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Nesta entrevista analisamos as projeções da CNA, que indicam perdas de US$ 671 milhões para a carne bovina e US$ 481 milhões para o café. Com Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint, exploramos as perspectivas para o setor cafeeiro, a queda nos preços no mercado financeiro e os possíveis reflexos para o consumidor brasileiro. Discutimos a necessidade de rever mercados e ampliar o acesso a novos países, além de como o produtor de café, já afetado por safras anteriores, pode enfrentar essa nova preocupação.

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Transcrição
00:00Os dados da Confederação da Agricultura e Pecuária mostram que as perdas estimadas para a indústria de carne bovina
00:07são de 671 milhões de dólares, enquanto para o café isso deve atingir 481 milhões de dólares.
00:16Para falar conosco sobre as perspectivas para o setor cafeiro, nós vamos conversar com Lalesca Moda,
00:22analista de inteligência de mercado da Edpoint.
00:25Bem-vinda ao Hora H do Agro, muito obrigada pela sua participação.
00:29Então, nesse momento conturbado de geopolítica, tarifas, mercado,
00:33então eu queria que a gente falasse um pouquinho aqui sobre esse foco de café.
00:38Nós vimos recentemente que o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o CPEA,
00:43apontou uma queda no preço do café no mercado financeiro.
00:47Isso deve se manter?
00:49Queria entender um pouquinho contigo, inclusive, se a gente vai ver queda de preços para o consumidor brasileiro,
00:55porque existe essa expectativa, né?
00:57Obrigada de novo, Lalesca.
00:59Obrigada aí, Mariana, pela participação.
01:02Bom, começando pelos preços, então, né?
01:04A questão aí que acho que estamos todos ansiosos para saber como que vai ser, né?
01:09Eu acho que antes da gente falar do impacto da tarifa no preço,
01:12é importante a gente comentar que essa queda no preço,
01:15ela era, de certa forma, esperada para esse período do ano,
01:18principalmente porque a gente está no período de colheita aqui no Brasil.
01:21Então, basicamente, a colheita do Robusta, né?
01:23O Conilon, é praticamente finalizada aí nas regiões do Espírito Santo, Bahia e Rondônia,
01:29e do Arábica também, caminhando para o fim, né?
01:31Que o Arábica aqui é o maior consumido mundialmente, né?
01:35No Brasil, a gente tem um consumo misto, né?
01:37De Arábica e Conilon, isso varia muito conforme o preço, né?
01:40De cada variedade, e no blend nacional.
01:43Mas, então, já era um pouco esperada essa queda nos preços,
01:46conforme, né?
01:47A gente tem essa pressão de colheita, mais café entrando no mercado.
01:51Mas, além disso, a gente tem alguns outros pontos para considerar, né?
01:55Por que o preço está caindo.
01:57Então, a gente está, além do Brasil, né?
01:59Quem está colhendo agora também é a Indonésia.
02:01Então, a Indonésia também com uma safra muito boa,
02:04e a gente já percebe essa pressão nos preços internacionais desde abril, né?
02:10Então, a gente já tinha essa pressão de oferta.
02:12E, além disso, no restante do mundo,
02:14até o momento, o desenvolvimento da safra 25, 26,
02:18que vai ser colhida nessas outras regiões,
02:20como Colômbia, Vietnã, entre outros países aí no final do ano, né?
02:24Está indo muito bem, né?
02:26Colômbia com alguns pontos aí de atenção,
02:28mas, de certa forma, a gente espera uma recuperação no ciclo 25 e 26
02:33por conta desses outros países, não por conta só do Brasil, né?
02:37O Brasil é uma colheita muito boa de conelon,
02:40mais uma queda na Arábica, né?
02:42Mas o restante do mundo contribuindo para esse cenário.
02:45E entrando agora...
02:46Ai, desculpa.
02:48Mas entrando, então, um pouco na questão, né?
02:51Não só do lado da oferta, a gente tem também a demanda.
02:54E daí, sim, a gente tem o ponto de vista das tarifas, né?
02:57Então, do ponto de vista de demanda, a gente já tinha esse medo, né?
03:02Desde o começo do ano, quando os preços do café tiram picos aí,
03:05de um recuo da demanda, que é natural, conforme a gente tem um preço muito elevado, né?
03:10Principalmente em países como o Brasil,
03:12que o café, a basicamente 40 reais no mercado, né?
03:15Acaba tomando muito da renda do brasileiro médio aí.
03:18Então, a gente vai esperar um tipo de impacto na demanda também.
03:22Agora, com as tarifas dos Estados Unidos possivelmente entrando em vigor,
03:26a gente pode também ter um reflexo disso na demanda dos Estados Unidos.
03:30Ainda não sabemos, né?
03:32Temos que esperar para ver se realmente essa tarifa vai acontecer ou não, né?
03:37Mas tem esse possível reflexo.
03:39Então, de forma geral, no cenário de médio e longo prazo,
03:42a gente tem uma expectativa de queda dos preços, sim.
03:45Possivelmente, isso pode chegar no consumidor.
03:48Mas é claro que a gente tem que esperar todos esses custos serem traduzidos, né?
03:51Desde o campo até a indústria, para o bolso do consumidor.
03:56Mas há uma expectativa de queda de preço, sim.
03:59Ótimo.
03:59Você falou um pouquinho do que eu já ia te perguntar também,
04:02em relação a esse jogo entre países, né?
04:05Porque, como você falou da safra brasileira,
04:08mas a gente tem que olhar para a Colômbia, para a Vietnã.
04:10Queria entender um pouco se já seria um momento de o Brasil rever mercados
04:17ou ampliar o acesso para alguns países,
04:20olhando exatamente para essa dinâmica das safras mundiais, né?
04:24O que poderia ser o foco do setor?
04:27Queria entender um pouco como que você avalia isso,
04:30exatamente pela demanda, mas olhando para o mercado internacional, né?
04:34Sim, claro.
04:35Bom, quando a gente pensa, né, todo esse contexto, né?
04:38O que poderia vir do mercado internacional de café
04:41com possíveis tarifas americanas, né?
04:44No primeiro momento, a gente tem um pânico geral no mercado, né?
04:48Porque tem muita incerteza em torno dessas tarifas, né?
04:51E de como que isso vai ser para esses países.
04:53Tem até uma pressão dentro dos Estados Unidos, né?
04:57De senadores e deputados,
04:59e até mesmo da Associação Nacional de Café,
05:01para tentar tirar o café dessa lista de tarifas, né?
05:04Mas, enfim, no primeiro momento, o que poderia ser esse impacto?
05:07A gente tem, possivelmente, os Estados Unidos
05:09tentando importar café de outras origens, como a gente comentou, né?
05:12Outras origens com taxas menores, como Colômbia, né?
05:15Mesmo, e até mesmo a África,
05:17que tem se tornado um continente aí com bastante destaque,
05:21principalmente Etiópia e Uganda.
05:23E o Brasil, no seu caso, poderia redirecionar esse café.
05:26Principalmente para a União Europeia,
05:27que é o que já tem acontecido, de certa forma,
05:30nas últimas semanas aí, digamos assim,
05:33os produtores, produtores não, exportadores,
05:35têm priorizado esses envios de café para a União Europeia, né?
05:39Que é o maior mercado consumidor hoje,
05:40quando a gente considera todos os países, né?
05:43Em torno de 40 milhões de sacas.
05:45E também para a Ásia, claro.
05:47A gente tem um mercado crescente na Ásia aí de café.
05:50Ele ainda está nos seus estágios iniciais.
05:52A gente tem um caminho, né?
05:53Para ele andar e se tornar, talvez,
05:55um dos maiores mercados do mundo.
05:57Mas, com certeza, a gente tem um crescimento,
05:59não só na China, né?
06:00Que acho que é o foco hoje no mercado.
06:02Mas também em países como Coreia do Sul,
06:04Filipinas e até mesmo os países produtores,
06:07como Vietnã e Indonésia.
06:08Então, a gente tem essa mudança aí no cenário global.
06:11Agora, só um ponto que eu acho que a gente tem que destacar
06:14nesse primeiro momento, nesse cenário de tarifas, né?
06:17É que Brasil e Indonésia estão colhendo.
06:21Mas o restante dos países do mundo estão na entre safra.
06:24Então, a gente tem um período aí nos próximos meses,
06:26pelo menos até outubro, novembro,
06:29de, possivelmente, uma oferta menor dessas outras regiões.
06:32A gente tem estoques de passagem, né?
06:34É claro que a gente acredita que esses países
06:37podem usar esses estoques de passagem
06:38para enviar café, por exemplo, para os Estados Unidos,
06:41em uma eventual taxação no Brasil.
06:43Mas, ainda assim, é limitado.
06:45Então, o mundo hoje, ele depende muito do café brasileiro, né?
06:49Que nós somos o maior país produtor
06:51e que temos a eficiência também na produção e nos custos.
06:55Então, o café brasileiro, ele é mais barato,
06:57normalmente, comparado com outras origens.
07:00Então, a gente tem esses pontos também
07:01para levar em consideração.
07:03E aí, quando a gente olha para todo esse contexto internacional,
07:08ainda tem um fator importante,
07:11que eu acho que vale a gente colocar aqui,
07:12que é a questão da UDR também, né?
07:14Porque a UDR também olha para o café,
07:17também existe aí uma questão da classificação de risco dos países,
07:21inclusive mexendo com essa classificação entre Brasil e Vietnã,
07:25porque me parece que o Vietnã ficou com uma classificação
07:28um pouco melhor do que a do Brasil.
07:31Como que vocês avaliam isso na Edpoint?
07:34Porque a gente está falando de taxação via Estados Unidos
07:37e UDR via União Europeia.
07:39Então, assim, o Norte Global está olhando para o café brasileiro
07:44e é preciso ficar muito de olho nas cotações
07:46e como isso influencia o produtor rural, né?
07:49Assim, o que a gente pode esperar dentro desse contexto
07:52olhando para esse produtor,
07:54para quem produz o café na ponta
07:58e que muitas vezes, inclusive, é médio produtor,
08:00pequeno produtor, mas que está suscetível
08:02a todo esse impacto global, né?
08:07Sim.
08:07Bom, começando então pela UDR, né?
08:09A gente já tinha essa pressão no ano passado, né?
08:12Inclusive, nós percebemos um aumento dos embarques para a Europa
08:15no segundo semestre por conta dessa,
08:18de apressar, né?
08:20De mudar esse café para a União Europeia
08:21antes de UDR entrar em vigor.
08:25Possivelmente, pode ser que tenhamos um cenário parecido, né?
08:28E agora, em relação às origens, né?
08:30O Vietnã realmente, ele ficou com uma classificação um pouco melhor,
08:34que ele já tem um trabalho de anos aí também
08:37de preparar os seus produtores
08:39para essas eventuais demandas da União Europeia,
08:41mas o Brasil também não é um país
08:44que não tem feito seu dever de casa, digamos assim.
08:48Hoje, o Brasil, ele tem, no setor de café,
08:50pelo menos, uma eficiência muito grande, como eu comentei.
08:54Inclusive, muito avançado na questão da UDR.
08:56É claro, quando a gente olha para a classificação, né?
08:59Ele ficou um pouco abaixo do que a gente queria
09:01em relação à UDR,
09:02mas, de forma geral, o setor cafeiro,
09:05ele é muito mais bem preparado
09:07para a questão da UDR,
09:08com muitos embarques, inclusive, chegando já na União Europeia
09:11com essa classificação.
09:13Até mesmo produtores menores, né?
09:16Ou médios,
09:16hoje a gente também tem o papel das cooperativas,
09:19que elas acabam tendo um avanço muito grande também
09:21nessa questão de legislação.
09:23Então, o produtor, ele acaba conseguindo embarcar
09:25seu café através dessas cooperativas também.
09:28E o produtor maior também, né?
09:29Médio, grande,
09:31até mesmo muitos deles já têm muitas certificações, né?
09:35Como até mesmo a Reginagre,
09:37e, enfim, o Cafés Orgânicos,
09:39que eles conseguem, então,
09:40acessar esses mercados da União Europeia.
09:43Então, no primeiro momento,
09:44a gente não tem tanta preocupação,
09:47pelo menos em questão à União Europeia, né?
09:48Do acesso do café do produtor brasileiro
09:51para esse mercado.
09:52Eu acho que a questão agora é muito mais
09:54esse medo dos Estados Unidos
09:56em relação aos tarifas,
09:57porque, realmente,
09:59isso complica por quê?
10:00Quem vai absorver esse custo, né?
10:03Vai acabar sendo o consumidor de café americano.
10:07Então, isso vai mexer com toda a operação
10:09dentro dos Estados Unidos
10:10e, muito provavelmente, tem impactos, né?
10:12Então, isso vai ser uma perda muito grande
10:15para o mercado de café,
10:16mas, é claro,
10:17a gente tem diversas autoridades aí conversando
10:19para tentar chegar nessa solução.
10:21Esperamos que tenhamos algumas notícias positivas
10:24nas próximas semanas aí também.
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