A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse ao Papo Antagonista desta quinta-feira (23) que não vê com surpresa a aliança de Renan Calheiros (MDB-AL) e de parte expressiva dos caciques do seu partido com o ex-presidente Lula.
"Não há nenhuma novidade de Renan estar com Lula, fazia parte de ministério e era presidente do Congresso quando o PT governava - e da mesma forma Eunício de Oliveira", disse a pré-candidata em conversa com Cláudio Dantas. "Não temos Eunício, mas temos Tasso Jereissati no Ceará, um grande governador e referência na nossa vida."
"O MDB é um partido municipalista, o maior partido do Brasil e que tem o maior número de prefeitos e de vice-prefeitos", continuou a parlamentar. "Não foi uma candidatura imposta, mas uma candidatura solicitada pela base. Não teremos e nem quero unanimidade, mas nós chegaremos na convenção [partidária] com unidade de partido."
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00:00Como é que a senhora espera alcançar relevância numa campanha em que o seu próprio partido não está integralmente dedicado a ela?
00:14Cláudio, não há manchete nisso, sempre foi assim.
00:17Bom, vamos lá, não há nenhuma novidade de Renan estar com Lula, ele fazia parte do ministério, presidente do congresso,
00:25quando o PT governava, da mesma forma, e o início de Oliveira.
00:30Não temos Eunício, mas temos Tasso Gereissat, no Ceará, que foi um grande governador, uma grande referência na nossa vida e que está conosco no PSDB.
00:38O MDB é um partido municipalista, é o maior partido do Brasil, tem o maior número de prefeitos e vice-prefeitos,
00:44é com eles que eu vou contar, é com a militância, o MDB jovem, o MDB diversidade, o MDB mulher, o MDB socioambiental, o MDB trabalhista,
00:52os núcleos, inclusive, que foram me procurar.
00:55Não foi uma candidatura imposta, foi uma candidatura que foi apresentada, que foi solicitada pela base.
01:02E não, a gente não vai ter unanimidade, nem quero ter unanimidade, mas nós chegaremos na convenção com a unidade do partido,
01:08porque o partido sabe, ao lado do PSDB e do Cidadania, esses extraordinários presidentes que são Roberto Freire e Bruno Araújo,
01:17que são verdadeiros democratas e estão muito entusiasmados, que sabem do momento grave que nós vivemos.
01:24Não é um momento qualquer.
01:26Imagina um momento mais difícil, agora, recentemente, os indicadores sociais mostraram que todos os indicadores nós retrocedemos à década de 90,
01:35que foi o pior momento do Brasil, onde a fome estava estampada.
01:39Depois de 30 anos, o que foi que aconteceu de errado, Cláudio?
01:43Não é só a pandemia ou a guerra, porque nenhum país em desenvolvimento do nível do Brasil retrocedeu tanto indicadores sociais,
01:51que é o que mais importa na vida de um país, com baixo crescimento, com desemprego, com fome e com miséria,
01:56o que foi que aconteceu para termos retrocedido tanto.
02:00Então, neste momento, ressurge, eu resumo numa frase que eu até falei quando eu recebi o apoio do Cidadania e do PSDB,
02:10ressurge essa necessidade dos grandes democratas, dos grandes partidos do Brasil,
02:15se unir para apresentar alguma coisa para o Brasil.
02:18Não só a esperança, mas a certeza de que nós juntos podemos erradicar a miséria, diminuir a desigualdade, diminuir a fome no Brasil.
02:26Eu digo que esse encontro, ou reencontro, não foi um reencontro agendado pela história,
02:33mas foi um reencontro exigido por ela, exigido pelas ruas, exigido pelas barracas de lona
02:39que se encontram hoje abrigando famílias inteiras em praças públicas.
02:43as mãos calejadas dos nossos trabalhadores, hoje elas estão lisas em forma de súplica pedindo um emprego
02:50num país que alimenta o mundo.
02:53Nós alimentamos 800 milhões de pessoas no planeta e não conseguimos alimentar 5 milhões de crianças
02:58que hoje, exatamente hoje, uma quinta-feira à noite,
03:01hoje tem 5 milhões de crianças ou mais que vão dormir com o som dos seus roncos vazios,
03:07dos seus estômagos vazios e ser inadmissível.
03:10É por isso que a gente se insurge, é por isso que nós estamos começando essa nossa caminhada
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