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Entenda o impacto das novas tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, que podem levar café e suco de laranja — itens essenciais no café da manhã americano — a terem suas tarifas aumentadas para 60% a partir de 1º de agosto. Esta medida, motivada pelo encontro do BRICS, levou o Presidente Lula a considerar a Lei da Reciprocidade, caso as negociações falhem. Para o agronegócio, o cenário é preocupante: quase metade do suco de laranja consumido anualmente nos EUA vem do Brasil, e o país já importou milhões de sacas de café brasileiro só este ano. No Hora H do Agro, vamos discutir com Márcio Ferreira, Presidente da Cecafé, e Ibiapaba Netto, Diretor-Executivo da CitrusBR, os desdobramentos dessas tarifas para as cadeias produtivas, os consumidores e as estratégias para buscar novos mercados.

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Transcrição
00:00Nós vimos na reportagem que o encontro dos países do BRICS foi a motivação inicial
00:05para os Estados Unidos prometerem a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
00:13O presidente Lula informou que irá buscar negociar essas tarifas,
00:16mas caso não seja possível, deve aplicar a lei da reciprocidade.
00:21Para o agro, algumas das produções mais impactadas serão café e laranja.
00:26Para se ter uma ideia, quase metade dos 3 milhões de litros de suco consumidos por ano nos Estados Unidos
00:33vem daqui do Brasil.
00:35Além disso, só nos 5 primeiros meses desse ano, o país já importou 2,9 milhões de sacas de café brasileiro.
00:45Para abordar os impactos nessas cadeias, nós vamos conversar com o Márcio Ferreira,
00:50presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Cicafé,
00:53e o diretor executivo da Citrus BR, o Ibiapaba Neto.
00:57Bem-vindos ao RH do Agro.
00:59Muito obrigada pela participação de vocês, pela disponibilidade
01:02e por toparem fazer essa dobradinha aqui para a gente conversar
01:06de duas cadeias que estão no foco desse noticiário
01:10e, óbvio, no foco dessas discussões.
01:12Queria começar tratando com vocês o que eu tenho ouvido nos últimos dias
01:16de que o café da manhã dos Estados Unidos está ameaçado, pode ficar mais caro.
01:22A gente está falando aí que, pelo menos, o suco de laranja,
01:25mas, se eu não me engano, o café também tem tarifas de 10% hoje.
01:29Então, a gente está falando para uma caminhada aí de 60%.
01:34Como que a gente interpreta esses números?
01:37Quais os desdobramentos para os negócios das respectivas cadeias que vocês representam,
01:42inclusive para o consumidor brasileiro, vou começar falando de café.
01:48E aí, depois, eu passo para o suco de laranja e aí a gente vai fazendo essa dobradinha.
01:52Obrigada pela participação de vocês.
01:56Oi, Mariana.
01:57Um prazer estar aqui com você e o telespectador da Jovem Pan.
02:00Meu amigo Ibiapaba também.
02:03Bom, os Estados Unidos, que é o maior consumidor de café do mundo,
02:09onde o Brasil tem participação na ordem de 35%.
02:12Olhando o ano passado, os Estados Unidos importou 8,1 milhões de sacas de café
02:19e o Brasil exportou 50 milhões de sacas.
02:22Então, algo da ordem de 16% das nossas exportações.
02:26A tarifa já de 10% já era algo que incomodava.
02:30Inclusive, nós tivemos, nesse dia 2, 3 e 4,
02:33o décimo Coffee Dinner Summit do C-Café,
02:36reunindo 35 países em total de 2 mil pessoas na cidade de Campinas,
02:41onde esse assunto tarifa já estava sendo debatido,
02:45junto com a iniciativa privada, a liderança da indústria americana de café
02:49e também representantes do governo federal.
02:54Para nossa surpresa, veio o adicional de 50%.
02:58Quais são os impactos que a gente tem?
03:00Primeiro, a gente tem que considerar que a produção mundial de café
03:04está muito ajustada em relação ao consumo.
03:08Obviamente que a gente espera que essa produção venha a aumentar,
03:11porque o consumo também aumenta,
03:12e em condições climáticas favoráveis,
03:15a produção deve aumentar a partir do próximo ano.
03:17Ao mesmo tempo, a gente sabe que tarifas impactam
03:21tanto o consumidor final quanto o país produtor.
03:25Fato é que, quando aplicar as tarifas,
03:29a Bolsa de Nova York e a Bolsa de Londres,
03:31respectivamente, a Arábica e o Canéfaro,
03:33que é Robusto e Coniló,
03:35eles vão se ajustando para baixo,
03:38balizando um novo valor sobre qual incide a tarifa,
03:42e aí, ainda assim, pesa para o produtor,
03:44porque cai o preço, pesa para o consumidor,
03:47porque agrega 50%.
03:48O que a gente espera, de fato,
03:51é que, num dado momento,
03:53e o governo federal já assinou
03:55que vai ter diálogos com as lideranças
03:58do agro-brasileiro, principalmente café, laranja e outros,
04:02para tratar esse tema.
04:03E a gente espera a oportunidade
04:06de mostrar a importância,
04:08não, obviamente, da cafeicultura para o Brasil,
04:10mas um dado interessante é que,
04:12para cada dólar exportado para os Estados Unidos,
04:14rende, gera 43 dólares na economia americana.
04:182 milhões e 200 mil pessoas
04:20trabalham com o café nos Estados Unidos.
04:23A maior rede de cafeteria é dos Estados Unidos,
04:27e o café representa 1,2% do PIB americano,
04:33que, se não me engano,
04:35é 12 vezes maior do que o PIB brasileiro.
04:37E o café no Brasil representa 0,89% do nosso PIB.
04:42Então, o café tem uma participação importantíssima
04:44na economia americana.
04:45Além do que, o café não é produzido
04:48em território americano,
04:50não compete com nenhuma cultura,
04:52e isso é favorável na hora de negociação.
04:55A gente espera que a gente venha a ter
04:57um posicionamento mais flexível
05:00e diálogo da parte dos dois governos.
05:02Muito interessante esses números,
05:05para a gente ter a dimensão
05:06de como que o café importado por eles
05:09movimenta a economia deles,
05:10mesmo eles não tendo essa produção própria.
05:13E, Bia Paba,
05:13obrigada também pela disponibilidade.
05:15Queria que você trouxesse, então,
05:17a perspectiva do suco de laranja,
05:19porque eu sei que existe aí realmente
05:21uma preocupação de, inclusive,
05:24fala-se aí de tornar o setor inviável
05:27pela questão dessa taxação
05:29que passa de 10% para 60%,
05:31se for concretizado.
05:33Quais que são as principais análises
05:34do lado daí, por favor?
05:37Bem, boa tarde, Mariana,
05:38meu amigo Márcio.
05:39Já tomei muito café com o Márcio
05:40e o Márcio tomou muito suco comigo,
05:42viu, Mariana?
05:43Então, a gente está...
05:44Nós somos colegas aí de trincheiras.
05:47Bem, vamos lá.
05:48Para a gente é um...
05:50Enfim, a gente foi pego de surpresa
05:52com essa tarifa.
05:53Como você bem colocou,
05:54já havia uma tarifa de 10%.
05:55E quando a gente coloca
05:57que é o aumento de tributo
05:59na nossa cadeia,
06:00ele é de 533%.
06:02Então, assim, a gente já...
06:04Isso que o suco de laranja,
06:05ele já pagava ali
06:06uma tarifa importante
06:07de 415 dólares por tonelada.
06:10Vamos lembrar,
06:10a Flórida, ela é um produtor de laranja,
06:13mas é um produtor de laranja
06:14que perdeu muito protagonismo
06:15nos últimos anos.
06:16A Flórida chegou a produzir,
06:18no passado recente,
06:19150 milhões de caixas de laranja,
06:21que é a medida que a gente usa.
06:23E nesta safra passada,
06:24ela finalizou com apenas
06:2511 milhões de caixas.
06:27Bem, nesse período,
06:30o Brasil sempre se colocou
06:31como uma produção complementar
06:34à produção da Flórida.
06:37O Brasil sempre serviu
06:38ao mercado americano
06:39como um suporte, um pulmão.
06:43Quando falta o suco da Flórida,
06:45o Brasil sempre está complementando.
06:47Chegamos a um ponto que hoje
06:49um pouco mais de 70%
06:50das importações de suco de laranja
06:53feitas pelo mercado americano
06:55vem do Brasil.
06:56Então, é muito difícil
06:57a gente imaginar que esse mercado
06:59ele consiga continuar
07:01nos padrões de consumo
07:03que ele existe hoje
07:04sem esse fornecimento
07:06do suco de laranja brasileiro.
07:08E aí, você tem uma cadeia de valor
07:11muito sofisticada também
07:12nos Estados Unidos.
07:13Tem grandes marcas lá
07:14de grandes grupos empresariais,
07:16empresas genuinamente americanas,
07:18que tem no suco de laranja brasileiro
07:20a principal matéria-prima
07:22para poder rodar os seus negócios.
07:24Então, sem esse produto,
07:25você tem sérios problemas
07:27para você conseguir remunerar
07:28o seu capital que está investido
07:30naquela fábrica.
07:30Você não faz com que o produto
07:32chegue na prateleira,
07:33você perde a disposição de gôndola
07:35e todo mundo perde nessa história.
07:38Perde a indústria americana,
07:40perde a indústria brasileira,
07:41esse tricultor brasileiro
07:42e acaba sendo esse perde-perde generalizado.
07:47Da nossa parte aqui, Mariano,
07:49acho que o que é mais grave nessa história
07:51é que hoje, tomando o preço da bolsa
07:54como referência,
07:5670% do valor hoje é imposto.
07:59Então, do que é a cotação em bolsa,
08:01a gente pegando aqui o conceito FOB,
08:03em que você tem o valor de referência
08:04e você vai tirando ali os valores,
08:07os seus custos de imposto,
08:08custos adoneiros, enfim,
08:09desembaraço, etc.
08:11Só de imposto vai 70%.
08:12Então, sobra muito pouco
08:14para remunerar a cadeia
08:15e, obviamente,
08:16ninguém gosta de trabalhar com prejuízo.
08:18Então, nesses padrões de hoje,
08:23fica inviável.
08:24Repassar a tarifa também é muito difícil.
08:27Algumas dessas empresas americanas
08:28hoje não têm margem
08:29para conseguir repassar
08:33essa tarifa para o consumidor.
08:34Então, fica esta sinuca de bico,
08:37literalmente.
08:38Por essas e por outras,
08:39eu faço cor aqui com o meu amigo Márcio,
08:41a gente espera que o governo brasileiro
08:44continue o caminho do bom diálogo.
08:46Itamaraty possui técnicos altamente qualificados.
08:52A gente tem ali a elite do nosso funcionalismo público,
08:55também está ali no Itamaraty.
08:57E a gente espera que o bom diálogo aconteça
09:00e o bom senso prevaleça.
09:01E aí, que em breve podemos brindar com café
09:04e com suco de laranja, com certeza.
09:06Com certeza.
09:07Todo mundo ganha se esse brinde for mais amigável
09:10para o bolso de todo mundo.
09:12Agora, vocês estão tocando, então,
09:14nesse ponto em relação à expectativa
09:17da postura do governo brasileiro.
09:19Eu queria explorar um pouquinho mais
09:20com vocês sobre isso.
09:22O Márcio citou aí, por exemplo,
09:24a sinalização do governo
09:25em fazer um encontro com as cadeias produtivas.
09:29Imagino que vocês, com certeza,
09:31estão nessa lista aí para a reunião.
09:33É uma reunião para a semana que vem.
09:35É uma reunião em caráter de urgência.
09:37Queria entender um pouco
09:38o que vocês já podem sinalizar para a gente
09:41desse bastidor,
09:42porque isso é muito importante,
09:44porque a gente está falando
09:44não só de Itamaraty,
09:46como o Ibiapaba comentou aqui,
09:47mas o próprio Ministério da Agricultura,
09:50Ministério da Fazenda.
09:51São várias pastas
09:52que vão ter que estar ali coordenadas.
09:55E a própria Frente Parlamentar da Agropecuária
09:57já pediu cautela nesse sentido.
10:00Está pedindo também um tom de diplomacia.
10:03perante os Estados Unidos.
10:05O que vocês estão esperando, de fato?
10:07Queria entender um pouco
10:08essa possível reunião
10:11que vem acontecer aí.
10:13Márcio, eu vou voltar com você,
10:14porque foi você que deu a deixa da reunião,
10:16mas eu imagino que o Ibiapaba
10:17também esteja por dentro,
10:19já que vocês estão sempre tomando
10:20café e suco juntos.
10:23Nós ainda não temos, Mariana,
10:26a data ainda definida.
10:28Obviamente que a gente espera
10:29que seja um prazo muito curto.
10:30O governo, obviamente,
10:33vem em contato com as lideranças
10:35e pede informações
10:36não só sobre o mercado americano,
10:38mas sobre o mercado em geral.
10:40E é o que você falou,
10:41a gente realmente espera pelo diálogo.
10:44Nós tivemos já algumas conversas
10:45a nível de Ministério da Agricultura.
10:48Neste evento, inclusive,
10:49da semana passada,
10:50o vice-ministro,
10:52o secretário de rua,
10:52estava conosco.
10:54Também o secretário,
10:55Guilherme Santos,
10:56também estava conosco.
10:58O ministro do trabalho
10:59também estava conosco,
11:00onde o C. Café fez adesão
11:01ao pacto do trabalho,
11:03pacto social.
11:05Então, esse diálogo
11:06por parte do setor café,
11:09entendo também de outros,
11:10já existe com o governo.
11:11A gente tem tido reuniões
11:12importantes,
11:13num diálogo profundo.
11:15E o que a gente espera,
11:16realmente,
11:17é muita sintonia
11:19e, ao mesmo tempo,
11:20pragmatismo.
11:21A gente sabe,
11:23por exemplo,
11:24que o Brasil,
11:24ele tem e sofre tarifas
11:26também em outros países.
11:29Não da ordem de 50%,
11:31mas há países
11:31onde a gente exporta,
11:33por exemplo,
11:33café solúvel
11:34e é onerado em 20%
11:36ou mais do que isso.
11:37E daí,
11:37até uma oportunidade
11:38para que nós olhemos
11:40também esses outros destinos.
11:42Agora,
11:43falando de Estados Unidos,
11:45dentro desse contexto
11:46que a gente tem
11:47de reciprocidade,
11:49em que o Brasil,
11:50na balança comercial,
11:52ela é mais favorável
11:53aos Estados Unidos
11:53do que o próprio Brasil.
11:55E, ao mesmo tempo,
11:56nesse contexto político,
11:58há que se requerer,
11:59como o Ibeabapa bem colocou,
12:01um trabalho
12:02dos técnicos
12:02que são muito bem preparados,
12:04junto com o setor privado.
12:06E eu sempre digo que
12:07política é
12:10trabalhar em conjunto
12:11para acharmos
12:12as soluções
12:13que sejam,
12:14vamos dizer,
12:15um ponto de equilíbrio
12:16entre as duas partes.
12:17E é esse o objetivo
12:18que nós vamos buscar.
12:19nós não podemos
12:20abrir mão
12:21do mercado americano,
12:22nem os Estados Unidos
12:23pode abrir mão
12:24do café brasileiro,
12:25porque o café brasileiro
12:26é o mais competitivo
12:28e ele entrega
12:2990% do valor
12:31de exportação
12:31até 94%
12:33do valor
12:33de exportação
12:34deduzidas
12:35às despesas
12:35direto
12:37para o produtor.
12:38É aquele que mais
12:39repassa
12:39na cafeicultura
12:40do mundo inteiro.
12:42Outros origens
12:42repassam
12:4360%, 70%.
12:44Então,
12:45quando você fala
12:45em um mundo
12:46que demanda
12:47rastreadibilidade,
12:47sustentabilidade,
12:49respeito social
12:50e trabalhista,
12:51o café já faz
12:52todo esse trabalho.
12:53Você olha o nosso
12:54Código Florestal
12:55que protege
12:57entre 20%
12:57a 80%
12:58de toda a área
13:00onde tem café
13:01e onde tem café
13:02o IVH
13:03é mais elevado
13:04em todos os municípios,
13:05então a gente tem
13:06o trabalho social
13:07e o trabalho econômico,
13:09o ESG
13:09que a gente fala.
13:10Então,
13:11nesse contexto
13:12do que é
13:12o nosso café
13:13palatável
13:14para o consumidor,
13:15não só
13:15dos Estados Unidos,
13:15de qualquer país,
13:17esse é o nosso
13:18cartão de apresentação.
13:19Nós não podemos
13:20ficar sem o maior
13:21consumidor
13:21e eles não podem
13:22ficar sem um café
13:23tão comprometido
13:24como o café brasileiro.
13:25Perfeito.
13:26E, Bia Paba,
13:27na sua perspectiva,
13:29essa reunião,
13:30essa possível reunião
13:31com o governo,
13:32vocês gostariam
13:33de pleitear o quê?
13:34Sendo que,
13:35se eu não me engano,
13:36corrija se eu estiver
13:37errada,
13:37mas a gente está falando
13:39que 95%
13:40da produção brasileira
13:41de suco de laranja
13:41é exportada
13:42e, desses 95%,
13:4442%
13:45vai para os Estados Unidos.
13:45Então,
13:46também é um volume
13:46considerável, né?
13:49É isso aí, Mariana.
13:50Vamos lá.
13:50Acho que a gente,
13:51aproveitando a palavrinha
13:52que você usou,
13:53vamos colocar aqui
13:54as coisas em perspectiva, né?
13:55Hoje é dia 11.
13:58O anúncio
13:59pelo presidente Trump
14:00foi feito no dia 9,
14:02basicamente,
14:03no final do dia.
14:04A gente teve ontem,
14:06no dia 10,
14:07praticamente todo mundo
14:08querendo entender
14:09e apagando incêndio.
14:10E hoje,
14:11é efetivamente,
14:12acho que o primeiro dia
14:13que o governo tem
14:13para tentar se organizar.
14:14Então,
14:15a gente também precisa
14:15dar esse respiro
14:17para que eles possam
14:18conversar entre eles
14:20e que possam
14:22se organizar
14:24e organizar
14:25esses encontros.
14:26Bem,
14:26ontem eu conversei
14:27com o ministro Fávaro,
14:29ele muito gentil,
14:30entrou em contato
14:30com a Citrus BR,
14:32retornando aqui
14:33nossa ligação.
14:34Ele tem plena consciência
14:36das dificuldades
14:37que a gente vai
14:39enfrentar
14:40nesse processo,
14:41o tamanho do mercado
14:42americano
14:42para o setor
14:45de suco de laranja
14:45brasileiro.
14:47Nós temos
14:47outros mercados
14:49de interesse,
14:50enfim,
14:50que o Ministério
14:52da Agricultura
14:52já vem trabalhando
14:53com a gente,
14:54já não é de hoje.
14:55Esse é um trabalho
14:56que é um trabalho
14:57contínuo,
14:58sabe, Mariana?
14:58Não é uma coisa assim
14:59que, ah,
14:59vamos começar
15:00a trabalhar
15:01novos mercados agora
15:03que os Estados Unidos
15:05fecharam as portas,
15:06um lugar assim.
15:07Não,
15:07esse trabalho
15:07ele é feito
15:08diuturnamente
15:09por todos os setores
15:10e pelo governo
15:11já,
15:12pelo Estado brasileiro,
15:14vamos colocar assim,
15:15o Estado brasileiro,
15:16independentemente
15:16do governo,
15:17faz esse trabalho
15:18de abertura.
15:20Bem,
15:20qual que é o problema?
15:21O problema é que
15:22o mercado internacional
15:23ele não é feito
15:23de escoteiros,
15:24né,
15:24então,
15:25assim,
15:25a gente não tem
15:27um,
15:28nós não temos
15:29uma disponibilidade
15:32de mercados
15:33que estão
15:33de braços
15:34abertos
15:35para os produtos
15:35brasileiros,
15:36porque os produtos
15:37brasileiros
15:37são realmente
15:38competitivos.
15:39Então,
15:39para todo mercado
15:40que a gente
15:40quer entrar,
15:41que a gente
15:41quer diminuir
15:44uma tarifa,
15:44como o Márcio
15:44colocou,
15:45e nesse ponto
15:46acho que os dois
15:46setores são muito
15:47parecidos,
15:48são dois setores
15:49em que eles são
15:50abertos do ponto
15:51de vista de exportação,
15:52você pode exportar,
15:55você não tem uma
15:55barreira fitossanitária,
15:56por exemplo,
15:57mas você tem ali
15:58sérios problemas
15:59tarifários,
16:00que às vezes
16:00inviabilizam as
16:01exportações.
16:02A gente pode dar
16:02um monte de exemplos
16:03aqui,
16:03a Índia,
16:04por exemplo,
16:05que é um dos países
16:07que faz parte do BRICS,
16:08tem uma tarifa
16:08de 30%
16:10e mais um imposto
16:12interno
16:12que chega a quase
16:13mais 30%.
16:14Então,
16:14o sobrepreço
16:15para o consumidor
16:16na ponta
16:17é altíssimo.
16:18Coreia do Sul,
16:18que não produz
16:19um pé de laranja,
16:21tem uma tarifa
16:21de 54%,
16:23e agora,
16:24recentemente,
16:25a gente conseguiu
16:25uma cota
16:26de 6 mil toneladas
16:28a 10%.
16:29China
16:30tem diferentes
16:31tarifas
16:32e a mais alta
16:33chega a 30%,
16:34a mais baixa
16:35é de 7%,
16:36e 7,5% no caso,
16:38e a gente vem trabalhando
16:39isso faz alguns anos.
16:40Então,
16:41claro que,
16:41obviamente,
16:42que uma gestão
16:43de alto nível
16:44do governo brasileiro,
16:45em nível de presidência
16:46da república,
16:47junto com as contrapartes,
16:48ela pode sim trazer
16:49algum efeito.
16:51O ponto é,
16:53esses mercados
16:54estão sendo discutidos
16:55faz tempo
16:56e não necessariamente
16:57você tem a estrutura
16:59necessária
17:00para que você consiga
17:01destinar o seu produto.
17:02No caso do suco
17:03de laranja,
17:04assim,
17:04para a gente deixar
17:05muito claro,
17:06não é você
17:06enviar o produto,
17:09você precisa enviar
17:10o produto,
17:10ele precisa ter
17:11uma indústria
17:11de envase,
17:12essa indústria
17:12de envase,
17:13ela precisa ter
17:14canais de distribuição,
17:16o investimento
17:17dessas linhas de envase
17:18é gigantesco,
17:20então,
17:21assim,
17:21não tem,
17:21você pode até
17:22ter alguma capacidade
17:23nesses mercados
17:24que pode ser ampliada,
17:25mas você não vai
17:26conseguir absorver
17:27um mercado
17:28de 3 bilhões
17:29de litros,
17:30que é o tamanho
17:30do mercado americano,
17:32do dia para a noite,
17:33só para te comparar,
17:33tá?
17:33O mercado americano,
17:34ele é de 3 bilhões
17:36de litros,
17:37o mercado brasileiro
17:38é de 300 milhões
17:39de litros,
17:40então,
17:40você pensa,
17:41tudo que você vê
17:41de suco de laranja
17:42no supermercado do Brasil
17:43que já vê alguma coisa,
17:45nos Estados Unidos
17:46é literalmente
17:4610 vezes mais,
17:47então,
17:48assim,
17:48é muito desproporcional,
17:50então,
17:50assim,
17:51grandes desafios pela frente,
17:52mas grandes oportunidades
17:53também para resolver
17:54essa história
17:54na diplomacia.

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