00:00O PL confirmou ontem a candidatura de Rogério Marinho para a presidência do Senado, né? O Valdemar disse que tem votos para sustentar essa candidatura, mas, Jujô, coloca essa matéria da estratégia bolsonarista, porque eu quero pegar ela para a gente falar rapidinho desse assunto, porque aqui eu tenho um bastidorzinho bem legal para trazer para vocês, tá?
00:23A estratégia bolsonarista, né? Envolvendo aí a candidatura do Rodrigo Pasto, do Rogério Marinho, ontem, como todo mundo já sabe, né? Foi homologada, né? Foi confirmada essa candidatura pelo PL e a bancada bolsonarista já iniciou aí um ataque a todos os senadores que são contrários à candidatura do Rogério Marinho, né?
00:51na disputa pela presidência do Senado. Nas redes sociais, deputados eleitos, como Gustavo Gaia, divulgaram um site com informações dos senadores que manifestaram apoio a Pacheco.
01:02É interessante que essa plataforma, gente, ela está registrada no nome de uma empresa de Goiânia, né? Cujo proprietário é sócio do Gaia.
01:11Então, tem uma conexão direta ali, né? Dos integrantes do PL e dessa bancada bolsonarista, né? Inclusive, hoje eles começaram a subir uma hashtag chamada
01:19Pacheco, não. Foi, inclusive, Trend Topics. Só que isso, gente, é apenas uma primeira etapa, tá? Traz pra mim, porque agora eu vou trazer pra vocês um bastidorzinho sobre isso.
01:31O que ocorre, gente? Esse é apenas o primeiro movimento, tá? A ideia é que você faça essa pressão dos senadores, inclusive, alguns integrantes da bancada bolsonarista,
01:42eles querem que seja aprovado no dia da eleição, no dia da eleição pra candidatura, pra presidência do Senado, eles querem que seja aprovada a votação em voto aberto, tá?
01:56Por quê? Porque eles entendem que se você abrir o painel do Senado pra que todos os cidadãos, pra que eu, você, pra que todo mundo saiba quem votou em quem,
02:06isso vai facilitar e muito a candidatura do Rogério Marinho. Então, eles já estão ali, já estão preparando um documento, já estão preparando ali uma minuta
02:16pra apresentar exatamente no dia 1º de fevereiro, dia que ocorre a eleição pra presidência do Senado, pra você abrir o voto de todos os senadores.
02:28Se isso não ocorrer, se os parlamentares, essa base bolsonarista não conseguir aprovar uma mudança no regimento interno do Senado pra isso,
02:39eles vão declarar o voto publicamente. A ideia é fazer como ocorreu em 2019, quando Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado.
02:50Naquela votação, acredito que vocês lembram, não houve abertura, não houve abertura do painel do Senado,
02:56mas os senadores que apoiaram o Davi Alcolumbre contra Renan Calheiros, eles declararam o voto.
03:01Eles acham que com essa tática, eles vão conseguir trazer um universo maior, vão trazer uma gama maior de apoios em relação ao Rogério Marinho.
03:15A contabilidade ali do PL e de integrantes da base bolsonarista é que o Marinho tenha hoje entre 32 e 35 votos a favor.
03:23O Pacheco fala aí entre 33 e 37 votos.
03:30Então, assim, dizem que está muito apertado, está muito parelho ali.
03:34Tem um limbo ali de 10 a 12 parlamentares que ali não deram qualquer tipo de sinal,
03:41quer seja para o Pacheco ou para o Rodrigo Pacheco.
03:46Pacheco, Pacheco.
03:48Para o Rodrigo Pacheco ou para o Rogério Marinho.
03:51Essa semana o Marinho vai intensificar suas conversas em Brasília com alguns parlamentares, né?
03:57E o Pacheco tenta ali formar um bloco um pouco mais denso em torno da sua candidatura.
04:03Tem uma outra composição curiosa que é a seguinte.
04:08O Rodrigo Pacheco também fez um acerto com o Davi Alcolumbre.
04:11Para quê?
04:12Para trazer o abancado do União Brasil para a sua candidatura.
04:16Esse acerto, lógico, isso não envolve o ex-ministro Sérgio Moro.
04:20Nesse acordo, o que o Pacheco firmou ali com o Davi Alcolumbre?
04:25Olha, eu consigo seu apoio para 2023.
04:30Em contrapartida, eu, Pacheco, vou apoiar o Davi Alcolumbre para uma candidatura em 2025.
04:37Então, já há essa conversa.
04:39Então, a partir daí, o Pacheco acredita que vai conseguir trazer União Brasil.
04:44Ele já tem o PSD, já tem o MDB, já tem o PT.
04:47Então, com isso, o Pacheco teria ali um universo nas contas do Pacheco entre 40 e 45, 47 votos.
04:56Então, essa é a composição.
04:58Do lado do Marinho, vai ser feito um bloco envolvendo PL, PP e Republicanos.
05:04Isso já está fechado.
05:05Eles vão tentar ir a algum outro partido, tipo o PSDB, para compor o bloco.
05:13E aí tem um detalhe que é interessante.
05:15É que essa composição de bloco de PP, Republicanos e PL, deve ser a mesma também para a eleição da Câmara.
05:23Então, vejam, e essa composição desses três partidos, ela tem como objetivo também assegurar a indicação do deputado Jonathan de Jesus, do Republicanos, para uma vaga no Tribunal de Contas da União.
05:37Então, vejam como é que a coisa está entrelaçada.
05:40Quer dizer, esse bloco, tanto de Câmara quanto de Senado, ele deve fazer aí, deve ter aí uma indicação conjunta do Jonathan de Jesus.
05:50Por que é importante essa indicação do Jonathan de Jesus?
05:54Porque o senador do Republicanos, o Messias de Jesus, ele é pai do Jonathan de Jesus, lá da Câmara.
06:04Ô, Duda, ficou complicado entender essa confusão toda?
06:11Ficou um pouco complicado, mas eu queria até a tua opinião, Wilson.
06:15Eu não tenho aí, enfim, nem de perto aí esse contato que você tem aí com os senadores e com o Congresso, né?
06:25Mas a minha impressão dessa candidatura do Rogério Marinho é que acho que nem o PL acredita muito nisso, sabe?
06:35Acho que eles estão fazendo um pouco essa pressão de, olha, o voto aberto, de criar problema, mas a minha impressão é que isso é mais uma ferramenta para negociar verbas, negociar cargos,
06:55e que acho que tem uma chance dessa campanha virar quase que um voo de galinha e ali perto ali da eleição do Senado, eles acabem desistindo e o Pacheco acaba indo sozinho.
07:08Faz sentido ou não?
07:08Olha, Duda, faz sentido, mas o PL, nesse momento, estou falando hoje, 17 de janeiro de 2023, às 7 da noite, inclusive, a gente tem que encerrar o programa daqui a pouco,
07:21é que, assim, é que eles acreditam piamente nessa candidatura do Rogério Marinho.
07:25Então, óbvio que, se eles perceberem que ela não vai ter essa atração toda e que ela não vai ter essa sustentação toda, aí você muda a estratégia para você conseguir uma educação na mesa de diretora.
07:38Porque aí, gente, só para vocês entenderem, isso vale tanto para a Câmara quanto para o Senado.
07:43Quando você faz um bloco partidário, vencedor das eleições de Câmara ou Senado, esse bloco, ele não só indica os membros da mesa diretora,
07:53como eles também têm a prioridade de indicação das comissões mais importantes.
07:58Então, assim, lá na Câmara, como o cenário lá na Câmara está um pouco mais adensado,
08:04o PT trabalha para ter a CCJ, que é a Comissão de Constituição e Justiça, que é considerada a comissão mais importante da casa.
08:10O União Brasil deve ficar com a primeira secretaria, que, inclusive, é um cargo que hoje é assumido, já é exercido, perdão, pelo Luciano Bivar.
08:19A primeira secretaria é algo importante na Câmara, porque é quase como se fosse o prefeito da Câmara.
08:25As obras passam por ele, indicação de cargos de liderança, autorização de crachá, autorização de credencial,
08:37tudo passa pela primeira secretaria, então é bom você ter esse micropoder, né?
08:41Então, no Senado acontece uma coisa parecida, né?
08:44A primeira vice-presidência, ela também é importantíssima no Senado.
08:48Então, se o PL conseguir negociar bem, o PL pode emplacar uma CCJ, pode emplacar uma primeira vice-presidência.
08:56Mas, assim, o grande ponto, ô Duda, é o seguinte, é que essa negociação, ela tem que ser feita até o dia 31 de janeiro.
09:04Deixa eu ver se eu estou correto aqui.
09:07É até o dia 31 de janeiro, porque é o seguinte, porque na manhã do dia 1º de fevereiro, você tem a apresentação das candidaturas.
09:15Então, se você apresenta a candidatura, você já entra no fogo cruzado, entende?
09:19Então, esse é o problema.
09:21Não pode também ficar brincando de lançar candidatura e no final, ah, olha só, não é bem isso que eu queria, entendeu?
09:27Porque isso pode ter efeito contrário.
09:28E aí tem um detalhe, Duda, que isso sim, alguns integrantes do PL já me falaram, é o seguinte, é que partir para o enfrentamento do Rogério Marinho com o Rodrigo Pacheco é muito perigoso.
09:43Por quê?
09:44Porque se, de fato, ele levar essa candidatura até o fim e perder, o Rodrigo Pacheco vai estar com a faca e o queijo na mão para escantear toda essa bancada bolsonarista no Senado que chega agora.
09:55Eu estou falando de gente como o próprio Rogério Marinho, como a Damares Alves e até o Mourão também que entra agora, entendeu?
10:03Então, é um risco que eles correm.
10:06Eles acham que dá, mas é um belo de um risco.
10:10Imaginem a situação de você ter o Rogério Marinho que foi ministro, lança uma candidatura, perde e aí ele vira o quê?
10:18Senador de baixo clero?
10:19Imaginem a situação, entendeu?
10:21É um jogo arriscado.
10:22Então, por isso que, assim, Duda, faz sentido ter o raciocínio.
10:26O cálculo político pragmático é de que, de fato, uma candidatura do Marinho, ela tem a sua importância, mas ela pode trazer consequências muito graves para o próprio PL se essa candidatura não decolar.
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