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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, SP) criticou o unilateralismo e o negacionismo em seu último dia na cúpula dos BRICS. A fala do presidente ecoa os debates do bloco sobre a ordem mundial e os futuros desafios econômicos.

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Transcrição
00:00A gente já começa falando a respeito do que foi este encontro final, a reunião de encerramento da Cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro,
00:08onde o presidente Lula criticou o negacionismo e o unilateralismo, que segundo ele, corroem avanços do passado e sabotam o futuro.
00:17Daqui a pouco a gente vai ter mais notícias a respeito disso, mas já é certo que essa fala já começa a repercutir.
00:23E eu quero entender, senhor Fábio Piperno, como é que você recebe essa manifestação do presidente Lula, que já está ecoando internacionalmente também.
00:32Olha, primeiro a gente tem que entender o contexto em que isso foi feito.
00:36Uma reunião dos BRICS, um bloco, um grupo, tem outras posições, e que, na verdade, como bloco, também passa a agir de uma outra forma.
00:52E a gente não está falando de um bloco econômico, a gente está falando de um grupo que se opõe, enfim, hoje, ao protagonismo, por exemplo, dos Estados Unidos.
01:06O fato é que a gente tem que também estar muito atentos para aquilo que de fato ocorre.
01:11O Brasil, alinhado com o grupo dos BRICS, e isso acontece sem dúvida nenhuma, também é um Brasil que é, talvez, o grande motor, o maior incentivador da tentativa de se fechar um bloco com a União Europeia.
01:34Enfim, o presidente Lula é quem está à frente dessas negociações Mercosul-União Europeia.
01:41Então, o fato do Brasil estar próximo dos países, e de muitos dos países do BRICS, não significa algo excludente.
01:49Não significa que o Brasil esteja dando as costas para o mundo.
01:53Significa, sim, que o Brasil defende um novo realinhamento.
01:57Muito bem, para a gente entender melhor em que contexto tudo isso foi dito pelo presidente Lula, a gente recebe agora ele que está acompanhando cada passo do que foi esse encontro dos BRICS lá no Rio de Janeiro, o Rodrigo Viga, chegando com mais informações.
02:11Explica para a gente, hein, Viga, em que contexto o presidente Lula fez essa crítica ao unilateralismo e ao negacionismo.
02:18Bem-vindo e boa tarde, meu amigo.
02:19Tudo bem, Cobayashi? Boa tarde para você, para o meu sofrido, deve estar doendo até agora, querido amigo Piperno, amigo da bancada, ouvintes, espectadores e internautas da Jovem Pan.
02:31A gente está aqui no Museu da Manhã, aguardando um segundo tempo do presidente Lula, num fórum Brasil-Índia, mas a informação de momento que acaba de chegar é que talvez o presidente Lula não venha para cá,
02:40porque está numa bilateral com o presidente de Cuba.
02:44Meu caro Cobayashi, ouvintes, espectadores e internautas da Jovem Pan, o presidente Lula chegou até a dizer aí que o BRICS está incomodando.
02:53Eu queria começar de uma outra forma, viu, Cobayashi, dizendo da seguinte forma, que embora não estivesse presente aqui no BRICS,
03:00sem dúvida alguma o presidente dos Estados Unidos ou o governo norte-americano pautou esse encontro com duas manifestações, duas mensagens.
03:08Primeiro, aquela ameaça que a gente vai falar daqui a pouco de sobretaxar os países em desenvolvimento que fazem parte do BRICS e depois saindo em defesa em uma outra postagem ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.
03:21Então, o presidente Lula abriu o dia de hoje numa plenária que falava sobre meio ambiente, sustentabilidade, COP30 e também saúde global.
03:29E foi aí que ele usou essa expressão, dizendo que o unilateralismo e o negacionismo estão corroendo ganhos do passado e estão sabotando também o futuro.
03:39Ele falava muito sobre questões envolvendo saúde e, é claro, uma tecla que ele sempre bate, que é aquela envolvendo ONU e Conselho de Segurança da ONU,
03:49que precisa ser reformado, segundo a visão do mandatário brasileiro.
03:53Lula disse que o BRICS, por essas postagens, nitidamente está incomodando, mas não nasceu para afrontar ninguém.
04:02Apenas com o objetivo, com a meta de alcançar uma trajetória, um caminho diferente, até para que esses países possam ganhar mais voz e protagonismo em todo o mundo.
04:15Vamos ouvir o que disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, citando essa postagem envolvendo Trump, que citava Bolsonaro,
04:25e também, depois, envolvendo a questão da sobretaxa, da sobretarifa. Vamos ouvi-lo.
04:31Aquele mundo ficou para trás.
04:35Só os saudosistas daquele mundo, do nazismo, do fascismo, são outros que não estão nos BRICS.
04:43Nos BRICS, a gente quer fortalecer o processo democrático, o processo multilateral, a gente quer a paz, o desenvolvimento e a participação social.
04:52Esse BRICS teve uma novidade extraordinária, que foi a participação, sabe, das empresárias mulheres, que é uma novidade boa, e a participação da sociedade civil,
05:05representada com um documento que será lido pelo chefe de Estado.
05:11Se a gente quiser criar alguma coisa nova no mundo, a gente vai ter que criar novos paradigmas de participação e não pode repetir os mesmos erros.
05:22Esse, então, presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, mais uma vez, pregou e defendeu medidas urgentes contra a mudança climática
05:33e contra as guerras e conflitos que acontecem mundo afora.
05:37Depois, já numa entrevista coletiva, ele foi mais contundente, mais incisivo em determinados pontos,
05:43inclusive, essa questão envolvendo a ONU, uma defesa por mudanças, que é feita desde a época em que ele era candidato
05:51para o seu terceiro mandato.
05:53Disse que, hoje, a ONU não é mais um palco de debates e, na verdade, virou um shopping apenas de ideologias.
06:00E sobre a inteligência artificial, ele disse que essa nova ferramenta tecnológica não pode ser um instrumento de dominação
06:08dos ricos desenvolvidos sobre os pobres ou em desenvolvimento.
06:14Meu caro cobayage.
06:15Feito.
06:15Rodrigo Viga, você já tinha molhado o bico aí no assunto do presidente dos Estados Unidos,
06:20uma ideia de taxação adicional, é isso, aos países que se alinharem.
06:25Em quantos por cento já se fala em relação a essa possibilidade, hein, meu amigo?
06:29É, vamos dar um passo para trás para entender o porquê dessa postagem.
06:34Aquele texto final da cúpula do Briggs, que foi divulgado ontem, ele falava, meu caro cobayage,
06:41ouvinte, espectadores e internautas da Jovem Pan, sobre medidas unilaterais, falava sobre a preocupação
06:49daqueles que adotam posições contra o multilateralismo e, sem citar mais uma vez, Estados Unidos ou governo
06:56Trump dizia, esse documento final, que era quase que uma afronta ao MC, a Organização Mundial do Comércio.
07:04Veio a contra-resposta do presidente norte-americano, Donald Trump, na Truth Social, né, aquela rede social dele.
07:11Ele dizendo que quem se opor ou adotar uma política anti-americana pode ser sobretaxado, quem?
07:18Do Briggs, né, pode ser sobretaxado em dez por cento em suas tarifas.
07:24Mas, inicialmente, meu caro cobayage, ouvinte, espectadores e internautas da Jovem Pan,
07:30houve um posicionamento formal através de uma nota divulgada pela presidência da República.
07:34Vou até ler a nota aqui para depois entrar mais a fundo nesse tema.
07:38Nessa nota, sem citar Trump ou governo norte-americano, o governo brasileiro diz que a defesa da democracia
07:44do Brasil é um tema que compete aos brasileiros.
07:49E ainda anota, somos um país soberano, não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja.
07:56E esse comunicado complementa dizendo que possuímos instituições sólidas e independentes.
08:01Ninguém está acima da lei, sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado democrático de direito.
08:08Aí, veio o encerramento da cúpula do Briggs, em que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,
08:14deu a chance para conversar com a imprensa nacional e internacional.
08:19Aí foram feitas críticas diretas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
08:23por conta não só desse posicionamento nas redes sociais, mas também por ter saído em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
08:32afirmou mais uma vez que o Brasil não aceitará qualquer tipo de interferência externa
08:37e pediu para que Trump, quando der palpite, der palpite na vida dele, e não no país alheio, no caso Brasil.
08:45Vamos ouvir mais um pouco o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
08:49Porque eu não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República,
08:58de um país do tamanho dos Estados Unidos, ficar ameaçando o mundo através da internet.
09:09Não é correto.
09:12Ele precisa saber que o mundo mudou.
09:14Sabe, não, não, não, nós não queremos imperador.
09:22Nós somos países soberanos.
09:25Se ele achar que ele pode taxar, os países têm o direito de taxar também.
09:34Existe a lei da retiprocidade.
09:36Eu acho muito, acho muito equivocado e muito irresponsável
09:46um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais.
09:52Sinceramente, tem outras coisas e outros fóruns
09:55para um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos
09:59falar com outros países.
10:02As pessoas têm que aprender que respeito é bom.
10:05Respeito é muito bom.
10:09A gente gosta de dar e gosta de receber.
10:11Esse é o clima, pelo menos na retórica, na narrativa,
10:20nessa relação entre Brasil e Estados Unidos.
10:22Estados Unidos e Brasil, se antes era tudo meio velado,
10:28nas entrelinhas ou nas sublinhas, agora está muito claro,
10:32muito nítido, transparente, translúcido e com nome e endereço.
10:37O governo norte-americano, presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
10:42ele não estava presente, mas pautou praticamente toda a cúpula do BRICS,
10:46que está terminando o presidente Lula,
10:48logo mais à noite, voltando para Brasília.
10:50Capital federal para, como se diz popularmente,
10:53tomar conta da casinha, meu caro Kobayashi.
10:55Muito obrigado, Rodrigo Viga.
10:58Antes de encerrar, Viga, só uma observação.
11:01O Fábio Pipermi falou que, em relação a ele e você,
11:04existe um bilateralismo na frustração, na tristeza, na angústia,
11:09vindas aí do mundo futebolístico, viu?
11:13É isso aí.
11:14É não é guerra, não, mas eu tenho o domo de ferro com relação ao time dele.
11:18Perfeito, Rodrigo Viga, diretamente do Rio de Janeiro.
11:22Vamos discutir o que interessa, meus amigos, vamos lá.
11:25Vou com você, quer complementar algo, senhor Fábio Pipermi?
11:28Eu queria só uma coisa, rapidamente.
11:30No fim do começo aqui, Donald Trump já ameaçando taxar em 10%
11:33esses países todos aliados aos BRICS.
11:34Claro, ele ameaça toda hora, porque, afinal de contas,
11:37ele age como xerife do mundo.
11:39Então, veja, descontando a parte que o presidente claramente jogou para a torcida,
11:45o fato é que ele tem razão quando ele critica o que ele chama de unilateralismo.
11:51O mundo não tem xerife, o mundo não tem dono.
11:54Então, os blocos, os países, que são conversais, precisam negociar.
11:59Eu continuo muito defensor das saídas e das negociações multilaterais.
12:06Vamos estrear, Bruno Muzá?
12:08Quero a sua opinião sobre o anúncio feito por Donald Trump
12:11e a reação brasileira do presidente Lula.
12:12Bom, vamos lá. Primeiro, eu, falando filosoficamente aqui das ideias,
12:18das tarifas em si, eu entendo o motivo pelo qual o Trump tem anunciado isso.
12:24Correção dos déficits comerciais e do déficit em conta corrente
12:26de forma estrutural nos Estados Unidos.
12:29O diagnóstico, eu concordo.
12:30Não necessariamente com o remédio que são as tarifas.
12:33Eu acredito que essas tarifas, elas geram distorções no comércio
12:37que acabam trazendo consequências.
12:39Mas, de novo, compreendo os motivos pelos quais ele tem feito isso.
12:43Agora, voltando um pouco aqui no discurso que nós vimos do Lula,
12:48tem algumas coisas que me chamam a atenção.
12:50Primeiro, a grande parte da narrativa, como o próprio Piperno falou,
12:53de jogar para a torcida.
12:55Eu anotei aqui alguns pontos em que ele fala,
12:56ora, o Trump não pode sair ameaçando por aí e colocando taxas.
13:01Se ele defende a soberania de cada país,
13:03ele está defendendo que o próprio Trump deve ser soberano no país dele
13:06e fazer o que ele quiser, concordando ou não.
13:09Fazer o que ele quiser dentro das regras constitucionais americanas, obviamente.
13:14Dito isso, o Lula vem a público e fala assim,
13:17ora, se ele taxa, vamos taxar também.
13:20Vamos ver quem tem coragem.
13:21Porque taxar os Estados Unidos na reciprocidade, como eles fazem,
13:25as consequências também são mais severas.
13:27E a gente vê que o Trump pressionando o BRICS tem até um sentido
13:34pela fraqueza que está sendo essa cúpula.
13:37O Xi Jinping não veio, o Putin não veio,
13:39o que acaba por enfraquecer a própria cúpula em si.
13:44E aí ele fala, no primeiro trecho que nós colocamos aqui,
13:48sobre fortalecer a democracia dentro dos BRICS.
13:52Analisemos quais são os países dos BRICS.
13:54Inicialmente era Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
13:59Depois entra Etiópia, Irã, que estava sentado à mesa,
14:04quem mais? Arábia Saudita, enfim, países que não são democráticos.
14:08Que tipo de democracia você quer fazer com países que são autoritários por natureza?
14:12Então tudo isso me gera total sensação que, mais uma vez,
14:17ele joga para a plateia e os dados, as falas dele,
14:21não se concretizam com o que a vida real está empregando.
14:25Então eu acho que, de novo, tudo isso traz consequências
14:28e reitero o que o Piperno falou aqui no final,
14:31sobre as negociações e o multilateralismo.
14:33Concordo amplamente com isso.
14:35Eu venho da mesma escola que o Milley.
14:37Vamos negociar mercados abertos, mercados livres,
14:40e isso surte efeito para todo mundo.
14:42Isso está muito claro.
14:43Agora, a questão é com quem nós vamos alinhar,
14:45nos alinharmos e com quem nós vamos negociar.
14:47E você, senhor Alangani, como viu essas manifestações do presidente,
14:51essas críticas todas aí que ele faz?
14:54Há uma certa independência, ele quer mesmo valorizar os blocos todos.
14:57Faz sentido? Isso é bom ou é ruim para o Brasil?
14:59Tem vários aspectos na fala dele.
15:01Um dos aspectos é que ele diz ali
15:04que são democracias que fazem parte dos BRICS,
15:08então os regimes autoritários ficaram lá no passado.
15:11Não é verdade.
15:12Se a gente pegar, por exemplo, China,
15:14é um país, é uma ditadura.
15:16Rússia, é um regime autocrático.
15:18Se a gente pegar a Índia, está longe de ser uma democracia.
15:21África do Sul, idem.
15:23Então, veja, não são países democráticos.
15:26Essa fala é descolada da realidade.
15:28Quando ele fala do multilateralismo,
15:31e aí eu concordo,
15:33ele faz uma crítica muito sutil aos Estados Unidos.
15:37Não cita nominalmente os Estados Unidos,
15:39ainda bem que ele não fez isso,
15:40justamente para não escalar essa retórica
15:43e essa briga comercial,
15:44mas ele está dando um recado ali
15:46de que deve-se buscar mais globalização.
15:51Concordo absolutamente aqui com o Musa e com o Piper.
15:54Eu acho que o mundo de hoje vai nessa direção
15:56e não dá...
15:59A globalização, ela tomou um corpo,
16:01o Koba, que não dá mais para você voltar atrás.
16:03Por mais que haja uma guerra tarifária,
16:05por mais que o Trump coloque barreiras protecionistas,
16:08ninguém mais leva muito isso a sério.
16:11A China retalhou, o Trump voltou atrás,
16:13chegou ali num meio termo.
16:15Hoje mesmo ele tweetou o acordo com o Japão,
16:18falando, olha, a gente tem um comércio com vocês
16:22muito injusto, mas vamos seguir em frente.
16:24Então, quer dizer,
16:25o mundo real se impõe
16:27que não dá mais para você voltar atrás
16:29com o processo de globalização.
16:32Queira ou não, é multilateral.
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