- há 4 meses
O grupo responsável pelos temas trabalhistas no governo de transição se prepara para concretizar um plano da oposição petista ao governo de Jair Bolsonaro: pedir o arquivamento da PEC 32/2020, da reforma administrativa no setor público. O deputado Rogério Correia (PT-MG; foto) disse a jornalistas, nesta terça-feira (29), que a questão é central para o grupo de trabalho.
"Queremos retirar de debate a PEC 32, da deforma administrativa", disse Correia. "Queremos retomar o debate sobre o que é o serviço público no Brasil e, com isso, formaríamos uma mesa de negociação envolvendo os mais diversos setores."
O deputado disse ainda que, hoje, o Ministério do Trabalho "está com a estrutura completamente dilapidada" e que a atuação a partir do próximo governo "é de fato renascer o ministério". Questionado sobre a possível volta de um imposto sindical, Correia disse ser contra, como já havia indicado o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
"Imposto sindical acho que há um consenso que não [volte]", disse o parlamentar. "Porque a forma mais democrática é a assembleia dos trabalhadores deliberar o quanto eles querem contribuir. Isso eu acho que é o mais democrático".
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"Queremos retirar de debate a PEC 32, da deforma administrativa", disse Correia. "Queremos retomar o debate sobre o que é o serviço público no Brasil e, com isso, formaríamos uma mesa de negociação envolvendo os mais diversos setores."
O deputado disse ainda que, hoje, o Ministério do Trabalho "está com a estrutura completamente dilapidada" e que a atuação a partir do próximo governo "é de fato renascer o ministério". Questionado sobre a possível volta de um imposto sindical, Correia disse ser contra, como já havia indicado o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
"Imposto sindical acho que há um consenso que não [volte]", disse o parlamentar. "Porque a forma mais democrática é a assembleia dos trabalhadores deliberar o quanto eles querem contribuir. Isso eu acho que é o mais democrático".
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NotíciasTranscrição
00:00Então, já que a gente não vai falar muito da PEC e da gastança, vamos falar de outras duas coisas que estão sendo gestadas aí nessa transição e que são bem curiosas.
00:12Vamos ver, ó. Transição quer fim da reforma administrativa, mas nega volta do imposto sindical, tá?
00:22O grupo responsável pelos temas trabalhistas no governo de transição, na verdade é a expressão certa, né, Duda? Não é governo de transição, é transição de governo, né?
00:35Sim.
00:36Não é um governo formado.
00:37Bom, se prepara para concretizar um plano da oposição petista ao governo Jair Bolsonaro.
00:44Pedir o arquivamento da PEC 32 de 2020 da reforma administrativa do setor público.
00:50Foi o que disse o deputado Rogério Correia, de Minas Gerais, PT de Minas, a jornalistas.
00:58Queremos retirar de debate a PEC 32, aquela que é da reforma administrativa.
01:04Queremos retomar o debate sobre o que é serviço público no Brasil.
01:08E com isso, formaríamos uma mesa de negociação envolvendo os mais diversos setores.
01:14O deputado disse ainda que hoje o Ministério do Trabalho está com estrutura completamente dilapidada e que a atuação a partir do próximo governo é, de fato, renascer o Ministério.
01:27Questionado.
01:27Vamos ver agora, né?
01:28Agora é interessante.
01:30Questionado sobre a possível volta de imposto sindical, Correia disse ser contra, como já havia indicado o vice-geral do Alckmin.
01:38Imposto sindical, acho que há um consenso para que não volte mais.
01:45Porque a reforma mais democrática é a Assembleia dos Trabalhadores deliberar o quanto eles querem contribuir.
01:54Isso eu acho que é o mais democrático.
01:57Como é que vai, como é que essa história da Assembleia dos Trabalhadores deliberar o que eles querem contribuir, Duda?
02:07Então, tem uma pegadinha aí, né?
02:10E claramente a gente vê esse uso das palavras aí, e aí é bom explicar o que estão querendo.
02:19Imposto sindical é uma palavra que pega supermal, né?
02:23Então, você falar hoje que você é a favor do imposto sindical, o Brasil inteiro é contra, né?
02:29Ninguém vai aprovar isso daí.
02:32O que acontece hoje?
02:33Isso é desde a reforma trabalhista de 2017.
02:39Os sindicatos ou as organizações aí dos trabalhadores precisam negociar diretamente com os patrões,
02:48quais são os direitos que eles vão ter e tudo mais.
02:52E o sindicato não pode mais ter uma contribuição coletiva, né?
02:59Aquela contribuição que você acerta e todo mundo automaticamente tem que pagar esse valor todo mês.
03:07No passado era um dia de trabalho, né? Por ano.
03:11O que o sindicato hoje é obrigado a fazer é abordar pessoa por pessoa,
03:17trabalhador por trabalhador, e convencer e ser sujeito de que ele tem que pagar uma parte
03:23para custear as despesas do sindicato, né?
03:27O que o Correia está falando, e nesse grupo de trabalho aí tem um monte de sindicalista, né?
03:34Que o Lula colocou, é de fazer uma assembleia,
03:38e nessa assembleia faz o que hoje não pode fazer, que é essa contribuição coletiva, né?
03:45Então, a princípio, tem essa coisa que ele fala que é democrático, né?
03:49Porque a assembleia, você imagina que nem a assembleia de condomínio para decidir vaga na garagem, né?
03:54Vai todo mundo. A gente tem essa imagem de assembleia.
03:57Eu nunca fui numa assembleia de condomínio, Dudo.
04:02Mas a assembleia, a gente conhece muito bem, é aquela assembleia que o sindicato consegue controlar.
04:10E uma vez decidido isso, o que eles estão querendo é que
04:15aí todo mundo vai ser obrigado a pagar esse imposto sindical, né?
04:20Então, no final, é um imposto sindical o que eles estão querendo,
04:24mas sem esse nome, a assembleia democrática dos trabalhadores vai decidir
04:29e todo mundo vai pagar igual.
04:31Então, assim, é uma coisa que não pode hoje.
04:34Agora, lembrando, a reforma trabalhista realmente cortou muito da receita dos sindicatos, né?
04:43Eles perderam, assim, acho que 97% da receita que eles tinham.
04:49E os líderes sindicais têm pedido há muito tempo aos partidos de esquerda
05:00que façam alguma coisa, algum mecanismo, né?
05:04Eles não falam imposto sindical.
05:05Que criem um mecanismo aí para que eles voltem a ter a receita absurda que eles tinham antes, né?
05:12Então, isso é uma coisa que está sendo, há muito tempo, que está sendo preparada, gestada para que aconteça.
05:21E eles vão tentar, né?
05:23Assim, esse grupo de trabalho que tem aí, um dos objetivos deles é que os sindicatos voltem a ter uma receita,
05:35não a receita que eles tinham antes, mas uma receita maior.
05:38A gente não viu nenhuma manifestação de trabalhadores brasileiros, protesto, pedindo isso.
05:45O que a gente está vendo são os líderes sindicais querendo, de novo, se pendurar no governo.
05:53Ou seja, é enganação essa história de que, ah, não, ninguém mais quer imposto sindical.
06:01Eles querem um imposto sindical com outro nome, certo?
06:05Eles querem um bicho que cumpra o efeito do imposto sindical, financiar as lideranças sindicais, sobretudo.
06:15E vamos lembrar, né?
06:16Uma base social importantíssima do PT ao longo de décadas.
06:22Então, eles querem um bicho que cumpra o mesmo papel sem ter esse nome.
06:26E, vamos relembrar o que está dito no início da nota, né?
06:32Eles também querem tirar do caminho a ideia de uma reforma administrativa.
06:39Em nome de uma conversa sobre o que é funcionalismo público, tralá lá, tralá lá.
06:45É também um jeito educado, eufemístico, de dizer
06:53vamos deixar essa história de reforma administrativa para um outro século.
07:01Não vamos fazer isso.
07:03Discutir o que é o funcionalismo público não quer dizer nada.
07:05Sendo que já existe muito estudo de gente séria no Brasil
07:12dizendo o que precisa ser feito no funcionalismo público, né?
07:18Precisa haver alguma espécie de medição de desempenho das pessoas.
07:24Dizem até que não precisa quebrar de uma vez por todas a estabilidade no emprego.
07:30Mas é preciso criar uma lógica de mérito dentro desse serviço público.
07:37É preciso reorganizar carreiras.
07:39Tem um monte de coisa.
07:40Os especialistas sabem o que fazer.
07:42Mas o PT não quer nem começar essa conversa.
07:45Quer descartar o que já está encaminhado lá.
07:47Então, não vamos mexer na nossa...
07:51naquilo que pode deixar insatisfeita a nossa base social.
07:55Tá bom.
07:56É o que seria de se esperar de um partido com um perfil do PT.
08:00Mas também não é para engolir em silêncio, né?
08:04É preciso denunciar essas duas coisas, né?
08:06Essas duas maracutais.
08:07É.
08:08Quer dizer, o PT, ele segue o que esses grupos de interesse têm, né?
08:14Que fazem parte do partido, apoiam o partido.
08:17Então, os líderes sindicais, os líderes do serviço público.
08:22E vai ser um desafio enorme aí para nós, jornalistas,
08:26e para todo mundo, decifrar esses eufemismos
08:30que cada vez mais vão pipocar aí nesses grupos de transição.
08:36Muito bem.
08:36Agora, olha só.
08:37Outra notícia muito interessante de hoje.
08:41Aquelas que tendem a passar despercebidas, mas é interessante.
08:44Parlamentares debatem criação de imposto digital.
08:47Frente de empreendedorismo, né?
08:51Utilizará a comissão especial da PEC-7,
08:53que trata de reforma tributária, para debater o novo imposto.
08:57Ou seja, lembra aquela história de recriar a CPMF?
09:03Todo mundo acusou o Paulo Guedes de estar tentando fazer isso.
09:07Porque, de fato, ele queria um novo imposto digital,
09:10quis em 2019, tentou de novo em 2020.
09:13Em 2021, continuou tentando.
09:17E agora, em 2022, ele falou,
09:20depois das eleições, nós vamos discutir mais uma vez
09:24a criação de um imposto digital.
09:26Foi massacrado, né?
09:29Imagina, imposto digital.
09:31A ideia está aí, ó.
09:33Sem Paulo Guedes, certo?
09:35Volta.
09:37E pelas mãos de empresários.
09:41Por quê?
09:42Porque a contrapartida do imposto,
09:47da criação do imposto digital,
09:49como ali vem sendo discutido,
09:52é uma desoneração permanente
09:57da folha de pagamento das empresas.
10:00O argumento do Paulo Guedes sempre foi esse.
10:03A gente cria um imposto
10:05que vai atingir muita gente,
10:08e com isso consegue desonelar a folha
10:11e com isso as empresas vão poder contratar mais.
10:16A ideia posta desse jeito não é totalmente ilógica, né, Duda?
10:21Não.
10:22O problema é que a CPMF já foi testada no Brasil,
10:30já foi testada fora do Brasil
10:32e não sobreviveu a esses testes, né?
10:37É um imposto que incide cumulativamente, né?
10:41Cada vez que alguém faz uma operação financeira,
10:44está pagando CPMF.
10:47Então, uma coisa que começa a ser produzida lá no...
10:50Minério que começa a ser extraído
10:53lá em Minas Gerais
10:55e se transforma em algum bem industrial,
10:59pagou N vezes CPMF.
11:01E não tem como desonerar isso.
11:04Então, isso acaba pesando nos produtos brasileiros.
11:07Outra coisa.
11:08Acaba caindo nas costas dos mais pobres também, né?
11:13Toda vez que uma pessoa mais pobre
11:16finalmente, depois de anos,
11:18conseguiu ter uma conta no banco,
11:22for retirar o pagamento
11:24ou fazer uma transação com cartão,
11:27vai cair lá a mordidinha, né?
11:31Vai ter lá a mordidinha da CPMF.
11:34Ah, o Paulo Guedes dizia, né?
11:36Ah, mas acontece que se a gente fizer
11:38uma alíquota de 0,1% da CPMF,
11:42sabe quanto que isso dá
11:44para alguém que recebe salário mínimo?
11:47Um real.
11:48Então, a gente aumenta o salário de todo mundo
11:50em um real e pronto,
11:51não se fala mais disso, né?
11:53Bom, também não é assim, né?
11:56Porque a CPMF, quando existiu,
11:59era de 0,38%.
12:01Agora, estão falando em quanto?
12:03Desce lá, por favor.
12:04Se eu não me engano, é mais que o dobro.
12:07As alíquotas, no entanto,
12:12ainda estão em debate.
12:14Nessa reportagem, não tem.
12:16A alíquota que está sendo discutida
12:19é de 0,78%.
12:21Mais que o dobro
12:23dos 0,38% que valeram.
12:27Imposto tem um péssimo hábito, né?
12:30Você cria o imposto com uma alíquota baixinha,
12:32daí você vai lá pegar uma água,
12:36fazer uma pipoca,
12:37a alíquota já aumentou, né?
12:40Isso aconteceu com vários impostos.
12:42Sim, sim.
12:43Bom, e no Brasil,
12:44a gente tem uma rejeição à CPMF.
12:48Falar nisso,
12:49que é um imposto nos moldes da CPMF,
12:52já pega mal de cara.
12:54É claro que isso é...
12:55E se isso vem em substituição
12:57a outros impostos,
12:59a desoneração da folha de pagamento e tudo mais,
13:01tudo isso pode ser pensado
13:04num plano maior, né?
13:06Quais impostos...
13:07De uma reforma tributária no Brasil
13:09que realmente troque, né?
13:12E reduz um pouco esse peso
13:14que costuma no Brasil recair
13:16sobre os mais pobres.
13:18Agora, o medo que acho que todo brasileiro tem
13:21é realmente a criação de mais um imposto
13:24e que seja uma CPMF.
13:26Então, acho que a discussão toda aí vale.
13:30O Brasil precisa acertar aí
13:34essa questão de arrecadação
13:36e, enfim, a discussão que está começando
13:39e vai render muito ainda.
13:42É só interessante observar, assim,
13:45Paulo Guedes foi crucificado
13:48por ter proposto o imposto, né?
13:51E agora está aí o imposto em discussão, né?
13:54Então, as discussões no Brasil
13:56não andam,
13:58porque é isso, né?
14:01Raramente as pessoas olham objetivamente
14:03para o assunto, né?
14:04O primeiro impulso é crucificar,
14:06é culpar, é destruir alguém,
14:09ao invés de pensar sobre os efeitos verdadeiros
14:11daquela ação
14:13e tentar tirar uma conclusão a partir disso, né?
14:16Então, tem alguns prós e tem contras
14:21nessa história da CPMF.
14:24Eu acho difícil que passe.
14:26Por isso que você acabou de dizer, né, Duda?
14:27Já é muito rejeitada essa ideia, né?
14:31Acho até difícil que o Lula
14:33tente encampar a CPMF.
14:37Porque não sei se vocês lembram,
14:39foi a maior derrota do Lula
14:41durante o governo dele.
14:43Ele quis renovar a CPMF
14:48que tinha sido criada em 1997.
14:51Em 2007, ele quis renová-la
14:53e não passou.
14:55Não passou.
14:56Ele perdeu uma grana preta
14:58e não teve conversa.
15:00Então, é capaz que ele tenha um trauma
15:02e não queira entrar nessa.
15:04É, pois é.
15:04Se a turma aí desse grupo de transição
15:07seguir adiante com isso aí,
15:08o Lula realmente pode entender
15:09que isso aí tem um custo político muito alto, né?
15:13E que não vale a pena pagar por ele.
15:16Vamos ver.
15:17Outra coisa para ficar de olho, né?
15:18Então, temos aí reforminhas
15:20sendo combinadas, né?
15:22Enquanto está todo mundo
15:23olhando para a porta do quartel.
15:26Aí é que o bicho pega, de verdade, né?
15:31Tem gente ainda na porta do quartel?
15:33Ah, pô, não está passando.
15:34É?
15:35Achei que já estava todo mundo, não.
15:37Pensando atenção na Copa, hein?
15:39Não, não, não, não, não.
15:41Depois a gente...
15:42Pouco a gente vai falar
15:44de quem está lá na Copa.
15:45A Copa do quartel
16:03E aí
16:04E aí
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