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Luciano Timm comenta judicialização tributária no Brasil | ENTREVISTA COM D'AVILA
Jovem Pan News
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há 6 semanas
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Luciano Timm, advogado e ex-secretário do Ministério da Justiça, avalia os impactos econômicos e fiscais das decisões do STF em ações tributárias.
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00:00
O outro ponto de enorme judicialização é a questão tributária, né?
00:04
O Marcos Lisboa fez um levantamento que 75% do PIB representa judicialização tributária.
00:12
Com a nova reforma tributária, você acha que isso vai diminuir?
00:17
Ou essa judicialização vai existir até nós terminarmos o período de transição?
00:23
É, pois aí você matou a charada, né?
00:26
Os meus colegas tributaristas dizem, na sua grande maioria, que vai melhorar,
00:34
que vai melhorar, porque eles são advogados da matéria.
00:38
Eu que atuo nas cortes e sou professor de direito econômico, aposto ao moço, com quem quiser,
00:44
que no D0 vai aumentar a litigância, porque a escolha pela litigância é uma escolha estratégica
00:50
que se dá a partir do custo.
00:51
E é muito barato litigar no Brasil, porque é pago, subsidiado pelo contribuinte.
00:56
Então, grandes empresas vão testar a interpretação dessa mudança à luz da Constituição.
01:03
Então, nós vamos ter, eu tenho já estudo sobre isso, cada mudança legislativa, você aumenta a litigância
01:08
e o prazo mínimo de estabilização até chegar nos tribunais são de 10 anos.
01:16
Então, vai ter um período de elevada instabilidade de litigância.
01:20
A justiça federal, ela é a mais subsidiada, porque é uma justiça que a União Federal tem para ela própria.
01:27
A União tem várias vantagens, porque ela tem uma justiça para chamar de sua, que é a justiça federal.
01:33
Porque nos Estados Unidos, a justiça federal existe para julgar pessoas de diferentes estados,
01:38
porque lá eles sabem que o ser humano tem viés e um juiz texano tenderia a favorecer a empresa do Texas
01:45
quando ela litiga contra a empresa de Nova York.
01:49
E aqui não.
01:50
Então, aqui tem vários estudos que mostram que há viés quando um juiz do Rio Grande do Sul julga um caso de uma empresa do Rio Grande do Sul
01:58
com uma empresa de Santa Catarina, que ele vai se enviesar em prol da empresa do Rio Grande do Sul.
02:03
Nos Estados Unidos, vai para a justiça federal aqui.
02:06
A União é fundamentalmente para a União Federal.
02:10
Não tem esse federal issue que a gente chama de disputas entre estados.
02:15
E as custas são muito baixas.
02:17
E não tem sucumbência, porque você litiga com mandado de segurança.
02:21
Então, você vai litigar a custo zero, praticamente.
02:24
A risco zero.
02:25
Então, por que não vai litigar qualquer advogado que for...
02:29
Ah, vai acontecer isso, vai acontecer...
02:31
Vai para o judiciário.
02:33
Então, você é a favor de criar alguma espécie de litigância, de sucumbência,
02:39
para evitar essa proliferação de judicialização?
02:45
Eu acredito que nós...
02:46
Sim, eu sou favorável à sucumbência.
02:49
Dei parecer para a UAB num caso que se discutia,
02:52
porque o Supremo queria restringir, os tribunais, os juízes queriam restringir a sucumbência.
02:57
Mas a gente tem que ser cauteloso,
03:01
porque nós temos um instituto que se a pessoa vai...
03:03
Que se chama assistência judiciária.
03:06
Então, se você vai na justiça,
03:07
e a justiça do trabalho deu um precedente recente,
03:10
escrever que não tem condições,
03:12
você fica livre da sucumbência.
03:14
Aí não adianta.
03:15
Então, você tem que ter risco para litigar.
03:18
Tem que ter custo, salvo se for pobre.
03:21
No Brasil, pobre é quem ganha menos de dois salários.
03:24
Aí sim.
03:25
Mas se não for pobre, aí teria que ter sucumbência.
03:28
E teria que ter hipóteses muito claras para concessão do benefício,
03:32
para não correr risco.
03:35
Agora, Luciano, nessa questão da área econômica,
03:38
uma decisão também do Supremo que afetou muito as empresas,
03:41
que também foi uma reinterpretação, uma releitura completamente diferente da decisão passada,
03:48
foi a contribuição social sobre lucro líquido.
03:52
Também houve uma mudança que, no fundo, com um agravante.
03:56
Passou-se a cobrar de maneira retroativa.
03:59
Eu nunca vi isso no direito.
04:02
Como explicar isso para uma empresa estrangeira que está no Brasil,
04:06
e de repente a Suprema Corte toma uma decisão e vai cobrar de maneira retroativa?
04:11
É.
04:12
Sabe que quando eu não sou tributarista, conversei com os tributaristas,
04:16
a crítica hoje, e eu já enfrento esse tema,
04:19
porque eu fiquei surpreso e fui estudar,
04:21
e o pior é que isso está escrito no nosso Código de Processo,
04:25
de que se o Supremo mudar um entendimento,
04:29
cabe ação recisória.
04:31
Teve um ativismo adicional aí.
04:33
Pelo Código de Processo, cabe ação recisória,
04:36
que é quando você desfaz a coisa julgada,
04:39
quando o Supremo muda o entendimento.
04:41
A explicação seria para você não criar uma distinção entre players.
04:46
Então um paga o imposto, o outro não paga.
04:49
Eu acho até que é inconstitucional.
04:51
E talvez se eu fosse ministro da Código de Processo,
04:53
eu consideraria este artigo do Código de Processo inconstitucional.
04:57
Mas tem que ser honesto que ele está lá.
04:59
Só que o Supremo disse o seguinte,
05:01
já não precisa mais da ação recisória, em última análise.
05:04
É aí que eu acho que houve o ativismo,
05:05
porque isto não está no texto e a meu juízo.
05:07
Como eu disse, o Supremo não teria esse mandato para essa criação,
05:11
para além do texto, dessa maneira como foi feito.
05:14
Mas o artigo está lá no Código de Processo.
05:17
A crítica maior que existe dos tributaristas hoje,
05:21
e pode ser percepção minha de ler jornal,
05:24
é que o fisco está criando um argumento econômico errado,
05:29
falacioso, aterrorem, que é assim,
05:32
Supremo, julgue a meu favor, senão eu vou quebrar.
05:34
De novo, se a gente for sério, tem que pensar na consequência.
05:38
E eu não tenho que ficar criando ou permitindo
05:41
que o Estado crie impostos inconstitucionais,
05:45
depois fazer a ponderação lá,
05:48
ah, não precisa devolver.
05:49
O que o Estado tem que fazer no Brasil é ser eficiente.
05:52
A gente já tributa o suficiente no Brasil, né?
05:55
Então, a meu juízo, a grande questão é que a gente tem que melhorar
05:58
a eficiência do Estado e não achar penduricário para cobrar.
06:00
É IOF, e eu...
06:03
Esse tema, para mim, bastante criticável na decisão do Supremo.
06:11
Como é que você vai dizer que o controle...
06:14
Você é cientista político.
06:16
O legislativo surge para controlar o orçamento
06:19
e os excessos do rei.
06:22
Aí, quando ele faz, é dito que é inconstitucional,
06:24
sem falar que o IOF...
06:25
E aí, eu presido uma associação,
06:29
que é a Associação Brasileira de Liberdade Econômica,
06:31
que entrou com uma ação judicial,
06:33
porque entende que, como é um imposto que não é arrecadatório,
06:38
ele é regulatório,
06:40
ele precisaria passar por uma análise de impacto regulatório.
06:43
Ou seja, você tem que ver o que você está fazendo para não quebrar.
06:47
Só para arrecadar, que está escondido,
06:49
que é para esse motivo, você quebra meia dúzia de setores.
06:51
Tem fintechs que estão com dificuldade, por causa do IOF.
06:55
E aí, a gente critica os juros altos.
06:58
Como é que eu vou resolver juros altos?
07:01
Permitindo concorrência.
07:02
As fintechs fazem isso.
07:03
Aí, eu sufoco as fintechs...
07:05
Diminui a concorrência.
07:06
Diminui a concorrência.
07:07
E outra, o IOF já estava na lista para ser extinto,
07:12
porque era uma das aberrações
07:14
pela qual o Brasil não podia ingressar na OCDE.
07:16
Então, para normalizar ou normatizar as regras,
07:21
era preciso acabar com o IOF.
07:22
Só que era para 2029,
07:24
eu até fiz a sugestão que nós deveríamos antecipar isso para 2026.
07:28
Bom, aí, acho que nós temos também uma coisa para discutir
07:32
de direito comercial internacional,
07:34
que é, muitos países querem aderir ao OCDE,
07:38
mas não me parece,
07:40
e o chanceler Amorim tem artigo sobre isso,
07:43
que não é bom para o Brasil ingressar na OCDE.
07:45
Então, de novo, ideias importam, né?
07:48
Exatamente.
07:49
Agora, Luciano, uma outra questão
07:52
que me parece uma enorme aberração
07:55
é não honrar o pagamento de precatório.
07:58
No governo passado, nós inventamos um negócio
08:00
que vamos postergar.
08:02
Já demora 20 anos para você ganhar a ação.
08:04
Depois que ganha, vai receber daqui a 10, 15 anos.
08:07
Ou seja, virou uma coisa para a próxima geração.
08:10
Herança que você está deixando para as próximas gerações.
08:12
E agora, recentemente,
08:15
o Congresso Nacional me aprova uma emenda constitucional
08:19
legalizando praticamente esse calote do precatório.
08:23
Como é possível viver num país onde nós não honramos contratos?
08:28
Você não acredita que você ganhou uma ação contra o Estado
08:30
e você tem que receber o dinheiro?
08:32
Não, não vai receber não.
08:33
Agora, sei lá, quando.
08:34
Quando tiver dinheiro.
08:35
É, você cria um mercado paralelo para a negociação
08:38
das precatórias, porque as pobres das pessoas têm o crédito,
08:41
mas não, né?
08:43
Claro.
08:45
Também, sendo absolutamente coerente com o que eu penso,
08:49
nós temos ativismo em várias frentes.
08:52
Então, nós também temos ativismo no julgamento de casos de servidores.
08:56
Então, mas enfim, de novo, coisa julgada é coisa julgada
09:02
e aí ela precisa ser honrada.
09:04
Mas outra coisa que a gente vai precisar discutir,
09:07
de novo, aí é o mérito, né?
09:09
Como é que esses direitos estão sendo litigados
09:11
e criados direitos por sobretextos de lei,
09:14
vantagens, etc.
09:17
E talvez o judiciário esteja criando direitos
09:20
que não são viáveis do ponto de vista econômico.
09:24
E pior, tira do orçamento.
09:25
Não, isso aqui não conta.
09:27
Não, mas aí, aí...
09:29
Aliás, hoje, o orçamento paralelo no Brasil,
09:33
daqui a pouco vai ficar maior do que o orçamento oficial, né?
09:36
Do jeito que está indo.
09:37
Porque não, isso aqui pode tirar.
09:38
Penduricalho, o judiciário tira.
09:40
Não, precatório tira.
09:42
Bom, então vai ficar o quê no orçamento?
09:44
Pois é, a gente vive como o Eduardo Janete,
09:48
que diz no livro dele, né?
09:49
O Valor do Amanheque.
09:50
Ele diz que o brasileiro vive a Deus dará.
09:53
E Deus dá, né?
09:54
Mas Deus dá, mas em algum momento o orçamento tem que valer, né?
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