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O governo brasileiro acionou os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta das novas tarifas de importação. A medida busca uma solução no âmbito do direito internacional para o tarifaço imposto pela gestão de Donald Trump.

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Transcrição
00:00Brasil acionou os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio em reação às tarifas estabelecidas por Donald Trump.
00:06Igor Damasceno já chega aqui ao nosso 3 em 1 para explicar essa estratégia do governo e de que maneira que isso pode efetivamente funcionar.
00:16Conta aí meu amigo, bem-vindo.
00:21Oi Evandro, boa tarde a você, uma boa tarde especial para todos que nos acompanham aqui no nosso 3 em 1.
00:26A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores.
00:31O Itamaraty abriu um pedido de consulta na Organização Mundial do Comércio.
00:36A sede da OMC fica em Genebra, na Suíça, e já vai analisar esse pedido de consulta feito pelo governo brasileiro.
00:45Na prática, essa é uma etapa anterior à abertura de painel, que lá é um julgamento interno sobre essas tarifas,
00:54sobre essas reclamações, digamos assim, que o governo brasileiro fez contra o tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
01:03No texto, o Brasil diz o seguinte, abre aspas,
01:06os Estados Unidos violam flagrantemente compromissos centrais assumidos na Organização Mundial do Comércio, fecha aspas.
01:15Então, ao justificar essa reclamação, esse pedido de consulta, o Brasil alega, então, que os compromissos firmados pelo governo norte-americano
01:24não estão sendo cumpridos por Donald Trump.
01:27Ou seja, que compromisso é esse?
01:30Que a nação mais rica não utilize o poder e a influência que tem para afetar a nação mais pobre.
01:37É um compromisso que os membros da Organização Mundial do Comércio fazem e que, segundo o governo brasileiro, não está sendo cumprido por Donald Trump.
01:45Apesar disso, o Brasil disse também que está aberto ao diálogo e espera que essa consulta possa mediar possíveis negociações
01:55ou para o fim do tarifaço ou menos para a redução das alíquotas de 50% que passam a vigorar a partir de hoje.
02:04Agora, esse pedido de consulta feito pelo governo brasileiro, Evandro, é um longo processo que vai tramitar na OMC
02:12e não há garantia de sucesso.
02:15Agora, os especialistas também alertam que, nos últimos anos, a OMC perdeu um tanto de prestígio, um tanto de poder.
02:22Mas, mesmo assim, é uma arma utilizada pelo governo federal para tentar negociar essas tarifas que vigoram a partir de hoje.
02:31O mecanismo da OMC tem o objetivo de assegurar que os países cumpram os acordos, esses que eu acabei de citar,
02:39e que as medidas consideradas incompatíveis possam ser, de fato, contestadas e, assim, abrir um rol de negociações com Donald Trump.
02:48Ou seja, um passo importante dado pelo Brasil.
02:51Até ontem era uma informação de bastidor, era o que se ventilava aqui no Palácio do Planalto,
02:56mas, hoje, o Itamaraty já confirmou que acionou a Organização Mundial do Comércio contra as tarifas de Trump.
03:02Evandro.
03:03Obrigado pelas informações, Igor Damasceno.
03:05Um abraço para você.
03:06Conversamos mais ao longo do nosso 3 em 1.
03:08Já quero saber de você, Zé Maria Trindade, que está conectado conosco em Brasília,
03:12se essa atitude pode trazer o resultado esperado.
03:15Boa tarde.
03:15É um gesto político, né?
03:19Muito boa tarde, Cine.
03:20Boa tarde a todos os colegas aqui de bancária.
03:22Boa tarde a você, que nos acompanha nesse programa, que é uma conversa boa, importante.
03:28Olha, o Brasil já fez isso.
03:30Foi a OMC exatamente contra os Estados Unidos.
03:33Foi o caso do milho.
03:34O Brasil considerou que o milho estava sendo subsidiado dos Estados Unidos e concorrendo com o nosso milho aqui.
03:41E ganhou o direito de retaliar os Estados Unidos.
03:44E sabe o que aconteceu?
03:46Nada.
03:46O Brasil decidiu, mesmo com a decisão da OMC, não retaliar os Estados Unidos, que seria pior, né?
03:54Então é a mesma coisa.
03:55Mas trata-se de um debate político, quando fala na organização mundial, se dá essa importância.
04:02E principalmente de que não há, não está tendo uma grande repercussão nacional esse tarifácio que o Donald Trump está fazendo sobre o Brasil
04:12e que veio ali uma reação tímida, eu considero, da China, que é o nosso principal parceiro comercial, né?
04:21Não foi exatamente uma declaração do Xi Jinping, mas de um assessor dele.
04:27Acredito que, é claro, com a bandeira verde dele, sem autorização do Xi Jinping, não acontece absolutamente nada na China, né?
04:34Acredito que nem chove por lá se o Xi Jinping decidir não chover.
04:39Então, assim, não vale nada, politicamente é um gesto, dizendo, olha, eu ainda estou aqui, alguma coisa desse tipo.
04:47Mesmo se ganhar, a OMC vai dizer, Brasil, vocês têm razão, pode retaliar os Estados Unidos, aí não precisaria ir nas organizações mundiais.
04:58E mais, a OMC está, assim, nesse rol de organizações desmoralizadas que perderam a importância, né?
05:08Ainda tem uma certa, um gesto político, mas perdeu a importância e não tem como a OMC punir os Estados Unidos.
05:18Eu, sim, estou considerando essas organizações como cabidões de emprego.
05:23O melhor delas é ser diretor delas mesmas.
05:26Ô...
05:27Ô Bruno Musa, você concorda com o Zé Maria Trindade e entende que essa movimentação não vai levar a lugar nenhum?
05:36É, de fato, não vai levar a lugar nenhum.
05:40A gente já falou outros dias, e vale a pena mencionar novamente aqui, que cada vez mais essas instituições multilaterais, elas perdem o seu protagonismo, a sua credibilidade como um todo.
05:52Eu estava almoçando com um cliente agora há pouco antes de vir para cá e a gente estava falando que esse tipo de ação me parece a mesma coisa se você chegar para uma pessoa de 40, 50 anos de idade e dizer que irá conversar com os seus pais para reprimi-lo com 40, 50 anos de idade.
06:05Eu acho que a gente tem mais respeito com os nossos pais do que um país tem com a OMC que não tem mais legitimidade, não é legitimidade, perdão, que não tem mais respeito ou credibilidade alguma.
06:16Portanto, isso me parece altamente protocolar.
06:18Mas, de novo, um gerenciamento de risco.
06:21Evandro, eu que estou há 19 anos no mercado financeiro, vim aprendendo a fazer gerenciamento de risco e desenhando as nossas tomadas de decisões baseadas nisso.
06:30Se você sabe que o resultado prático de entrar no OMC é zero ou beira zero, mas sabe que isso pode ser uma afronta com quem você está tentando ajustar algum tipo da sua briga,
06:46por que raios a gente continua fazendo isso?
06:49Quem faz o gerenciamento de risco do governo hoje em dia?
06:52E depois, obviamente, me vem com soluções mirabolantes que são deletérias na economia, que falaremos mais adiante, para salvar o problema.
07:01Sabe o que me parece?
07:02Mais uma vez, eu quebro sua perna, te vendo uma muleta subsidiada e peço que você me agradeça.
07:08Ô, Fábio Piperno, você entende que essa é uma péssima estratégia do governo?
07:13É tentar espizinhar ainda mais com um movimento político que não vai gerar nenhum resultado prático um presidente, no caso Donald Trump, que já taca o porrete na mão faz tempo?
07:26Evandro, não é uma solução inútil, não.
07:31Primeiro que, eu insisto sempre nisso, aliás, boa parte do mundo, não se pode admitir, reação de servilismo.
07:42Qual é o efeito prático disso?
07:45É exatamente gerar também mais um argumento jurídico para a batalha que vai acontecer dentro dos Estados Unidos.
07:55Então, é claro que o governo brasileiro indo até a OMC, ele não vai obrigar os Estados Unidos a retirarem as tarifas.
08:02Não vai acontecer isso.
08:03Esse movimento, obviamente, ele já está resolvido.
08:08As tarifas estão impostas e só vão serem aliviadas, de alguma forma, caso haja o desejo do governo americano.
08:17Isso em um primeiro momento.
08:18Porém, há muitos especialistas, inclusive americanos, e hoje vários jornais e portais, de novo, trazem muitos depoimentos sobre isso,
08:30dizendo o seguinte, o Brasil tem grande chance de reverter isso dentro dos Estados Unidos em uma batalha legal.
08:41Como? Há argumentos jurídicos para impedir a decretação dessas tarifas, até porque, primeiro, o Brasil não infringiu nenhuma regra.
08:51Segundo, o Brasil, ele é deficitário do comércio com os Estados Unidos e o Brasil não está impondo nenhum obstáculo legal aos Estados Unidos.
09:03E tem um outro, tem um outro subproduto disso.
09:08O Brasil indo à OMC e outros países fazendo o mesmo, é claro que isso gera também um efeito manada.
09:16Outros países, certamente, buscarão essa via, que, repito, ela não vai, do ponto de vista prático, gerar nenhuma consequência imediata,
09:25mas ela vai fortalecer o argumento político.
09:27Hoje mesmo, a China fez uma manifestação em favor do Brasil e a Índia acabou sendo ainda mais penalizada.
09:37As tarifas da Índia se tornaram iguais às tarifas aplicadas ao Brasil. Por quê?
09:43Porque a Índia, de certa forma, ela revende o petróleo produzido na Rússia.
09:49Então, a gente está falando de economias importantes que estão tomando outros caminhos.
09:55Fala, Langani, qual é a sua avaliação?
09:57Olha só, o Brasil recorreu, o Zé lembrou, né, no caso do milho, não só no milho, o Brasil recorreu ao OMC desde 2003,
10:06se eu não me engano, ganhou uma batalha importante do algodão.
10:09Naquela época, o mundo era outro, é verdade, a OMC tinha muito mais poder.
10:13O Brasil ganhou 300 milhões de dólares, os Estados Unidos foram obrigados a pagar ao Brasil.
10:19E depois teve outras batalhas, teve a do etanol em 2017, o Brasil ganhou contra produtores da Califórnia,
10:27houve um acordo e do próprio Aço, onde o Brasil teve algumas isenções.
10:32Também saiu vitorioso.
10:34Agora...
10:35Bombardier também, né?
10:35Oi?
10:36Acho que qual é o Bombardier também, né?
10:37Bombardier também.
10:38Então, teve...
10:38Um acordo como esse seria crível hoje?
10:40Então, esse é o meu ponto.
10:42Eu acredito que o mundo mudou.
10:44Naquela época, né, mesmo pegando o passado mais recente, no primeiro mandato de Donald Trump,
10:49a OMC tinha mais protagonismo.
10:51De lá pra cá, esse poder foi esvaziado.
10:55E hoje é muito mais uma ação simbólica do que ganhar de fato.
11:00Até porque, Evandro, esses processos duram anos.
11:04Então, dois anos na melhor das hipóteses.
11:07No caso do algodão, foram, acho que, quase 10 anos, né?
11:10Dois anos, mas aí recorreram, enfim.
11:13Então, é muito mais uma ação simbólica.
11:15O Brasil, a esperança do Brasil é que os lobbies dentro dos Estados Unidos,
11:21de grupos importadores, de indústrias que dependem de insumos brasileiros,
11:26façam algum tipo de pressão no governo norte-americano,
11:29como ocorreu com as isenções.
11:31E aí, o Trump acaba repensando a sua estratégia.
11:36Ou alguma sinalização aqui do Brasil de um alinhamento geopolítico maior
11:40em relação aos Estados Unidos, sem romper com a China.
11:43Claro que também é uma grande parceira comercial.
11:45Agora, Bruno Musa, você criticou muito essa postura do governo
11:48de buscar fazer um movimento político numa organização
11:52que não vá trazer fim prático nenhum,
11:54diante de tudo que vocês já explicaram aqui,
11:56de que lá atrás ela poderia até funcionar para esses acordos.
11:59Hoje, tem uma credibilidade ou um poder de manipulação muito pequeno
12:05das nações que recorrem a ela.
12:08Então, no teu ponto de vista, o que o Brasil deveria fazer?
12:11Aonde o Brasil deveria focar?
12:14E, digamos, que figuras que deveriam se unir
12:18para trazer um papel de protagonismo maior
12:23e não apenas de tentar apagar o fogo que subir depois?
12:30Olha, Evandro, ótima pergunta.
12:31No meu entender, o primeiro ponto é
12:33as pessoas que estão lá dando a cara em nome do Brasil
12:36deveriam, primeiro de tudo,
12:39sentar em volta de uma mesa e ler todos os documentos
12:41e ler as cartas que Donald Trump vem anunciando.
12:44E ler o documento, como eu falei, lá da campanha de trás.
12:47Lá está bem explicado todos os pontos
12:49pelos quais os Estados Unidos iriam passar
12:51e estão passando.
12:53Repito o que eu sempre falo,
12:54se você concorda ou não, é outro problema.
12:58Nós temos que lidar com o problema que está aqui,
13:01diante de nossos olhos.
13:03Portanto, o problema é esse,
13:04e vamos ser pragmáticos com tudo isso.
13:06Temos que parar com as nossas afrontas ao governo americano.
13:11Os Estados Unidos têm uma dívida de 37 trilhões de dólares.
13:14Enquanto os Estados Unidos têm a moeda hegemônica mundial,
13:18a demanda pela moeda é mundial,
13:22você pode continuar emitindo essa dívida,
13:26até um certo nível, eu já acho que ultrapassou em muito,
13:28mas você tem uma certa, digamos, segurança.
13:31No momento que o dólar vá perdendo essa hegemonia,
13:33se isso vier a acontecer ou em algum momento,
13:36aí sim a dívida dos Estados Unidos fica muito crítica,
13:38e o Trump sabe disso.
13:39Então, quando ele vê que outros países estão tentando
13:42derrubar a hegemonia do dólar,
13:44o que dá um poder muito grande nos Estados Unidos,
13:47no mundo como um todo,
13:49e isso vem desde Bretton Woods em 1944,
13:52significa que o problema da dívida fica mais escancarado ainda.
13:56Então, primeiro ponto,
13:57entendermos um pouco a mais sobre tudo isso,
13:59que o Trump quer ouvir.
14:02Para que você vai bater de frente com o dólar
14:05onde você sequer foi chamado?
14:07A China, por exemplo, vem batendo contra o dólar quietinha.
14:10Há três anos ela vem comprando ouro físico
14:12para o seu estoque de reservas internacionais.
14:14ela vem vendendo o título público americano,
14:16ou seja, diminuindo as suas reservas em dólar.
14:19Quem sabe disso?
14:20Eu sei porque é a minha parte econômica,
14:21que eu lido disso com investimentos,
14:23com os meus clientes e tudo mais.
14:24Agora, no dia a dia, isso não é noticiado,
14:27porque é algo extremamente técnico.
14:28Então, faça com estratégia.
14:30Está simples de resolver esse problema.
14:33Pare de bater naquilo que é exatamente o que Donald Trump não quer.
14:37Se quer fazer, faça com estratégia.
14:39O que nós estamos fazendo, de novo,
14:41é uma criança estabanada,
14:42batendo, tentando bater em alguém muito mais forte.

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