas
No videocast 'HABEAS DATA online', Raul Ferraz entrevista Carlos Valcácio dos Santos e Carlos Márcio de Melo Queiroz, e conversam sobre o tema "O direito das famílias no divã".

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Olá, eu sou Raul Ferraz e você está assistindo o vídeo que é Chave às Data no portal de
00:10O Liberal, o maior veículo de comunicação do Norte do Brasil. Hoje temos a honra de entrevistar
00:17o doutor Carlos Márcio de Mello Queiroz, juiz vice-coordenador estadual da mediação e conciliação
00:26do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, mestre em Direito e professor universitário.
00:32E também, para esse bate-papo aqui, o doutor Carlos Alberto Valcácio dos Santos, advogado,
00:39professor universitário, mediador judicial, mestre em Direito, e vão falar sobre o tema
00:45O Direito das Famílias no Divã. É um tema, evidentemente, muito interessante, especialmente
00:53para os colegas que militam no direito de família e para as pessoas que buscam o judiciário
01:01para a solução de conflitos familiares. Eles vão mostrar para a gente uma visão um pouco
01:09além do mundo jurídico, do judiciário. É aquilo que realmente deveria prevalecer antes
01:18de se chegar a uma demanda de natureza familiar. Olá, doutor Carlos Valcácio e doutor Márcio,
01:27tudo bem? Tudo bem. Tudo bem.
01:30Doutores, o que é que inspirou vocês a criarem um curso conjunto sobre Direito das Famílias
01:44e por que ele é considerado inédito no Brasil? Vamos fazer essa pergunta para o doutor Márcio.
01:51Mais uma vez, obrigado, Raul. Obrigado a todos que nos ouvem, nos assistem.
01:56O inéditismo vem de uma nova percepção do direito das famílias.
02:04Primeiro, é bom a gente compreender que o direito das famílias é um ramo do direito
02:09que, sem dúvida, sofreu profundas e significativas transformações, especialmente a partir da Constituição de 1988.
02:18Nós viemos de uma família que era reconhecida apenas como sendo a família matrimonial,
02:25aquela que vinha do casamento, e passamos a reconhecer tantas outras espécies de família.
02:32Já a família de vinda da união estável, a família monoparental, aquela que você só tem um pai ou uma mãe com o seu filho,
02:40a família homoafetiva e tantas outras espécies de família.
02:44Na minha experiência, de 23 anos de magistratura, dos quais praticamente 20 anos com competência em questões de direito das famílias,
02:55eu sempre fui despertado por algo que me parecia cada vez mais certo, cada vez me dava mais um regime de certeza.
03:05Ou seja, que o direito era insuficiente para, de fato, apaziguar as questões de família e entregar a promessa constitucional
03:15de pacificação social, pacificação da família.
03:18Nós sabemos que as questões de direito das famílias, elas são imbricadas, na maioria das vezes,
03:25por fortes emoções, frustrações, traumas, e que a resposta jurídica, normativa, ou tão somente do
03:34dividir patrimônio, resolver um vínculo matrimonial, estabelecer uma guarda e direito de convivência, desfilhos,
03:45essa solução imposta pelo juiz, ela resolve a questão jurídica, mas ela não resolve o problema social.
03:56E que nas famílias, ele se torna potencialmente muito mais danoso. Por quê?
04:03Porque não existe ex-família.
04:05Nós continuamos, mesmo com laços sendo desfeitos, mas a gente vai continuar tendo circunstâncias e ocasiões
04:14em que essas pessoas vão se encontrar, em que elas vão precisar conviver, em que elas vão precisar gerenciar,
04:20seja patrimônio ou convivência com filhos e tantas outras questões, e que, portanto, uma solução única, pontual, episódica,
04:29ela é insuficiente. Daí, a necessidade do direito integrar-se com a psicologia, e a partir de uma análise
04:38que vai para além do positivismo jurídico, portanto, uma análise que vai também enfrentar questões psicológicas,
04:45chegarmos a melhores formas de, não só de decidir, mas de compreender e de conviver com as divergências,
04:54as diferenças dentro das questões de família.
04:56Doutor Valcácio, o que um profissional ou estudante vai encontrar nesse curso
05:06que ele não aprenderia em um livro ou sala tradicional?
05:11Ok, muito obrigado, inclusive, pelo convite, e é muito importante falar sobre isso, né?
05:17Sim.
05:17Então, hoje, num mundo em que a internet está trazendo quase todos os conteúdos para a gente,
05:21é a pergunta fundamental, é por que eu tenho que ir para uma sala?
05:24O curso é eminentemente presencial, o curso é presencial, foi uma escolha, mesmo sabendo
05:30que muitas pessoas não estão mais acostumadas com o ambiente presencial, mas nós acreditamos
05:36fortemente que não há como discutir relações humanas pela internet, vamos combinar entre nós
05:43e acho que isso seria uma absurda contradição, uma absoluta contradição.
05:48Então, a decisão é, justamente por ser presencial, estaremos os três, eu, o doutor Carlos Márcio e a doutora
05:55Rebeca Barbosa, na sala ao mesmo tempo, em codocência, em que, com os três facilitadores, simultaneamente,
06:03nós traremos, primeiro, essa relação pessoal de olho no olho e direto, que nós achamos
06:09absolutamente essencial para discutir relações familiares.
06:14E, em segundo lugar, traremos com as nossas experiências, e cada um dentro da sua expertise,
06:20casos reais, simulações, análises sobre como essas questões são decididas pelos tribunais,
06:26como você pode desenvolver defesas ou trabalhar efetivamente em processos em que esses temas
06:33sejam veiculados.
06:34Então, parece-me que a proposta é, você não consegue isso com o vídeo da internet,
06:40você não consegue ler isso num livro, você precisa vivenciar, e para vivenciar, você
06:46tem que ser apresentado ao que já aconteceu, preparado para o que pode vir, e, é claro,
06:52essa preparação não pode ser fundamentada em qualquer informação, a informação tem
06:58que ser técnica, jurídica técnica, psicológica técnica.
07:02Então, é isso que nós nos propusemos, trazer um curso presencial, olho no olho, fundamentado
07:08em práticas, fundamentado em estudo de casos, fundamentado em o estado da arte do direito,
07:16o estado da arte da psicologia, para que quem participar do curso, seja ele operador do direito,
07:21estudante de direito, psicólogo, estudante de psicologia, mas não limitado a estes, né,
07:28todos aqueles que, de um modo ou de outro, trabalham na vida profissional, ou mesmo do
07:33âmbito pessoal, que queiram analisar essas novas relações, essas relações com as formas
07:38como elas se apresentam, eu acho que vão se beneficiar muito.
07:41E eu creio, né, piamente que isso não pode ser obtido num curso pela internet, e nem num
07:48curso que isso teria um livro ou um texto puramente.
07:54Obrigado, doutor Carlos Alcácio.
07:57Doutor Márcio, entre os assuntos como multiparentalidade, herança digital, guarda de pets, qual o mais
08:06polêmico que vocês já lidaram na prática?
08:10Todos os temas, eles foram selecionados a dedo, como diríamos, né, são temas atuais.
08:17São parênteses, eu estava conversando com o doutor Valcácio aqui fora, a gente estava contando
08:22histórias, né, de mediação e de tribunal, então tem cada história que realmente a gente
08:28para assim olhando e diz, eu não acredito que eu estou aqui, né, ouvindo isso, porque
08:37realmente há uma fragilidade emocional muito grande, às vezes você se depara com um profissional
08:44de uma outra área, né, que, sei lá, do próprio direito, da medicina, enfim, e ali diante de
08:52uma mediação ou de um juiz expõe toda aquela fragilidade emocional que às vezes a gente
08:58não acredita que está assistindo duas pessoas adultas, maduras, com formação de mestrado,
09:08doutorado, brigarem por coisas que parecem coisas bobas, mas que na verdade está refletindo
09:16um sentimento que está por trás de tudo isso.
09:19Mas, enfim, desculpa, voltando à pergunta.
09:23Sim, como estava dizendo, os temas foram escolhidos a dedos pela sua atualidade e ao mesmo tempo
09:32pela sua controvérsia, tá?
09:34Todas essas matérias, multiparentalidade, herança digital, guarda de pets, todos eles, eles não
09:46estão, digamos assim, no estado da arte com uma solução, uma pronta, definitiva, uma
09:51resposta única, nem mesmo, né, no que diz no mundo jurídico, imagina no psicológico como
09:58é que se está.
09:59Mas se eu tivesse que trazer à memória um caso, eu trarei um caso bem interessante,
10:06que foi exatamente sobre guarda de pets.
10:08O nosso Código Civil, ele trata os animais, os pets, né, pode ser cão, gato, como semoventes,
10:17e como ainda só conhecemos sujeitos de direito e objetos de direito no nosso direito civil,
10:24não sendo esses animais sujeitos de direito, são objetos para o direito civil.
10:29Como objetos de direito, eles têm um valor monetário que pode ser, né, em tese, e podem
10:39ser, em tese, substituídos pelo seu equivalente em dinheiro.
10:43Isso há 10, 20 anos atrás, talvez resolvesse bem, né, imagina um divórcio, que havia um
10:49cão, um gato de estimação, e olha, você vai ficar com o cão, vou, então é um cão
10:53da raça, sei lá, labrador, que estima-se um valor de mercado X, então eu te pago a metade,
10:59e eu vou ficar com o cachorro, talvez isso resolvesse, né.
11:03Hoje em dia, não mais, né, hoje em dia nós já falamos da família multiespécie,
11:08ou seja, a família não é mais apenas a, formada apenas pela espécie humana.
11:14Nós vemos aí cães, gatos e outros bichinhos que são, estão erigidos a status de membros
11:21da família, filhos, netos, considerados como filhos, netos da família.
11:25E é óbvio que diante de um divórcio, né, esses laços de afeto não podem ser substituídos
11:31por um equivalente dinheiro.
11:33Então, neste caso, né, emblemático, já ocorreu há alguns anos, mas se encaixa bem
11:39nesse sentido, era, nitidamente havia uma divergência, né, quanto a manter a posse direta
11:48do cãozinho, né, e uma das partes insistia em querer comprar a parte do outro.
11:56E a outra parte insistia, olha, não tem como vender aquilo que não tem preço.
12:02E também ali não caberia uma solução salomônica de mandar dividir o animal ao meio.
12:07Então, a grande dificuldade era essa, era fazer com que ambos chegassem à compreensão
12:15de que o afeto que eles detinham por aquele animal não poderia ser expresso monetariamente.
12:22Para um deles, sim, para o outro, talvez não, né?
12:25Então, necessariamente, haveria que haver uma composição no sentido de preservando a vida
12:33do animal e a dignidade das pessoas, né, que estavam se divorciando e o afeto que dedicavam
12:38àqueles, ter a semelhança do que ocorre com os filhos, pessoa, né, natural, uma solução
12:45que pudesse fazer com que ambos tivessem convívio com o bichinho mesmo, depois do divórcio, né,
12:54a ter ou estar acontecendo.
12:57Perfeito.
12:58E, doutor Carlos Valcácio, o senhor também pode nos contar alguma história, sem evidentemente
13:07identificar pessoas, algum caso curioso ou marcante que ilustre as mudanças no conceito
13:15de família hoje?
13:18É, tem um, já faz bastante tempo, mas acho que vale porque a ideia era que era uma família,
13:25que tinha pai, a mãe, só que tinha o quê?
13:30O avô e mais uma pessoa que atuavam como pais dessa pessoa.
13:36E aí ela queria, porque queria colocar os três ao mesmo tempo na certidão de nascimento
13:40dela.
13:40Três pais e uma mãe.
13:43Então, esse caso é emblemático, mas não é raro.
13:46Então, na verdade, nós começamos com esse tipo de análise a partir do momento em que
13:52eu tenho um desvio do foco daquela família que o doutor Carlos Márcio falou, que era basicamente
13:58matrimonial, e eu passo a pensar em famílias como manifestação de afeto.
14:03E aí, se eu manifesto afeto, eu não quero que esse afeto fique somente no âmbito emocional,
14:09eu quero que isso tenha repercussões no mundo jurídico.
14:11E isso, na verdade, tem gerado uma série de problemas.
14:15Inclusive, eu tenho outro caso, que o avô acaba registrando a netinha como filha para
14:21que resultasse em benefício previdenciário.
14:24Isso deu um problema infinito, porque repercutiu em direito patrimonial, sim, mas direito hereditário,
14:31ou seja...
14:31É a chamada adoção brasileira.
14:34A brasileira.
14:34Só que essa um pouco mais complicada, porque ele era o avô da criança.
14:38E ele lançou, em certidão de nascimento, a paternidade.
14:43Isso gerou tanto problema, tanto problema, porque teve repercussões no INSS, direito previdenciário,
14:50teve repercussões na divisão patrimonial, era um senhor já de bem-idade, e claro, nem
14:56teria como, vamos imaginar do modo natural, ter um filho daquela idade.
15:00Repercussões, porque foi pensado em fraude contra a Previdência.
15:05Então, um conjunto da...
15:07Então, não é incomum que haja hoje a necessidade ou interesse de tornar visível juridicamente
15:14aquilo que já é visível do ponto de vista emocional.
15:17Então, embora não seja algo raro, foi um dos casos que me marcou, porque um, nesse
15:22segundo caso, inclusive, teve uma repercussão muito negativa, porque eles tomaram uma decisão
15:27sem consultar ninguém, e aí quando as consequências jurídicas surgiram, seja a fraude contra
15:33o INSS, seja a divisão de um patrimônio que não queria ser dividido, e as repercussões
15:39de outras, eles chegaram à conclusão que aquilo era muito ruim, tentaram desfazer.
15:44Aí piorou mais ainda.
15:45Então, temas muito, muito difíceis de gerenciar depois que são feitos de forma incorreta.
15:51Às vezes, as pessoas tomam atitudes sem pensar nas consequências jurídicas, até porque
15:57elas não conseguem alcançar, e depois criam problemas ainda maiores de solução.
16:06Doutor Márcio, como a visão de um juiz e de um advogado se complementam para tratar
16:16de conflitos familiares complexos?
16:20O que é que o juiz e os advogados, qual é o papel de cada um que pode se complementar
16:28para solucionar, porque geralmente não é só um advogado, são dois, dos dois lados.
16:35Como o senhor enxerga essa questão?
16:37Eu entendo uma complementaridade muito interessante, especialmente pela amplitude, por se abrir
16:49novas fronteiras, do pensar tanto do magistrado como do advogado.
16:55Afinal de contas, o magistrado é talhado para tomar decisões.
17:01Então, sobre ele está o peso de apresentar uma solução para o caso, mesmo que sejam
17:10casos em que a legislação ainda não tem uma resposta pronta, como por exemplo, a guarda
17:16de pets está sendo aplicada em sua maioria por analogia àquilo que se tem para a guarda
17:22de filhos, mas não existe guarda de pets.
17:24Outro tema que vamos falar é sobre o poliamor.
17:28O poliamor também não está regulamentado no Brasil, mas isso não quer dizer que ele
17:31não aconteça e que em acontecendo não já esteja gerando efeitos jurídicos, que vão
17:39ter que, num intervalo de tempo muito próximo, ser enfrentados pelo judiciário.
17:47E o advogado vai ter uma outra visão.
17:49O advogado não tem compromisso, até porque esse não é o papel dele, ele não tem um compromisso
17:56sem decidir coisa alguma, mas ele tem um compromisso de trazer teses inovadoras que possam oxigenar
18:03o próprio judiciário, a fim de que possa ter uma percepção de maior envergadura dos
18:11conflitos sociais, para que, mesmo, repito, mesmo na ausência da lei, possa-se ter decisões
18:19que o mais se aproximem de um sentimento, de um valor de justiça para a comunidade.
18:25Então, eu entendo que é muito válido, exatamente, a partir dessa interação, dessa simbiose,
18:35em que dois atores, dois operadores do direito, mas com funções absolutamente distintas,
18:42possam apresentar os seus vieses, as suas percepções, para que se possa chegar a uma compreensão,
18:51a uma posição empática, a partir da posição do outro.
18:55Certo, correto.
18:57Vamos voltar ao tema do curso, né?
19:01E eu perguntaria ao doutor Carlos Acácio, o curso é só para quem atua diretamente com
19:10os direitos de família ou pode interessar a outros ramos da área?
19:14O senhor poderia falar especificamente o curso, quando vai ocorrer, sobre inscrições, sobre
19:20como isso vai acontecer?
19:23Sim, com certeza.
19:24O curso, ele vai iniciar no dia 23 de agosto agora, daqui a duas semanas, ele trará dois
19:30dias, dia 23 de agosto e dia 6 de setembro, serão dois dias de curso, cada dia de oito
19:36horas de aula presencial, de conversa, discussão, esse curso, ele será realizado no auditório
19:42da Associação dos Magistrados do Estado do Pará, que nos apoia com o auditório, e ele
19:49trará visões que vão permear direito, psicologia primordialmente, mas que são necessários,
19:55que são utilizáveis em direito, psicologia, serviço social, em outras áreas correlatas
20:03que exigem conhecimento sobre famílias, ou seja, basicamente a sociedade inteira.
20:08Sim.
20:08Então, é um curso que discute relação familiar, é de interesse da população inteira, mas
20:13nós focamos nessas análises jurídicas e psicológicas da família.
20:19É, porque temos, infelizmente hoje não tivemos, a doutora Rebeca Barbosa não pôde
20:23comparecer conosco aqui, mas é uma visão de uma profissional que tem 20 anos também
20:29de experiência como psicóloga, tanto de relações de família, quanto organizacional,
20:34quanto...
20:34Então, ela tem uma visão sobre o assunto bastante profunda e que vai permitir aos participantes
20:41que tenham não só a questão da discussão de casos já existentes, mas a percepção
20:46do que será o futuro e como agir de verdade.
20:49Porque o que nós temos hoje, eu aproveito a fala do doutor Carlos Márcio, para entender
20:53o seguinte, quando o advogado vem e traz um caso desses, polêmico, uma temática indiscutível,
21:01ele tem que ter, primeiro, percepção de mundo o suficiente para ver que o mundo mudou,
21:06ele tem que pensar na forma como aquela tese vai ser apresentada de forma embasada, fundamentada
21:12e não só emocional, mas ele não pode esquecer que os aspectos psicológicos e emocionais
21:18estão envolvidos, ele tem que ter abertura, um pouco daquela abertura que nós estávamos
21:21discutindo um pouco antes do programa, a abertura para o novo.
21:25Então, o que nós nos propomos com esse curso é dar aos advogados, dar aos psicólogos,
21:31dar aos estudantes de psicologia e de direito, essa visão do novo.
21:35Eu sempre falo aos meus alunos que o direito é mais complexo do que o que eles chamam de
21:40rame-rame, embora raramente isso aconteça no direito de família, porque tudo é complexo
21:47no direito de família, no direito das famílias.
21:49Então, eu sempre digo aos meus alunos, percebam que o mundo que você vive hoje não é o mesmo
21:53mundo de dez anos atrás.
21:55E como não é o mundo de dez anos atrás, adivinha?
21:58O direito de dez anos atrás não tem suporte, não suporta mais as modificações.
22:04Eu preciso ter novas percepções, eu preciso elaborar novas teses jurídicas, eu preciso
22:08apresentar novas situações.
22:11Então, o curso tem essa premissa, trazer três operadores, um do direito na área de
22:17advocacia, um da magistratura, que tem a visão do julgador e o psicólogo.
22:22Nesse caso, a psicóloga, que vai trazer quais são as consequências de todas essas
22:26relações, de todos esses embates dentro da psiquia humana, dentro da forma como eu
22:31sinto a minha saúde mental.
22:33Se vocês tivessem aí 30 segundos para convencer alguém a se inscrever, o que vocês diriam?
22:40Primeiro, doutor Márcio.
22:42Bem, eu diria que tenhamos ou não uma família funcional, o fato é que todos nós temos uma
22:53família.
22:54E para vivermos bem, precisamos compreendê-la, precisamos vivenciá-la e, mais do que tudo,
23:02precisamos compreender e amar o nosso semelhante, começando do nosso familiar.
23:09Por isso, esse curso é do interesse de todos.
23:12Afinal de contas, gerir começa a partir da nossa própria casa.
23:17Bom, eu pensei...
23:18Doutor Carlos Alcácio.
23:20Eu pensei numa frase um pouco mais, assim, reduzida, né?
23:24Fiquei à vontade.
23:26Eu queria muito ter aprendido tudo isso antes de chegar a discutir isso nos tribunais.
23:31É isso.
23:31Perfeito.
23:32Ou seja, faça o curso porque você vai enfrentar essas questões se preparando ou não se preparando.
23:40E a falta de preparo técnico nesse quesito pode ser que repercuta muito mal na forma como
23:47você atua como advogado, como você atua como psicólogo.
23:50E, claro...
23:51E você vai enfrentar como advogado, como psicólogo ou como juricionado.
23:56Ou como parte.
23:57Não tem muito pra onde correr.
23:58Então, eu gostaria muito que esse curso existisse pra eu não ter que passar aprendendo
24:02na marra, né?
24:04Você usa esse termo.
24:05Aprendendo de forma do embate.
24:07O que eu devo fazer?
24:08Então, é isso.
24:09A minha justificativa para...
24:10Faça esse curso é esse.
24:11Faça antes que você precise dele e você não tenha os recursos necessários.
24:14E como é que é feita a inscrição?
24:17É pela internet?
24:18Qual é o site?
24:19Existe um site que é o Radice Educacional, que é a empresa que está desenvolvendo.
24:24É www.radiceeducacionaltudojunto.com.br na área de cursos.
24:34O link é feito.
24:36Basta clicar no link.
24:37Nas nossas mídias sociais.
24:38Da minha Carlos Valcácio.
24:40Está lá link para inscrição.
24:42Aí o processo todo é automatizado.
24:44Pode fazer o pagamento em cartão.
24:45Tudo corre por aquelas plataformas de venda de eventos normais.
24:50E no momento em que você faz, você já está inscrito.
24:53Nós só entramos em contato para tirar algumas dúvidas, mas só se for necessário.
24:56O processo é todo automatizado, muito simplificado.
24:59Ah, eu queria falar o que vai ter.
25:01Certificado de participação para aqueles que são estudantes.
25:04Vamos ter 16 horas de horas complementares.
25:08Certo.
25:08Vai ter um certificado com QR Code, com validação de originalidade.
25:13Além disso, o material todo vai ser disponibilizado via PDF para os participantes.
25:19Então, teremos um lugar muito bom, que é o auditório da Associação de Magistrados.
25:24Coffee Break.
25:25Então, aquelas coisas que fazem um curso realmente ser um curso de excelência.
25:29Porque nós gostamos dessa ideia de que os participantes terão o melhor.
25:33Tanto do ponto de vista tutoral, quanto do ponto de vista de conhecimento.
25:36Senhores, eu agradeço a presença de vocês, especialmente por estarmos aqui falando de um tema tão importante,
25:44tanto para o direito como para a psicologia.
25:47E para as pessoas em geral, para a reflexão sobre família, sobre grupos familiares,
25:56sobre, às vezes, ter que enfrentar uma dissolução de um casamento, através de um divórcio, de uma união estável.
26:08Isso sempre é muito complexo e causa dor.
26:11E eu acho que as pessoas precisam se preparar para isso, para que essa dor seja amenizada através da racionalização,
26:23através do respeito que se tem pela vontade do outro, para que as coisas fluam de modo natural.
26:33E que, por mais que se desfaça um casamento, uma união, a amizade prevaleça.
26:44Porque os filhos são sempre muito prejudicados quando os pais entram em conflito e não conseguem chegar a um consenso emocional.
26:55Emocional, principalmente.
26:57Porque judicial é fácil. Assina lá o divórcio e acabou.
27:00Então, se ele não conseguir superar o pai, a mãe, o marido, a mulher,
27:07ele vai sempre passar para os filhos aquela mágoa, aquele sentimento ruim.
27:14E, na minha modesta opinião, isso é um fator que contribui muito
27:21para que o divórcio possa ocorrer e deixar mágoas, deixar arestas a serem aparadas.
27:34Um adoecimento mesmo.
27:35Não é incomum nessas situações descambar para alienação parental.
27:40Ah, que é outro tema do nosso curso.
27:42A gente passaria aqui um dia inteiro falando.
27:45E que é uma coisa grave.
27:49E a gente sabe...
27:51Eu sei o quanto dói.
27:53Porque eu já passei por ela.
27:55E é muito complexo.
27:58E os pais, o ex-marido, a ex-mulher, o pai, a mãe, os pais, as mães,
28:06seja lá que grupo familiar for, tem que ter consciência de que aquela criança
28:12não faz parte daquela relação enquanto marido-mulher.
28:19Ele faz parte enquanto filho e ele ama os dois.
28:23E essa questão nem sempre é considerada.
28:28Talvez até por força do egoísmo.
28:30Mas, enfim, eu acho que vai ser um grande sucesso um curso desse.
28:36Eu espero que venham outros.
28:39Porque as pessoas que lidam com essas questões no judiciário,
28:43elas precisam compreender o lado emocional da coisa.
28:48Porque o lado racional, como advogado, como juiz, a gente conhece muito bem.
28:55Sabe quais são os trâmites, o que diz o código, o que diz a lei,
28:58o que você tem direito, o que você não tem.
29:00Agora, a aceitação é que é difícil.
29:05A aceitação da separação, a aceitação do divórcio,
29:10a aceitação de que você não pode prejudicar seus filhos no momento de um divórcio.
29:16Eles não têm nenhuma relação, nada a ver com isso.
29:20Mas, enfim, eu agradeço a presença de vocês.
29:22Espero tê-los de volta aqui para a gente falar sobre temas tão importantes.
29:27Muito obrigado.
29:27Muito obrigado.
29:29Será um prazer retornar.
29:30Quantas vezes tivermos oportunidade para trazermos temas de interesse da população.
29:37Obrigado.
29:38Muito obrigado.
29:39O convite que vai ser feito, com certeza, nos trará de volta.
29:44E achamos muito pertinente discutir temas que vão além do básico,
29:48que realmente importam para a sociedade,
29:50mas que, surpreendentemente, não são discutidos.
29:53E traz uma inovação muito grande para o judiciário.
29:58Porque eu sou do tempo que no judiciário a maior inovação era a máquina de escrever.
30:04Os senhores, talvez, não tenham passado por isso, mas eu passei.
30:08Então, hoje, é uma coisa muito diferente, apesar das críticas que muitos fazem,
30:15mas a gente melhorou muito.
30:17A gente caminhou muito, mas melhorou muito também.
30:20Muito obrigado.
30:21Tchau.
30:22Tchau.
30:23Tchau.
30:24Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado