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O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, analisa a queda de 18% nas exportações do produto e cobra uma ação para reverter o cenário. Ele ressalta a importância da relação comercial com os Estados Unidos, lembrando que "os EUA são o maior consumidor e o Brasil, o maior produtor" de café do mundo.

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00:00A gente segue acompanhando essa repercussão no Rio de Janeiro, mas agora voltamos a falar sobre os assuntos internacionais e do mercado interno também, sobre os impactos em relação às importações dos produtos brasileiros e também as exportações do café, que reduziram cerca de 18% no último mês.
00:20E o setor está cobrando uma ação emergencial em relação a essas taxas. A gente conversa agora ao vivo com o diretor-geral do C-Café, Marcos Matos, a quem eu tenho a honra de receber aqui na Jovem Pan.
00:34Há muitos dias estamos esperando para conversarmos, mas hoje sim aconteceu esse encontro aqui na Jovem Pan, que muito bom recebê-lo.
00:42Eu quero ouvir o que está acontecendo por parte do governo, se essas ações estão acontecendo ou o setor que está negociando diretamente com o governo americano.
00:53Onde está saindo essa negociação ou nada tem sido feito até agora, Marcos?
00:59Olá, Bruno. Que satisfação estar com vocês, estar com todos os que nos acompanham.
01:04Bom, o setor privado assumiu uma missão muito importante de fazer a diplomacia.
01:10Nós tivemos uma missão em Washington, a gente tem a nossa contraparte, National Coffee Association, nos Estados Unidos, os nossos importadores.
01:19Fazemos parte da investigação 301 contra o Brasil, participamos de uma audiência de mais de 10 horas de duração.
01:26Então, sem dúvida nenhuma, todos os esforços são para ajudar a abrir uma porta que a gente tenha uma percepção de que existe um diálogo mais estruturado.
01:37Então, é importante destacar que Estados Unidos é o maior consumidor de café do mundo, 76% da população americana toma café e Brasil é o maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor do mundo.
01:50Ou seja, nós estamos falando de dois países insubstituíveis.
01:55E tudo o que aconteceu contra o Brasil impactou o consumidor norte-americano.
02:00A inflação do café no último mês foi nove vezes superior à inflação média do país.
02:07Então, veja, se o presidente mencionou, eles estão sentindo falta do café brasileiro.
02:12E quem sabe a gente tenha um ambiente mais adequado agora para a isenção completa de todos os cafés exportados pelo Brasil.
02:19Eu vou chamar na conversa a Dicali também, porque eu sei que ela toma muito café.
02:24Eu tomo muito café também lá, Marcos.
02:27E é o seguinte, antes da Dicali falar, antigamente a gente tinha o hábito de fazer uma garrafa de café cheia, quase um litro ali,
02:34e aí chegava a hora do almoço ou à tarde, o que tinha na garrafa jogava fora para fazer um novo.
02:40Hoje não.
02:41A gente só faz o que vai tomar no momento e à tarde, se for tomar, faz uma outra garrafa, uma dose ali.
02:48Porque, de fato, aumentou para o consumidor.
02:52Não sei se a Dicali também está fazendo isso, mas tomar café está sendo uma bebida de luxo ali em alguns locais.
03:00É verdade, eu concordo.
03:02E ainda mais para o consumidor norte-americano, porque o preço do café aumentou e muito com esse tarifato do Trump.
03:08Inclusive, o café foi o setor que mais foi afetado, salvo me engano, eu acho que o Marcos pode falar,
03:14com todo esse embate que o Brasil está tendo com os Estados Unidos nesse contexto de tarifato.
03:19Nesse sentido, eu pergunto a você, Marcos.
03:21Você está otimista com os próximos passos das conversas entre o Brasil e os Estados Unidos?
03:25Na semana que vem a gente vai ter uma reunião do Mauro Vieira com o secretário de Comércio norte-americano.
03:31Você acha que o café vai estar na pauta?
03:33Vai prevalecer os interesses comerciais?
03:35Você está otimista?
03:36Olá, Maria. Muito bom ouvi-la.
03:41Olha, eu diria que nós estamos otimistas com cautela.
03:45A gente sabe o quão complexo é tudo isso, quantos interesses e prioridades que se entram numa pauta.
03:53Confesso que a gente tinha uma expectativa até maior para essa próxima semana.
03:57Tinha uma reunião com o ministro Haddad, com o secretário do Tesouro, Scott Passant.
04:01E pelo que nós vimos nos noticiários, isso tende a ser cancelado pelas discussões fiscais no Brasil.
04:07O ministro Haddad vai ficar no Brasil discutindo isso.
04:10E para nós é muito ruim.
04:11Muito ruim porque, como eu havia mencionado, Estados Unidos é a sede das grandes empresas globais do café.
04:18E nós fomos afetados diretamente.
04:20E, obviamente, o mundo já passa por dificuldades climáticas.
04:24A gente vê o Brasil colher com uma safra menor.
04:26O que a gente acabou de colher, mês passado, foi abaixo de 2024.
04:30E aí o tarifácio veio para piorar esse desarranjamento ali, essa desarmonia do fluxo do mercado global.
04:39A gente buscou fazer realocações.
04:41Mas perder o nosso principal mercado, a gente reduziu 46% em agosto.
04:47Depois reduziu 53% em setembro.
04:50Então, tudo isso é um impacto muito grande.
04:52Vamos torcer para que a pauta do café, como foi mencionada entre os dois presidentes,
04:58esteja na semana que vem o nosso chanceler, o Marco Rubio, o secretário do Estado.
05:03A gente fez várias reuniões com o secretário do Estado, com os oficiais do secretariado.
05:08Enfrentamos questionamentos da investigação 301, levando argumentações.
05:12Porque, há alguns meses atrás, existiam algumas impressões de que o mundo ia sobrar café.
05:17Pelas projeções que o SDA faz.
05:20É um órgão americano, ligado ao Ministério da Agricultura deles, que faz projeções de safra.
05:24E essas projeções são muito limitadas.
05:26Mostrava ali superávit de cafés no mundo.
05:28E o mercado é soberano.
05:30O mercado postou, em julho, quando foi anunciada a ordem executiva contra o Brasil,
05:34o café na Bolsa de Nova York, que é a referência para café arábica, estava 284 cents.
05:39Agora, ele oscila de 390 a 400 cents dólares por libra-peso.
05:44Então, um aumento de mais de 40%.
05:46E se você aplica 50% da tarifa brasileira nessas cotações atuais, a gente está fora de mercado.
05:53Então, a gente tem que achar uma forma de continuar a ser a principal origem
05:58que abastece esse mercado tão grande que é os Estados Unidos.
06:01Em relação aos impactos aqui dentro, a gente tem ali um histórico muito bom,
06:08região de Minas Gerais, do Espírito Santo.
06:11Como isso tem afetado esses estados, essas regiões?
06:16Bom, é importante mencionar que para o produtor rural, o cafeicultor, ele vê o mercado subindo.
06:23Mas os efeitos para o exportador e para a indústria são mais sensíveis.
06:28Por quê?
06:30No caso, como a gente tem contratos em aberto com grandes torrefadores norte-americanos,
06:36esses contratos estão sendo postergados ou cancelados.
06:38Isso é um custo enorme, custo de juros, custo administrativo.
06:42Quem fez ACC vira uma dívida de curto prazo em reais.
06:47E para a indústria, ela não consegue repassar imediatamente toda essa oscilação
06:51para cima das cotações do café.
06:53É, obviamente, o tarifácio não é a única variável, né?
06:57Como eu disse, o Brasil está colhendo uma saca menor.
07:00Então, para o ambiente interno, a gente volta a ter aquela pressão nas cotações novamente.
07:06A BIC já havia indicado, a BIC, a Associação Brasileira do Estudo Café,
07:10impactos no consumo no primeiro semestre.
07:13Nós também havíamos tido cotações mais altas.
07:16Impacto, né?
07:17Mais custo, menor consumo.
07:19Então, a gente está na expectativa de que pode ter novamente algum impacto no consumo.
07:25Então, nós temos que ir monitorando.
07:27Agora, se nós conseguimos uma isenção mais rápido possível das tarifas,
07:32lembrando que já existe uma ordem executiva de 5 de setembro isentando todo o café.
07:37A questão é que, nessa ordem executiva ainda diz,
07:40isento desde que os países estejam conversando e tem um acordo bilateral formado.
07:45Então, falta pouco.
07:46O que a gente precisa mesmo é de uma boa disposição do governo.
07:49Lembrando que todo o café brasileiro ficou de fora das ajudas anunciadas pelos impactos do tarifácio,
07:57via BNDES, a medida provisória que foi mandada lá para o Congresso Nacional.
08:01Então, a princípio, nós já ficamos de fora.
08:04Então, a gente precisa de uma boa intenção e de uma priorização dessa pauta.
08:10Vamos mais uma pergunta com a de Carlin.
08:12Nesse sentido, Marcos, eu queria saber de vocês,
08:16como é que o setor se organiza para achar alternativas
08:19e reduzir uma certa dependência desse consumidor norte-americano?
08:24Vocês têm outros mercados também estratégicos?
08:26Como é que está se dando essa estratégia para o comércio exterior no setor do café?
08:31Olha, Di Carlin, o café, a gente tem feito ações de promoção da imagem
08:36em mais de 50 países nos últimos oito anos.
08:39Patroçamos a Fórmula 1, usamos as nossas embaixadas,
08:42agora viemos da Itália, fizemos um evento muito grande com o Comitato Italiano,
08:47que é toda a indústria italiana, levando a sustentabilidade,
08:50as nossas qualidades.
08:51Fizemos na Suíça, que é o principal evento de café do mundo.
08:54Estivemos lá com o stand de cafés do Brasil.
08:56Então, isso é permanente.
08:57A gente exporta para cerca de 120 países todos os anos.
09:01Vimos uma certa realocação de café, nesse desespero que foi o tarifácio.
09:06O que é essa realocação?
09:07Estados Unidos sempre foi o nosso primeiro colocado.
09:10Em agosto ele foi para a segunda posição, a Alemanha passou,
09:13e em setembro caiu para a terceira posição.
09:16Ficou a Alemanha, Itália e Estados Unidos.
09:19Então, o que a gente está vendo?
09:20Porque se Estados Unidos se representavam até o fechamento do ano 2024,
09:23que é um ano sem influência dessa geopolítica,
09:2616% ia para os Estados Unidos.
09:2948% a 50% vai para a Europa.
09:33Então, é natural que os países latino-americanos que produzem café arábica
09:36tendem a concentrar mais para os Estados Unidos
09:38e a gente tende a concentrar mais para os europeus.
09:41Mas lembrando que a gente tem países árabes, países asiáticos,
09:44vimos o Japão crescendo compras, Turquia, a China.
09:49Então, a gente tem vários outros mercados.
09:51O que a gente não pode é abrir mão do mercado norte-americano.
09:56Por isso que uma coisa é promoção da imagem, que é uma agenda paralela.
09:59A outra é a nossa prioridade absoluta em garantir participação
10:04nesse maior mercado do mundo.
10:06Lembrando que, pelos dados meteorológicos,
10:10pode ser que em 2026 a gente tenha uma grande sacra de café no mundo.
10:14No Brasil, inclusive, e em outras origens.
10:17Se tivermos grande sacra de café e não tiver acesso ao maior mercado,
10:21aí sim todo mundo vai sentir na pele.
10:24Não só o exportador, não só a indústria, mas o produtor também.
10:27Uma entrevista esclarecedora sobre as exportações.
10:31Exportação de café, que teve uma redução cerca de 18%
10:36e o setor está cobrando ações.
10:38Conversamos aqui com o diretor do Secafé, Marcos Matos,
10:43a quem eu agradeço a gentileza por novamente atender a Jovem Pan.
10:47Ficamos à disposição.
10:49Muito obrigado pela oportunidade.
10:51Contem sempre com o Secafé.
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