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A indústria do cacau pode ter um prejuízo de até R$ 180 milhões com o "tarifaço" de 50% imposto por Donald Trump. O setor, que em 2024 exportou US$ 72,7 milhões para os EUA, teme que a taxação torne inviável a venda da safra para o segundo maior mercado consumidor. Anna Paula Losi, presidente da AIPC (Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau), analisa os efeitos da medida.

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Transcrição
00:00Com a entrada em vigor do tarifaço, o setor de cacau estima uma perda de 180 milhões de reais.
00:06A nossa entrevistada agora é a presidente executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau,
00:13Ana Paula Lose. Como vai, presidente? Muito obrigado por estar aqui conosco na Jovem Pan. Muito boa noite.
00:19Boa noite, obrigada por essa oportunidade de a gente conversar sobre esse assunto tão desafiador.
00:24Bom, por que o mercado vem mensurando esse possível prejuízo? E claro que isso deve acarretar, ou seja, uma consequência de ociosidade do setor,
00:35porque não vende mais ou vende menos para os Estados Unidos. É mais ou menos isso?
00:40Perfeito a sua análise. A gente aqui no Brasil, a gente tem todos os elos da cadeia produtiva.
00:47Então a gente tem a produção de cacau, a indústria moageira, a indústria alimentícia, chocolateira, que produz os produtos finais.
00:55Só que ainda assim, a nossa produção de amêndoas, ela não é suficiente para atender a demanda interna.
01:02Então a gente importa cacau, industrializa e vende esse produto, que são os derivados de cacau,
01:09especialmente a manteiga de cacau e o pó de cacau, a gente vende para outros mercados esse produto que é originário da importação de cacau.
01:20E temos dois grandes mercados, a Argentina e os Estados Unidos, sendo que os Estados Unidos representam aproximadamente 20% da nossa exportação.
01:31E um dos produtos que são a nossa principal, o nosso principal destino aos Estados Unidos é a manteiga de cacau,
01:40que é o produto que tem o maior volume, valor agregado.
01:45Então perder esse mercado nos traz um prejuízo imediato, como você bem colocou, de 180 milhões,
01:53mas que vai trazer também consequências no decorrer deste ano de redução de moagem.
02:02Então isso com certeza vai aumentar a ociosidade dessa indústria instalada aqui no Brasil.
02:09E aquela pergunta inevitável, quais seriam os mercados alternativos aos Estados Unidos?
02:14E uma outra ponderação, que eu acho que é importante trazer para quem nos acompanha,
02:18com o Brasil vendendo menos para os Estados Unidos, o preço do produto nos Estados Unidos também aumenta?
02:23Eles vão ter prejuízos com isso?
02:26Então, esse mercado é muito interessante.
02:30Quando a gente produz a manteiga de cacau, eu não consigo só produzir a manteiga.
02:36Eu tenho que produzir pó de cacau e manteiga de cacau com a prensagem.
02:41E é uma proporção fixa.
02:43Então eu produzo aproximadamente 55% de pó de cacau e 45% de manteiga de cacau.
02:52Aqui no mercado interno, a gente absorve bastante o pó de cacau.
02:58Então no mercado interno a gente chega a ser inclusive deficitário de pó de cacau.
03:02Mas no caso da manteiga, que é o produto com maior valor agregado,
03:07ele apesar de ser consumido uma parte no Brasil, a gente tem excedente.
03:11E esse excedente é exportado.
03:13E como eu disse hoje, boa parte desse excedente vai para os Estados Unidos.
03:17E por que os Estados Unidos?
03:19Porque é um país rico e, portanto, com maior consumo de manteiga de cacau.
03:25Quando a gente olha para outros mercados que poderiam absorver essa manteiga de cacau,
03:32seriam mercados como o mercado asiático ou o mercado europeu.
03:36Só que além de serem mercados que já produzem manteiga de cacau,
03:40o nosso produto não chega competitivo lá.
03:43Seja porque eles produzem, seja porque o nosso custo de produção é muito mais alto do que o deles.
03:50Então a manteiga de cacau produzida aqui no Brasil,
03:54se ela for competir, por exemplo, com a manteiga asiática,
03:58ela não tem competitividade.
04:00Então a gente tem poucas chances de realocar essa manteiga em outros mercados.
04:06E aí vem a sua segunda pergunta, que ela é importante.
04:09Qual o impacto disso para os Estados Unidos?
04:11Como o volume é muito relevante para a nossa produção.
04:17Ele é 20% da nossa exportação,
04:20ele é um produto importante aqui para manter as nossas fábricas em uma ociosidade baixa.
04:26Mas para o mercado americano, ele é uma parcela muito pequena.
04:30E o mercado americano tem como se realocar em outros mercados.
04:38Então facilmente os clientes americanos vão conseguir comprar esse volume de amêndoa
04:45originária de um outro mercado que está com uma taxa muito menor do que a brasileira.
04:51Então, além da gente perder esse mercado imediatamente,
04:56a chance da gente retomar esse mercado no futuro também é baixíssima.
05:02E rapidamente, para a gente fechar, as pessoas aqui nos acompanhando devem se perguntar,
05:08o preço aqui no Brasil vai subir, o chocolate vai ficar mais claro?
05:11Claro que é um mercado muito mais amplo do que o simples chocolate, mas as pessoas querem saber.
05:17É difícil falar de um impacto no produto final em relação a isso.
05:22A gente, na verdade, vai ter uma desestruturação de uma cadeia que começa com o produtor de cacau.
05:28Então, se a indústria reduzir a moagem, ela vai ter uma demanda menor por amêndoa.
05:34Então, o impacto possível é queda no preço da amêndoa no mercado interno.
05:39Mas, em contrapartida, a gente vai ter falta de pó de cacau no mercado interno.
05:45Então, o preço do pó pode subir.
05:47Então, as consequências no produto final ainda não são mensuráveis.
05:52A gente não tem como afirmar se vai ou não impactar no produto final.
05:57Conversamos com a Ana Paula Lozzi,
05:59que é a presidente executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau.
06:04Muito obrigado pelas explicações.
06:06A gente fica na torcida para que isso seja superado e não haja esse impacto que o setor está prevendo.
06:11Até a próxima.
06:13Até a próxima. Obrigada. Boa noite.
06:15Boa noite.
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