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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou o andamento de processos contra parlamentares envolvidos no motim que paralisou a Câmara dos Deputados. Para falar mais sobre os bastidores da manifestação dos deputados e das possíveis consequências da ação, a Jovem Pan News entrevista o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

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Transcrição
00:00Em um novo capítulo da atenção do Congresso Nacional, o presidente da Câmara, Hugo Mota,
00:04deu aval para o avanço de processos contra os deputados que participaram do motim no plenário.
00:10Para falar mais sobre os bastidores da manifestação dos parlamentares e as possíveis consequências da ação,
00:17o Jornal da Manhã conversa agora com o deputado federal por São Paulo, Luiz Felipe de Orleans e Bragança.
00:23Muito bom dia, deputado.
00:24Eu já gostaria de começar te perguntando qual é o clima, se deve avançar essa proposta realmente,
00:31já que a análise já está sendo feita até pelo Conselho de Ética em relação a esses parlamentares que ocuparam o plenário.
00:38Muito bom dia.
00:40Olha, se por acaso avançar, eu não acho que é a medida certa.
00:45Por quê?
00:46Porque nós nos vemos em uma situação de obstrução, não é uma questão de motim, é obstrução.
00:52E como as obstruções que nós fizemos no passado não logravam sucesso,
00:57e dentro do contexto de que uma mobilização popular massiva, nacional,
01:03além de que uma série de interferências do Poder Executivo e do Judiciário estão sendo aplicadas em cima do Legislativo,
01:11a obstrução física, que foi a opção da liderança e todos os deputados assinalaram positivamente,
01:20era a única saída para se fazer escutar, para poder colocar uma pauta que já era acordada,
01:27já tínhamos maioria e simplesmente estava sendo driblada por interferência de outros poderes
01:33e pela má condução das lideranças partidárias.
01:36As lideranças partidárias estão sendo sucessivamente cooptadas barra compradas pelo Poder Executivo e pelo Poder Judiciário
01:46e tirando de pauta itens que já tem maioria para aprovação, que era o caso da Anistia.
01:52Então essa condução, eu sou contra essas medidas completamente heterodoxas de você sair fora do regimento.
02:01Agora, dentro do contexto político que vivemos, não havia outra saída,
02:06não havia outra saída de se fazer escutar perante o sistema que ali está imperante.
02:11Então eu acho que a medida errada é de você fazer essa punição.
02:16E também concernente ao passado em que outros partidos, partidos de esquerda sobretudo,
02:23fizeram coisas semelhantes e não havia sequer a menção de motim,
02:29até o uso dessa palavra, como para caracterizar o que foi feito.
02:35Então é por isso que eu acho que é uma medida errada.
02:38Eu acho que a mesa deveria ter tomado consciência do momento também,
02:43escutar a população nas ruas, entender o contexto político em que vivemos,
02:48entender o porquê que a oposição reagiu da maneira que reagiu,
02:52fazer e sinalizar que, olha, vamos apaziguar aqui a situação,
02:56porque, de fato, existem deputados que representam a opinião pública
03:01de uma maneira muito mais visceral, muito mais direta.
03:05E uma parcela que está segurando o sistema legislativo hoje
03:09não necessariamente quer escutar a opinião pública.
03:11Então é exatamente esse embate entre sistema e opinião pública
03:16que está sendo travado.
03:17Eu acho que sinalizaria muita consciência de não fazer uma penalização.
03:23Agora, isso cabe agora à corredoria e depois ao próprio presidente de Câmara
03:29para passar o julgamento.
03:30Deputado, muito bom dia para o senhor também.
03:32Como o senhor, então, nomearia o que nós vimos durante esses dias?
03:38E qual o papel o senhor acredita que os líderes partidários,
03:41o Colégio de Líderes, podem ter e devem ter nessa semana
03:46para que consiga restaurar o diálogo, garantir a normalidade dos trabalhos na Câmara?
03:52Olha, o que fizemos foi uma obstrução física.
03:56Existe a obstrução legislativa, já com ampla amparo no regimento.
04:03E agora, o que acontece é que nós vemos que um pequeno grupo
04:07está exercendo um poder desproporcional no poder legislativo
04:12contra a maioria, lembrando que a questão da anistia já tem maioria.
04:17Mas o pequeno grupo de líderes, comprados pelo poder executivo e pelo poder judiciário,
04:23simplesmente bloquearam a vontade da maioria.
04:26Então não havia, como seja, uma contemplação legislativa
04:31para fazer esse tipo de obstrução.
04:32A obstrução só pode ser feita quando o partido simplesmente ou se omite
04:37se coloca em obstrução, define que está em obstrução
04:40e se omite de votações e não participa do plenário.
04:44Agora, fazer obstrução física, isso não tem contemplação legislativa.
04:48Também acho que nem deveria ter.
04:50Mas não havia outra maneira de se fazer escutar.
04:52Então, eu caracterizaria como uma obstrução física.
04:56Agora, cabe ao julgamento.
04:59Claro que você tem aí dentro dessa obstrução física,
05:01você pode ter exageros do que é de fato uma obstrução física.
05:05É simplesmente ficar ali parado,
05:08ter alguma ação um pouco mais agressiva contra os outros parlamentares.
05:14Então aí cabe um julgamento com relação a isso.
05:17Agora, eu acho que o momento político, ele é de fato único,
05:22ele está extremamente acirrado, existe uma eletricidade no ar,
05:27o povo querendo mudança, querendo se fazer representar.
05:31E ao mesmo tempo você tem um sistema que está muito blindado contra a opinião pública.
05:36E eu acho que é exatamente isso que a gente está vivendo.
05:38Estamos vivendo esse embate.
05:39E nós somos o fronte.
05:41O fronte é exatamente isso.
05:43E pode pagar o preço por estar no fronte.
05:45Sabemos o que acontece com aqueles primeiros soldados que desembarcam
05:47num campo de batalha.
05:49Então, é por aí que eu penso.
05:51Agora, eu acho que mostraria muita grandeza e sabedoria política,
05:55ao mesmo tempo empatia da presidência de Câmara,
05:59de todos da Corregedoria, de entender isso.
06:01Se o sistema, de novo, manos militares,
06:04resolver se impor tal qual está no regimento
06:08e não contextualizar o momento político que vivemos,
06:11eu acho isso também um grande erro.
06:13Eu acho que aí também é uma grande falha,
06:15mais uma omissão grave da mesa ou também da Corregedoria.
06:20Por acaso, não entender esse contexto.
06:22Isso me preocupa um pouco.
06:23Porque a maioria da opinião pública que está ativa,
06:26ela não necessariamente participa em Brasília.
06:29Brasília tem um contexto sócio, social e também político
06:34que não necessariamente está próximo
06:36de onde está a opinião pública de fato que está ativa no Brasil.
06:40Então, é isso que me preocupa um pouco,
06:41esse distanciamento de Brasília
06:43com relação a tudo que está acontecendo no Brasil,
06:46nas cidades do interior do Sul, Sudeste, Centro-Oeste.
06:49Eu acho que eles não estão conectados.
06:51Valeria a pena se conectarem um pouco mais
06:53para entender o que está sendo esperado da opinião pública.
06:57Em que pese agora estamos discutindo uma punição dos deputados,
07:02a opinião pública ainda,
07:04mesmo alguns dias depois de ter tido essa acalmaria,
07:08essa distensão nos últimos dias,
07:11a opinião pública está, na minha opinião,
07:14está muito decepcionada,
07:15que não houve uma sinalização e já uma resolução
07:19de tudo o que ela quer.
07:21A opinião pública é muito mais dicotômica, né?
07:25É sim ou não, é binária.
07:28Então, não havendo ali uma resolução
07:30para o lado que a opinião pública estava esperando,
07:32eles já estão pensando que isso já foi um fracasso.
07:34Então, você veja o quão exprimido estão os deputados e os senadores
07:39em fazer essa composição entre o sistema
07:42e o que é a vontade popular,
07:43que cresce a cada dia com relação
07:45ao que está se passando aí no Poder Executivo,
07:49especificamente Executivo e Judiciário, em Brasília.
07:52Então, esse acirramento...
07:54Agora, quem cabe a distensão do momento
07:57vai ser a mesa, o presidente de Câmara, a mesa,
08:00a Corregedoria, se eles tiverem essa empatia,
08:02aí sim teremos uma distensão.
08:04Se resolverem punir, é muito provável
08:06que a gente possa acirrar ainda mais as tensões.
08:09Agora, deputado, tem uma questão também
08:11sobre o projeto que trata da proteção
08:13dos deputados, dos senadores também.
08:16Qual o projeto, o senhor avalia, que deva avançar?
08:18Porque tem um que trata do foro,
08:20tem também as questões relativas aí
08:22de uma possível blindagem
08:24fora aqueles casos em flagrante.
08:26Qual o projeto mais viável para avançar
08:29na sua avaliação?
08:30Olha, eu acho que a decisão inteligente
08:33até foi tomada ou sugerida pelo...
08:37Imagino que tenha sido sugerido,
08:38não posso dizer que foi ele que sugeriu isso,
08:40mas imagino que tenha sido sugerido pelo Lira,
08:42que foi o presidente anterior da Câmara,
08:46de fazer o voto pelo fim do foro privilegiado antes
08:49e depois a questão, colocar a questão de anistia.
08:53Esse tem sido... Por que isso é importante?
08:55A questão do fim do foro não é por uma questão
08:59de blindagem dos senadores e dos deputados,
09:03nada disso.
09:04Combate à corrupção simplesmente não funciona
09:06no atual modelo.
09:08Então não funcionaria também se por acaso
09:10se acabasse com o fim do foro privilegiado.
09:13Mas o fim do foro privilegiado,
09:15a sua prioridade é para realmente estabelecer
09:20a separação de poderes.
09:21Vamos lembrar que o judiciário,
09:25que é nomeado pelo Executivo,
09:28sancionado pelo Senado
09:29e que pode sofrer impeachment somente pelo Senado,
09:33o judiciário tem agora a prerrogativa
09:36de poder processar senadores e deputados
09:41e todos mais que se contrapõem
09:43às medidas do judiciário.
09:45Então você acaba com o fim do foro privilegiado,
09:47você elimina essa alavanca de controle
09:50que o judiciário tem sobre os parlamentares.
09:52Ponto.
09:53Então, o fim do foro privilegiado
09:55é para reestabelecer a separação de poderes
09:58que tem sido cooptada cada vez mais pelo judiciário.
10:02Estamos caminhando aí por um poder único.
10:05E é isso que eu acho que o fim do foro privilegiado faz,
10:07reestabelece aí o legislativo
10:09nas suas prerrogativas, a sua soberania.
10:12Então acho que é uma medida inteligente
10:13colocar o fim do foro privilegiado
10:14como sendo a primeira medida
10:16e na sequência a gente vota a anistia.
10:19Tá certo.
10:19Nós conversamos com o deputado federal de São Paulo,
10:21Luiz Felipe de Orleans e Bragança,
10:24que eu agradeço demais a presença aqui
10:25no Jornal da Manhã.
10:27Muito obrigado.
10:27Muito bom dia.

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