Em nova rodada de discordância entre o presidente Lula e o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), a criação de uma moeda comum para países da América do Sul entrou no racha.
Campos Neto foi enfático e disse ser “muito contra” o uso de moedas comuns para estimular o comércio entre países. “Eu sou muito contra, mas sou só um banqueiro central”, ironizou.
A declaração foi dada na tarde desta sexta-feira (2) durante participação no evento “Valor Capital’s Crypto Workshop”, organizado pelo Valor Capital Group,
Na terça-feira (30), Lula estimulou a criação de uma moeda comum na América do Sul e defendeu o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a empreitada.
“A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união”, disse o presidente.
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00:00Bom, naquela briguinha, Roberto Campos Neto, Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Campos que agora está mais à vontade, já está mais eloquente contra o governo, falou que também acha esse negócio de moeda comum.
00:16Aliás, rapaz, outro dia a gente fez um corte aqui falando desse negócio da moeda comum e moeda única, moeda comum e ficou essa coisa de não, você não pode errar a palavra, moeda única é uma coisa, moeda comum é outra, moeda única é o euro lá na Europa, todos os países têm que usar a mesma moeda.
00:34A moeda comum não, é só para transações bilaterais, então Brasil-Argentina, para a gente poder tomar calote numa outra moeda que a gente inventar, é mais ou menos isso.
00:44Mas o nosso querido Roberto Campos Neto, numa palestra sobre real digital, etc, foi perguntado sobre esse assunto da moeda comum e ele se disse muito contra.
00:57Roberto Campos Neto aprendeu rápido como é que essas coisas funcionam, né, pode, volta um pouquinho.
01:05Aqui, ó, aí ó, Campos Neto foi enfático e disse ser muito contra o uso de moedas comuns para estimular o comércio entre países.
01:13Eu sou muito contra, mas sou só um banqueiro central, diria o nosso querido Roberto Campos Neto.
01:21Lá no finalzinho também tem uma outra frase do Roberto Campos falando, a América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da União.
01:32Isso é o presidente Lula falando, né, quando falou sobre retomar essa história aí do Unasul, moeda comum e aquelas coisas todas que ficaram paradas, bem paradas, lá no começo dos anos 2000.
01:43Mas o Lula continua por lá, né, ele não quis vir, não quis.
01:48A gente tenta chamar ele para 2023, mas ele ainda não quis vir.
01:52Vamos ver as coisas, né, uma hora a realidade se impõe.
01:58E o Roberto Campos, como eu falei, que já está mais eloquente, também disse que o arcabouço não freia dívida.
02:03Agora, assim, isso também já foi falado por todo mundo, né, o que já estava meio, era um comentário tácito do nosso querido Roberto Campos Neto,
02:15porque quando perguntaram para ele sobre o arcabouço lá atrás, quando ele ainda estava um pouco mais contido nas falas dele,
02:22ele chegou a dizer que eliminava o risco de cauda, né, eliminava, o que ele quis dizer era eliminava a chance de uma catástrofe com a dívida pública.
02:32E realmente, né, cria algumas barreiras, então fica mais difícil de você quebrar tudo de uma vez só, né,
02:40as coisas têm que acontecer aos poucos agora, se a gente for andar para esse lado.
02:44Mas ele não tinha dito isso que ele falou agora, que não freia a dívida pública, quer dizer, a dívida pública vai continuar aumentando, né,
02:53ela não vai parar de subir nesse, se o arcabouço continuar com este desenho e o governo continuar com essa dificuldade que ele está tendo
03:05para conseguir aumentar a receita, né, já que ele não quer cortar nenhum gasto.
03:12E ainda assim, lá no Senado ainda tem uma conversa de mudar um pouquinho o arcabouço
03:15para tirar aí educação e saúde do limite de gastos também, tá?
03:21Então, ainda pode mudar um pouquinho, mas isso tudo ainda está na, como é que a gente fala, no plano das ideias, né?
03:30Em princípio, por enquanto, fica tudo com mudantes no quartel de Abrantes.
03:35Os analistas do mercado financeiro estimam que a dívida bruta do setor público deve atingir 91,8% do PIB em 2032,
03:45e o dado foi divulgado pelo presidente do Banco Central durante reunião com conselheiros do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, né?
03:54O que o Roberto Campos falou lá é que, apesar do arcabouço ser o que deu para fazer,
04:01ele continua, a trajetória da dívida pública continua em ascensão para os próximos anos, tá bom?
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